Alguns
temas ou questões estão fora do foco da propaganda eleitoral gratuita.
Particularmente das propagandas dos candidatos da eleição majoritária.
Primeiro vou destacar alguns problemas e a insuficiência das soluções apresentadas até agora no horário eleitoral gratuito. O primeiro deles:
viadutos. São necessários, precisam ser construídos novos e alguns existentes
precisam ser melhorados, por exemplo, o da Cohama. Os viadutos vão evitar
cruzamentos e diminuir os engarrafamentos e a lentidão no trânsito. Vão evitar
o contágio dos engarrafamentos hoje existentes em algumas rotatórias, p. ex., a
da Forquilha, que engarrafa e cria um contágio, bloqueando a estrada da Maioba
e de S. J. de Ribamar. A bifurcação ou entroncamento da Forquilha também
precisa sofrer uma intervenção para evitar congestionamento.
No
entanto, isso não vai diminuir o volume de carros nas calhas viárias (ruas e
avenidas), as atuais avenidas e ruas que servem de principais corredores estão
com uma alta carga. São Luís aumentou o número de carros e motos em uma PG nos
últimos anos. Só nos dois últimos anos a população teve um acréscimo de mais de
25 mil novos habitantes. Esse aumento populacional aumenta a demanda sobre
transporte público e eleva o número de veículos particulares. O trânsito fica
mais carregado e mais lento. Para enfrentar isso não basta construir e reformar
viadutos, vai ser preciso construir novas avenidas, criar o prolongamento de
algumas e alargamento de outras. Um dos motivos da sobrecarga no retorno da
Forquilha é a falta de pontos de interligação entre as estradas da Maioba e a
estrada de S.J. de Ribamar, principalmente no trecho que compreende a rotatória
da Forquilha até o início do Maiobão. Ninguém vai mais conseguir melhorar ou
fazer avenidas sem indenizar e remover algumas moradias e prédios. Supremacia
do interesse público tem que ser requerido.
As
atuais intervenções feitas: Avenida Expressa e Quarto Centenário, os projetos, não
foram executados completamente. A Avenida Quarto Centenário deveria ir até a
Vila Palmeira. O mais proveitoso era seguir até Anil/Angelim. A via Expressa
até onde querem chegar com ela é pouco proveitosa, a mesma deveria ir para o
Bequimão e chegar até a Vila Palmeira. Essa rota pelas margens do Rio Anil
precisa ser explorada. Impacto vai ter, mas vai ser o menor. Só que nessa ação
precisa estar conjugado um programa de moradia popular para remover as
palafitas e entregar moradia mais dignas aos cidadãos.
Outra
causa do trânsito carregado é a falta de transporte coletivo de massa.
Precisamos de metrô de superfície ou similares para executar esse serviço. De
uma extremidade a outra: norte-sul ou leste-oeste o espaço densamente habitado
de São Luís não ultrapassa 30 km de distância (Cohatrac/Anjo da Guarda; Tirirical/Caolho). A distância entre o Estreito dos Mosquitos
até o Km 0, na rotatória do aeroporto, corresponde a 25 km. Ora, dessa
rotatória, em linha reta, até a praia da Ponta D’Areia temos menos 11 km. Esse
tipo de veículo diminuirá o tempo de viagem e pode movimentar um número bem maior
de pessoas. Com isso pode ser reduzido o número de ônibus e de linhas. Porém,
esse modelo para funcionar bem tem que ter uma via desobstruída de for para
ficar parando a cada 200 metros em um semáforo, vai ser pior que os ônibus. A
vantagem também é diminuir e extinguir com o atual modelo de terminais, que são
de manutenção cara, feios, sujos e desconfortáveis. Alguns poderiam ser
transformados em postos de saúde e escolas de qualificação profissional.
Existe
uma quantidade excessiva de semáforo com o objetivo de manter a indústria da
multa. Passarelas dariam maior segurança ao pedestre e evitaria essa lentidão
no trânsito por conta do excesso de semáforos.
Outro
absurdo é o engarrafamento na entrada da cidade, rotatória do aeroporto, falta
alças suspensas e a construção de uma avenida por trás do aeroporto
interligando a BR 135 à Cidade Operária. Essa avenida de acesso à Cidade
Operária precisa ser feita, vai descongestionar a Avenida Guajajara.
A
implantação de ciclovias é uma necessidade. Tanto para os que querem usar a bicicleta
como mero aparelho de exercício físico como quem utilizar como meio regular de
transporte.
Segundo. Corredor exclusivo para ônibus. Como vai ser feito isso? Vão alargar as ruas e/ou avenidas? Vão construir novas avenidas? Criar o corredor é uma boa ideia, falta dizer onde e como. Serão implantados nas avenidas que só dispõem de duas faixas? Isso não está sendo colocado nem de forma séria e nem bem intencionada.
Segundo. Corredor exclusivo para ônibus. Como vai ser feito isso? Vão alargar as ruas e/ou avenidas? Vão construir novas avenidas? Criar o corredor é uma boa ideia, falta dizer onde e como. Serão implantados nas avenidas que só dispõem de duas faixas? Isso não está sendo colocado nem de forma séria e nem bem intencionada.
Terceiro. A
questão da água é muito séria. Não é correto ir simplesmente aumentando a
capitação no rio Itapecuru, o rio vai sofrer com isso. O sistema de captação
tem que ser ampliado recorrendo a outros rios próximos: Pindaré, Mearim, Munim.
Sem essa ampliação que diminua o impacto sobre o rio Itapecuru será mais uma
medida desastrosa. No entanto, isso tem que ser um projeto conjugado dos
poderes estadual, Federal e Municipais, pois vários municípios precisam entrar
nessa negociação.
Por que ninguém fala em combater a grilagem? Por que ninguém cogita reformulação do Plano Diretor? Até onde vai ser possível fazer essa cidade melhorar para os cidadãos seguindo e obedecendo a estrita lógica dos lucros de alguns empreiteiros e construtores? E a lei de Zoneamento urbano, ninguém vai dizer nada?
Hoje as políticas de preservação do patrimônio histórico tem se mostrado pouco eficientes na manutenção da estrutura física dos prédios e monumentos e de baixíssimo resultado em termos de reocupação e vivência. Milhões e milhões de recursos públicos já foram gastos ali. É preciso repensar as medidas e criar mecanismos mais eficientes de responsabilização dos proprietários. Medidas que vise principalmente o fim social da propriedade e seu valor histórico-cultural.
São
Luís não está precisando de meias-soluções, pois isso não é solução alguma. A cidade
precisa de projetos reais, frutos de estudos e que responda às demandas atuais
e que deixe alguma sustentabilidade para enfrentar as novas demandas que inevitavelmente surgirão nos próximos anos.