quinta-feira, junho 30, 2011

O bezerro de cornos dourados e a lama

Questores, Edis e Tribunos da Plebe são condições impróprias para a in-res publica maranhense, onde sobram devaneios e falta bom senso.

Enquanto o Maranhão permanece com índices gritantes de miséria, os arraiais revelam a verdadeira preocupação pública dos ocupantes do poder político. Se há inexistência de recursos para hospitais, escolas, saneamento, estradas, asilos e para pagar salários dignos aos professores, médicos e policiais, o mesmo não acontece para as farras e desvarios luxuosos.

No arraial da Lagoa foi criado um camarote Real, exclusivíssimo, ornamentado nos mínimos detalhes: resplandece os cornos dourados de um boi, que pode ser batizado como o bezerro de ouro da heresia sobre responsabilidade pública. O camarote ficou parecendo um palco elevado, dando um ar de teatralidade: um arremedo decadente de teatro nô (o shite é espírito errante e nostálgico, que porta a máscara). A arrogância está se convertendo paulatinamente em ridícula demência.


Mas o bezerro de ouro tem pés de lama, basta ver o esgoto a céu aberto em uma das entradas do arraial da Lagoa. In natura a cloaca escorre para poluir o mar e revelar que o glamour de Realeza é mise en scène, que não suporta o peso do arraial real. Onde 900 mil famílias sobrevivem de bolsa família e apenas 1,47% dos domicílios apresentam moradores com renda mensal per capita acima de R$ 2.550, os domicílios restantes amargam a faixa de 0 a 4 salários mínimos. Sendo que 26,51% dos domicílios estão com renda até R$127,50, quase o triplo da média nacional de baixa renda. A grande maioria da população ainda não experimentou o grau mínimo de qualidade de vida produzido pelo processo civilizatório ocidental: água tratada, escolarização média, esgoto, ruas calçadas, limpeza pública, atendimento médico, fossa, alimentação regular...

Como explicar tamanhas riquezas? O campeão de vendas de carros? A venda acelerada de apartamentos caríssimos, acima do valor do mercado sul/sudeste? Resposta: é a lama e os baixos salários (na parte visível). Para completar a escola de samba Beija Flor de Nilópolis vai levar ouro para brilhar no carnaval do Rio. São Luís vai comemorar 400 anos de construção sobre fezes.


No mundo LED do “governo” o sinal está verde para o desenvolvimento, mas, no mundo real,  o sinal há tempos está fechado para nós, que nascemos, crescemos e estamos envelhecendo sob a égide desse horror.envelhecendo sob a égide desse horror
PS.: O idealizador e construtor desse camarote Real é o mesmo que comanda a CAEMA...que deveria cuidar do saneamento. 

quarta-feira, junho 29, 2011

PARTIDOS, SOCIEDADE CIVIL E...


A sociedade civil no Brasil (no que compreende o fechamento político promovido pelo golpe de 1964) passou por diversas fases e múltiplos processos de sociabilidade foram desencadeados, desde o choque desmobilizador promovido pelo Autoritarismo nos seus anos de maior repressão, em particular com a vigência do AI nº 5 e a proliferação da tortura e da violência estatal praticadas nos porões dos DOI-CODI’S até as manifestações de apoio à Anistia, e à volta das eleições. As formas de organização tinham passado desde os momentos primeiros do Autoritarismo, por uma reestruturação, muito do que fora o ideário das organizações à esquerda e à direita, ou os progressistas e os arcaicos tiveram grandes momentos de redefinição de seus ideários e estratégias.

Os movimentos sociais, após longos anos de confinamento e funcionamento, dissimulados dentro de outras organizações, puderam elaborar seus próprios projetos de ação. Antes todos os movimentos sociais proibidos de existir buscaram algum guarda-chuva; em alguns casos havia tantas forças abrigadas sob um mesmo guarda-chuva, mas o mesmo perdeu-se de si mesmo. Com a vigência do bipartidarismo, o MDB (Movimento Democrático Brasileiro) assumiu a forma de guarda-chuva político–partidário, a ponto de chegar à redemocratização totalmente multifacetada, sendo um gigante, mas sem saber ser ele mesmo. Esteve no governo, mas não dirigiu, não implantou nenhum projeto político particular. Uma crise que o entrava até hoje.

