terça-feira, dezembro 28, 2010

LULA E O TREM DA HISTÓRIA: GOOD BYE, BLUE SKY

ANTES
Ainda é cedo... para uma avaliação mais apurada do que foi esse período Lula. A extensão desse período carece de tempo para ser sintetizado...
As conseqüências mais significativas só serão percebidas depois de um certo tempo. Só após essa maturação poderão ser melhor identificadas e mensuradas! 
Nada melhor que o juízo histórico! 
O tempo conserta muitas coisas... Até certos concertos...
Good bye, blue sky...!!! 

AGORA...


sexta-feira, dezembro 24, 2010

UNÇÃO VERMELHA

O campo político possui complexidade própria, singularidades. Longe de ser um totem (canguru, camaleão etc.), como alguns intelectuais pensam, o senador Sarney é simplesmente um político brasileiro, cujo padrão difere bem pouco do existente (em grande volume) em todas as regiões do Brasil desde o Império. O que o difere é que nenhum outro teve tanto tempo de fama nem estruturou de forma tão sistemática e profissional o mandonismo.

Hoje o senador Sarney é um senhor que já demonstra as marcas do desgaste físico de 80 anos vividos. Carregou, como qualquer outro, as marcas de seu tempo, mas, teve a habilidade de perceber as oportunidades que se abriram em cada nova conjuntura. Sempre pondo à frente o princípio da sobrevivência, cedeu, negociou e ajustou-se, quando necessário.

Por outro lado, soube, e sempre fez com constância, remover, abortar e diminuir a ascensão dos adversários. Engessou mais de quatro gerações, que ficaram na periferia do poder ou excluídas. Impediu, sem medir esforços, qualquer renovação do quadro político fora de mando ou sem sua tutela.

Temos hoje uma classe política e uma elite política muito velha, não só pela faixa etária avançada, mas pela força dos novos que já nascem velhos (velhacos). É velha também pelo esgotamento, descompromisso, falta de idéia e vontade para responder positivamente aos graves problemas vividos pela sociedade maranhense.

Quem já teve o trabalho de conhecer a biografia do senhor José Sarney encontrou: ex-deputado federal, ex-senador pelo Maranhão, ex-governador do Maranhão, senador pelo Amapá, presidente do Senado e ex-presidente da República. Isto é, uma vida inteira ocupando mandatos eletivos. É isso mesmo, cargos por meio eletivo. Onde reside a força desse voto?

Para completar seu conteúdo curricular, o senador Sarney foi ungido pelo companheiro-mor Luiz Inácio Lula da Silva: “O Sarney foi meu companheiro fiel, leal das horas difíceis”. “Cidadão incomum” (título nobiliárquico).

Quem já observou sabe que o senador tem como marca ser leal aos que são leais a ele.
Quem mudou? Foi Sarney quem pulou de lado? Foi Sarney quem mudou de cor? Ou foi Lula? Ou foram ambos?

Na verdade tudo mudou. Parafraseando Heráclito... O mesmo Sarney não banha duas vezes no mesmo PT. Ou o mesmo PT não banha duas vezes no mesmo Sarney.

Resta saber se a unção é igual à unção dos enfermos. E para quem...
Eis a “dialética” do “SEMPRE”!

(Publicado originalmente em 08/12/2007. http://ethospolitico.zip.net)

quarta-feira, dezembro 22, 2010

O PAPAI DO CAPITAL


Antes do Cristianismo, bem antes, já existiam comemorações no atual período natalino cristão. Isto é, o dito mundo pagão tinha suas celebrações "natalinas".
O processo civilizador cristão acabou colocando ao mundo o Natal como nascimento do Cristo. Fundando um novo marco temporal, um novo tempo. Porém, a modernidade, a sociedade da mercadoria universalizou o velho culto pagão e confrontou o nascimento de Jesus diante do capitalismo. 
Desde então o enfrentamento é entre Fraternidade, solidariedade, caridade fraterna, desapego material, amor pautado na humildade versus o afeto quantificável, materializado na mercadoria, no ter para poder ser, no crediário, no cartão de crédito, no lucro e na concorrência de mercado.
Papai Noel não representa uma mera sobrevivência dos antigos cultos pagãos, mas a mais avança tecnologia de marketing capitalista. O Gordo bonachão faz caber todos os fetiches da mercadoria em um só saco e pode ser associado a qualquer bandeira de cartão de crédito. Sem nenhum constrangimento é feliz vendendo, anunciando o brilho do consumo sob a oração: Master Visa, Master Dei!
Se tem alguma constribuição valiosa de Marx, outro velho barbudo, é a ironia que fez sobre o fetichismo da mercadoria. O fetichismo da mercadoria é uma das mais dramaticas formas de desumanização, transformar o que há de mais humano, os sentimentos afetivos, em coisa.
Marx e os marxista compreenderam o fetichismo da mercadoria como um tragédia do capitalismo, mas cada vez fica mais evidente que é um drama da humanidade.  

