domingo, outubro 31, 2010

ABSTENÇÃO: precisamos investigar


Esse segundo turno vai ser marcado pela abstenção, sem dúvida. Passei em quatro municípios: Itapecuru, Miranda, Bacabeira e Santa Rita e a freqüência estava baixa. Poucos eleitores presentes nos locais de votação.

Já há indicativos de que isso está acontecendo em outros estados da federação. O que houve?

É certo que houve descontentamento por parte dos eleitores diante do nível das discussões travadas pelos candidatos. Faltou sedução e encantamento pelas campanhas.

Os candidatos não são carismáticos, possuem discursos ruins etc. Mas, será que essa desmotivação é culpa só dos dois candidatos? Não. Improvável que exista um só fator contribuindo para isso.

Outros fatores podem ser elencados. Parte dos eleitores do PSOL, Marina, PSTU etc., inclinados ao voto nulo, podem ter optado em simplificar esforço, ficando em casa. Marina teve uma votação expressiva, mas os candidatos das demais legendas não foram tão felizes nas urnas em termos percentuais.

Certamente existem outros elementos ainda não tão bem delineados. Mas destaco dois: a ausência de disputa parlamentar no segundo turno, isto é, deputados arregimentando os eleitores para o voto e a brutal transferência de domicílio eleitoral nas últimas eleições municipais, isto é, aqueles eleitores que passaram a votar fora do local onde reside. No Maranhão isso é um problema sério. Muitos municípios o número de eleitores ultrapassa o número total de habitantes. É como se 200% do município votasse. Lembrando que abaixo de 16 anos não existe eleitor.

No primeiro turno, candidatos, os mais abonados, "ajudaram" nesse deslocamento de eleitores, verdadeira migração eleitoral, mas agora não há mais motivos para investirem nisso. A maioria dos candidatos, depois de cada pleito, sai derrotada. Esses candidatos derrotados estão trocando em miúdos seu calvário eleitoral e poucos continuam interessados em campanha.Os candidatos eleitos, um pequeno número, não vão mais gastar, porques já alcançaram seus objetivos.
Sem o partelalismo, muitos eleitores preferem a justificativa ou a multa de R$ 3,00.  Pois é mais barato do que pagar uma passagem de R$ 30,00, R$ 40,00 ou mais. Por outro lado, muitos eleitores vão ter trabalho na segunda, o que dificulta ainda mais viajar. Teria sido mais conveniente antecipar o feriado do dia 02.

A pouca eficácia da Lei da Ficha limpa, a sessão sem solução do STF não são coisas desconsideráveis. Que motivação vai ter o eleitor de votar se o próprio STF não consegue dizer se a lei vale ou não?

O apoio de Roseana Sarney à candidata do PT foi efetivo nesse segundo turno? Qual o tamanho desse apoio eleitoralmente?

No entanto, considero que essa abstenção guarda outros conteúdos de uma massa silenciosa crescente no interior do eleitorado brasileiro...Isto é, a derrota da Política!









sábado, outubro 30, 2010

FALA QUE EU TE ESCUTO, EDIR MACEDO!


A campanha de Dilma não podia chegar ao fim sem receber um importante apoio espiritual. Eis que a verdade da fé veio ao encontro da candidata: Edir Macedo (líder supremo e proprietário da Igreja Universal do Reino de Deus). O líder religioso defendeu Dilma no seu blog e, lógico, deixou claro de que lado está. Não é para menos, o PRB é partido da base do Governo, e também tem vínculo com Edir. Coerência.

Pergunto: O Presidente da República não vai reclamar que o Estado é laico?

Democracia é assim... com liberdade e direito de cidadania. Religiosos também são cidadãos. Considero importante essa manifestação aberta de Edir Macedo, principalmente depois do Papa Bento XVI ter pedido posicionamento político aos católicos brasileiros. É isso, leve seus valores para as urnas, ninguém existe sem valores.

O apoio de Edir Macedo é congruente com o voto pautado em resultados econômicos, pois esse senhor é adepto da teologia da prosperidade, que reivindica graça e salvação, isto é, perdão, milagre e prosperidade econômica. É uma teologia totalmente conectada com os motes de campanha da Dilma: “classe C que está viajando”, “o Brasil que está dando certo” etc. Eis a coerência ideológica e programática! Viva a laicidade lulista!

A esquerda Dilma-lulista está, com a fogueira santa, mais pertinho do paraíso da prosperidade!

O que diz Edir Macedo: “O Senhor Jesus não precisa de advogados, nem de assessores de comunicação que saiam em “defesa” de Seu Nome.” (disponível no site pessoal do Edir)

O que diz a Bíblia: “Eis o que deves ensinar, pregar e defender com toda a autoridade. E que ninguém te menospreze!” (Tito 2:15)

sexta-feira, outubro 29, 2010

BISPOS NÃO PODEM SER OMISSOS


Pronunciamento do Papa afirma a necessidade de católicos se posicionarem politicamente. Veja:

“Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural (cf. Deus caritas est, 29). O vosso dever como Bispos junto com o vosso clero é mediato, enquanto vos compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cf. GS, 76).

Ao formular esses juízos, os pastores devem levar em conta o valor absoluto daqueles preceitos morais negativos que declaram moralmente inaceitável a escolha de uma determinada ação intrinsecamente má e incompatível com a dignidade da pessoa; tal escolha não pode ser resgatada pela bondade de qualquer fim, intenção, consequência ou circunstância. Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural (cf. Christifideles laici, 38). Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal? Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático --que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana-- é atraiçoado nas suas bases (cf. Evangelium vitæ, 74). Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambiguidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo (ibidem, 82).

Além disso, para melhor ajudar os leigos a viverem o seu empenho cristão e sóciopolítico de um modo unitário e coerente, é necessária --como vos disse em Aparecida-- uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja, sendo muito útil para isso o "Compêndio da Doutrina Social da Igreja" (Discurso inaugural da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, 3). Isto significa também que em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. GS, 75).

Neste ponto, política e fé se tocam. A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo que abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. Com efeito, sem a correção oferecida pela religião até a razão pode tornar-se vítima de ambiguidades, como acontece quando ela é manipulada pela ideologia, ou então aplicada de uma maneira parcial, sem ter em consideração plenamente a dignidade da pessoa humana (Viagem Apostólica ao Reino Unido, Encontro com as autoridades civis, 17-IX-2010)."
(Trechos do Pronunciamento do Papa Bento XVI)



quarta-feira, outubro 27, 2010

ARTEMIS: a nova cara do velho mundo


Detalhe da decorção de Artemis

O Estado Alemão legalizou a prostituição desde 2002. O Artemis é o maior bordel da Alemanha, um verdadeiro maracanã do sexo, com 4000m² e funcionando das 11h00min até 05h00min da manhã. Os proprietários e adeptos não chamam de Bordel, para os quais isso “é casa de compensado na beira da estrada”. Na visão dos promotores a Artemis é um clube: Frei Körper Kultur (cultura do corpo livre).

