domingo, junho 29, 2014

Sarney: de Maquiavel a Cervantes


Sarney disse não à candidatura, mas o Amapá também disse não. 
Como tratei em outro post, desde a década de 60 José Sarney não entra em pleito para disputar. Tudo que veio depois dessa data foi participações em que os pleitos eletivos estavam sem concorrentes efetivos. Assim, o senador Sarney lançava candidatura para tomar posse. 

O contexto tem mudado no Brasil. No Maranhão algumas alterações estão em curso, mas no Amapá, desde 2010, mudanças significativas ocorreram no campo político partidário.

Analistas amapaenses apontam a Operação Mãos Limpas como um dos fatores que inicialmente contribuíram para alterar o campo da disputa eleitoral no Amapá. Mas é lógico que um só fator não é suficiente para alterar um campo tão complexo como o político. 

O contexto  atual que produziu Sarney desistindo da sua candidatura a senador pelo Amapá tem uma convergência de interesses partidários locais. O prefeito da capital do estado (Macapá) é um opositor, o governador do estado também é opositor. Esses ingredientes sozinhos somam o perigo necessário para uma candidatura que não pode ter concorrentes reais. Não bastando isso, a confluências de forças contrárias somou a vice-governadora, Dora Nascimento, pertencente ao PT, entrou na disputa pela vaga do Senado. Para completar o fechamento, Davi Acolumbre, do DEM, entrou na disputa para o Senado, mais uma vez aparece um ex-aliado para jogar contra. Dizem que Acolumbre foi incentivado a concorrer pelo senador Randolfe (PSOL), para completar a construção do não amapaense. O não do Amapá ao senador Sarney foi de um extremo a outro do arco ideológico. 

O senador Sarney viu o óbvio, as máquinas estadual e municipal estão contrárias, candidatos eleitoralmente fortes, mais jovens e com maiores vínculos locais formaram o cenário perfeito para uma derrota humilhante. O senador teria que disputar sem a vantagem do apoio governamental e sem adversários incapacitados de disputar. O tempo mudou. 

Como bem diz Maquiavel sobre (tempo/contexto): "Isso se explica tão-somente pela natureza dos tempos que se ajusta ou não à sua maneira de agir". "Experimenta a infelicidade da ruína aquele cujo procedimento não se ajusta à natureza dos tempos." "Assim, que sendo a sorte variável e os homens obstinados nos seus modos de proceder, experimentarão a felicidade do êxito enquanto houver concordância entre modos de proceder e os tempos." (Trecho de O Príncipe) 

Porém, esse não que Sarney precisou lançar para si, de visível contra sabor, representa um ganho pessoal. Na verdade, os opositores do Amapá lhe deram a chance de saída ainda honrosa. Sarney, visivelmente cansado, faz o retorno para casa. Está parecendo que o senador, no seu esforço pelo gosto literário, assimilou também os ensinamentos de Cervantes. Em Dom Quixote existe a dica de que o verdadeiro cavaleiro sabe a hora de voltar para casa. Eis o ensinamento. Sarney, nesse tempo de vida restante,  pode estar recuperando a condição de José de Ribamar, bem como Alonso Quijano recuperou a si retornando para casa. Há tempo o José vive suplantado pelo mito, confundido e confundindo-se nos devaneios do imaginário. 

Nunca é tarde para buscar a liberdade... até mesmo do seu próprio cárcere! O carcereiro acaba vivendo também no cárcere... quase similar aos presos. 

Essa aposentadoria não é nenhuma garantia de melhoria para o povo, ela vale mais para os que estão querendo ocupar de imediato o poder.  Além disso, esse mesmo grupo que está no poder tem tudo para assumir a condição de principal oposição, caso a atual oposição assuma o governo estadual em 2015.  

O povo segue sua vidinha de luta... não há o que comemorar ainda... Maranhão e la Macha permanecem confusos e o risco de um outro nobre assumir as velhas armaduras é muito grande! 

PS.: Quem será esse menino repórter ao lado do senador? 


sábado, junho 28, 2014

O dia que a chefa ficou vendo a prorrogação de fralda...e Spider apareceu em campo


Antes das cobranças dos pênaltis ..fiz uma brincadeira no Facebook:
"Que a gosma do homem aranha ... entre na mão de alface... que o trave vire um ímã para as bolas do Chile!" Bem.. deu muito certo! kkkk. 

Confesso que não confio no Júlio César. Mas, hoje Júlio foi crucial para nossa sobrevivência. No mais... é Neymar que, mesmo penalizado pelo esquema equivocado de Felipão, também soube decidir batendo muito bem o pênalti. 

O Felipão mais uma vez demonstrou sua arrogância e sua incapacidade de ver o óbvio: Oscar está mal, é prejuízo jogar hoje como um homem parado dentro da área (tipo Fred e depois Jô), o meio de campo está um vazio de marcação e de criação, que anula Neymar. Impossível continuar com esses chutões para frente. O Brasil  perdeu todas as segundas bolas. Horrível. 

O time não é de grande qualidade e hoje sobrou em apatia, falta de garra, mas o trave... ajudou e Júlio jogou. 

quarta-feira, junho 25, 2014

Greve dos professores da rede municipal de São Luís e a explícita arrogância como resposta "administrativa"


Tenho acompanhado pelos noticiários e in loco a greve dos professores municipais de São Luís. 

Antes de tudo é preciso ter discernimento e saber distinguir, nas devidas proporções, agitadores profissionais, aproveitadores, ações partidárias e causas/reivindicações legítimas. 

Quem não sabe distinguir ativista orgânico, sujeito-direto de um interesse político e um aproveitador tentando barganhar dividendos parasitando situações políticas legítimas em proveito próprio? O que foi constatado, in loco, nas proximidades da Câmara Municipal: mulheres formavam a maior parte do grupo de docentes presente no local.  Na realidade estavam presentes  inúmeras mulheres, trabalhadoras, mães e merecedoras de respeito.  

O Editorial do JP "Por Exigir com J" (24 de junho de 2014) reproduzido por diversos blogues do soldo pardo, é uma um peça de perversidade e de racionalização da incompetência administrativa. Perversidade por tentar humilhar e achincalhar uma categoria já totalmente desprestigiada e injustiçada, mesmo exercendo um ofício tão fundamental: a Educação. 

Imaginem se o PJ fosse jogado no lixo, se a sua história os serviços prestados ao longo dos anos fossem diminuídos por erros ortográficos etc. contidos em duas ou em três de suas páginas.  Verdadeira estranheza e incoerência com a história de apoio à causa dos injustiçados. Esse JP não lembra o JP de Zé Bogéa (homem combativo, digno de respeito), nem o que conta como sendo sua própria história: 
"Em 29 de maio de 1951, o Jornal Pequeno foi lançado em São Luís pelo jornalista José de Ribamar Bogéa, num momento em que todos os órgãos de imprensa do Estado, de uma forma ou de outra, achavam-se vinculados a grupos ou partidos políticos".