Assim, naquele momento, o partido político que assumiu, em meados da década de 1970, o papel de resistência ao regime militar, configurou-se, na década seguinte, como o instrumento das mudanças sociais reclamadas em múltiplas ocasiões pretéritas, o que estimulou novas mobilizações populares. Não se quer com isso afirmar que esse papel tenha sido efetivamente exercido. Como é do conhecimento público, ocorreu justamente o contrário, o papel renovador do PMDB esgotou-se sem que as mudanças tenham-se efetivado. (NASCIMENTO)

Outro caso se remete às CEB’s (Comunidades Eclesiais de Base), CBJP (Comissão Brasileira de Justiça e Paz), CPT (Comissão Pastoral da Terra), a PO (Pastoral Operária) e ao Movimento Estudantil. Chegaram até a transição como grandes escoadouros de múltiplos anseios, abrigando projetos de vários setores.

Mesmo nos anos mais fechados a sociedade não parou de se organizar, aliás, ela foi se organizando num creste avassalador; o movimento pela Diretas-Já foi a exibição espetacular do anseio de participação nas arenas decisórias da política.

Os movimentos e diversas organizações experimentavam formas inovadoras de participação interiormente, tanto na forma de um basismo democrático como no basismo corporativista. Por outro lado, acumulavam-se anseios e demandas de toda ordem e muitos queriam ver suas necessidades respondidas e atendidas. Diga-se ainda que a Constituição de 1988 soou como o módulo salvacionista de diversos  segmentos. Todos a um só tempo esperavam atingir outros patamares a partir da transformação de suas reivindicações em direito, mais precisamente em lei. O salvacionismo constitucional, que em boa parte começou a alimentar uma progressiva judicialização da política brasileira, atualmente já em patamares preocupantes.

A Carta de 1988 refletia programas defasados no tempo, porque refletia ainda as marcas de uma conjuntura que não existia mais; refletia o instante passado do seu nascimento sem se dar conta que o tempo, o contexto e a conjuntura apontavam para outras direções e com efeitos diferenciados. Muitos até então não experimentados. Abriu-se a janela da Democracia, mas as pessoas não perceberam as alterações da paisagem; continuaram vendo aquilo a que estavam acostumadas a ver e não o que realmente aparecia diante dos seus olhos.

Uma infinidade de matérias acabou sendo constitucionalizada. A Constituição passou a tratar de quase tudo e ficou um megatexto com inúmeras questões em aberto, na dependência das tais leis complementares. Nisso se deixou de lado as questões fundamentais sem detalhamentos necessários para a reestruturação e organização do Estado, para dar maior capacidade de gestão e administração da coisa pública.

A Constituição tornou em gigante o texto de direitos, mas muitos sem viabilidade. A Constituição cidadã se perdeu em generalidades sem referendar os mecanismos de execução e controles necessários para o desenvolvimento de políticas essencialmente voltadas para a garantia da melhoria de vida e políticas sociais de valorização da cidadania, a par de que houve crescente movimento de democratização do cotidiano do cidadão.

Ao abrir-se para a Democracia Representativa, os elementos de concorrência eleitoral, os partidos, assumiram grande significado no processo de disputa, precisando cada vez ampliar a suas formas de captação de voto de participação na competição. Inicia-se um jogo, que, carente de atualizações de suas regras e carregado de vícios, se tornou cada vez mais acéfalo e inorgânico.  Os movimentos, que até então vinham ganhando força, passam cada vez mais sendo domesticados pela lógica eleitoral partidária e cada vez mais fazendo definhar as experiências inovadoras elaboradas durante a Repressão.