Depois da legalização as prostitutas passaram à condição de autônomas ou freelance do sexo com direito ao seguro desemprego e assistência médica. Hoje o número de cadastradas em todo país é de 450 mil. O movimento feminista foi um ativo defensor dessa legalização. O mote tinha no núcleo a liberdade da mulher, muito similar ao da defesa do aborto. Além disso, a questão era posta como política de segurança, proteção e saúde das mulheres que, na calçada, ficavam sob o mando de cafetões e aos traficantes de mulheres.

Mas isso não quer dizer que as prostitutas chegaram ao paraíso.

O outro lado disso. O Estado passou a arrecadar mais, proliferaram as casas de prostituição e abriu um competição agressiva. Pessoas ligadas às organizações em defesa das protitutas reconhecem as dificuldades, mesmo após a legalização. A crise econômica estaria contribuindo para a precarização da situação das prostitutas, cujo rendimentos teriam caído mais de 50%. Para a Receita Federal o ganho de uma prostituta é de 110 euros dia.

Ano passado o ganho mês, segundo as prostitutas entrevistadas, era de 5 mil euros, mas agora é só de 2000 mil euros (líquido). Isto é, uma miséria para os padrões da Europa rica. Vejamos o que isso significa em termos de salário.

Como na Alemanha não há salário mínimo, vamos comparar com dois outros países importantes da Europa rica: França e Reino Unido. Respectivamente os salários mínimos são : 1154 euros e 1105 euros. Segundo Marion, essa crise financeira faz com que as meninas aceitem qualquer proposta para salvar o ganho do mês. Isso implica correr riscos: sexo sem camisinha deve ser um deles.

A competição, ou guerra comercial, também tem sido um complicador, pois para atrair freguês está valendo tudo. Promoções extremamente agressivas, como a efetivada pelo Clube da Buceta, cuja promoção consistia no seguinte: comida, bebida e sexo ilimitado por 70 euros. Tudo na faixa, como dizem os paulistas. Enfim, a grande Berlim é hoje um centro de prostituição com 700 bordéis funcionando a pleno vapor. Isso sem contar as Hobby Hure ( prostitutas ocasionais).

Muitos se assustaram com o filme « O Albergue », dirigido por Eli Roth, tendo como um dos produtores executivo Q. Tarantino, mas até agora não perceberam o motivo de mostrar fábricas, sexo, drogas, violência e abanalização da morte. Tudo isso ocorrendo no Velho Mundo.

Marion Detlefs, assistente social de Hydra, tem a seguinte opinião: "Eu não acho que a legalização mudou muito. A prostituição nunca foi e nunca será um trabalho como outro qualquer, em um bordel ou não, tendo uma obrigação legal ou não. "

A matéria não destaca e nem aprofunda sobre a origem dessas mulheres.Essas mulheres chegam de onde? Quantas são de origem estrageira? Pois bem, em um trecho dizem que são pessoas do Leste-Europeu que foram atraídas pela normalização da profissão. Em outra parte da entrevista aparece uma cubana que « fez o caminho Cuba-Alemanha atrás do seu alemão ».

Aí está o X da questão, quem abastece esse mercado de carne. Sem esforço nenhum é possível verificar que são mulheres do Leste-Europeu e de países latino-americanos, como a cubana « que foi atrás do seu alemão ». Hoje ela se prostitue e cria o um filho sozinha. Essa história tem se repetido também com inúmeras brasileiras, em vários países da Europa.

Na Letônia, país do Leste-Europeu, o salário mínimo é de 116 euros, isto é, R$ 274,68. Muito menos que o nosso baixo salário mínimo. Cuba nem precisa dizer o quanto é baixo o salário.

No Brasil, nos centros turísticos nordestinos, ainda sobrevive o mito do príncipe europeu, que depois de bem servido de prazer, vai proporcionar um grande futuro a devotada moça pobre, pois para a mentalidade local: europeu branco é sinônimo de riqueza, que cortesia de farra é igual a afeto de compromisso amoroso. Famílias inteiras acreditam em belos contos... Infelizmente! Eis a matéria prima da indústria européia.  

Texto produzido a partir da matéria do Jornal Rue 89: Bordeis à Berlin: La prostitution, um business comme um autre.
Foto: do site oficial do artemis, detalhe da decoração.


terça-feira, outubro 26, 2010

“EU NÃO VEJO PIB, NÃO VEJO TAXA DE JURO...”*: A ECONOMISTA SEM VISÃO E O MARANHÃO

Acabei de ler no Blog do senhor Capovilla o texto “O Maranhão e Dilma”, postado originalmente, no blog do senhor Sorrentino (fui lá conferir).
Bons Blogs, deixo o registro.
Vi que somente agora os camaradas estão estranhando a postura de Lula para com a política Maranhense. Na verdade, a postura de Lula é chamada, pelos camaradas, de “incongruente”.

Eu é que estou estranhando essa percepção tardia dos camaradas. Lula durante o período eleitoral fez um depoimento incisivo para demonstrar quem ele estava apoiando: Roseana Sarney e João Alberto. Não só Lula... Dilma também pediu e sinalizou enfaticamente sua preferência por Roseana. Ninguém viu?

Esses atos não são incongruentes, pelo contrário, considero-os congruentes até demais com a aliança estabelecida entre Lula/Sarney/Dilma.
É isso. Lula e Dilma são Sarney no Maranhão. Não existe Dilma sem Sarney.

Certamente não querem mesmo choro, e isso já foi dito. Pois, as inserções do pronunciamento de Lula, pedindo voto para Roseana, desautorizavam a propaganda de Flávio de reivindicar apoio dele e de Dilma. O tempo gasto, no programa de Flávio, para mostrar a posição pró-Dilma fazia falta na hora de expor as propostas de governo para o Maranhão. Mas...

Camaradas, os mandões da política maranhense, os da oposição e os da situação, estão em comum acordo para fritar Flávio.
Será que Jackson não tinha recurso para imprimir um panfleto? Esse senhor não queria servir de escada para Flávio. Não podendo ganhar, seria melhor que Flávio perdesse também. Jackson já disse que continua na vida política-partidária-eleitoral, certamente tem pretensões na sucessão municipal de 2014. Castelo, por outro lado, não tinha motivo algum para querer a vitória de Flávio. Deve estar sonhando em retornar ao Palácio dos Leões ou vai fazer um acerto com Sarney ou Jackson para se manter na prefeitura. Quanto aos Sarney... é desnecessário o meu comentário.

