Apesar do Maranhão nunca ter sido batizado de estado-fascista, é a unidade político-administrativa
que mais tempo vem sustentando uma política na forma de espetáculo. O poder foi posto em cena e convertido em ritualização publicitária, tanto na fórmula “romana”
adulterada: do circo e circo, como pela via da força midiática, usada pelos governos.
Sucessivamente os programas de governo e os
pronunciamentos dos governantes não passam e de meras peças publicitárias, em sedução e fantasia. Trata-se de um processo contínuo de espetáculos de sedução, onde governar é seduzir, é manter o povo entorpecido por promessas grandiosas, atos e
obras megalomaníacas, frutos não do planejamento ou da percepção das prioridades dos negócios públicos, mas de rompantes, vaidades e idiossincrasias.
O
altíssimo gasto público com publicidade deixa inequívoco seu caráter
predominante na forma de governar. Mitos, fantasias, falseamentos, apelos sentimentais e a exploração do medo, promessa de amparo e proteção são elementos recorrentes no preenchimento das peças publicitárias, que são transformadas em alimento para os
anseios políticos, já totalmente despolitizados.
A
ritualização pública dos feitos, inverídicos ou falseados, tem sido a tônica da
publicidade do governo municipal de São Luís, cujo ocupante se convenceu que
pode a todos convencer, porque acredita que suas versões fazem a realidade ser
o que ele bem quer que os outros vejam. Estado mental análogo ao dos líderes de
regimes autocráticos que, em surtos agudos de personalismo, viam-se como
pessoas especiais, portadores de uma revelação e uma verdade superior. Assim
age o atual prefeito de São Luís. Ele está convencido de que sabe convencer e por
isso a realidade não influi no juízo das pessoas.
Qual
a qualidade de gestor público ou que projeto de governo Castelo possui? O
prefeito de São Luís na ausência desses requisitos prende a atenção do eleitor
e tenta levar a opinião pública a tratar de uma matéria que não sua: o humor do
poder. Buscar entreter fazendo galhofa, ridicularizando e caricaturando as
questões públicas, ao passo que traveste sua raiz autoritária e hereditária do
Golpe Militar de 1964 assumindo o papel de um humorista, de um piadista ou
stand-up. Isso tudo para que o Castelo real: autoritário e truculento seja
ocultado por uma pessoa “engraçada”.
Nesse cenário circense, a estética do horror "político" se impõe ao debate
público: o ilusionismo toma o lugar das questões públicas. Ao invés do
compromisso público e do gestor público/estadista aparecem, respectivamente, a piada e
uma pessoa exótica de cara pintada! É
por isso que o fascismo é uma constante ameaça às democracias!