O outro lado, a parte oculta da lua (desse editorial), está a atual gestão municipal, que sempre tenta achar um culpado nas suas sucessivas e fracassadas tentativas de cobrir a cabeça com uma peneira para evitar a luz do sol. Essa gestão é ruim, em diversos aspectos, mas agora começa a assumir a irresponsabilidade política. 

Esse ataque às professoras e professores da rede municipal, bravas e bravos trabalhadores é o mais perfeito ato de despreparo administrativo. Isso não é gestão de gestão pública, mas de humilhação e ridicularização de profissionais honrados. 

Responsabilidade pública e respeito seria apresentar, ao invés de tentar ridicularizar os docentes municipais, uma proposta capaz de equacionar os interesses. Interesses sim, política é e sempre foi espaço de interesses. O espaço político foi criado para equacionar interesses e estabelecer a primazia do interesse público. O editorial é uma bem montada afirmação de desconhecimento do que é Política. O trecho seguinte serve bem como ilustração: "que interesses políticos governem seus movimentos". Absurdo! 

Essa "mudança holandina" está sobrecarregada de pessoas que conhecem a educação muito bem como negócio, como lucro e local de promoção, mas que não a tem como valor, como direito e bem público. A que interesse serve o chefe do Executivo que buscar ridicularizar todo o corpo docente do ensino público? Ao G! O G da ganância do negócio do ensino privado. Eles conhecem bem essa área. 

Esse 'gestor" municipal está demonstrando densa incapacidade de equilibrar a ética da responsabilidade com a ética do compromisso. Não existe nada aí de mudança para melhor. É mesmo teor, eco e grito do velho do atraso.  O que já é visível nessa anunciada "mudança" é a silhueta de um mal pior em termos de intolerância, autoritarismo e arrogância. 

Professores (as), guardem isso: "Exigindo com J não vão conseguir absolutamente nada, nem ensinar seus alunos." (Editorial JP). Vocês não podem esquecer isso.

A cobrança por essa ortografia deve recair sobre o dirigente do sindicato que recebeu esse material, depois sobre o dono da gráfica. Professores não fizeram a editoração do material. Tudo isso cheira coisa sórdida. Se existem deficiências de formação e qualificação profissional a resposta tem que ser com programas e projetos de qualificação para sanar isso.  

Ficar se ancorando no antagonismo Sarney/Oposição para desqualificar a reivindicação dos professores é débil e ridícula. Tentar encobrir a incapacidade de gerenciar a crise orçamentária do município culpando a Lei de Responsabilidade Fiscal é uma vergonha. Como alguém pleiteia ser chefe do Executivo desconhecendo orçamento? Não sabia das dificuldades? Por que não se candidatou a prefeito do Jardim do Éden? Só no paraíso tudo está arrumadinho e pronto eternamente (para quem acredita). 

O engraçado é que agora a herança maldita deixada por João Castelo sumiu, não foi usada em nenhum parte do Editorial. O que houve? Castelo fez uma boa gestão e deixou as contas arrumadinhas? 

Não bastando ocultar os descaminhos da gestão anterior, culpar a lei de responsabilidade fiscal e o pacto federativo, o espírito da mudança  grafou: "neste grave momento de dificuldades econômicas e financeiras do país e que afeta principalmente a municipalidade."  (sublinhamos). 

Absurdo. Nem os mais radicais da direita e da oposição à Dilma ousaram afirmar isso. Dilma, eis os teus aliados!!!! 


Povo do Maranhão, Sarney já não é. A questão é qual mão cairá sobre nossas liberdades. Preocupante. estamos em um grave momento de dificuldades, mas de ordem Política. 



segunda-feira, junho 23, 2014

Camarões não é no freezer...


Olhem.. acho uma novela furada..esse papo que Camarões pode complicar. Essa seleção nem existe... não vai ter nada! É blá, blá para afastar o papo da facilitação etc.  Quem ver futebol nessa seleção de Camarões a ponto de colocar em risco a classificação da seleção do brasileira? Não temos uma grande seleção, mas temos uma seleção com os nossos melhores jogadores... Sem drama barato! Não há risco! Brasil ganha fácil, fácil, fácil... Até Fred vai fazer gol! 
Alguns tentam diminuir Neymar, mas Messi até agora não fez nenhuma partida brilhante. Qual partida Messi fez melhor que Neymar? C. Ronaldo está totalmente apagado, inexpressivo na Copa, ele e time dele todo. Hoje Neymar vai fazer a única coisa que sabe fazer: jogar bola. Ele vai ficar por ali... Vai ser muito marcado, mas com o decorrer do jogo os camarões vão relaxar a marcação e aí o garoto vai fazer o dever de casa. Não há mistério, o menino vai classificar essa seleção tranquilamente... Nem coloquei o nome de Camarões no freezer . camarões coloco é na frigideira. Dilma está solitária no congelamento.

domingo, junho 22, 2014

O novelo do rei


Essa história não é bíblica, não trata do novelo de Gideão. O texto é um trecho da trajetória política do senador Sarney, especificamente o seu ocaso.  
Para bem entender a situação é necessário entrar em um detalhe. Apesar de inúmeras vitórias eleitorais no Maranhão e no Amapá, assegurando para si 03 mandatos de deputado, 01 de governador, 05 de senador, 01 de Presidente da República, Sarney não disputa uma eleição desde 1963. São vitórias construídas a partir do desmonte do espaço de competitividade, ou pela restrições das disputas na ausência de liberdade. 

No ano de 1963 foi a última eleição de José Sarney para deputado federal, a última antes do golpe militar (1964). O golpe provocou uma ruptura constitucional suprimindo a vida democrática do país até 1985. Esse movimento golpista militar-civil instaurou um regime autoritário que restringiu a competitividade nas eleições. O poder ditatorial que impôs: "disputa" sem liberdade e participação sem poder. Isso, por si só, já evidencia a condição deficiente das eleições nos quesitos: disputa, liberdade e transparência. A vitória de José Sarney para governador foi alavancada pela interferência direta dos militares, que empreenderam uma revisão eleitoral para eliminar milhares de títulos considerados fantasmas  e, além disso, deram segurança às eleições com forte patrulhamento do Exército. Quem eram os juízes eleitorais da época? (falta verificar) 

Durante o regime autoritário, José Sarney foi, como aliado dos governos ditatoriais, eleito duas vezes senador pelo Maranhão. Foram mais duas vitórias ocorridas dentro de um campo eleitoral onde a competitividade estava reduzida e condicionada pelo regime autoritário. Nesse segundo mandato de senador foi findado quando compôs chapa com Tancredo Neves para disputar a Presidência da República em eleição indireta. Sendo eleito indiretamente a partir de uma coalizão envolvendo parlamentares de oposição ao regime e de governistas dissidente. Foi uma conciliação como fórmula para findar os governos militares e período ditatorial. Assim, José Sarney finaliza o período ditatorial como Presidente da República e , ironicamente, com a ajuda dos opositores ao regime autoritário comandado pelos militares. Após, a morte de Tancredo, Sarney conta novamente com o apoio dos militares para assumir a presidência. Já que era vice de um presidente que não chegou a assumir a Presidência. 