O que precisa ser posto é qual a posição de Flávio no meio desse campo. Pois, nós, que pedimos voto e votamos nele, precisamos saber se ele ainda pretender ser uma alternativa ao sarneísmo e ao jackismo. Tendo em vista que Lula e Dilma já se colocaram a favor da continuidade do mandonismo de Sarney. Se nem tudo pode ser resolvido de forma dual entre claro e escuro, qual o tom de cinza a ser adotado? Por favor.

Não existe voto em Dilma separado do fortalecimento do poder dos Sarney.
Isso, é óbvio, não nos obriga a votar no outro candidato, mas essa é a realidade política atual.

* Candidata Dilma, ontem em debate na TV Record. Os banqueiros agradecem.















domingo, outubro 24, 2010

É PURO BRASIL. AO ARGUMENTO CRÍTICO, O INSULTO PESSOAL.


Tem uma longa tradição no Brasil o recurso de querer calar o outro quando não se tem argumento diante de uma situação real. Em geral, recorre-se aos berros, intimidações ou a termos pejorativos. Taxa-se de louco (muito comum) ou coisas similares os que questionam e não se alinham prontamente. No final, o resultado é o que Paulo Francis sinalizou: "ao argumento crítico, o insulto pessoal".

No Maranhão, lugar por excelência das sobrevivências retrógadas, infames, bestiais da ignorância e das tacanhices “políticas”, está ganhando fôlego, cada vez mais, esse artifício perverso. Por último... ganhou fôlego a reprodução de falácias e as atitudes irresponsáveis contra a religiosidade cristã.
Por que estão fazendo isso e ainda falando em nome de uma “iluminação da razão”?
Por que apelar para esse discurso de Fundamentalismo?
Por que usar a mesma ferramenta utilizada pela CIA contra o Islamismo, tentando justificar as ações criminosas contra os afegãos, iraquianos etc.?
Porque estão tentando desviar a atenção das pessoas. Para alcançar tal objetivo resolveram atacar a Igreja Católica remontando fatos da Inquisição, usando o conceito de fundamentalismo para demonizar os cristãos.
Querer criminalizar a opinião da Igreja é um  absurdo!

Que fundamentalismo? Bobagem. Os cristãos produzem uma exegese intelectualmente apuradíssima  e incorporando as mais diversas contribuições do conhecimento não-religioso, indo da Arqueologia à Semiótica. Falta leitura e atualização para esses anti-católicos.
Seguir a direção nacional de um partido de forma a-crítica, aceitar uma hierarquização partidária extremamente verticalizada é o quê?
Sinto o cheiro de um proselitismo iluminista-cartesiano-newtiniano-aristotélico tardio. Puzt! Ainda não chegaram nem à crítica da unicidade "raciológica"?, aos dilemas: razão  e liberdade, razão e violência?

É notório que faltou argumento e estão querendo esconder uma questão crucial: a aliança Sarney/Dilma e a entrega do PT à família Sarney. Não existem Partidos dos Trabalhadores. Só existe um PT. Existem pessoas, é certo, que não se submeteram à determinação das direções nacional e estadual do PT. Mas o PT que existe é um só e está aliado à família Sarney.

A posição da Igreja a favor da vida e contra o aborto, tal como aparece nos documentos oficiais, contém elementos do humanismo secular e contribuições de pesquisas feitas com base nas diversas áreas do conhecimento. Não cabe esse rótulo de fundamentalismo.

Mais uma vez: o que tem feito alguns indivíduos trocarem a reflexão serena e crítica pelo proselitismo partidário cego, extremo e intolerante?

Entendemos que uma parte da esquerda maranhense (auto-denominação) não sabe como manter seu discurso anti-Sarney diante da aliança de Sarney com Dilma. Porque vai votar na Dilma e quer esconder a implicação direta do seu voto com o fortalecimento do poder dos Sarney no Maranhão.

Dilma é Sarney no Maranhão. Isso está comprovado! Sobram dados e provas!

Não se submeter à aliança Dilma/Sarney não é declarar voto a Serra. Pois ainda existem três outras opções: voto nulo, voto em branco e a abstenção.

O dado duro e seco é o seguinte: os donos da oposição ao sarneísmo não foram capazes, nos últimos 45 anos, de alcançar um nível de competitividade consistente e organizada. Quem achar que o Maranhão é assim só por força e obra de só um homem ou de uma única família está equivocado ou, no mínimo, com extrema má fé.

Infelizmente existem pessoas que fizeram suas carreiras apontando os erros dos Sarney e nada mais. Assim vivem até hoje. Discurso estandardizado: farto de denúncias e quase zerado de elementos propositivos. No fundo, vivem torcendo para que o grupo Sarney faça “algo”, pois sem isso os anti-sarney não vão ter o que dizer e nem como justificar sua existência e situação. É uma “oposição-fã”.

O que está faltando é uma reflexão séria e responsável sobre o futuro político dos que combatem essa dominação dos Sarney, levando em consideração que o PT está aliado a esse mando e os demais partidos de esquerda: PC do B, PSB estão apoiando Dilma e fazem parte do governo Lula. Fica de fora dessa situação a esquerda composta pelo PSOL, PSTU e PCB (auto-intitulada de verdadeira esquerda).
Para quem realmente quer tratar a sucessão presidencial de forma Política e séria, quem quer  pensar o futuro do Maranhão não pode ocultar a aliança Sarney/Dilma. Discutir honestamente e com inteligência esse cenário é o que importa agora!

sábado, outubro 23, 2010

ATEÍSMO ENVERGONHADO ATACA IGREJA PARA JUSTIFICAR VOTO EM DILMA

 
Primeiro. As “teses” de alguns intelectuais ou homens das luzes é uma farsa. Não é um olhar acadêmico, nem intelectual sério, mas um doutrinamento faccioso e apaixonado. Puro proselitismo revanchista de um ateísmo envergonhado. Tentativa covarde de querer justificar o voto pró-Dilma usando o suposto fundamentalismo católico como álibi. Isso é anti-serrismo ou anti-catolicismo? Para ser contra Serra não precisa atacar a Igreja. Isso tem nome: intolerância religiosa e anti-democracia.

Segundo. São dissimulados quando tentam dizer que não apóiam a candidata do PT e estão falando tão somente em nome de valores outros. Quais? Democráticos? Republicanos? O valor defendido por essa trupe anti-católica é a luta exacerbada pela manutenção do poder. Poder pelo poder.

Esses ataques indiscriminados contra a Igreja Católica não é defesa do Estado laico. Pois o Estado laico, em Democracia, garante a liberdade religiosa. A participação de religiosos nas disputas eleitorais não é tornar o Estado teológico, mas garantia da pluralidade da participação democrática. Esse tipo discurso laico anti-católico tem nome: stalinismo! Quem tem religião não tem cidadania? Católico não é cidadão?