FELIZ NATAL... GRAÇA, LUZ E AMOR A TODOS OS LEITORES...
O GRANDE PRESENTE É TER A CAPACIDADE DE AMAR O PRÓXIMO...ISSO NÃO TEM PREÇO!
OBRIGADO PELAS VISITAS CONSTANTES... OS LEITORES ESTÃO AUMENTANDO!
MINHA GRATIDÃO!

quarta-feira, dezembro 15, 2010

O Maranhão Lava Mais Branco


Depois de inúmeras inaugurações e re-inaugurações de óticas... a antiga Ilha das Flores, posteriormente também Ilha dos Amores, tornou-se a Ilha dos Deficientes visuais (quase ou totalmente cegos). Só lembrando: óculos é um bem durável... não se troca todo dia, nem todo mês.

Bem... chegou o momento que não tinha mais onde enfiar ótica... Veio então a idéia das farmácias, nossa... Baita sacação do capo. Começou a florar farmácia em cada quarteirão de bairro, nos shoppings e às margens das avenidas.

A Ilha dos Cegos agregou mais o status de enfermos medicados. Parece que o povo trocou alimento por remédio. Mas também faltou lugar para tantas farmácias...

A próxima e bem aventurada idéia foi as revendedoras de automóveis. Esses não precisaram inaugurar tantas outras lojas, só necessitavam multiplicar extraordinariamente as vendas. Recordes e mais recordes de vendas. Nem as lojas de carro de São Paulo vendiam tanto carro como aqui... Tinha até um pop-star-car. Celebridade da venda de carro!

Os cegos alimentados por remédios estão todos com automóveis. A Ilha dos Cegos, medicados, motorizados não estava completamente acabada. Algo estava faltando para turbinar essa dinâmica...

Eis que numa bela manhã, sob uma árvore mágica, o capo viu cair uma folha com uma planta baixa gravada nela. Condomínios verticais e horizontais proliferaram em todos os cantos, dunas, alagados, aterros, bancos de areia. Apartamentos milionários; todos vendidos na planta. Sucesso imobiliário total. Apartamentos mais caros do que os construídos nas áreas nobres de São Paulo.
Os cegos, medicados e automobilizados contemplam o mundo do alto das sacadas de seus belos apartamentos.  

Apesar de tanta perfeição, o capa, percebeu que algo mais poderia ser feito, principalmente com tantos carros circulando, não era suportável um número tão baixo de postos de combustíveis. A partir dessa iluminada percepção, no mínimo, dois postos de combustíveis foram inaugurados a cada mês.

Algo bem compatível. Se o povo já está saciado de remédio e óculos, nada melhor que fazer limpeza com gasolina. Como o abastecimento de água é precário, a multiplicação dos postos de combustíveis talvez seja uma medida extraordinária em prol da saúde pública. Esse afortunado povo vai poder lavar e banhar com gasolina.

Mas como a realidade não é perfeita, há sempre algo para fazer. Então o capo viu que era preciso ampliar a rede de hipermercados. Como num conto de fadas... surgiram seis no intervalo de três anos. Em  nenhum ramo da atividade produtiva e empresarial houve registro de expansão tão rápida e volumosa. Tem de tudo nesses hiper-armazéns.

Diante de tantas coisas grandiosas e milionárias emergem, em contraste, os indicadores sociais e econômicos do Maranhão, registrados pelo o Ipea, IBGE, Unesco.  É só ver para entender a mágica!!!

A fartura de óculos não deu jeito na “cegueira” das autoridades responsáveis pela fiscalização e repressão a tais mágicas. Em nenhum outro lugar se lava tão fácil e tão tranquilamente como aqui.

domingo, dezembro 12, 2010

OS QUE VIVEM DA POLÍTICA


Há os que vivem para a política... e os que vivem da política. Na lógica dos que vivem da política... sua participação tem valor monetário. Portanto, seu representante-parlamentar acaba sendo caro para seu bolso e nefasto para o interesse geral.

A representação enquanto expressão de uma vontade coletiva e a representação da própria coletividade que a expressa, assume, cada vez mais a forma de um serviço, ato de venda de um serviço, pura ação mercadológico e comercial. Não traz mais marca de virtude cívica: servir à causa pública. Sua liberdade de expressão e participação gera um custo no do mercado eleitoral.

Além de aposentadorias diferenciadas e um regime de trabalho pra lá de ameno e flexível.... Os senhores do poder ainda gozam de um virtuoso salário. Agora bem maiores, com os expressivos aumentos que pretendem conceder a si mesmos. Os parlamentares vão votar, antes do recesso, um reajuste de 61,8% nos vencimentos de senadores e deputados federais. Ano novo, governo novo e salário gordo!

