As coisas aqui nunca estiveram tão velhas e viciadas em termos de práticas eleitoreiras. As ações de governo assumem uma forma nitidamente de personificação das ações, para que no fim o direito seja entendido e recebido como favor, dádiva. Mas isso não é tudo de nosso atraso. O mais grotesco é como as pessoas são posicionadas e submetidas para receber o “favor”. A imagem de cidadão de cidadão já é diluída desde o início do processo. È necessário que ele ouça e sinta que ele não tem nada e faça reverência aos senhores onipotentes. Comprimidos em calçadas e expostos gratuitamente ao sol, ao sereno e aos assaltos. Muito estão dormindo na frente dos postos de atendimento. Todo esse esforço recai sobre o segmento social com renda entre 0 a 3 salários mínimos.
O Programa Minha Casa, Minha Vida está escalonado por faixa de renda, da seguinte maneira (Geral – Brasil):
Renda até três salários mínimos - 400 mil casas
Renda entre três e quatro salários mínimos - 200 mil casas
Renda entre quatro e cinco salários mínimos - 100 mil casas
Renda entre cinco e seis salários mínimos - 100 mil casas
Renda entre seis e dez salários mínimos - 200 mil casas
Em São Luís, como já é sabido, o acesso à moradia digna é uma coisa rara à população de menor poder aquisitivo. O que está acontecendo passa pela equação oferta e demanda. A demanda reprimida é muito, muito, muito maior do que a oferta. A quantidade de unidades a serem construídas é um pouco mais de 15 mil unidades. A população adulta (ativa e produtiva) de São Luís, segundo o IBGE, 60% dos com ocupação remunerada ganham até dois salários mínimos. Agora... fica imagina o restante... da população...
Mas em termos de “governo” o que vale agora é alimentar a esperança e manter os milhares e milhares de inscritos como “súditos fiéis”. Depois são “outras coca-colas”!!!! Depois... é o depois: as eleições já passaram, tudo passou...