Atacam os católicos em proteção à candidatura de Dilma. Ocultam que a pesquisa DataFolha mostra que a grande maioria dos católicos pretendem votar em Dilma. Sugiro a esses brilhantes construtores iluminados da ciência que vejam os dados do IBGE sobre a quantidade de católicos existentes no Brasil. Perguntem-se: como ela teria 56% dos votos sem os católicos? Qual a probabilidade disso ocorrer sem os católicos? É nítida a fraqueza acadêmica desse ateísmo envergonhado pró-Dilma. É legítima a opção por ela. Peçam voto para a dama, mas não tentem denegrir os católicos.

Terceiro. Comparar as posições da Igreja Católica atual aos da Igreja da Idade Média não é só puro deslize metodológico, mas cretinice “intelectual”. Se for para fazer um levantamento com a finalidade de produzir um balanço das ações da Igreja, vamos incluir todos os feitos e fases. Por exemplo, a Teologia da Libertação, a campanha do soro caseiro, a proteção, abrigo e financiamento de fugas de presos e perseguidos políticos no período do regime autoritário. O primeiro documento contra a escravidão moderna foi uma bula papal. Ou isso não vale agora?

A Igreja Católica não só se posicionou a favor da Anistia (1979) como também apoiou o movimento pelas Diretas . Foi uma iniciativa da Igreja Católica a inclusão dos três mecanismos de democracia semi-direta na nossa Constituição (1988): Referendo, Plebiscito e Iniciativa Popular. E por falar em iniciativa popular, adivinha quem trabalhou arduamente para colher as assinaturas para efetivar a Lei da Ficha Limpa (?). Pois é, também foi a Igreja Católica. Ela também está trabalhando na coleta de assinaturas para limitar a propriedade da terra em combate aos latifúndios.

Quarto. Quem é contra o aborto não defende a morte de mulheres em “clínicas clandestinas”, só a título de esclarecimento, não são clínicas, são matadouros. Quem defende a morte é quem defende aborto. Levar o aborto para uma clínica não clandestina não exclui a possibilidade de morte da mulher, nem elimina as possibilidades de provocar seqüelas físicas e, o que também é grave, as psicológicas. Além disso, vai continuar promovendo a morte de um indivíduo indefeso. Esse discurso pró-aborto anti-católico tem como principais aliados os segmentos machistas. Por que os machistas são a favor? Porque é cômodo deixar toda a tragédia de sexo sem responsabilidade sobre a mulher. Porque eles são irresponsáveis e não querem arcar com a paternidade.

O que a Igreja Católica defende é a Família, enquanto um grupo social formador, promotor de segurança e proteção e satisfação afetiva. Lugar de amor e solidariedade desinteressada. A lógica da Igreja é estabelecer relações duráveis e sexualmente responsáveis. A gestação é a forma como a vida humana se perpetua no planeta, não é algo de interesse de um só indivíduo ou gênero. É uma questão humana e não tão simples! Não é só legalizar.

Quinto (dos infernos). É uma vergonha querer demonizar a Igreja para justificar o voto na Dilma. Dilma politicamente é Sarney. Os Sarney são seus aliados preferenciais no Maranhão. Isso foi demonstrado exaustivamente no primeiro turno. Dilma e Lula pediram e exaltaram Roseana Sarney e João Alberto no horário eleitoral. Não viram isso?

O atual coordenador da campanha de Dilma no Maranhão é Ricardo Murad. Ele é o comandante supremo da campanha de Dilma nesse segundo turno. Ricardo tem feito as bandeiras petistas tremularem na rotatória do Caolho e deu seu mega-hiper-size-plus comitê para a campanha de Dilma. Esses são os fatos!

A questão LAICA é: Quem vota em Dilma vai ou não fortalecer a oligarquia mandonista dos Sarney? Vão se aliar ou não ao mandonismo por ordem de Dilma?

Não tem blá, blá, blá... Onde está a coerência? Como ser contra o mando dos Sarney e votar em quem está dando mais poder a eles? Ah tá, é a questão nacional, o projeto nacional, não é? Só estranho a invisibilidade do Maranhão nesse todo. Como a parte nunca aparece no todo? Não é complicado?

Os fundamentalistas são mesmo quem? Tem uma turma que só quer chocolate, não adianta guaraná. A coerência é medida pelos cargos e vencimentos pagos pela viúva!

Não sou Pró-Serra, não o acho um bom candidato (é ruim), tão pouco tenho alguma ligação com o PSDB, mas Serra é tão ruim politicamente quanto a Dilma. Considero-os péssimos candidatos e responsáveis diretos pelo rebaixamento dos debates políticos. “Nunca antes, na história do Brasil,” foi tão ruim escolher. Esse é o meu sentimento.

quarta-feira, outubro 20, 2010

CAMPANHA PRESIDENCIAL CAIU NA LAMA DO TIETÊ


Só uma pessoa muito desinformada ou de extrema má fé para não admitir que o nível do conteúdo das campanhas eleitorais estão baixos. Aliás, nenhum dos dois candidatos estão desempenhando um papel eleitoral em conformidade com a importância e da grandeza do Brasil. Não estão sendo, em nada, pedagógicos e úteis para reforçar os ideais republicanos e democráticos.

Para completar a política nacional está enquadrada no enfretamento de facções do centro-sul, particularmente dos grupos paulistas encravados na USP, Unicamp, UNESP, CUT, CGT,FIESP, Força Sindical, Folha, Estadão etc. Não bastando isso, veio os clãs artísticos, aqueles que são sempre os únicos beneficiados pelos grandes incentivos e patrocínios públicos, para completar o salseiros com um plus de puro estilo do absurdo. Pois, em conteúdo, até agora não trouxeram nada para melhorar o nível.

A dose mais contundente da fetichização do baixo nível está sendo promovida por renomados intelectuais, tucanos e petistas, que facciosamente e com pouca crítica tentam justificar as lorpices promovidas por essas candidaturas. Novamente vem a pergunta sobre o papel do intelectual na política. Ninguém quer uma neutralidade ingênua, porém, espera-se que os intelectuais não estabeleçam um culto às bizarrices do senso comum. Desconfio que esses intelectuais estão muito passionais ou relativizando demais. Sem dúvida, há algo de estranho.

Nós, cidadãos comuns, nos perguntamos: para que esses homens e mulheres passaram tanto tempo estudando? Esperamos dos intelectuais, no mínimo, uma abordagem mais consistente e criteriosa, que motive a elevação do discurso, das críticas e das análises.