Em geral, no Brasil pós-1985, os partidos não lograram êxito na tarefa de moldagem da coesão social, porque não souberam assumir a condição de legítimos gestores dos inúmeros interesses sociais que, em grande parte, eram contraditórios entre si. Por sua vez, o interesse partidário eleitoral e sua lógica de competição foram engessando e instrumentalizando diversas outras forças políticas sociais a exemplo dos sindicatos, associações de moradores, movimentos populares etc. Elas passaram de uma condição autônoma a  uma condição de aparelhadas. O cupulismo, modelo típico de partidos de quadro (ou do fenômeno de oligarquia partidária), e a solidificação da participação meramente corporativa inviabilizaram que novas sociabilidades fossem transferidas para o cotidiano da vida do cidadão. Não serviram como bases de uma Educação Política mais ampla, pública. Para um maior desenvolvimento sobre as tensões entre estruturas e interesses no interior dos partidos, assim como a sua organização interna conforme Baudouin.

Hoje,29/06/2011, a TV Senado transmitiu sessão de trabalho da Comissão Constituição e Justiça, que tinha como pauta a proposta de pôr fim na prática de coligação nas eleições proporcionais. Teve destaque a bizarrice e incoerência de governistas, oposição, esquerda e direita.

1-    Soou estranho algumas afirmações do Senador Inácio Arruda – PC do B/CE: “Devemos tirar a moralidade da política. Devemos tratar o assunto político”; “A minha liberdade de escolher”; “Isso é contra o pluralismo político.”

O senador comunista estava criticando os que defendiam o fim das coligações e apontaram a prática de coligação como um comércio e, portanto, um elemento nocivo ao nosso sistema partidário/eleitoral. A ciência política busca, enquanto ciência não ser valorativa, mas a Política não pode ser esvaziada de valores, não em Estado Democrático de Direito. Fim de coligação não acaba com o pluralismo e a participação das minorias, as eleições proporcionais já é uma garantia do pluralismo, a proposta não do fim de coligação não impede a criação de novas legendas nem a participação das pequenas legendas. Quanto a questão da liberdade de escolher na forma empregada pelo senador é contrária a ideia de conteúdo programático e identificação ideológica. Outros senadores, entre eles Demóstenes, questionaram coligação feita do PC do B com o DEM em eleições proporcionais. Estranho a forma de liberdade individualizada exposta pelo senador Inácio, pois é tipicamente do Liberalismo. O PC do B não é nanico e muito menos um partido sem capacidade competitiva. Não reconhecer a existência de siglas de aluguel, que forma um mercado  corrosivo a ética político/partidária e à Democracia, não está em sintonia com a tradição crítica do PC do B. Não combater essa prática de coligações de casuísmo, sem identidade programática e ideológica destoa da trajetória em prol da ampliação da Democracia no Brasil.

2-    Não menos estranhas foram as afirmações do senador Humberto Costa – PT/PE: “Eu vou votar contra, mas sou a favor”. “Não podemos nos guiar pelo senso comum”.

Primeiro, o senador disse que o partido não tinha ainda posição sobre o tema do fim da coligação, em seguida disse que era a favor, mas ia ser contra. Também disse não entender os motivos do PC do B não ter evoluído nessa questão, mas ia votar com o PC do B. Ninguém entendeu. Vários sorrisos. Quando chegou no momento do item consulta popular para saber se a população aceitava ou não as propostas da reforma política, o senador Humberto surpreendeu a todos quando criticou duramente a possibilidade de um plebiscito sobre as mudanças. Para o senador, os senadores não devem se guiar pelo senso comum, o senso comum, entenda, é a vontade popular, originário da soberania em qualquer democracia. Traduzindo: o povo não sabe o que quer e só os iluminados, em uma sala fechada, sabem o que é melhor para o país. Isto é, a opinião pública não importa e mecanismos de participação direta não devem ser usados. Pois é, o senador do PT se uniu ao senador Demóstenes Torres – DEM/GO.

3-    Demóstenes Torres – DEM/GO: “Plebiscito é quando tem uma matéria relevante”; “Não podemos abrir mão de legislar”.

