O Maranhão tem um erro de soma incrível. A conta não bate. Há tempos venho comentando e tentando chamar a atenção para o fato. Mas todo meu esforço foi inútil até agora.
Em que consiste essa conta tortuosa? É bem simples dizer como é a fisionomia, mas muito difícil detalhar o funcionamento e constituição do erro. Em resumo é o seguinte: No Maranhão tem riquezas, empreendimentos e empresas de portes incompatíveis com a potencialidade do mercado consumidor. Isto é, são negócios que não têm condições de sobreviverem às custas do mercado local. Fica então a questão: como sobrevivem? Logo vem uma alternativa de resposta: sobrevivem graças ao mercado externo. O que significa dizer que somos um estado altamente exportador.
A verdade não é bem essa. A exportação é basicamente assentada em minério e isso não tem gerado distribuição de riquezas e nem oportunidades maiores de lucro para além da Vale e da Alumar. Basta ver o índice de empregabilidade dessas empresas.
Os dados sobre renda e ocupação mostram um mar de gente exprimida entre 0 a 3 salários mínimos. Quem está na faixa de 10 salários mínimos constitui uma elite, parcela pequenina da população. Os baixos salários indicam para concentração de renda, mas não explicam o porte de algumas riquezas e como certos indivíduos posam de empresários. Principalmente quando observamos que essa massa de assalariados são, em grande porção, funcionários públicos: municipais, estaduais e federais. O que mostra o quão dependente é o mercado dos salários dos funcionários públicos. O comércio não tem condições de se manter só com os assalariados dos empregados na iniciativa privada. Onde está então o capital produtivo? Como aparecem esses megas empresários da "iniciativa privada"? O que sustenta a prolifera desse rito de ostentação: helicópteros, caminhonetes, carrões, apartamentos caríssimos etc. ?
Outra tentativa de explicar é apontar os repasses e distribuição direta de renda através de programas sociais. É certo que quase 50% de cada R$10,00 que circula no Maranhão não é riqueza aqui produzida. Porém, esses repasses que visam distribuição de renda e combater a extrema miséria, não deveriam estar produzindo mais concentração de renda e nem manter empreendimentos que se apoiam no alto consumo, em venda de produtos e artigos de luxo. Então como surgem esses empresários e essas empresas lucrativas em um mercado como esse?
Eis o capitalismo bolinha... Pois é, como diria os marxista, o capitalismo é hegemônico, sem dúvida a nossa economia desemboca no sistema geral, porém, aqui nem tem e nem nunca se constituiu uma fração social propriamente burguesa, enquanto lógica e estilo de vida. Não muitos arremedos disso, o que é a livre iniciativa aqui, sem atrelamento ao governo aos esquema políticos? Sem proteção política é difícil vencer uma licitação, conseguir financiamento mesmo nas entidades bancarias estatais. Como essas riquezas surgem?
Em grande monta são empresas lavanderias, lavam e alvejam os tecidos conseguidos pela pilhagem do Estado. São riquezas que não são constituídas estritamente pelos meios regulados e consentidos. É um montante híbrido de negócio lícito (só de fachada) e acúmulos oriundos de superfaturamento, de propina, corrupção, agiotagem e, pasmem, de assaltos e demais crimes correlatos. Não há mágica quando a questão passa por soma e subtração. Onde se produz X riqueza não pode aparecer riquezas equivalentes a X +4. Pois elas teriam que receber um aditivo originado em algum lugar. A origem? Recursos públicos que não chegam ao seu destino e nem cumprem a sua finalidade. Como consequência temos a inexistência de serviços essenciais e obras essenciais em mais de duas centenas de municípios.
Tudo isso que foi dito não é suficiente para explicar a complexa teia dessa promiscuidade criminoso com o modelo hegemônico de mercado. Trata-se um densa e complexa teia produtora de riquezas sem capital produtivo e apoiada em diversos crimes.
Por outro lado, os homens de capa preta ficam operando, no silêncio do gabinete, a omissão cúmplice, que gera uma ciranda de impunidades e injustiças. A esse endinheirados não cabe o termo burguês, não chegaram a tal patamar, pois são notórios boçais.. Bolinhas da vida e seus impérios!
Tudo isso que foi dito não é suficiente para explicar a complexa teia dessa promiscuidade criminoso com o modelo hegemônico de mercado. Trata-se um densa e complexa teia produtora de riquezas sem capital produtivo e apoiada em diversos crimes.
Por outro lado, os homens de capa preta ficam operando, no silêncio do gabinete, a omissão cúmplice, que gera uma ciranda de impunidades e injustiças. A esse endinheirados não cabe o termo burguês, não chegaram a tal patamar, pois são notórios boçais.. Bolinhas da vida e seus impérios!