Após o período ditatorial, já na condição de ex-Presidente, José Sarney voltou a pleitear cargo eletivos. Mas mesmo assim, não significou verdadeiramente participar de disputas. Ao contrário do que se poderia imaginar, o ex-presidente não voltou à arena eleitoral para assumir riscos da competitividade, da  disputa. Não é isso o que de fato ocorreu, as disputas foram não mais que meras formalidades, pois não existiam efetivamente competidores para disputar com ele. Assim, o senador José Sarney, após redemocratização, ganhou 03 mandatos sucessivos de senador pelo Amapá. O Amapá era um território e, entre outras coisas, tinha uma insipiente classe política e nenhuma cultura eleitoral vigora. Sua sobrevivência pós-redemocratização deve-se ao mérito de agir certo com sua maior especialidade: jogo de bastidores. Nesse item ele é o maior especialista de toda a história política do Brasil. Desda maneira, José Sarney conseguiu se manter no centro do poder político do Brasil por quase 60 anos (recorde), mesmo sem verdadeiramente disputar uma eleição desde 1963. O maior campeão por W.O pós 1964. Óbvio que isso, em si, é a revelação de uma grande habilidade. 

José Sarney é sem par nas ações de antecipação para retirar do campo eleitoral as condições de igualdade de competição que é, nas democracias modernas eleitorais, um critério essencial. Sem efetiva condições de igualdade para disputa não existe verdadeiramente competidores concorrendo, porque só um lado monopoliza os recursos que condições de vitória, neutralizando a competitividade. Isso é, em boa parte, consequência do modelo regulatório existente em nossos sistemas eleitoral e partidário. Recorrendo a diversos recursos, concertando, cooptando, aproveitando-se das brechas e infortúnios dos estatutos legais brasileiros, José Sarney entrou em pleitos eleitorais onde a disputa estava enfraquecida, onde ele não disputava, mas só tomava posse. Os três mandatos de senador pelo Amapá são bons exemplo disso. 

José Sarney, após ser minado e traído politicamente por integrantes graduados do seu núcleo político, o que inviabilizou a candidatura de Luís Fernando ao governo do estado e impediram a candidatura de Roseana para o Senado Federal, está esticando os últimos metros do fio do novelo. Tenta e precisa, mais que antes, conseguir o quarto mandato de senador pelo Amapá sem disputa. Nunca teve diante de si tantas variáveis dificultando essa operação, a começar pelo pelo PT que desde de 2013 anunciou uma traição cirúrgica, engrossada ainda mais pelas recentes quedas de popularidade de Dilma. Parte da equipe de Dilma quer ela longe de Sarney. 

O PT do Amapá e outras frações políticas amapaenses estão querendo impedir José Sarney de ter esse quarto mandato. A avaliação é simples: o tempo dele já passou, com 84 anos tem que ser aposentado e a vaga tem que ser ocupada por quem é do Amapá. Porém, Lula diz estar empenhado em garantir o apoio do PT amapaense a José Sarney. Mesmo que isso ocorra a eleição ainda assim será difícil, pois a rejeição pode tornar até um poste um forte adversário. 

O fim dessa jornada parece que não querer mais adiamento e tudo vai convergindo para sua pronta consolidação. Mas, quem vive do jogo, sempre quer jogar e arriscar um lance. Por aqui o novelo ainda tem um montante significativo de voltas do seu fio constituidor, o que permite algumas manobras, mesmo que seja de uma saída honrosa: passando a derrota aos infiéis, arrastando  o novelo como o ilusionista carrega a cartola para apresentar um objeto e depois fazê-lo sumir. No que pese todas a capacidade de superação, agora é o fim do fio.  


quinta-feira, junho 19, 2014

Pesquisa CNI/Ibope: A estranha vaia da Elite Branca que corresponde a 43% do eleitorado

Na última pesquisa CNI/Ibope a desaprovação do governo Dilma atinge 50%, os que consideram o governo ruim/péssimo 33%. A rejeição a Dilma é de 43%. Mas a turma que ocupa o poder quer acreditar que as vaias é uma desaprovação isolada da elite branca. Então, tá! Desde quando a elite corresponde a 50%, ou a 43%, ou a 33% da população de um país? 

quarta-feira, junho 18, 2014

As avenidas e estradas eternamente em construção


Chama atenção até mesmo ao mais desatentos a morosidade na construção de avenidas e estradas no Maranhão. Sem falar que são projetos incompletos, bem aquém das necessidades.

Onde um trecho de duplicação de menos de 20 km fica se arrastando por quase três anos? Aqui. Eis a duplicação da BR 135, no trecho entre São Luís e Bacabeira. 

No campo de Perizes olhamos bate estacas em um trabalho eterno.  Não só isso aqueles módulos de iluminação são caríssimos. E ficam lá iluminando essa "obra noturna". Vai ser a estrada com o maior número estacas no subsolo. O incrível é que do outro lado, entre as torres de transmissão de energia já existe uma estrada de piçarra totalmente trafegável, faltando só fazer obra de drenagem em alguns pontos. Como esse trecho foi compacto de forma tão simples e esse lado da duplicação nunca se compacta nada? Trata-se de uma duplicação alegórica, pois entre Bacabeira e Miranda do Norte a situação é caótica. Buracos, lombadas falta de sinalização. 

Recentemente instalaram algumas barreiras eletrônicas nas proximidades de povoados. Isso é insuficiente, o trecho carece de de câmeras de monitoramento e radares. Acidentes ocorrem com frequência por excesso de velocidade e por direção perigosa. Claro reflexo de uma bancada de deputados federais focado apenas em currais e clientelas eleitorais, sem falar que estão preocupados com os próprios interesses. 

As avenidas e estradas em duplicação na Ilha, município de São Luís e Raposa são casos ímpares de projetos pela metade e de execução para além de lento. Quem passa na ponte Bandeira Tribuzi e na avenida dos Franceses observa eterna obra inacabada da avenida IV Centenário, é algo preocupante, pois já envolveu dois governos estaduais e tem participação do governo federal com o tal PAC. Logo perto da antiga rodoviária, na Alemanha, estão construindo um viaduto que se projeta sobre a avenida dos Franceses, claro indicativo que o projeto ficou pela metade, pois era para chegar até a Vila Palmeira indo pela margem do rio Anil. Ora, logo a frente tem um imenso gargalo que compreende o elevado Alcione e as duas pontes do Ipase. A melhoria na trafegabilidade não vai ocorrer sem esse trecho feito, sem criar outra ponte uma alça por trás do Ipase. A avenida, para bem servir ao interesse público, deveria ira até o Angelim, promovendo uma readequação das moradias, removendo as palafitas e dando novas moradias a esses cidadãos que tanto precisam. 