A contribuição intelectual mínima seria apontar as questões mais relevantes para um debate público, sinalizar o que é verdadeiramente de interesse público nacional. Mas também fere e contribui para essa pobreza do debate político: a omissão de diversos intelectuais e cidadãos sérios.

“As sereias, porém, possuem uma arma ainda mais terrível do que seu canto: seu silêncio.” (Kafka)

Por que a discussão e a rivalidade não ocorrem sobre quem tem a melhor proposta para resolver questões de ordem pública: Segurança, Saúde, Educação, Transporte, Emprego, Previdência etc.? Por que não há avaliação de quem tem as melhores e mais viáveis propostas? O que tem ocorrido, ao contrário disso, é uma dedicação total pela ocultação do que é de interesse público, por exemplo: a situação da Previdência Social. Não é estranho tamanha dedicação e foco sobre a vida privada: o sigilo fiscal de Serra, a vida clandestina da Dilma?

Por que não se discute se são sensatas as propostas de José Serra, tendo em vista que elas representam mais 46 bilhões de gastos; será que a proposta de Dilma, que ancora a saída da pobreza no Programa da Bolsa Família é uma política pública consistente, de resultados duradouros? Devemos verificar se agora as pessoas SÃO menos pobres ou se apenas ESTÃO menos pobres com a Bolsa Família.
Por que o número de cadastro na Bolsa Família está aumentando? Como Serra vai reforçar as estatais? Como Serra ver o papel do Brasil no cenário internacional? Os mais de 350 deputados que apóiam Dilma representam uma segurança de governabilidade ou uma insegurança institucional, tendo em vista que é mais de dois terços da Câmara Federal? Essa tal maioria foi formada em torno de programa e afinidades ideológicas ou mero casuísmo do mercado das vantagens? O Lula reclama muito da imprensa, mas o que a Dilma vai fazer para democratizar as comunicações no país? Enfim, para onde o PT e PSDB querem levar o Brasil e o povo brasileiro? Como?

Até o momento, pelo conteúdo das campanhas, eles estão promovendo o maior rebaixamento do nível político já visto desde a redemocratização, coisa que a extrema-direita sempre quis, mas jamais consegui sozinha. As crias da esquerda brasileira intelectualizada estão empurrando nossa política para a lama do rio Tietê. Política sem cultivo de ideais republicanos e democráticos é a “política” do perigo.

O Brasil merecer mais do que isso!

terça-feira, outubro 19, 2010

290 JOVENS PRESOS: A QUESTÃO DA PREVIDÊNCIA

MAIS DE 290 ESTUDANTES FORAM PRESOS NA FRANÇA EM SEIS DIAS DE MANIFESTAÇÕES. A onda de protestos contra a reforma da previdência tem sofrido repressão do Governo. Os jovens secundaristas, que ainda não chegaram ao mercado de trabalho, e diversas categorias estão ocupando ruas. A estimativa é de mais de 800 mil pessoas por ato. Diversos serviços estão paralisados e pode faltar combustível.

Até agora Sarkozy, presidente da França, insiste em manter o projeto de reforma que eleva a idade de aposentadoria, que passa de 60 para 62 anos de idade. A votação desse projeto está marcada para quarta feira no Senado francês.

O Governo francês alega que a expectativa de vida aumentou e que a previdência vai quebrar se não elevar a idade de aposentadoria. Os trabalhadores em atividade e os jovens que sonham em entrar no mercado de trabalham são contra tal medida. Mais de 70% da população apóia os manifestantes.

ENQUANTO AQUI...

No Brasil a expectativa de vida tem aumentado nos últimos 20 anos. A população envelheceu mais e nossos aposentados não têm um padrão bom. Para a grande massa dos nossos aposentados e pensionistas a situação é difícil. Recebem valores irrisórios e uma grande parte volta a buscar uma vaga no mercado de trabalho, mesmo como subempregado.

No Brasil, os dois candidatos à Presidência da República, estranhamente, ainda não abordaram com seriedade essa questão. Pois temos milhões de jovens desempregados, jovens que vivem de um estágio a outro sem nunca se efetivarem, sem ter formalizada sua situação profissional e empregatícia.

Essa ocultação da situação da Previdência no Brasil por parte dos candidatos soa como alerta de perigo. A omissão dessa questão nos debates não deve ser mero esquecimento. A Previdência é um problema hoje na maioria dos países. Por que não se discutiu nada sobre isso até agora? Nesse ponto, tudo indica, deve ter uma profunda concordância entre PT e PSDB. Jovens brasileiros desempregados... fiquem atentos!

Foto tomada de empréstimo da: France24.

segunda-feira, outubro 18, 2010

O PT NA OPOSIÇÃO CONTINUARÁ AJUDANDO O BRASIL A AVANÇAR


O PT foi um forte componente na vida política brasileira desde a redemocratização. Foi uma das mais atuantes entidades políticas e esteve à frente de diversos acontecimentos importantes.

Foi, na oposição, um agente incansável na luta por direitos humanos e por transparência na esfera pública. Fez o melhor papel de oposição que um partido já fez no pós-1984. Errou, sem dúvida, mas teve momentos relevantes.

O PT fez um dos melhores governos da vida republicana. Consolidou o avanço econômico do país, gerenciou a ampliação da nossa inserção no mercado exterior, alavancou diversos setores, especialmente da construção civil, foi o que mais criou universidades, manteve e ampliou os auxílios sociais.

Por outro lado, engessou os movimentos sociais, não ampliou os mecanismos de transparência, esteve envolvido nos mais diversos escândalos, não radicalizou a democracia, não motivou o ethos republicano e, imitando o PSDB, formou um campo de aliança que abrigou os setores e personagens mais reacionárias, fisiológicas, patrimonialistas e corruptas da vida política brasileira. Também não se empenhou em prol da reforma política e da reforma tributária. Deixou a desejar na área de saúde e não fez avançar a democratização das comunicações. Além disso, vai deixar os brasileiros com os juros mais altos do mundo. Mas foi o melhor governo eleito democraticamente até agora.

Se for para oposição, o PT, provavelmente devolverá ao Congresso brasileiro uma atuação oposicionista mais qualificada e aguerrida. Dará mais ativismo aos movimentos sociais e às organizações sindicais. Principalmente porque muitos companheiros terão que retornar a faina. Sem os salários pomposos dos cargos de confiança, uma leva significativa de companheiros terá que readequar seu consumo e voltar a se preocupar com imposto, reajuste salarial e juros.

É óbvio que esse retorno não vai ser para todos, pois uns já estão com a idade avançada, outros muito obesos/refinados para passeatas e outras atividades fora dos gabinetes e cerimoniais. Também não retornarão os que ascenderam socialmente de forma extraordinária, passando de comerciário para comerciante, de funcionário público para milionário e de militante para consultor.

