Li no jornal O Estado do Maranhão, nesse último domingo (27/10/2013), a seguinte declaração do senador José Sarney:
"Eu sempre digo que nasci no século XIX. O Maranhão na minha juventude ainda era quase igual ao tempo da Colônia e do Império".
Dizem as sucessivas biografias do senador que ele nasceu em 1930. O Brasil Colônia oficialmente teve fim em 1822 e o Império foi desmontado pelos "republicanos" em 1889.
Muito interessante esse destaque feito pelo senador quanto a possibilidade de falta de sincronia dos tempos, particularmente entre tempo cronológico (físico ou quantitativo, real, natural, da ciência, cósmico) e tempo social (histórico ou qualitativo, imaginário, cultural, da consciência, vivido).
Essa declaração de memória do ex-Presidente é um testemunho revelador que os ventos da Revolução de 30 não chegaram no Maranhão e que nem foram tão fortes em todas as direções. Atrás da memória aparece a realidade: as constituições inspiradas no ideário liberal conviviam com práticas "políticas" destoantes.
Essa declaração de memória do ex-Presidente é um testemunho revelador que os ventos da Revolução de 30 não chegaram no Maranhão e que nem foram tão fortes em todas as direções. Atrás da memória aparece a realidade: as constituições inspiradas no ideário liberal conviviam com práticas "políticas" destoantes.
Eu, por exemplo, nasci em 1966, mas digo que sempre vivi na República Velha, mais precisamente entre 1894 e 1930. Os ventos de 1930 nunca chegaram ao Maranhão, mesmo em pleno século XXI.
O senador está corretíssimo! Viva o nosso atraso!