A já inaugurada e debatida Via Expressa, sempre em fase final de conclusão. Isso tem sido repetido por mais de dois anos. Sem falar o real custo dessa obra. Projetada criar um circuito entre shopping, atravessa um parque estadual, criando uma faixa entre ela a avenida e o shopping São Luís. Projetada para ir até o Ipase, ao lado de um outro shopping, exato entre dois gargalos as pontes do Ipase/Caratatiua e o retorno da Cohama, onde existe um viaduto inadequado para as necessidades de trafegabilidade da região, projeto muito ruim. Vai melhorar ou vai piorar a tráfego nessas áreas? Levando em consideração que nenhuma alteração foi feita no viaduto da Cohama, tampouco nas pontes do Ipase. Mas a faixa do sítio Santa Eulália que ficou entre a via Expressa já está sendo devidamente murada, pois é, apareceu um proprietário dessa área, agarradinho do Shopping São Luís. Não demora muito e esse sítio é todo particular, bem privado. 

A via Expressa tem como uma das extremidades a área fica situada a Universidade Ceuma, ali o trânsito já encontra problemas, principalmente no trecho entre o Imparcial e Banco do Brasil. Essa pequena área concentra um shopping, duas escola uma universidade, uma faculdade, 05 agências bancárias, dois edifícios comerciais e mais uma dezena de condomínios verticais, mas não bastando isso, agora, em ritmo acelerado, no cruzamento mais conturbado, estão construindo mais um shopping: Pátio Norte, edifício comercial. 

Como vai ficar a trafegabilidade nessa área? O projeto da via Expressa devia incluir a duplicação e prolongamento da rua que passa atrás do Ceuma (Renascença), até atingir a avenida Colares Moreira, passando por trás do colégio Reino Infantil e terminado ao lado do prédio da Lunus (linha azul da ilustração). 


É incrível com nada é feito para o lado que ampliam os benefícios de interesse geral. Muito menos há pressa para obras públicas, ao contrário disso, a engenharia é extremamente célere para obras privadas, vide as reformas dos shoppings. Que mistério emerge nas técnicas construtivas quando a obra é financiada com o dinheiro público? 

Não é demais lembrar. Aquele monte de contratos assinados por Luís Fernando em campanha, quando era pré-candidato, para construção de estadas encontram-se em qual situação? Essas estradas estão sendo feitas ou é era só para deixar um dever de herança para o próximo governador? Somando todos os quilômetros existentes naqueles papéis resulta em uma quilometragem significativa. Será que o destino dessas estradas seguiu o da candidatura de Luís Fernando? 

Em um ambiente sem lei e de muitos reis, impõe-se a questão: o que mudar nesse contexto? 

segunda-feira, junho 16, 2014

A Humanidade diante do Horror na pintura rupestre


Considero esse painel um primeiro registro de terror vivido pela humanidade. Trata-se da pintura rupestre na pedra de Sefar, em Tassili-n-Ajjer, sul da Argélia. As setas coloridas indicam algumas particularidades da cena. Roxo - Cabeça incomum e não humanoide, em contraste com as outras figuras humanas que aprecem com cabeças em formatos normais (criança e mulheres). O ser é retratado de forma agigantada, medindo 3,5 m. Amarelo - Nuvem na altura do abdômen. Laranja - antílope bem desenhado, correndo atrás do mostro. Azul celeste - criança, um bebê, aparece sobre o dorso de um antílope em fuga. O antílope é colorido, o que não foi feito no outro. Azul anil - esfera com hastes, aparece dentro da nuvem, também na altura do abdômen do mostro. Verde limão - mulher suplicando, cena muito dramática. No painel completo aparece várias mulheres ajoelhadas e elevando o rosto e as mãos para cima. 
Vejo um acontecimento terrível. mulheres perdendo seus filhos e suplicando desesperadas. Árvores aparecem arriadas, e uns incomuns "cogumelos". O antílope não pintado parece estar em meio a uma nuvem de poeria, correndo assustado. os animais aparecem em fuga.  Um bebê foi lançado nas costas do antílope, talvez uma tentativa de salvá-lo. O que seria essa nuvem no abdômen do mostro? Um vapor que saia? E as esfera que aparece no abdômen, no centro da nuvem? 
O mostro extraordinário foi posto na cena com transparência, sem que a cena atrás desaparecesse, como se fosse para retratar o efeito de sua passagem. Incrível. O artista certamente quis ser didático e registrar um perigo. Pois o mostro parece ter preferência pelas mães com bebês. Mostro esse que não tem cabeça em formato humano, apesar de sua face ter traços tênues de olhos e boca humana. Os braços mostram a singularidade de chifres na altura do cotovelo, o que lembra as garras e articulações mecânicas atuais. 
O monstro também aparece com uma genitália masculinizada, o que parece ser uma interpretação artística diante do ataque às mulheres. Será que a s mulheres foram engravidas e depois tiveram seus filhos raptados ou somente tiveram seus filhos raptados? O que parece irrefutável é que era um ser estranho, e isso ganha crédito pela habilidade artística de representar os outros seres com precisão: as mulheres, o bebê, os antílopes, árvores etc.   
Fica a sensação que H.G. Wells não fez uma ficção tão distante da história da humanidade.

domingo, junho 15, 2014

Lula sabe qualificar quem xinga, porque sabe xingar como ninguém



Lula é um exemplo de respeito e educação?  
Lula chamou os que vaiaram Dilma de moleques e os que xingaram de gente sem educação. Ele tem legitimidade para qualificar quem xinga. Pois entende de xingamento. Sempre destratou e agrediu verbalmente adversários. O Presidente Itamar foi uma de suas vítimas. 
Vejam o que registra a Folha de São Paulo do dia 08 de maio de 1993, Ano 73, nº 23.411. Repito: não sou a favor de xingar. 
http://acervo.folha.com.br/fsp/1993/05/08/2/#

A casa de veraneio do governo estadual e hospital para tratamento de câncer


Fiquei dias pensando sobre o conteúdo da propaganda partidária do PC do B, recentemente exibida nas redes de televisão. O que realmente expressa a mensagem do pré-candidato a governador, Flávio de Dino, quando trata da casa de veraneio do governo estadual? 

Sinceramente não consegui ver nexo entre a privatização, a venda da casa, e a construção de um hospital de tratamento de câncer. Se o pré-candidato focasse mais a necessidade e a importância do hospital de tratamento de câncer teria lucrado muito mais eleitoralmente. Mas soou estranho a avaliação do preço da casa em vinte milhões e a justificativa para sua privatização: festas, lagostas etc. 