Por isso, o Brasil continuará avançando, mesmo se o PT for parar na oposição. Pois, se isso acontecer, o próximo Presidente será obrigado a ter um governo transparente e negociador. Agora o PT, mais do que ninguém, sabe como o sistema opera e se realimenta. Mas se a companheira ganhar os companheiros continuarão nos ambientes climatizados do poder (engordando).













domingo, outubro 17, 2010

ONDE FOI PARAR A CAUSA


Que projeto? Não há projeto de res publica. Há projeto de séquito, nada mais que a defesa fanática pela permanência no Poder. O verdadeiro fundamentalismo religioso do momento tem nome: o partidarismo de base stalinista.

Que república seria essa onde o bem público fica sob tutela de um partido e da família de seu aliado? Que república existe onde o controle mútuo e publicidade são esvaziados? Quem acredita em república cheia de atos secretos em entidades públicas? República cheia de favorecimento aos amigos e parentes? Que república comporta a existência de cidadãos incomuns (acima das leis)?

Você sabe quem realmente controla o setor energético brasileiro? É um controle público ou um controle familiar/partidário? O setor energético é o setor que mais carece de transparência e precisa ser investigado. Precisamos saber o que realmente está atrás das usinas termoelétricas.

Que avanço democrático existe quando a maioria formada é composta pelas frações mais reacionárias e que serviram ao autoritarismo?

Colocar uma pessoa na Presidência da República sem lastro popular, sem história de militância democrática e sem experiência em cargo eletivo é muito perigoso. Sem gozar de prestígio popular e sem carisma vai ter que depender efetivamente dos favores de uma maioria parlamentar constituída basicamente no casuísmo. Isso é um risco institucional. Portanto, a maioria parlamentar, desenhada para o próximo período Legislativo, é fruto de um avanço da extrema-direita.

Essa maioria tão festejada é composta por reacionários de extrema-direita que estão colocando seus apoios do lado que consideram mais fácil de controlar e colocar na condição de refém. Esses são os piores aliados que alguém pode ter. Essa maioria não vai apoiar, mas corroer. Vão cobrar caro e estão sedentos de retribuições. Certamente aparecerão com um saco de emendas constitucionais para desfigurar nossa Constituição cidadã.

Conheça um pouco do PP e faça uma reflexão. Principais membros: Esperidião Amim (Conselho Consultivo), Paulo Salim Maluf (Conselho Consultivo), Francisco Dornelles (Presidente/Conselho Consultivo), Waldir Maranhão (Vogal), Ibrahim Abi-Ackel (Membro Efetivo do Diretório Nacional).

Dornelles foi o autor da “emenda de redação” que alterou o texto da Lei da Ficha Limpa. O resultado dessa manipulação tem gerado longas discussões e pouco resultado prático. Ele queria beneficiar o seu companheiro de partido Paulo Maluf.

O momento não é bom. Nunca foi tão difícil escolher. A lista de erros e ilícitos é grande dos dois lados. A diferença está na experiência com cargos eletivos, no tamanho das coligações e na quantidade de personas perigosos que cada uma tem.

O que espanta é para onde eles estão indo. Ambos carregam semelhanças nas suas origens. Mas os seus apoiadores de hoje não são nada compatíveis com as causas que outrora diziam defender. Assemelham-se cada vez mais aos que diziam combater. A relativização de princípios ficou cada vez mais brutal. Hoje estão ladeados pelos fósseis da ditadura e compõe com a extrema-direita.

No entanto, compreendo que é mais sensato apostar em quem vai ser Presidente, mas com uma significativa oposição no Parlamento (oposição mais homogênea) e submetido às negociações abertas com as casas parlamentares.

É muito perigoso eleger alguém ao cargo de Presidente com uma maioria “amiga” enorme no Parlamento, pois as negociações tendem a serem acertadas em bastidores. As negociações, com certeza, não serão nada republicanas. Principalmente quando a maior parte dessa maioria é composta pelos setores mais reacionários e golpistas da nossa política.

Para que a vida política fique protegida do horror é preciso colocar valores Republicanos e Democráticos acima dos interesses de partido. Partido é parte. Sempre será uma versão muito particular do interesse geral. É preciso sentir o interesse geral para além do partido, no eco coletivo dos cidadãos e das instituições democráticas e republicanas. Sem visão geral, fica-se preso ao universo sectário da entranha partidária e a tendência é caminhar para o horror.

A experiência histórica registra que o fundamentalismo partidário, a supremacia do ethos partidário gerou o Horror. Esse fanatismo partidário baniu a Política como meio de sustentação da vida e instaurou a violência. Eis as matrizes desse fundamentalismo partidário: nazismo e stalinismo. Quem suprime valores republicanos e democráticos em prol de caprichos partidários está reproduzindo o ethos do horror.

O Partido tem que ser mecanismo auxiliar para realização de metas democráticas e republicanas, não pode ser um fim em si mesmo. Torna-se uma ameaça terrível a ambição do poder pelo poder, sem nenhum propósito de servir às causas públicas.
Estamos diante de uma destruição das coisas públicas e da Política quando as ações passam a ser conduzidas para a satisfação particular do séquito. Viciado nas mordomias financiadas pelo erário público, ele perde em número e grau as referências de moralidade pública e virtude cívica.

Quem defende Democracia e República não pode concordar com isso. Viva a Democracia, a República e o Brasil! Vote contra os que apóiam a continuação do atraso no Maranhão! Não alimente o que alimenta o teu pior inimigo!

quarta-feira, outubro 13, 2010

Tribunal alemão considera urnas eletrônicas inconstitucionais

Texto publicado em:   http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4070568,00.html

Urnas eletrônicas na Alemanha: inconstitucionais, segundo corte máxima
O Tribunal Constitucional Federal alemão anunciou que uso de computadores no processo eleitoral de 2005 no país foi inconstitucional.

Dois milhões de eleitores alemães não precisaram fazer, nas últimas eleições federais realizadas no país, no ano de 2005, um "x" na cédula eleitoral, mas escolheram seus candidatos usando uma urna eletrônica. Segundo o Tribunal Constitucional Federal, sediado na cidade de Karlsruhe, isso fere o direito básico de garantia de uma eleição pública.

"A eleição como fato público é o pressuposto básico para uma formação democrática e política. Ela assegura um processo eleitoral regular e compreensível, criando, com isso, um pré-requisito essencial para a confiança fundamentada do cidadão no procedimento correto do pleito. A forma estatal da democracia parlamentar, na qual o domínio do povo é midiatizado através de eleições, ou seja, não exercido de forma constante nem imediata, exige que haja um controle público especial no ato de transferência da responsabilidade do Estado aos parlamentares", afirmou o juiz Andreas Vosskuhle ao anunciar a decisão do tribunal.

