Hoje é data do falecimento do jornalista Walter Rodrigues. Dois anos completos.
Conheci o Walter em uma entrevista para minha tese de doutorado. Lembro-me de um enorme cachorro solto no seu jardim. Não sabia se fazia as perguntas ou olhava para o cachorro. Até que pedi para amarrar o cachorro. Isso no ano de 2005. infelizmente essa gravação digital deu problema e não consegui recuperar. Depois disso mantivemos conversas frequentes.
Tinha versões únicas sobre determinados fatos. A mais incrível foi sobre uma tragédia ocorrida com uma autoridade, no interior do Maranhão... mas não conto aquilo que o autor não autorizou em vida. O roteiro e o desfecho, confesso, são primorosos.
Certa vez cheguei na casa dele e ele me perguntou: "Como um professor pode ter um carro desse?" Falava do meu carro, um Peugeot 106. Disse quantos empregos tinha, as minhas despesas e o valor da prestação. Demonstrou ter entendido.
Quanto jornalista era de uma qualidade ímpar. Dissecava e discorria sobre um assunto de forma pormenorizada. Armava sempre uma estratégia de convencimento. Tinha um impulso de convencer. Detinha a escrita técnica e fazia também na forma de ofício, mas quando era algo de caráter pessoal concentrava todo seu esforço para montar o texto.
Entre as coisas engraçadas que contava, tem destaque seu plano anti-sequestro. Simplesmente fora do comum. A justificativa era: "detesto a humilhação!"
Deixou uma lacuna no jornalismo maranhense pela qualidade da escrita, pela postura intelectualizada que tinha ao exercer sua profissão.
Achava uma anormalidade o fato de eu não beber bebidas alcoólicas e ser cristão.
Em em uma discussão que tivemos, finalizou dizendo: "Seja justo comigo!" Eis a minha resposta. Somos todos perfeitos e imperfeitos. Só isso!
Esteja em paz. Eu continuo dizendo a mesma coisa: Deus existe!