Primeiro ponto. As festas lá realizadas, até hoje e em todos os governos passados, não são motivos suficientes e convincentes para que esse patrimônio público seja vendido, privatizado. Trata-se de uma visão animista da situação. Casa não faz festa, não é culpada pelo tipo de uso que se faz dela. Casa é coisa inanimada.

Segundo ponto. Onde 20 milhões constrói e equipa um hospital de tratamento de câncer?  É preciso se desfazer desse patrimônio público para construir esse hospital? Privatizar, entregar a particulares essa área beneficia o povo em quê? 

Creio que em nada beneficia o povo, mas a algum ou alguns empresários. Vai ser mais um trecho de praia privatizado e em benefícios de poucos. Além de ser mais uma brecha para levantarem torres para além da faixa de dunas. Edificações que estão alterando a ventilação e mudando a paisagem de uma forma nada racional. Como esse prédio em construção que aparece na foto, que simplesmente tomou uma área no sopé de uma duna, bairro São Marcos. 

A casa de veraneio do governo estadual pode e deve ser utilizada de outra maneira, de forma útil para povo e à serviço do povo. Inúmeros serviços e atividades podem ser ali desenvolvidas. Como um governo que aluga diversos prédios pode quer vender um prédio? Seria mais interessante falar em construir novos prédios para abrigar diversas secretarias e escolas que estão em prédios alugados. 

A mudança não vai eliminar esse sistema de aluguéis hoje existente? O que vai ser feito em relação a esse esquema de aluguéis? 

Vai ter maior serventia e significado público em respeito ao erário se o pré-candidato a governador, depois de assumir, se chegar a assumir, fizer um levantamento sério sobre a casta que recebe dinheiro público sem trabalhar. Implantar a transparência e que se saiba exatamente quem são os funcionários da CAEMA, UEMA etc. 

Existe uma casta que ganha salário sem trabalhar e para mudar tem que extirpar esse parasitismo sem nenhuma complacência. Que tal implantar ponto eletrônico e exonerar os que estão recebendo sem trabalhar? Que tal extinguir 20% dos cargos comissionados, de confiança etc.? Não seria inovador destinar parte dos cargos de confiança para estágio de jovens recém formados, selecionados através de provas? 

O hospital para tratar de câncer é uma excelente ideia e de grande valor humano, pois as crianças e os pobres dos Maranhão precisam ter a chance de tentar a cura para essa enfermidade com bastante casos registrados. Mas casa de veraneio do governo estadual está mal colocada nessa história.

O local da atual rodoviária é excelente para construir um hospital. Basta fazer outra rodoviária antes do aeroporto que sirva para a integração do sistema de transporte rodoviário e ferroviário. Deve aproveitar para criar a companhia estadual de transporte urbano, usando VLTs. Os trens de passageiros de São Paulo são empreendimentos do governo estadual. Agora, aliado dos tucanos, não vai ter como dizer que não sabe disso.  A região do Cariri  (Ceará) é servida por VLT, trecho entre Crato e Juazeiro. Instalar um VLT no trecho entre Miranda do Norte e São Luís é totalmente viável, isso se o interesse dos donos de Vans, de micro-ônibus não forem maiores do que o interesse Público. 

A casa do veraneio deve ficar como patrimônio público, todos os governos possuem cerimoniais, precisa saber administrar e dosar. Os jardins do Palácio dos Leões vão ficar abertos para os serviços das bike-lanches? 

A privatização dessa casa é armar a espoleta para um desgaste logo início do governo. Que mudança existe nisso? 


sábado, junho 14, 2014

Xingamento, vaias e "democracia" seletiva


Realmente vimemos um momento muito singular, momento de baixo grau de Política de nossas instituições Políticas. O PT e PSDB protagonizaram nada comparável ao que anunciavam antes da chegada ao poder. O debate hoje imposto é um bate boca agressivo de mesa de barzinho de esquina. 

O que de fundamental está se debatendo de interesse público? Qual proposta e medidas para ampliar o espaço democrático? Nada! 

O que ocorre nesse momento é uma escalada do fechamento da contestação. Estreitamento visível do espaço público enquanto democrático. Ninguém pode querer só para si a civilidade sem demonstrar que ela é um valor válidos para todos.  

O governo federal e o estadual paulista, por exemplo, ilustram bem essa incongruência. A polícia paulista protagoniza um festival de brutalidade e excesso contra civis desarmados. O governo federal empenha-se em criminalizar movimentos e monta uma barreira militar bizarra contra civis que querem protestar. Não só isso. Estão detendo e prendendo cidadãos preventivamente por vinculando-as a protesto. Prisões preventivas para atos não consumidos. Por uma razão de estado o cidadão tem seus direitos civis e políticos prejudicados sem nenhuma motivação. Isso é o quê?

Democracia que não garante direitos civis e políticos? Estranho. Mais estranho é o silêncio de grande parte da intelectualidade brasileira, principalmente a auto-batizada  de progressista, de esquerda etc. Existe intelectual que aluga seu senso crítico e passa a agir seletivamente diante dos fatos como exercício de cumprir o expediente aos patrões? Não. Primeiramente não está sendo intelectual, mas um agente do aparelho de estado ou do aparelho partidário. Não serve à crítica e ao esclarecimento, serve unicamente aos interesses dos senhores poderosos. Eis o que vivemos! Tudo que aí está posto acerca de vais e xingamento contra Dilma estão na vala da passionalidade e do trabalho de encomenda ou de ofício de empregados. 

Não existe Democracia seletiva. A Democracia tem como princípio de justiça que os cidadãos gozem de igualdade política para serem livres e poderem governar e serem governados alternadamente. 

O PT atualmente quer impor uma verdade cuja propriedade é deles. Eles e só eles sabem o que é Direito, liberdade de expressão e participação popular. O PT pode xingar, vaiar, agredir de forma indiscriminada. Mas, tudo que se volta contra ele é golpe da imprensa, conspiração da extrema direita, é o ódio da elite branca, é a perigosa e abominável classe média. Se não é esquizofrenia, é fascismo, mas também pode ser ambos. Quem são os apoiadores e partícipes do governo do PT? Renan Calheiros, Collor, Maluf etc. Quem é essa elite branca contra o PT? Quem é a extrema direita contra o PT? 

