Décadas atrás alguns analistas políticos acreditavam que uma aproximação do PT e do PSDB formaria uma hegemonia de centro-esquerda... Décadas se passaram... O PSDB, em um lance de alianças sem escrúpulos com a direita e a extrema-direita, barganhou dois mandatos de Presidente da República.
O PT seguia insistindo com a candidatura de Lula à presidência. No entanto, deu também sua guinada à direita e ampliou seu campo de alianças de forma sem censura. Veio a fase é permitido permitir. Lula chegou e barganhou dois mandatos e ajudou eleger seu sucessor, a atual Presidenta, como ela mesma define o cargo que ocupa.
Enfim, o sonho de união em prol de uma hegemonia de centro-esquerda deu sinais de morte. Nesses mandatos tucanos e petistas todos os fósseis do período autoritário reinaram freneticamente, livres,leves e soltos (literalmente).
A hegemonia de centro- esquerdo via PSDB e PT foi enterrada. No entanto, a aproximação ou afinidades começam a ganhar força entre essas duas legendas.
Pode-se dizer que a lista fechada proposta para a reforma eleitoral é uma declaração de amor e afinidade profunda, de ambos, com os velhos oligarcas.
A lista fechada é um passo autoritário para reforçar as oligarquias e possibilitar maior abuso poder econômico. Vai fortalecer o caciquismo partidário e desestruturar ainda mais o crivo popular.
O que fortalece partido é sua atuação continuada e proativa junto à sociedade, é sua atividade mobilizadora e integradora de demandas sociais. Pois é assim que pode, legitimamente, reivindicar a condição de porta-voz de diversos segmentos sociais e de seus interesses.
No contexto da sociedade brasileira atual isso é um retrocesso no processo de ampliação e fortalecimento da soberania popular.
O PT e PSDB estão demonstrando que aprenderam muito nos anos de parceria com os reacionários das diversas frações da classe política brasileira. Agora a hegemonia vai de direita para a extrema-direita, com certeza. A lista fechada promete!