Formas de controle

Para a corte máxima alemã, um "evento público" como uma eleição implica que qualquer cidadão possa dispor de meios para averiguar a contagem de votos, bem como a regularidade do decorrer do pleito, sem possuir, para isso, conhecimentos especiais.

No processo eleitoral tradicional, isso nunca foi um problema. Uma vez que o voto tenha sido depositado na urna, qualquer pessoa pode acompanhar de perto a contagem junto ao domicílio eleitoral. Manipulações, nesses casos, são difíceis, uma vez que podem a qualquer momento ser descobertas.

Resultados não foram anulados

O que não ocorre no caso das urnas eletrônicas, em que o eleitor simplesmente aperta um botão e o computador, horas mais tarde, expele um resultado. O cidadão comum, neste caso, não tem meios para apurar possíveis erros de programação ou manipulações propositais. Neste sentido, acreditam os juízes alemães, houve, com o uso da urna eletrônica nas eleições de 2005, uma transgressão das leis que garantem o pleito como um fato público.

O tribunal, contudo, não chegou a anular os resultados do pleito realizado há mais de três anos, baseando-se no argumento de que não há indícios que levam a crer que tenha havido qualquer mau funcionamento nas urnas eletrônicas usadas naquelas eleições.

Martin Roeber (sv)



domingo, outubro 10, 2010

EDUCAÇÃO SEXUAL PARA PROMOVER PRAZER E VIDA E EVITAR A MORTE!


Acho plausível discutir situações de aborto, mas sou contra o aborto. Sou a favor da liberdade sexual, mas com responsabilidade.
O ato necessário para que o aborto possa ser efetivado é, antes de tudo, a forma como ela/ele (tem sempre a outra parte,não podemos esquecer) praticaram sexo. Sem o sexo, que gerou a concepção, não teria o aborto. Não tem aborto sem gravidez. É necessário, mas não é suficiente. Os fatores que levam uma mulher a tal prática são variados. Muitos não são congruentes.
Considero mais eficaz combater a causa do que tentar corrigir a partir das conseqüências. Muitos marxistas defensores do aborto não entenderam as críticas feitas por Marx aos neo-hegelianos: sobre o que era a causa e o que era a conseqüência. No fundo, estão tomando conseqüência como causa e, o pior de tudo, reproduzindo o “praticalismo liberal”.
Nenhuma mulher estaria correndo os riscos de um aborto se a prática do sexo fosse com responsabilidade. Já foi constatado que a gravidez crescente na adolescência não é por falta de informação. Pelo contrário, as entrevistadas (e os entrevistados) afirmaram que conheciam os meios anticonceptivos. Isto é, só a informação não muda comportamento. O que muda comportamento é a Educação.

Imagina quantos abortos (em potencial - clandestinos ou não) uma a senhorita poderá fazer ao longo da vida se não mudar de comportamento, se ela e o parceiro não forem sexualmente responsáveis.
As pessoas que praticam sexo estão destituídas de responsabilidades? Podem disseminar HIV em nome da liberdade individual de não querer usar preservativo? Podem engravidar n vezes porque vai ter o SUS para fazer o aborto “seguro”? Existem casos e casos, por isso acho que é cabível discutir algumas situações em que o aborto deva ser praticado. Mas não faço defesa do Aborto!
Se a defesa de tal atitude tem como base única a hiper-valorização da liberdade individual, mostra como  essa leitura é superficial e nada rigorosa. Primeiro, porque tenta ver de forma isolada algo que não é produzido fora de um contexto social: o indivíduo livre. Segundo, para além do prazer, o sexo está vinculado a um processo que é crucial para a perpetuação da espécie e, conseqüentemente, a vida social. Onde fica o discurso ecológico nessa hora? Por que então condenar a morte de animais para a alimentação humana?
“A Liberdade não é apenas a oportunidade de fazer o que queremos; nem é apenas a oportunidade de escolher entre alternativas fixas. A liberdade é, em primeiro lugar, a possibilidade de reformular as escolhas existentes, discuti-las – e então, a oportunidade de escolher. É por isso que a liberdade não pode existir sem um maior papel da razão humana nas questões humanas.
Além disso, o problema da liberdade é o problema de como são tomadas as decisões sobre o futuro das questões humanas, e quem as toma” (Wright Mills).
Portanto, a prática do sexo traz conseqüências que atingem todo o conjunto da sociedade e interfere no espaço público, tais como disseminação de doenças, crescimento populacional, perpetuação da espécie, aumento dos custos hospitalares (todos os contribuintes pagam os tratamentos com seus impostos) etc. Falo da vida na sua condição de interdependência.
“Não é apenas de informação que precisam – nesta Idade do Fato, a informação lhes domina com freqüência a atenção e esmaga a capacidade de assimilá-la. Não é apenas da habilidade da razão que precisam – embora sua luta para conquistá-la com freqüência lhes esgote a limitada energia moral.
O que precisam, e o que sentem precisar, é uma qualidade de espírito que lhes ajude a usar a informação e a desenvolver a razão, a fim de perceber, com lucidez, o que está ocorrendo no mundo e o que pode estar acontecendo dentro deles mesmos”. (Wright Mills)
Para quem defende a vida é mais coerente defender investimos para uma educação sexual que mude o comportamento. Educação que seja capaz de produzir atitudes que concilie prazer e responsabilidade, que garanta a vida e não banalize a morte! Gozar sem ter que matar!
Com isso, não só as pessoas serão mais livres sexualmente para a prática meramente prazerosa do ato sexual, como estarão protegidas de traumas e tragédias contra seus corpos e contra seu campo emocional. O bom gozo deve ser conseqüente, principalmente quando está em jogo a vida, a saúde e o interesse coletivo!
A vida é algo muito sério para ficar dependendo de escolhas isoladas, ou nas mãos de alguns poucos! Quem verdadeiramente pode decidir sobre a vida? E por qual motivo?

sexta-feira, outubro 08, 2010

pequenas notas

Estado laico não é sinônimo direto de Estado Ateu;



Ver o todo e as partes é uma exigência para crítica e análise;


Cristão que não pensa posições políticas arrisca sua liberdade de fé.

terça-feira, outubro 05, 2010

YES, NÓS SOMOS OS MESMOS


Não consigo creditar tantas culpas ao povo. Como democrata aceito a vontade popular. Mas isso não quer dizer que não conteste resultados. O resultado é uma coisa e vontade popular é outra. A vontade popular só existe onde há possibilidade de participação livre e com poder. Isso exige que o processo tenha lisura.
No Maranhão... A accountability horizontal é ineficiente e o controle mútuo é fragilizado pela omissão cúmplice. Na forma de “favores entre amigos”, não servindo a A ou a B, mas servindo a si mesmos. É uma teia mesclada de parentela e sociedade Ltda. Todos tem um parente ou parenta casada com um mandão, os mandões casam entre e si e são sócios em diversos negócios. Esse sangue atravessa todas as esferas.
A oposição ainda joga acreditando “como o jogo deveria ser” e não como ele é disputado. Tem uma fé quase cega na transparência institucional. Isso é tão forte que não faz pressão sobre os agentes estatais. Não há nenhuma tentativa de reforçar o controle democrático através das forças sociais.