É um absurdo o PT e os fãs da Dilma requererem esse estado de seletividade. Joaquim Barbosa, enquanto Presidente do Supremo e enquanto pessoa pode ser desrespeitado sistematicamente xingado. Não existem defensores do Barbosa, não existe OAB, Entidades do Movimento Negro, Associação de Magistrados, CNJ, CNBB etc.  para defender o respeito à dimensão institucional da Presidência do Supremo Tribunal Federal e ao cidadão Joaquim Barbosa. A seletividade "democrática" (na verdade puro fascismo) estabeleceu que ele, em qualquer situação, pode ser xingado, constrangido em um restaurante, ser ameaçado de morte e, por fim, ser desrespeitado em plena sessão do STF por um advogado que, se achando acima de qualquer ordem jurídica, resolveu passar por cima do Regimento. Como se não fosse suficiente, o advogado vou vitimizado e recebeu apoio da OAB, entidade que nada consegue ver além do corporativismo, uma organização anacrônica que mais parece uma corporação de ofício medieval. Para a OAB o exercício do direito é estar acima do direito. Só a OAB sabe o que é direito, liberdade de expressão, legalidade... Que estado democrático de direito permite uma entidade representativa de uma categoria profissional atuar como se fosse um dos poderes do Estado? Isso é um luxo só permitido em uma "democracia" seletiva. Sendo assim, o advogado tudo pode e pode mais se advogar para uma notoriedade do PT. 

O PT está, em nome do combate ao fascismo social, promovendo uma combinação de fascismo social com fascismo estatal. Isso é bastante visível na forma de utilização dos programas sociais como recurso para barganhar legitimação para atos de fechamento do espaço do contraditório e da contestação. Não foi sem motivo o desejo de Dilma implantar conselhos populares por decreto. Conselhos populares ou aparelhos para serem controlados pelos seus militantes? Quem conhece Cuba sabe o que é isso...

O xingamento não é o tratado que deva ser elogiado e tomado como rotina. Não. Mas o PT não ver democracia como valor,  nem o Direito como algo para além dos direitos deles. Os xingamentos contra Dilma não são mais que o PT se enforcando com suas próprias vísceras. Basta ver nas redes sociais o que os petistas fazem diariamente contra Joaquim Barbosa e todos os demais desafetos etc. 

Vaia não é xingamento. Protestos, reclamações e discurso contundentes fazem parte da democracia. 



quinta-feira, junho 12, 2014

Não atacaram só Barbosa.. feriram a institucionalidade e revelaram muito preconceito


Na Ditadura? Reclama o presidente da OAB que nem na ditadura se viu algo assim. A bem da verdade... eles entendem de ditadura, pois o Conselho Nacional da OAB foi uma das primeiras entidades a assinar o documento em prol do Golpe Militar Preventivo, em 1964. Quem gosta de autoritarismo? 

Esse corporativismo branco (enquanto ideologia de dominação) não aceita o Barbosa, porque ele não se curvar ao tipo aceito de negro e não fica encolhido como eles desejam.

A imagem que essa gente tem de magistrado é de magistrado branco. Qual foi a vez que um advogado fez isso no STF contra qualquer um dos seus ministros? Qual Presidente do Supremo teve diante de si um advogado desrespeitando e ferindo a institucionalidade com o objetivo de lhe agredir na sua condição de pessoa e cidadão? Por que esse advogado não agride assim o Mello ou os outros ministros que compõem a Corte? Em qual parte do regimento esse tipo de intervenção é permitida? 

Trata-se de um bando que tenta intimidar o cidadão Joaquim Barbosa. Até ameaça de morte já fizeram a ele. 

Essa turma que vive de favor repudia o mérito. Esse advogado que tentou intimidar Barbosa não estava fazendo sustentação nenhuma, nada disso, o caso não estava em pauta. Esse questionamento  deveria ter sido feito por escrito. A atitude de se pronunciar daquela maneira foi para tumultuar e desrespeitar, ato claro e intencional de agredir. Imaginem todo os dias um advogado questionar um juiz, um desembargador em plena sessão para saber o porquê da sua causa não estar na pauta. 

Com essa atitude inusitada deve estar se credenciando para ser o próximo ministro indicado por Dilma para o STF. Absurdo!!! 

Detalhe: não vejo JB como salvação de nada... O que vejo é a força do preconceito e do racismo velado. Gosto porque ele agita os ânimos...  não aceitando o estereótipo do negro aceito, marcado pela subserviência.  Todos aceitam o negro.. mas o negro não pode se rebelar. 
Protesto quem faz é Barbosa!

quarta-feira, junho 11, 2014

Quem são esses estranhos parlamentares na TV ? Quem os elegeu contra a vontade da maioria?


Esse sistema eleitoral virou um atentado contra a democracia. As eleições proporcionais não estão garantindo a pluralidade democrática, mas estão servindo para manter verdadeiras gangues ocupando as cadeiras do parlamento. Que seres são esses que dizem nos representar? Quem os elegeu contra nós? 

São facções totalmente distanciadas do interesse público, guiadas por interesses corporativos, sem atender às demandas de interesse geral e na defesa dos cidadãos com menor gozo das garantias civis, políticas e sociais formalizadas. 

A presença constante dessas facções no Parlamento está diretamente relacionada à capacidade de manter uma clientela eleitoral. Assim vão conseguindo sucessivas vitórias eleitorais, mesmo que a grande maioria da população os rejeite. 

Esses supostos "parlamentares", do ponto de vista político, são indivíduos que não concretizam a condição de representação enquanto vontade coletiva, porque não estão vinculados às causas públicas. 

São eleitos sem constituir maioria significativa, beneficiados principalmente pela fórmula atualmente adotada de rateio das vagas, que tem produzido abusivamente sobre-representação e sub-representação parlamentar.

Sem extinguir esse modelo atual de distribuição das vagas e o critério de participação na distribuição, vai ficar cada vez mais rotineira a existência de bancadas sem a aprovação da maioria dos eleitores, compostas por indivíduos totalmente estranhos e desaprovados pela grande maioria dos cidadãos. Verdadeiros ilegítimos representantes de fato. 

É preciso buscar combinar a garantia da composição pluralista do Parlamento com um sistema de eleição e distribuição de vagas pautado em formação de maioria qualificada. Algo como combinar percentual mínimo de votos nacional, eleições majoritárias plurinominal. Desse jeito é que não pode continuar...

Mobilidade urbana I


Esse buraco " me representa"! É isso! São Luís está entregue... Não é de agora, a bem da verdade. Para que serve essas secretarias? Como a administração pública municipal não dispõe de equipamentos e pessoal permanente para reparos e manutenção? Absurdo. 

terça-feira, junho 10, 2014

Meus palpites e preferências sobre a pelada FIFA

Meu palpite é: Alemanha vai levar o caneco. A seleção alemã vai ser campeã, fatura essa pelada fifa. 
Outro palpite: goleiro da seleção brasileira vai ter desempenho ruim.
Palpite final: para os idealizadores da copa o tiro parece que foi para a culatra. 
Preferência: Dentre as seleções estrangeiras... vou torcer pelos USA. Nenhum motivo muito especial. Só por desconfiar que quase ninguém vai torcer por eles. 

domingo, junho 08, 2014

61 anos: Roseana aprendeu alguma coisa em termos de trato político diante esse tempo todo de exercício de poder?



