sexta-feira, setembro 23, 2016

Educação: notório saber do conservadorismo, do anacronismo, do autoritarismo e do aulismo

Eu venho denunciando o modelo atual de ensino há tempos. Defendo que deva existir mudanças no ensino Médio, Fundamental e Superior.  Isso não quer dizer que apoie qualquer tipo de mudança. Por outro lado, não vou fazer oposição a uma mudança só por ser uma proposta de um governo ao qual me oponho, sem analisar o mérito e o conteúdo da proposta (só ser contra por ser contra).

Boa parte da contestação manifestada contra a proposta de mudança no ensino, encaminhada pelo governo Temer, não passa de uma oposição sistemática. Trata-se de um mote que foi agarrado com unhas e dentes pelos recém saídos do poder e que se encontram agora descalços, sob sucessivos escândalos de corrupção, no chão frio de uma oposição. Falando mais diretamente: os petistas, seus associados e auxiliares. 

Vivemos um momento miserável da nossa vida política, fruto de uma anti-política, que tem um binômio doentio que o produz. O binômio tem de um lado a ausência de um autêntico espírito liberal (principalmente político e jurídico) e, do outro lado, o anacronismo e conservadorismos dos autonominados como esquerda e direita no Brasil. Essa combinação é mortífera aos interesses da sociedade brasileira e constitui um entrave a uma real mudança e à predominância de ideias inovadoras. O estado doentio começa diante do fato que eles não pensam nada consistente para o Brasil (onde queremos chegar e o que devemos realizar em termos de ganhos coletivos e humanos). 

A discussão que eclode é dominada pelos reacionários de esquerda e direita que nada mais fazem que liberar suas vaidades e mesquinharias e só isso. Não é por Educação que brigam, o que fazem é um enfrentamento cego por poder (tirar ou não tirar o que favorece a cada um em particular).

A questão primeira sobre mudança no ensino é: o que está vigorando presta? O nível educacional está bom? Eu considero que NÃO. O ensino está piorando em todos os aspectos e sentem as consequências imediatas os alunos, os professores e os gestores escolares. E, óbvio, isso tem consequência para a sociedade. 

É preciso mudar? SIM. Não podemos mais continuar alimentando esse monstro que está aí. 
Só eliminar disciplinas resolve? NÃO. Mas essa quantidade estúpida e sem racionalidade de disciplina é contra o aprendizado. E o tal calendário escolar? Outra estupidez e insanidade, que só serve para produzir o aulismo (excesso de tempo em sala e na escola, que não significa aprendizado e nem aperfeiçoamento. Só produz stress, cansaço e fadiga no jovem, na criança e no professor). É um tempo mal gasto para aprender e para obter aperfeiçoamento. Resultado o aluno verdadeiramente não tem tempo para o que fundamental que é o aprendizado, porque ele não teve tempo de descanso, não teve tempo para fazer uma boa leitura e nem para assimilar e refletir o que leu. 

O que também é grave e ninguém fala é a indústria do material escolar, o esquema das editoras de livro de didático e livrarias. Os conteúdos, a infinidade de disciplinas segue uma lógica de maximizar o lucro desse setor. E só serve para isso em grande parte!  

Sou contra e considero improdutivo uma criança e um jovem ter uma quantidade elevada de disciplinas. Quatro disciplinas por semestre seria o ideal (mas isso não é fácil fazer). Sou contra esses conteúdos extensos de Matemática, Física, Química, Biologia, Geografia e História. Não só isso sou também contra os conteúdos e extensos de Sociologia e Filosofia. Da penúltima posso até falar mais. Na maioria dos casos o que é fundamento sociológico não é dado. Assim como as categorias filosóficas mais importantes não são trabalhadas. Na verdade o tempo é gasto com textos temáticos e exercícios de opiniões, desprezando o argumento fundamentado. 

Além disso, muitos professores que ensinam sociologia no ensino médio não possuem formação em Sociologia e tão pouco tem domínio sobre teoria sociológica e nem sabem o que é o tal raciocínio sociológico. Não sabe como e onde a Sociologia pode ser uma ferramenta (discussão longa..paro aqui). Retirar é a solução? A questão também não está relacionada ao conteúdo trabalho e qualificação e responsabilidade profissional? 

Só retirar disciplinas não é suficiente, é preciso qualificar os profissionais e enxugar  os conteúdos, mais do que isso, melhorar os conteúdos

Tem que existir parâmetros e maior objetividade em torno do que é Fundamental para a formação pretendida. Qual conteúdo é essencial para cada etapa da formação? É isso que primeiramente tem que ser dito.  Porque isso deve ficar associado ao tipo de formação pretendemos no Brasil.

Tem algo menos dramático... para efetivar a tal mudança? Certamente tem. Mas toda e qualquer mudança é traumática, porque de alguma forma mexe com algum tipo de privilégio (posições consolidadas que rendem vantagens).

Tenho um tênue desenho, carente de aprofundamento por estudos... que traduzo da seguinte maneira: 

Ensino Médio
Primeiro ano: Matemática, Português, Língua Estrangeira, Química, Física, História e Geografia; 
Segundo Ano: Matemática, Português, Língua Estrangeira, Química, Física, História e Biologia; 
Terceiro Ano: Matemática, Português, Língua Estrangeira, Biologia, Sociologia, Filosofia e Geografia.

Observem: o Aluno só teria duas disciplinas por dia e a sexta feira seria sem a aula formal e de livre escolha do aluno em que participar. A grande mudança seria no conteúdo, mais enxuto e dado de forma concentra e menos concentrada. É um absurdo querer especializar o jovem em uma quantidade enorme de disciplinas e em várias áreas do conhecimento no Ensino Médio. Lógico que devem existir outras ideias e até bem mais consistentes...  

O terror que emerge dessa discussão sobre a MP da mudança do ensino é fruto do autoritarismo alimentado por essa esquerda anacrônica e por essa direita anacrônica. Tudo tem que ser obrigatório. Sabe? Tem que existir um parâmetro curricular nacional, mas isso tem que ser mínimo mesmo. Tem que acabar com esse fascismo... de uma totalização disciplinar por parte do Estado sobre o ensino. Não seria mais interessante falar em mais liberdade às escolas e aos pais dos alunos sobre o que seus filhos devem estudar e como estudar? É necessário existir flexibilização das matrizes curriculares e mais espaço para a existência de academias e escolas autônomas e de livre pensar. 

Bem, isso é um palpite existem pessoas muito mais especializadas nessa área, mas assim como Frota, eu, enquanto cidadão, tenho direito à manifestação de pensamento sobre questões dessa ordem. 

Chega dessa gaiola de ferro! O jovem tem que ter mais tempo livre para viver o que aprendeu! Tempo para Viver! 

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