Tem quem acredite em papai Noel. Eu, não acredito nisso. Prefiro o exagero da desconfiança que a mais tênue ingenuidade. Certa vez ouvi de um repórter, recém-falecido, como o resultado de uma eleição foi moldado independentemente do que queria a vontade popular. Perguntei se ele ainda pretendia escrever sobre isso etc., respondeu-me negativamente e completou: “Ele me disse, mas não tenho provas e ele está morto!” O informante simplesmente era um Cardeal do grupo favorecido. O mais bizarro dessa história é o local onde a manipulação foi feita. Nada contra quem acredita em papai Noel, mas o modelo de urna brasileiro não pode ser auditado. Veja: http://votoseguro.org/ e http://blogs.diariodonordeste.com.br/egidio/urnas-eletronicas-brasileiras-sao-rejeitadas/

Onde tem mão de gente nem precisa ter enchente para jaboti subir em árvore!

Infelizmente a oposição é muito previsível (nós somos previsíveis). Os donos do poder sabem que “se a diferença for pouca a oposição aceita”.

Acredita-se demais que “tem que saber perder”. É algo tão forte entre nós que já nos acostumamos com derrota e perder de pouco é considerado bom!


Nome aos bois. Quem não viu a grande contribuição de Castelo? Primeiro, omitiu-se e depois foi ensaiar um apoio na televisão, mas que na prática não era apoio nenhum a Jackson. Jackson poderia ter atingido os 22% se tivesse efetivo apoio de Castelo. Segundo, Jackson bebeu e nos fez beber do seu próprio veneno. Tudo isso foi criado pelo Jackson: a - quando ressuscitou Castelo; b – quando fez um péssimo governo (nos dois anos de governador). Jackson fez tudo errado e acobertou erros. Entre elas a lei do Cão. Para completar ainda defendeu essa lei no primeiro e último debate. Os desastres de governo e o personalismo de Jackson ajudaram também a eleger João Alberto. O lançamento da candidatura de Roberto Rocha para o senado detonou a candidatura de Zé Reinaldo (será que foi vingança?). Por que Roberto Rocha não foi ser vice de Jackson? Não considero o senhor Roberto Rocha um laranja, pois não fingiu nada. Ele tem marca genética do sarneísmo. Há autenticidade no DNA.


O jargão pedestista de Ilha Rebelde perdeu força e Jackson caminhava sob uma rejeição enorme! O povo viu o que ele fez com policiais e professores! Além disso, há tempos São Luís foi dominada pelos rincões, que juntos formam um mar de gente. Esse povo-massa não tem nada a ver com aquela São Luís de azulejos, greve de 51, greve de 79, cobra encantada etc. Isso é papo cabeça de blazer e flâneur em café filosófico. O mundo real desse povo-massa é outro.


Agora Inês está morta! Muitos estão felizes com a pouca diferença da derrota! Realmente Sarney sabe o gado que tem! E o gado não muda! Desde meu nascimento ainda não vi alternância de poder no Maranhão. Já faz um tempão que nasci. Como não acredito em reencarnação...
Vale lembrar o Millôr: “Nada é tão ruim que não possa piorar!”

sábado, outubro 02, 2010

AS VOZES NO CAMINHO


Fui a diversos lugares. Cheguei mais distante do que imaginei. Uma superação em termos de condições físicas.
O mais importante foi o contato e a presença diante do eleitor. Ouvi. Foi isso que mais fiz. Muitos fazem discursos sucessivos e ininterruptos. Eu ouvi e percebi o quanto as pessoas sabem como solucionar os seus problemas. O problema é que nunca são ouvidas. Nem são atendidas. O povo sabe o que o faz feliz. Esse intenso aprendizado sobre a visão do nosso povo na contemporaneidade foi uma aquisição significativa nessa campanha e já é uma recompensa fabulosa.
Constatei in loco a existência do Maranhão Parabólico, onde as notícias e propagandas eleitorais são de outros estados. Portanto, o controle da mídia não advém só do fato de poucas famílias serem donas de todas as emissoras e manipularem as informações de acordo com as suas conveniências, mas também por não permitir acesso a nenhuma informação do nosso estado.
O Maranhão é um dos estados brasileiros com maior repressão às rádios comunitárias. A desinformação e a falta de liberdade de expressão assim são mantidas em benefício do mandonismo político.
Graças à força da oralidade, de sermos conversadores, que algo de diferente e contrário às versões dos donos do poder pode chegar ao diversos cantos do estado. Felizmente a notícia corre: motos-taxistas, motoristas de vans, caminhoneiros, motoristas de táxi-lotação, as pessoas que viajam constantemente completam a rede viva de difusão de notícias livres. O Maranhão precisa ter voz!
O Maranhão é maravilhoso em potencialidades, podemos ainda crescer muito e ter um desenvolvimento significativo e com qualidade. É triste constatar que ainda nos deparamos com situações precárias de sobrevivência e baixa qualidade de vida.
Percebi a forte inventividade do povo através da pluralidade dos arranjos produtivos. O nosso povo não preguiçoso e nem sem criatividade. O que existe é abandono. Estão entregues à própria sorte. Não há ações governamentais para gerar implementos tecnológicos e melhoria da produção. Enfim, muitas potencialidades desperdiçadas.
Fiz o caminho e o fiz de forma correta. Sem ilusões e na firme convicção de que a vitória eleitoral destituída de vitória política não é fruto de expressão da vontade livre e cidadã. Pois não traduz os anseios coletivos. Não nasce de nenhuma vontade enraizada na coletividade. Precisamos garantir que a participação popular seja com Poder. Só assim a maioria decidirá realmente.
Resta o agradecimento sincero e a convicção que precisamos continuar nessa luta em prol do Maranhão, em prol da renovação política. Precisamos inclusive estabelecer uma NOVA OPOSIÇÃO! Até a oposição precisa mudar no Maranhão.

Muito Obrigado!
DEUS É FIEL E VERDADEIRO.



















 SEM PROPOSTAS - ELEIÇÃO PRESIDENCIAL 2022 O que tem movido os eleitores brasileiro diante das candidaturas à presidência da República este ...