Torres foi coerente com a trajetória reacionária do DEM, que confunde Liberalismo com boçalidade, reacionarismo e aversão à participação popular. Vejamos: as eleições e suas regras estão intimamente ligadas à soberania popular nas democracias representativas; como as mudanças nas regras de disputa e de acesso ao poder político não são de relevância? Como os parlamentares vão perder sua atribuição de legislar usando um dispositivo previsto na Constituição? Consulta popular está previsto na Constituição de 1988 e teve baixo uso até agora. Absurdo.

Preocupa o produto final desses textos, principalmente quando o que se diz esquerda fica sincronizado com a direita, em um pacto nada democrático e muito menos republicano, limitando o debate e as questões ao interesse particularíssimo da sigla partidária isoladamente. O que foi exposto pela TV Senado evidenciou as fraturas esquerda/direita e oposição/governo são móveis e extremamente reconciliáveis nesse território Brasil.
Triste ver, em momentos de democracia, os setores ditos progressistas não pressionarem no sentido de ampliação democrática, aperfeiçoamento dos mecanismos de participação popular, solidificação da transparência e de eleições com igualdade competitiva e lisura. Cadê Res publica e a Democracia?
  

quinta-feira, junho 23, 2011

HOMENAGEM BAIANA A SARNEY


Em palestra proferida na Mackenzie (1968), o governador José Sarney, em tom de denúncia ao seu antecessor, apresentou aos presentes os seguintes números sobre as condições do Maranhão: renda per capita menor que 100 dólares, 50% das crianças em idade escolar fora das escolas, mortalidade infantil 212/1000, setor industrial apenas 8% do PIB.
O que aconteceu depois? O Maranhão  foi  ficando cada vez mais em descompasso com o ritmo de crescimento e desenvolvimento experimentados pelos demais estados da federação, apresentando um montante de miséria e déficit crescente nos serviços básicos e infra-estrutura. Por quê? Porque o grupo foi paulatinamente se esgotando em termos propositivos, cada vez mais distante e sem sensibilidade para as demandas populares, profundo alinhamento da coisa pública aos seus interesses privados, a profunda garantia da intocabilidade e o controle dos principais meios difusores e produtores de informações.
Passados 40 anos após a chegada de José Sarney ao controle político do Maranhão (1965), é indiscutível a vitalidade que ainda tem essa teia mandonista. No entanto, se por um lado há um eficiente desempenho de mando; por outro, é lamentável que os índices, denunciados pelo jovem governador de apenas 35 anos de idade no auditório da Universidade Mackenzie (SP), não foram alterados para patamares mais aceitáveis. Pois após seu governo (1966-1969) o Executivo quase em sua totalidade esteve ocupado por um político indicado e/ou apoiado pelos Sarney. Depois de 1965 apenas os governos de Pedro Neiva (porque rompeu logo após sua indicação) e de Nunes Freire (indicação ainda sob a influência de Vitorino) não podem ser associados ao mando sarneísta.
O senador Sarney, quando foi eleito governador do Maranhão, em 1965, autodenominou-se como o instaurador da luzes e da modernidade no Maranhão (firmou a marca do atraso e das trevas no seu antecessor). Mas isso era só o início da modelação de sua biografia. Os esforços foram se multiplicando continuamente com a finalidade de colecionar títulos, comendas, homenagens. Tudo sistematicamente trabalhado para produzir registros de enaltecimento e notoriedade. Durante o período que foi Presidente da República, o senhor Sarney distribui diversos títulos de Comendador, o que mostra sua obsessão estabelecer uma situação nobiliárquica.  
Será que descender de retirantes nordestinos (avós) lhe é um peso? Não seria um motivo de orgulho? O certo é que sua árvore genealógica não remete a nenhuma das cassas da nobreza portuguesa. Mas isso já pode ser sanado, bastando participar de um dos leilões da Struttamp & Paker, empresa especializada em propriedades rurais e títulos nobiliárquicos. Para ter um título basta a bagatela de 50 mil libras, para entrar no leilão e depois a sorte. Com isso um título de barão ou lord inglês, ou irlandês, ou escocês pode ser adquirido. Lord Mord é um título que existente há mais de mil anos.
Enfim, ainda existe tempo para resolver esse grilo de título.
Dentre todas essas placas já distribuídas por ruas, nomes de escola etc, etc... pelo Maranhão a dentro, a homenagem baiana tem maior significado, é desinteressada e não foi feita por nenhum aliado em busca de promoção dentro do clã. É manifestação espontânea...
Há 13 anos atrás, senhor José Carlos e dona Rita resolveram abrir uma loja de equipamentos eletrônicos, veio a hora de colocar o nome e senhor Zé resolveu colocar o seu apelido como nome da loja: Sarney. Por que Sarney? Todo mundo da turma de bar de senhor Zé tinha que ter um apelido. Só valia ser apelidado com nome de político. Nessa época, segundo senhor Zé, “eu era metido a moderno e usava bigode, a turma me apelidou de Sarney.Quando abrir coloquei o nome de Sarney, porque era conhecido com esse nome”. Segundo dona Rita o nome deu sorte para ela. Isso é verdadeiramente homenagem popular desde o início. Mas aquela placa colocada na ponte... que todos chamam de Ponte do São Francisco...
A loja Sarney está na rua 03 de maio, no centro histórico de Salvador. Quem sabe, em breve, vire um centro de peregrinação...

