Toda vez que saio do Maranhão
fico mais triste, porque constato a perversidade que se lançou sobre o nosso estado.
Lá de fora podemos observar a nossa situação em contraste com a situação dos outros.
Nesse exercício comparativo, nada prazeroso, as nossas precariedades ficam mais
nítidas e facilitando o entendimento sobre os motivos do Maranhão ser o estado campeão
de miséria e atraso.
Durante a procissão do Círio de Nazaré,
em Belém, fiquei observando a estrutura montada e o nível de organização
presente durante todo o evento. Esforços da prefeitura, governo estadual,
empresas privadas, igreja, organizações da sociedade civil, forças militares e
policiais. Enfim, Estado, Igreja e sociedade civil estavam mobilizados para
garantirem a segurança e a liberdade religiosa (assegurada
constitucionalmente). Além do apoio de empresas da inciativa privada como a
Vale e Unimed.
Logo vi que famílias inteiras
fazem a caminhada, em fila indiana ou lado a lado. A consequência disso é que
as crianças e idosos participam também. Ora, isso não seria possível se o
evento não apresentasse as condições mínimas de segurança e estrutura aos participantes.
Aí cabe, sem dúvida, a ação responsável de Governo. O Estado é laico, mas reconhece e valida as
manifestações religiosas do seu povo.
Gratificante foi ver que logo após a
missa os trabalhadores da limpeza pública começaram a limpar as ruas e já no
começo da noite tudo já estava limpo.
Agora vamos ao Maranhão. No
bairro Cohatrac, na cidade de São Luís, tem um Círio de Nazaré, uma versão do
Círio de Belém, em menor proporção, mas seguramente uma das maiores festas
religiosas do Maranhão, o que se pode constatar foi exatamente a falta de
responsabilidade pública, principalmente, pela estranha falta de energia. A
CEMAR estava ocupada com o MARAFOLIA, evento promovido pelas empresas da
família da governadora. Resultado é que a energia só voltou no Cohatrac bem
tarde, à meia-noite. Lá no Marafolia, o evento privado e com fins lucrativos, sobrou amparo do erário público e o pronto atendimento da CEMAR.
Mas isso não é um caso isolado,
recentemente o governo estadual simplesmente se omitiu de oferecer segurança na
romaria dos motoqueiros, no Festejo de São José de Ribamar Durante todo o
percurso, 23 km, não tinha uma única viatura da polícia e tão pouco policiais
fazendo a segurança dos romeiros que seguiam a pé. Assaltantes aterrorizaram os
devotos ao longo da rodovia. Além dos acidentados ficarem lá sem nenhum
socorro.
Recentemente tivemos outro
exemplo de descaso, desta vez no Festejo de São Raimundo Nonato dos Mulundus,
município de Vargem Grande, precisamente no dia da romaria dos vaqueiros até a
capela da Paulica. Os devotos dividiam a BR 222 com motos, caminhões, carros,
cavalos etc. Tudo isso sem policiamento, sem sinalização especial, sem agentes
de trânsito no trecho onde está localizada a capela. Aconteceu o óbvio:
acidente e morte.
Tanto o Círio de Nazaré (desde 1700), São Raimundo Nonato dos Mulundus e São José de Ribamar são manifestações da religiosidade popular. No Círio foi um caboclo (filho de português e índia) que achou a imagem em um igarapé; Ribamar a imagem foi encontrada por um pescador e em São Raimundo é a própria camada popular que se auto-santifica, tornando Santo o vaqueiro Raimundo, morto quando corria atrás de uma vaca. O vaqueiro teria batido a cabeça em uma palmeira de carnaúba e morrido. O fato ocorreu no povoado Mulundus, próximo a um igarapé. Na tradição popular dizem que ele virou santo e que seu corpo foi levado para o Vaticano. Tudo coisa do povo e para o povo.
Pois bem, o Círio, em Belém, atrai mais de 73 mil turistas, move R$ 500 milhões da economia local e ainda recebe um acréscimo de 26 milhões de dólares, originado pelo o que os turistas gastam no período. Fonte: Dieese/Paratur.