Nunca votei e sempre fiz oposição ao grupo político que Roseana Sarney participa. Sempre fiz oposição política. Como nunca militei nesse anti raivoso, o que considero uma vantagem para  ver de outros ângulos, a figura política dessa senhora. Ângulos para detectar aspectos e detalhes para além do que a galhofa ácida já cristalizou sobre o seu intelecto. 

Olhando um pouco mais, vigiando e buscando controlar as minhas inclinações acerca da disputa pelo controle do poder político, relacionei a imagem popularmente construída de Roseana ao dados que colhi sobre as práticas políticas por ela assumidas. Não estou tratando dos atos de governo em geral e nem de aspecto da gestão. O meu foco está contido na questão seguinte: Roseana aprendeu alguma coisa em termos de trato político diante esse tempo todo de exercício de poder? (Adoto como trato político as formas de encaminhar e articular certas questões de poder). 

Aprendeu algumas coisas, sim. Isso não é concordar, nem simpatizar com o que representa esse aprendizado, mas só uma constatação, que é passível de ser observada.  Tampouco quero contestar a postura de quem nada ver em Roseana. Seguindo a "grande teoria" dos quadrados, que cada um pense o que mais lhe satisfaz.  

Há tempos Roseana percebeu claramente o que significava eleitoralmente para seu grupo e como deveria exigir sua porção de poder dentro do grupo político e familiar. Só que internamente o grupo tem diversas demandas e contendas, muitas delas aprofundadas com o crescimento do grupo nos últimos anos. Por conta de ter contrariado alguns dos seus pares, a sua imagem de geniosa, cheia de rompante e despreparada foi sendo popularizada. Essa imagem foi bastante explorada pela oposição, mas nasceu no interior do grupo da Roseana. 

O que mais pode servir como indicativo para dizer que ela aprendeu alguma coisa sobre o trato político? Considero que uma tomada de consciência que, os demais familiares e os diversos membros do seu grupo político, não sofrem a mesma pressão e insultos que ela sofre. Nem eles estão mesmo lugar que ela. Isso parece que passou a ter mais importância. O lugar que ocupa e o que carrega sobre si, sem poder transferir.   

Durante o período de intensas atrocidades em Pedrinhas,  Roseana, em uma entrevista coletiva, afirmou:  "Meu sobrenome é Sarney (...). Mas sou uma pessoa com passado, presente e, se Deus quiser, com futuro." Posso, sem forçar muito, alinhar essa afirmação com a tomada de consciência da individualização. "Quem está mandando aqui não é família. Quem está no Governo sou eu, que fui eleita." (Roseana). Essa afirmação evidencia bem o aprendizado sobre quem, no final das contas, responde politicamente e judicialmente pela condução pelo exercício do poder político

As atrocidades de Pedrinhas fez Roseana, mais do que nunca, reivindicar o controle do processo de candidatura para a eleição ao cargo de governador. Foi assim que foi defendendo o nome de Luís Fernando como pré-candidato ao governo estadual. Mas algo uivava nos bastidores do grupo político da governadora, como "um monstro invisível a comandar a horda". Não tardou e diversas segmentos do grupo e parte da família passaram a fazer resistência ao nome de Luís Fernando. 

Depois de uma intensa exposição do pré-candidato governista pelo interior, a situação saiu do controle da governadora. Elementos do próprio grupo de Roseana, que rejeitavam o nome de Luís Fernando, somaram esforços com a oposição para inviabilizar a candidatura dele. O locus do desmonte foi a Assembleia Legislativa, onde a candidatura pela via indireta foi desaprovada pelo Presidente da Assembleia, que passou a defender seu próprio nome a eleição indireta, jogando por terra estratégia defendida por Roseana para eleger seu sucessor e, principalmente, viabilizar sua candidatura ao Senado. 

Diante disso teve alguma demonstração de aprendizado? Sim. Simplesmente permaneceu no Governo e não publicizou nenhuma reação emotiva à destruição de sua estratégia. Ficou e está na dela. Ficou no Governo e destruiu logo de imediato o surto egocêntrico do Presidente da Assembleia de ser Governador, além de ter deixado em xeque a "verdade" de que ela não pode ficar sem mandato. 

Mais recentemente eliminou a ambição do Presidente da Assembleia de ser candidato a Senador. Fatos facilmente verificáveis. Isso, gostando ou não da cor do esmalte das unhas da Governadora, demonstra um certo aprendizado. 

A questão é: o que vai sobrar para o restante dos mentores do aborto dos planos políticos de Roseana de eleger seu sucessor? Suponho que vai depender de como esse desacordo foi interpretado. No entanto, o que é traição nunca ficou sem resposta nesse meio. Porém, a resposta para uns não vai ser de igual intensidade nem feitio. Existem aqueles blindados, mas outros não. 

As emendas parlamentares já vão sair, cada deputado leva 3 milhões. Esse reforço aos parlamentares é para o candidato a governador ou ao candidato a Senador? Suspeito que é para o candidato a Senador. Quem serão os suplentes de Gastão? Quais as exigências legais para suplente de Senador? 

Daqui para frente, Roseana não vai encontrar dificuldade nenhum de responder a um dos principais mentores da destruição da sua estratégia, basta ela querer. Para tanto, basta ficar na dela, como está e assumir uma postura republicana na campanha, deixando a máquina estatal e o cofre público isolados da campanha para o Executivo. A sutileza até agora dão indícios que aprendeu muito para o que ela era e bem pouco diante do enorme tempo à frente do poder. Vamos ver se há algo mais pela frente... 

PS.: Fato extraordinário. Roseana, mesmo com 61 anos de idade, ainda é tratada popularmente como se fosse uma jovem. No discurso das pessoas ela parece estar congelada, não é avó e tampouco uma senhora beirando a terceira idade.  Acho que tá na hora de Roseana virar vovó Roseana.  





sábado, junho 07, 2014

Fascismo para-estatal, greve e aumento de passagem

A dificuldade de discutir essa questão começa em arrumar um título sucinto. 
A greve no transporte coletivo urbano de São Luís mostrou o quanto a coisa pública não é nada nessas bandas e o quanto alguns senhores estão acima de qualquer institucionalidade. Não há qualquer resquício factual da ideologia do Estado de Direito, muito menos do Estado Democrático de Direito. 

Foi uma greve inequivocamente posta e imposta pelos proprietários das empresas de ônibus, que contam com a sintonia cúmplice do sindicato dos motoristas e trocadores e, pelo visto, com a total complacência da administração municipal. 