quinta-feira, junho 16, 2011

Pessoa para todas as pessoas

Ondina/Federação-Salvador. Foto: Francisco Araujo
PASSAGEM DAS HORAS *  (Fernando Pessoa)

Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.

A entrada de Singapura, manhã subindo, cor verde,
O coral das Maldivas em passagem cálida,
Macau à uma hora da noite... Acordo de repente...
Yat-lô--ô-ôôô-ô-ô-ô-ô-ô-ô...Ghi-...
E aquilo soa-me do fundo de uma outra realidade...
A estatura norte-africana quase de Zanzibar ao sol...
Dar-es-Salaam (a saída é difícil)...
Majunga, Nossi-Bé, verduras de Madagascar...
Tempestades em torno ao Guardafui...
E o Cabo da Boa Esperança nítido ao sol da madrugada...
E a Cidade do Cabo com a Montanha da Mesa ao fundo...

Viajei por mais terras do que aquelas em que toquei...
Vi mais paisagens do que aquelas em que pus os olhos...
Experimentei mais sensações do que todas as sensações que senti,
Porque, por mais que sentisse, sempre me faltou que sentir
E a vida sempre me doeu, sempre foi pouco, e eu infeliz.

A certos momentos do dia recordo tudo isto e apavoro-me,
Penso em que é que me ficará desta vida aos bocados, deste auge,
Desta entrada às curvas, deste automóvel à beira da estrada, deste aviso,
Desta turbulência tranqüila de sensações desencontradas,
Desta transfusão, desta insubsistência, desta convergência iriada,
Deste desassossego no fundo de todos os cálices,
Desta angústia no fundo de todos os prazeres,
Desta sociedade antecipada na asa de todas as chávenas,
Deste jogo de cartas fastiento entre o Cabo da Boa Esperança e as Canárias.

Não sei se a vida é pouco ou demais para mim.
Não sei se sinto de mais ou de menos, não sei
Se me falta escrúpulo espiritual, ponto-de-apoio na inteligência,
Consangüinidade com o mistério das coisas, choque
Aos contatos, sangue sob golpes, estremeção aos ruídos,
Ou se há outra significação para isto mais cômoda e feliz. 

* O poema não está completo!

quarta-feira, junho 15, 2011

QUILOMBOLAS EM MARCHA: REPARAÇÃO NÃO É ESMOLA!


