CANÇÃO PARA IR PARA
O EXÍLIO
(OU PARA SE ASILAR
DE VEZ)
Minha terra tem pilantras,
Onde ninguém pode sonhar.
As verbas que aqui chegam
Nem chega a se aplicar,
Pois são abafadas pelas mãos grandes,
Viciadas em ocultar.
Nosso céu não tem lá essas estrelas;
Nossas várzeas estão sem flores,
Nossos bosques têm poucas vidas,
Porque foram devastados
Para soja e eucalipto se plantar.
“Em cismar, sozinho, à noite,”
Mais falcatruas eu encontro cá;
Minha terra tem palmeiras importadas
Plantadas nas rotatórias,
Mas só para as verbas desviar.
Minha terra tem picaretas e lacaios
Que não encontramos em outro lugar;
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais safadeza encontro cá.
“Não permita Deus que eu morra,”
Sem que veja o povo se libertar
E que coisa pública sirva
Para a vida do povo melhorar.
Obs.: Texto composto sem a menor
preocupação com métrica, com todas as licenças poéticas possíveis e sem nenhuma
certidão do “politicamente” correto.