quarta-feira, junho 19, 2013

O chute saiu pela culatra: as manifestações e o autoritarismo de sempre



Os fatos históricos exigem tempo para que possam ser compreendidos e interpretados de maneira mais confiável. Aprendi nas aulas do primeiro período de C. Sociais, lembro bem. O que quer dizer isso, que no momento em que os fatos estão acontecendo não é possível fazer uma mensuração, descrição, interpretação, análise sobre seus reais e imaginários impactos com confiabilidade e geral porque ainda está em curso as ações/reações. Somado a isso o efeito miopia, muito próximo, não consegue ver a imagem com nitidez. Só quando os processos já se desdobraram por um certo período de tempo que o grau, o volume e poder destrutivo e criativo nos acontecimentos podem ser lidos de forma mais subsidiada e fundamentada. Mesmo assim sempre haverá possibilidade de inúmeras leituras dos fatos... e nem todos convergentes.

Faço questão de incluir a dimensão imaginária, para que fique claro que nem tudo que se acredita sobre a história é fruto de uma descrição fidedigna dos acontecimentos, mas, em boa parte, versões pautadas em suposições e marcadas pelo impacto emocional e de crenças do testemunho. Isso é uma coisa diferente da total e absoluta crença que o presente não possa ser pensado e representado. Aí é o problema está no limite intelectual do sujeito do conhecimento... 

Ninguém precisa esperar 500 anos, 1000 anos para constatar que conservadores do tipo reacionário estão incomodados, alguns com medo. E que desde o início das manifestações a turma que parasita a máquina pública sentem seus interesses ameaçados. 

Quem não sabe que tem gente se beneficiando da situação atual? Quem não sabe que existem oligarquias partidárias? Quem não sabe que séquitos partidários ficam na obrigação de ser contra essas manifestações. Difícil mudanças ocorrerem sem contrariar algum tipo de segmento. Já vejo ganho: o medo e a preocupação dos arrogantes que ocupam o poder. Além da clara e inequívoca irrelevância dos partidos políticos brasileiros como mediadores, canalizadores e representantes de demandas sociais legítimas. O povo brasileiro está responde ao corporativismo cego e à mafialização do Estado.

Observação: Não é de se duvidar que os Vândalos e saqueadores, em boa parte, sejam pessoas recrutadas e a mando dos poderosos para descredibilizar e criminalizar as manifestações. Os mesmos métodos utilizados pelos militares. Os maiores criminosos estão no poder. 

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