Release - Igor Sousa.
Ontem (13/jun) houve uma reunião na CPT com várias entidades, entre elas: Mst, Cáritas, Najupe, Smdh, Lidas,Cimi e foi deliberada a criação de dois núcleos de apoio ao acampamento: um grupo responderá pela logística e outro ficará responsável pela representação em si, dando entrevistas e tal.
Hoje haverá uma audiência pública no Incra com técnicos vindos de Brasília responsáveis pelo processo de titulação e debatade de como esse processo deve ser viabilizado.
No dia 22, haverá uma reunião com os ministros do desenvolvimento agrário, promoção da igualdade racial, direitos humanos e presidente nacional do Incra.

sábado, junho 11, 2011

MARANHÃO, QUEREM ACABAR CONTIGO!


QUE MARANHÃO DO SUL É ESSE?

No mês agosto publico a parte iii dessa discussão, onde apresentarei dados e depoimentos para deixar mais evidente os reais interesses desse projeto e seus principais beneficiados. Alguns políticos do anti-sarneísmo estão acreditando que dividir é ruim para os Sarney e que eles não desejam isso. Será? Mas essa parte fica para agosto.
Defendo o Maranhão unido, forte e livre! Sem oligarquia e sem miséria!
O texto abaixo foi publicado originalmente em 21/03/2007:

 I

Nada contra a parte maranhense que quer se transformar em outro Estado. No entanto, a decisão de como e sob quais condições isso vai ocorrer não pode ficar restrita à parte separatista.

Onde começa e onde termina tais limites desse novo Estado não pode ser sem critérios claros e fundamentados. Pergunto:

1-     Por que o novo Estado (Maranhão do Sul) tem que ficar com a metade do atual território maranhense?
2-     Onde se localiza tal vontade e quem são seus representantes?
3-     O Maranhão, assim como outros Estados membros, não é homogêneo, tem suas variações sócio-culturais internas. Qual o problema nisso?
4-     Que identidade comum tem esse sul?
5-     Que identidade comum tem Imperatriz e sua periferia com as populações residentes nas margens do Rio Parnaíba?
6-     Quais as vantagens sociais e econômicas para os indivíduos comuns que residem em Imperatriz e periferia?
7-     Os problemas existentes são de concentração política ou administrativa? É de falta de político ou de falta de política pública e políticos que prestem?
8-     Quem vai bancar a construção desse novo Estado?
9-     A que interesse serve essa fragmentação do poder político? Dividir não vai ficar mais fácil para a oligarquia continuar controlando?

 II

A forma elitista e o caráter restrito das discussões sobre o Maranhão do Sul apontam significativamente para um viés casuísta e egocêntrico. Precisamente ressalta a vaidade e ganância de alguns políticos, empreiteiros, latifundiários etc. que, pautados em conveniências pessoais e oportunismos, não tratam da questão com um mínimo de racionalidade e comprometimento com o interesse público.

Essa proposta, na verdade, equivale a uma feudalização dos feudos (conforme a acepção weberiana). O território será esquartejado para que as idiossincrasias  de diversos senhores possam se efetivar. Na prática, esses senhores querem ampliar domínios, mais postos e verbas para que possam mandar mais. (os mesmos senhores com mais cadeiras na Câmara Federal e no Senado)



Os atuais problemas do Maranhão (miséria, falta de asssitência médica, saneamento, educação, segurança etc.) não são produzidos pela concentração política, mas pela concentração administrativa. O que é peciso fazer é desconcentrar administrativamente, ter políicos  comprometidos com a causa pública e efetiva aplicaçao das leis. A impunidade e a cumplicidade estão alimentando a corrupção (econômica / moral).

O que corrói o Maranhão de norte a sul, de leste a oeste é a falta de gestões competentes,  alto índice de corrupção, de enriquecimento ilícitos e falta de projetos a curto, médio e longo prazo para elevar a qualidade de vida dos cidadãos. Os cidadãos não têm as garantias mínimas para o exercício efetivo de suas cidadanias.
A separação não assegura que esses “novos” parlamentares e esse “novo” governador do Maranhão do Sul cuidarão ou estarão imbuídos pela melhoria da qualidade de vida das pessoas que lá moram.