O elitista Richelieu não suportava a idéia dos pobres participarem do poder. Por isso, defendia a gratuidade do cargo público para evitar que os pobres ocupassem cargos públicos. O objetivo de Richelieu é antidemocrático, mas a idéia da gratuidade pode ser aproveitada, não para excluir pobres, mas para barrar os que querem viver da política, sugando-a.

sábado, dezembro 11, 2010

Liberdades








Em Diálogo em torno da República Maurizio Viroli e Norberto Bobbio travam um debate sobre as distintas liberdades: liberal, democrática e republicana. A liberdade negativa (liberal) se baseia na ausência de impedimento, já a liberdade republicana pauta-se na não submissão à vontade arbitrária de outro indivíduo e, por fim, a liberdade democrática cujo fundamento está na autonomia (vontade) de poder decidir quais as normas que devem reger a vida social, que se autodetermina (“não conformista que raciocina com a própria cabeça, é imparcial, não cede a pressões, adulações, promessas de cargos” – Bobbio).
Quanto ao Brasil, me parece, carecemos de todas essas liberdades, principalmente as de tipo republicana e democrática.
O Maranhão...é impossível  até imaginar....

terça-feira, dezembro 07, 2010

FATOS PONTUADOS


PROMESSA PÚBLICA É DÍVIDA COM O PÚBLICO – Senhora Governadora Roseana prometeu construir 72 hospitais até o final desse ano. Ninguém vai comprar legalmente isso? Trata-se de uma promessa pública! Quando ela disse que ia construir até o final do ano, estava e devia estar falando enquanto Governadora. Pois um candidato não pode construir. Como o mandato só começa em janeiro, não poderia ser promessa de campanha da candidata, mas da governadora. É ato impossível um candidato realizar obras públicas antes das eleições e antes de assumir o cargo, que só ocorrerá no ano seguinte. Portanto, foi a Governadora que fez uma promessa pública e deve prestar conta publicamente da realização ou não de tal promessa. O melhor Governo da vida dela (mas não vai ser de nossas vidas).

NENHUM CENTAVO – Lula onipotente disse que não cortará nenhum centavo do PAC, ora o PAC já é um imenso corte, mais da metade está virando obras inacabadas, bem reprise do que ocorreu no final da Ditadura Militar. O outro detalhe é que ele ainda não percebeu que acabou, que fora da Presidência não vai ter mais como exercer as funções de Presidente. É preciso acordar para a forma impessoal do poder da Presidência. Em final de mandato, todos encontram um motivo para não obedecer. Presidente, o mandato acabou!

A MORTE DA ILHA REBELDE – Castelo como prefeito de São Luís soa com vingança das forças reacionárias. Logo ele que oprimiu as frações que representavam a rebeldia da ILHA. Castelo prefeito de São Luís simboliza o enterro da ilha literária, politizada e crítica. É a própria feiúra que passou a imperar na cidade, que perdeu sua face, sitiada por um mar de gente destroçada pela miséria! Eis a massa sobre a qual foi moldada a morte da Ilha Política, Atenas Brasileira. O cartão postal fúnebre é a Biblioteca Benedito Leite fechada e em ruína.

São Luís carece de uma intervenção urbanística maciça, precisa criar novos espaços de circulação, lazer e vivência pública. A cidade precisa de novos marcos arquitetônicos e culturais, o que não implica abandono do que existe, pelo contrário, fortalecê-los em um outro patamar. Castelo é o estereótipo do político tradicional mandão, cheio de falatório e performance exótica, que desdenha do conhecimento e da razão. Quem contribuiu para matar a Ilha Rebelde? Jackson Lago! Ele foi o que mais barganhou com essa ideologia e também foi o que deu o golpe mais mortal sobre ela.

Jackson ajudou decisivamente Castelo a se eleger prefeito de São Luís. Com isso, não só absolveu o maior ícone da anti-rebeldia, mas ajudou decisivamente o sarneísmo a consolidar o ideário do homogêneo e do indistinto. Isto é, todos são iguais. O que resulta na seguinte questão prática: para que recusar os Sarney se todos são iguais?

Castelo, para completar a obra de matar a Ilha Rebelde, agiu de forma decisiva para Roseana ser bem votada em São Luís e evitar o segundo turno na eleição de 2010. Garantindo a vitória para Roseana. Com isso hegemonizou o modelo do atraso, anti-progressiSta, anti-esquerda, anti-republicano e anti-democrático. Tudo que a Ilha Rebelde sempre detestou. Castelo/Roseana vão fortalecer o clientelismo, o patrimonialismo, o nepotismo, o filhotismo, o clã familiar e a anti-meritocracia.