O MARAFOLIA é um evento privado, apoiado pela poder público, onde só os Sarney lucram. É a livre iniciativa sem capital de risco e sem capital privado.
A Secretaria de Turismo do Maranhão só serve para abrigar desalojados ou sem mandato, como Tadeu. Nada faz para explorar o turismo e oferecer suporte às manifestações e expressões locais. A única manifestação apoiada é o Boi Barrica, presente no Natal, no Carnaval, no São João etc. e tal.
Tanto o Círio de Nazaré (desde 1700), São Raimundo Nonato dos Mulundus e São José de Ribamar são manifestações da religiosidade popular. No Círio foi um caboclo (filho de português e índia) que achou a imagem em um igarapé; Ribamar a imagem foi encontrada por um pescador e em São Raimundo é a própria camada popular que se auto-santifica, tornando Santo o vaqueiro Raimundo, morto quando corria atrás de uma vaca. O vaqueiro teria batido a cabeça em uma palmeira de carnaúba e morrido. O fato ocorreu no povoado Mulundus, próximo a um igarapé. Na tradição popular dizem que ele virou santo e que seu corpo foi levado para o Vaticano. Tudo coisa do povo e para o povo.
Pois bem, o Círio, em Belém, atrai mais de 73 mil turistas, move R$ 500 milhões da economia local e ainda recebe um acréscimo de 26 milhões de dólares, originado pelo o que os turistas gastam no período. Fonte: Dieese/Paratur.
O MARAFOLIA é um evento privado, apoiado pela poder público, onde só os Sarney lucram. É a livre iniciativa sem capital de risco e sem capital privado.
A Secretaria de Turismo do Maranhão só serve para abrigar desalojados ou sem mandato, como Tadeu. Nada faz para explorar o turismo e oferecer suporte às manifestações e expressões locais. A única manifestação apoiada é o Boi Barrica, presente no Natal, no Carnaval, no São João etc. e tal.
A Vale existe também no Maranhão,
mas só patrocina o arraial do Convento das Mercês e dos Shoppings. Isto é, só
patrocina coisas que sejam do agrado dos donos do Maranhão. A Unimed também
está presente no Maranhão, mas no Maranhão fica aquém do é em outros estados,
além de não patrocinar nada do povo. Como se não bastasse, ainda fez uma falsa
promessa de colocar em funcionamento um hospital próprio. Enfim, os donos do
Maranhão também nos tornaram motivo de chacota para o resto do país e um povo
sem direito a respeito.
Para completar os nossos
descaminhos em série, de forma festiva e “glamourosa”, a senhora governadora
(pela quarta vez no posto) passeou em um carro da marca Nissan. Objetivo
público disso? Nenhum. Resultado de Governo? Também nenhum. Ganho para o
desenvolvimento do Maranhão? Nenhum. Pura diversão pessoal na hora do
expediente e do exercício das funções públicas conferidas ao Poder Executivo. Conclusão:
o Maranhão está sendo corroído por um vazio governamental.
Enquanto a Nissan só serve no
Maranhão para alimentar a insensatez, no Rio de Janeiro, na cidade de Resende,
a Nissan vai construir sua primeira fábrica no Brasil, com investimento
previsto de R$ 2,6 bilhões, a previsão de funcionamento da fábrica é para 2014.
Em seguida a JAC Motors (chinesa) anunciou a instalação de uma fábrica na
Bahia, com investimento de R$ 900 milhões, com previsão de funcionamento para
2014.
O que o povo do Maranhão ganhará
até 2014? Nada! Nada que seja em seu benefício. O saldo vai ser essa miséria já
que nos assombra.
Porém, a boa justiça é a Divina.
A Misericórdia não é para premiar os perversos, mesquinhos e gananciosos. O que
é de César será dado a César, isto é, cada um receberá o que lhe é próprio (o
que produziu).
Com Fé e Graça sobreviveremos e
venceremos a essa praga que assola o Maranhão!