Basta ver a média da qualidade das administrações municipais, a postura ética dos prefeitos e parlamentares da região para saber que governantes o novo estado federativo terá e, principalmente, o que os cidadãos ganharão nessa "engenharia política".



Com a criação do novo Estado (Marahão do Sul) os políticos lá existentes passarão para um estágio ético-administrativo superior? Haverá um salto de qualidade automático? A qualidade dos políticos vai mudar? Os políticos dessa região também não são cúmplice da miséria e do atraso que recai sobre todo o Maranhão? As misérias de do sul do estado são  irmãs das misérias do "norte " do Maranhão e os responsáveis os mesmos.

A criação de mais um estado federativo ampliará os custos com parlamentares, desembargadores e assessores. Tudo isso será mais um peso para os contribuintes. São recursos que deixarão de ser invetidos em obras e projetos sociais para sustentar toda essa leva de cargos.

O efeito imediato da criação desse novo estado: recursos deixarão de ir para investimentos sociais e irão para a manutenção e instalação dessa nova máquina, dessa nova burocracia. Já imaginou o desperdício de recursos públicos? Os novos cabides de emprego?

ABAIXO A PROLIFERAÇÃO DE GASTOS COM CARGOS POLÍTICOS! Estamos precisando é de mais investimentos sociais e melhores condições de vida! A Unidade é fundamental para nossa libertação!

quinta-feira, junho 09, 2011

VIOLÊNCIA, CORRUPÇÃO E THE PROGRESSIVE ERA: MUDANÇAS NÃO OCORREM SEM ESFORÇO

 
Five Points retratado por George Catlin -1829

Nas linhas da obra A ética protestante e o espírito do capitalismo, de Max Weber, pode-se notar os resquícios de um período vil e nebuloso da vida americana. Weber, comentando a realidade americana do início do século XX, diz que as pessoas achavam normal os políticos empregarem seus aliados na máquina administrativa do governo. Toda vez que mudava o chefe político entrava uma nova leva de apadrinhados.

As informações de Weber propiciaram alguns questionamentos: o que fez essa realidade mudar? Como essa gente mudou de mentalidade e comportamento? O que aconteceu? Essas questões ficaram mais densas com a aquisição de outras informações, particularmente as relacionadas ao período imediatamente anterior a esse descrito por Weber. Período acentuadamente marcado por alto grau de violência e corrupção. A década de 90 nos Estados Unidos, do século XIX, foi considerada como a “Década Imprudente”. Portanto, tratava-se uma situação que não era digna de grandes aplausos.

Tratava-se uma combinação corrosiva de violência e corrupção, que atingiam todos os níveis da máquina pública. Em diversas cidades você não só podia alugar uma arma como também contratar livremente serviços de pura violência: assassinatos, espancamentos, navalhadas etc. A corrupção seguia a rota da violência e garantia impunidade e injustiças. O resultado disso é que diversos segmentos sociais ficam em condições brutais de inferioridade, desprovidos de condições dignas e de proteção. Muitos problemas se agravaram com as rápidas transformações provocadas pela Revolução Industrial.

Em Nova York, em plena Manhattan, sobre um lago aterrado, surgiu uma favela, onde coabitavam diversas etnias e nacionalidades, esse lugar era Five Points, referência de pobreza e violência na época. Particularmente com a pressão econômica ocorrida ente 1820 e 1830, tornando o lugar desprezível aos olhos de todos. A paisagem não era marco de civilidade e desenvolvimento, mas degradação e violência.