OS MORROS E OS BOBOS – Passado o calor do entusiasmo, da esperança de ver os governantes agirem em prol da segurança e do bem estar coletivo, vem o frio crítico racional. Cadê aquelas levas de marginais armados que foram filmados fugindo ou andando em fila indiana pelas favelas antes do “cerco”?

Olhando em detalhes e através das reportagens recentes, nota-se que é preciso investigar o “cerco”. Saber como tantos bandidos desapareceram e quase ninguém foi preso ou morto. Já são visíveis as falhas, que nada mais foram que facilitações cúmplices com o crime. Colocar as Forças Armadas dentro de uma armação dessa precisa ser repensado, ou colocar as Forças Aramadas á frente e no controle, pois senão vai servir de tola diante o esquemático sistema infiltrado na polícia carioca que tem ligações com o crime.

“O cerco” não foi um cerco diversas rotas e vias de fuga foram deixadas sem vigilância e controle, parte de mata e até pedreiras. Galerias ficaram livres para a circulação dos bandidos e inúmeros moradores já denunciaram que propina.

Vejamos: como o serviço de inteligência não sabia que lá houve obras do PAC, que se tratava de galerias, os acessos das mesmas e suas dimensões? Por que as pedreiras e tantos outros pontos não vigiados? Por que os helicópteros não continuaram filmando a rota e deslocamento dos bandidos? Por não se efetivou logo a ação de subida e durante o dia? Quem ordenou o adiamento? A noite foi usada para facilitar as fugas? Cadê as correntes de ouro que os bandidos usavam? Cadê a grana da comercialização da droga? Cadê a droga? Só tinha maconha lá? Por que não estão utilizando cães farejadores? O Governo fez acordo com os bandidos? Quem inventou que tem anunciar para o bandido a hora que vai ocorrer o ataque e o equipamento que vai ser usado? Nós não merecemos o papel de bobo em período natalino.

sábado, dezembro 04, 2010

A PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA CONSERVADORA




Na obra “Persistência da Memória”, de Salvador Dalí, os relógios aparecem como se estivessem em derretimento. Dotados de tal elasticidade vão assumindo formas diversas, ajustadas às superfícies das estruturas sobre as quais estão pousados. Aderem mansamente aos cantos e curvas do meio.
Se Salvador Dalí teve tal idéia pensando sobre a estrutura do queijo Camembert, para representar a irrelevância do tempo, Florestan Fernandes (em A Revolução Burguesa no Brasil, 1974), por sua vez, concebeu tal cena refletindo como no Brasil as antigas estruturas de poder se flexionam visando a perpetuação no controle e no mando político, tornando quase irrelevante a passagem modernizadora do tempo.
Os fósseis do mandonismo e do atraso estão aí mesmo para provar.

quarta-feira, dezembro 01, 2010

DARWINISMO POLÍTICO LULISTA

Em Estreito (MA) - Lula protagonizou uma cena inesperada para quem vai sair da Presidência com um índice de aprovação altíssimo, "nunca visto antes na história". Então, que fez o Presidente ficar tão irritado no Maranhão? Por que estava tão inquieto e sem humor?

Quem pensa que a irritação de Lula foi só com a pergunta sobre a “oligarquia Sarney” está enganado. O Presidente também não foi nada tolerante quando teve que responder sobre as mensagens do wikileasks, que revelam farpas entre dois ministros seus.

No ápice de sua irritação, Lula enganchou o evolucionismo e a política em só sopro de repente. O que devem ter pensado, no além, Platão, Aristóteles, Maquiavel e Darwin? Difícil saber, mas deve ter ocorrido um ai, ai, oiô, oiô ou algo assim. Aqui, é óbvio, virou uma tese na cabeça da Marilena Chaui.

Lula estabeleceu, no Maranhão, essa nova teoria evolucionária, partindo do pressuposto que tudo que é contra Sarney é um estado atrasado, ou estágio inferior da evolução política. Não bastando ele crer, quer que todos acreditem na sua crença. Lula detesta ser contrariado.

O homo sarneyus, segundo Lula, seria o estágio mais avançado da evolução política, o ápice do zoon politicus.

Nessa concepção evolutiva vale tudo para permanecer no poder, sobrevivem os mais espertos, os mais sem coerência e os que mais fogem de princípios.

Lula tem vários méritos, mas a irritação não vai tirar da sua biografia que foi o Presidente mais fiel ao maior oligarca depois de 1930 e a herança mais destacada do período ditatorial. Eis o genuíno darwinismo político lulista!

Nem todos têm essa evolução ou querem merecer tal coisa! Muitos são os que preferem a situação primitiva da coerência e da não-relativização de todos os seus princípios!
Eis a questão, Presidente!

 SEM PROPOSTAS - ELEIÇÃO PRESIDENCIAL 2022 O que tem movido os eleitores brasileiro diante das candidaturas à presidência da República este ...