quarta-feira, dezembro 24, 2014

Votos de sorte aos órfãos: política maranhense


Sempre desejei a alternância por dois motivos simples: 1- convicção democrática; 2- ver os Sarney fora do poder. Sobre esse último motivo explico: uma longa permanência no poder não permite a existência da alternância. Nasci, cresci e envelheci vendo apenas eles no poder, isso produziu em mim uma sensação de paralisia. O tempo parecia em colapso, o horizonte estático uma agonia em relação ao devir. Nunca foi ódio e nem nada mais. Tudo pela simples crença em democracia. 

Mas sempre caminhei desconfiando, suspeitando e tendo cuidado. Passei a minha vida toda observando de perto os adversários de Sarney, os que se colocavam como a negação do que ele foi politicamente. Logo, logo vi que só ser contra (anti) não superava nada e que 90% desses adversários eram vazios em propósitos e compromissos públicos. Outros tantos não possuem nenhuma densidade moral que sustente o seu discurso de moralidade. 

O tempo passou e muitos sobreviveram sob o mando de uma suposta dignidade, sem referência histórica, estabelecida como dádiva mística pelo fato de se dizer anti-Sarney. Isso foi um dos maiores fatores da nossa miséria econômica e política. Porque o Maranhão desde 1965 passou a viver em torno de suposições, mitos, fantasmagorias e muitas mentiras de todos os lados. Não-racionalidades, Inconsciências, Superstições, Demagogias e Obscurantismos. Caldo delirante que deixou o Maranhão cair a índices absurdos de miséria e ausência de vida decente. 

A saída dos Sarney do comando político do estado é bom para os Sarney, por mais que possa parecer estranho. Também é bom para o Maranhão, pois é uma possibilidade real do estado começar a ver suas condições/situações de forma menos fantasiosa, quebrando algumas correntes mitológicas que alimentam certas ilusões. 

A partir de 2015 vamos ter a oportunidade de descortinar o que é realmente o atraso e suas causas. Daí poderá ser medida a exata medida do que tem a oposição de diferente e qualitativamente melhor aos Sarney. Será agora uma prova concreta. O governo Jackson, interrompido por cassação, não possibilitou o descortinamento do real tamanho dos nossos vícios e o grau de competência dos que sempre se opuseram aos Sarney. As condições historicamente estão montadas: a prefeitura da capital e o governo do estado estão aparentemente no controle de um mesmo grupo político. Sobre o que foi até agora o governo municipal de São Luís nem vou comentar no momento (vou aguardar a hora certa).

Cabe ressaltar o caráter tardio dessa vitória da oposição sobre os Sarney. Há tempos a continuidade do controle sarneísta tinha como principal aliado a força da inércia promovida pela oposição. A oposição atestou seguidas vezes sua incapacidade de articulação e mobilização para disputas competitivas. Não era só Sarney querer permanecer..não somente isso, era também a falta de adversários para disputar efetivamente na competição eleitoral. O anacronismo do sarneísmo era oriundo do próprio atraso da oposição no Maranhão. 

Ser só oposição era cômodo para muitos e isso rendia frações eleitorais e monetárias, coisas consolidadas, sem risco e sem ter que prestar contas ao povo, sem o risco de ser responsabilizado. Agora vai ficar mais fácil delinear e mensurar o tamanho do legado dos Sarney em termos de negatividade e positividade. O que há de real, de delírio, de mentira e farsa vão ganhar nitidez para o bem ou para o mal da oposição, que passa a ser situação agora (governo). 

É certo que o poder entorpece pela possibilidade de "fazimento", vantagens, regalias e gozo da supremacia da vontade. Exatamente nesse aspecto vejo como ganho para os Sarney o fato de terem perdido o governo do estado. Agora eles vão poder experimentar mais o que é a realidade para além das forças dos leões. É certo que o guarda-chuva eleitoral montado em prol de Dino não será suficiente para acomodar as frações demandantes por espaço no campo políticos nos dois próximos anos. 

Em termos de projetos políticos,alguns só serão viável se saírem de debaixo da sombra de Dino, o que exige descolamento em direção de posições mais independentes. Isso vai ser uma necessidade para aspira a prefeitura de São Luís, Senado e Governo do Estado. A fila de quem acha que tem prioridade é grande e uma grande leva de desejosos não gozará de exclusividade para alavancar sua candidatura. Quanto mais negociado for o processo de diminuição dessa lotação debaixo desse guarda-chuva montado para a eleição de Dino, melhor será para a renovação e ampliação do campo político maranhense em termos de opções, variedade.  Que isso ocorra em benefício do interesse público.

Cabe, como finalização, desejar votos de sorte aos órfãos do sarneísmo e do anti-saneísmo que passaram suas vidas fazendo dessas correntes uma forma de ofício. Que 2015 seja um momento de novas oportunidades e que todos vocês encontrem novos meios de vida. Pois não vão ter como sobreviver dizendo que o legado do sarneísmo vai perdurar por mil anos. O Pronatec pode ser útil. Sorte, sorte! 


Natal e outras compras mais


São Francisco na sua humildade, simplicidade e amor criou o presépio como maneira de ensinar a importância do nascimento de Jesus. Enfeitar e engrandecer através dos tempos um marco fundamental: Deus na Terra, Deus Encarnado, Deus Feito Homem, mesmo sendo onipotente e eterno. O Natal é o brilho do humano pela divindade. 

É certo que celebrações já existiam nessa data, também carregadas de simbolismos e sentidos, mas é o Natal cristão que fez o mundo inteiro ter uma data memorial. 

O feriado natalino foi, ao longo do tempo, encorporado pela comércio, que passou a estabelecer as cores, os objetos e gestos do natal para qualquer credo e sem necessidade de credo. Como um "encanto" as mercadorias e as compras consomem mais tempo e atenção do que a devoção espiritual. É um simplificação da racionalidade instrumental a favor da economia. A satisfação e o sentido da vida tem uma equivalência monetária etiquetada. A vida e os produtos são para ser consumidos e descartados. 

O Natal cristão é de algo que não se consome, não se descarta porque é de esperança e da vida que não é consumida com a morte, é sempre vida.

Feliz Natal... paz e graças!  

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