O que está acontecendo no setor de transporte de São Luís apresenta características semelhantes ao que Boaventura de Sousa Santos denomina de fascismo  social. O autor diferencia o fascismo social do fascismo estatal das décadas de 30 e 40. Esse fascismo é produzido a partir da sociedade civil, não é regime político, mas social e civilizatório. Não precisa retirar a capa da democracia, basta trivializá-la. Porque é um fascismo "pluralista". Especificamente estamos diante de uma variante do fascismo social que o autor supracitado batizou de fascismo para-estatal, que consiste usurpação das prerrogativas estatais, p.ex.: a coação e a regulação social,  por pessoas poderosas, que contando com a cumplicidade do próprio Estado, tanto podem neutralizar como complementar o controle produzido pelo próprio Estado. Essa modalidade de fascismo comporta a dimensão contratual e territorial.

Na forma contratual, a organização dos Donos das empresas de transporte coletivo estão em uma posição de extrema vantagem em relação a outra parte: os empregados (motoristas e cobradores) ao ponto de impor as condições dos contratos, pouco resta de alternativa aos funcionários. Ao mesmo tempo, o "sindicato" dos Donos dos ônibus reivindica prerrogativas extracontratuais, pondo como se fossem titulares da função de regulação que pertencem ao Estado. Enquanto fascismo territorial disputa com o Estado o controle sobre o território, neutralizando o controle estatal através de cooptação ou coação às entidades estatais, passando a exercer regulação social sobre os cidadãos desse território (sem permitir a participação e contra os seus interesses).

A greve que paralisou cem por cento o transporte coletivo de passageiros não foi só por reajuste no preço da passagem e por mais subsídio, o objetivo maior é manutenção de um privilégio, mesmo que em prejuízo dos cidadãos. O que mais os Donos das empresas de ônibus querem é manter o transporte urbano de passageiros sob a total dependência de ônibus.  

Logo após o fim da greve, os empresários do setor de transporte coletivo de passageiros, através de seu representante, lançaram uma peça publicitária, cheia de maquetes eletrônicas e animações computadorizadas, para anunciar a proposta, por eles concebida, para melhorar o transporte de passageiros em São Luís: O BRT. 

A greve foi para enterrar a proposta de implantação do VLT e impor um projeto que mantém o transporte coletivo de massa feito unicamente ônibus: BRT. Nas grandes cidades em situação administrativa e de planejamento melhor do que São Luís, o BRT está servindo para remodelar o velho sistema de transporte de passageiros por ônibus. Ninguém está optando pelo absurdo de ter BRT como o único meio de transporte de passageiro. Em toda parte do mundo a busca é por diversificação, priorizando os meios menos poluentes, mais seguros e econômicos. 

Esse tipo de "projeto" BRT dos empresários é uma questão de poder. Esses senhores, ao longo de décadas, imperam sobre a cidade sem qualquer constrangimento de nenhum dos poderes constituídos. Os habitantes da cidade permanecem reféns da mentalidade e dos caprichos desses senhores. 

Na fala do senhor empresário que expõe a tal "salvação" aparece claramente a ordem de prioridades: "É bom para os empresários, é bom para os políticos". O mais visível é que os empresários sabem que tem bastante recursos e que querem que esses recursos sejam captados para o BRT. Pelo exposto estudos e um projeto de verdade não existem.
A população, ou melhor, o interesse coletivo, os direitos dos cidadãos ficam como um detalhe a ser encaixado quando for  possível... Ainda mais com o grande alinhamento do representante do poder político da municipalidade com o esforço empresarial de não priorizar o que é de interesse público.

Podia o atraso estar melhor representado?

quarta-feira, junho 04, 2014

Vai ter copa e não vai ter copa


Minha opinião sobre a Copa:
Vai ter copa e não vai ter copa.

Vai ter a copa com evento de Estado, onde o Governo vai fazer uso de todos os aparelhos de repressão para assegurar o funcionamento do evento. Vai ter copa como ato de Estado onde manifestações cívicas serão colocadas como conspiração contra o Estado. Vai ter copa como propaganda política explorando o nacionalismo como recurso ideológico autoritário para suprimir manifestações pautadas por valores cívicos baseados elementos fundamentais de cidadania e de democracia. Vai ter copa enquanto renúncia fiscal a favor da FIFA, que agiu como um Governo da Metrópole em uma colônia. 

Não vai ter copa como ufanismo barato. Não vai ter copa como uma festa geral de civismo alienado sem defender direitos fundamentais. Não vai ter copa confundindo cidadania com torcida de futebol. Não vai ter copa sem protestos. 

O legado é que o civismo vai começar a ser vinculado a direitos e causas públicas, a valores republicanos e democráticos e deixar de ser restrito a uma festiva torcida de futebol. Reivindicar democraticamente não é falta de patriotismo, mas defendê-lo no que é fundamental: cidadania.  

terça-feira, junho 03, 2014

Onde doxa é episteme

Decorar é algo bem, bem primário. A memorização de procedimentos está inserida na socialização desde os momentos inciais. Abstrações complexas e reflexões exigem esforços adicionais. Produzir conhecimento de caráter científico, ultrapassando a doxa não é uma tarefa qualquer. Produzir cientificamente a partir de uma metodologia qualitativa é difícil. 

Fica mais desafiador se na empreitada a metodologia assumir a dimensão reflexiva, em detrimento do paradigma positivista e a compreensão da relação sujeito-objeto não for cartesiana. 

Não importa o preciosismo linguística e o volume de acertos gramaticais contidos no texto onde foi expressa, a opinião continua somente como opinião mesmo diante do primor da escrita. Quem ainda não demonstrou capacidade de elaborar hipóteses testáveis, domínio sobre indução analítica, teorização enraizada etc. não provou ter ido além da opinião. 

Mas, essas exigências nada importam quando a sociedade está estratificada com base em um sistema de castas, onde a validade das coisas e a condição do sujeito estão aferidos por dotes, prebendas e de cunho nobiliário. Com isso, reis, sub-reis e todos os endinheirados podem reivindicar qualquer posto do "saber", pois basta produzir uma opinião qualquer que a mesma será alçada ao posto de uma valiosa elucubração. Assim, doxa passa por conhecimento, sob massiva divulgação efetivada pela rede de lacaios. 

Como sempre, é um elemento recorrente desse contexto maranhense: o exercício da vaidade. Trata-se de um "dizer" sem qualquer fundamentação pautada em dados, onde o conceito jogo é lançado no texto sem nenhuma teoria, mas como o acaso que produz a crença na sorte. Viva o polida doxa dos senhores!        

segunda-feira, junho 02, 2014

Administração Pão massa fina quente


Veio a mim a questão:
Com qual frequência Edivaldo Holanda Jr. administra a cidade de São Luís? 
Resposta: Com a mesma frequência com que encontramos pão massa fina quente.
(Diário da Serpente)

 SEM PROPOSTAS - ELEIÇÃO PRESIDENCIAL 2022 O que tem movido os eleitores brasileiro diante das candidaturas à presidência da República este ...