A resposta à crise veio inicialmente através de agricultores, pequenos empresários e líderes reformistas que se reuniram em torno do Partido Populista. Esses cidadãos assumiram a causa de enfrentar os problemas que afligiam o país. Essa preocupação e os motivos dela foram expressos na plataforma do partido, lançada em 1892 durante convenção realizada em Omaha. Onde se ler:

The conditions which surround us best justify our cooperation: we meet in the midst of a nation brought to the verge of moral, political, and material ruin. Corruption dominates the ballot-box, the legislatures, the Congress, and touches even the ermine of the bench. The people are demoralized; most of the States have been compelled to isolate the voters at the polling-places to prevent universal intimidation or bribery. The newspapers are largely subsidized or muzzled; public opinion silenced; business prostrated; our homes covered with mortgages; labor impoverished; and the land concentrating in the hands of the capitalists. The urban workmen are denied the right of organization for self-protection; imported pauperized labor beats down their wages; a hireling standing army, unrecognized by our laws, is established to shoot them down, and they are rapidly degenerating into European conditions. The fruits of the toil of millions are boldly stolen to build up colossal fortunes for a few, unprecedented in the history of mankind; and the possessors of these, in turn, despise the republic and endanger liberty. From the same prolific womb of governmental injustice we breed the two great classes—tramps and millionaires.

Essa parte final do texto lembra muito o Maranhão: “From the same prolific womb of governmental injustice we breed the two great classes—tramps and millionaires.” Apenas trocaria tramps por miseráveis.

O texto integral sobre a Era Progressista nos Estados Unidos está em:

http://www.academicamerican.com/progressive/topics/progressive.html

Vale a penar ler, pois favorece a reflexão sobre a situação que vivemos e a necessidade de iniciar uma mudança. Não só isso, mas também perceber a necessidade de tomar a decisão de querer mudar e devotar total empenho em prol de tal tarefa.

As mudanças não chegam sem esforço!

domingo, junho 05, 2011

Partidos, Ideologias, serpente encantada e outros baratos mais


No Maranhão tem um jeitinho do jeitinho brasileiro, uma malandragem ideológica, que mistura compadrio, familismo, patrimonialismo, privatismo e mandonismo.



É copioso frisar que temos singularidades que datam desde as maranhas iniciais da colonização e registradas pelos colonizadores religiosos que por cá enfiaram a cruz e o talo da flor do Lácio, emprenhando a terra para tudo dar sem ressentimentos, sob o estatuto do pecado.



O Maranhão chegou a ser “outra colônia” distinta do Brasil, separação iniciada em 04 de maio de 1617, ganhando efetividade através de carta régia de 13 de junho de 1621. Pode-se listar uma sequência de fatos para ilustrar essa singularidade maranhense. Porém, para focar melhor na discussão do jeitinho do jeitinho, toma-se como referência uma frase atribuída a Vitorino Freire: “No maranhão o muro se move”.

As diversas “polarizações” eleitorais partidárias e suas sombras ideológicas, no Maranhão, não passam de um simulacro. As partes estão produzindo, no discurso, uma Disneylândia de “ideologia” política.



Há um Maranhão profundo, do pé do lajeiro, que não é redutível ao olhar fixo dessas facções partidárias em direção ao umbigo.



Vamos destacar, a partir das últimas eleições municipais, como essas diferenças se movem no Maranhão, particularmente através das siglas partidárias e coligações.



Em destaque:



Em Açailândia (7º maior colégio eleitoral com 67.139 eleitores) o PT ajudou a eleger Ildemar (45) do PSDB. Vejamos a coligação: PSL,PSDC,PSDB,PMDB,PMN,PT,PSC,PSB. Gleide (10) do PRB, segunda colocada, concorreu pela seguinte coligação: PC do B, PDT, PTC, PTB, PV, DEM, PT do B, PR, PP, PHS, PTN, PRTB, PPS, PRB. Nas eleições proporcionais a coligação PSDB/PT conseguiu eleger 03 vereadores. Detalhe: todos do PSDB: Aluísio (45680), Hélio (45677), Paulo Canarana (45111).



Em Bacabal (8º maior colégio eleitoral com 61.622 eleitores) o candidato vencedor foi Dr. Lisboa (12), da coligação que reuniu os seguintes partidos: PDT, PMDB, PRB, PTB, PSL, PSB, PSC, PSDB, PRP, PPS, PMN, PCB, “PSOL”, PRTB, DEM, PV, PC do B. O segundo colocado, Zé Vieira (11), contou com a coligação dos seguintes partidos: PTC, PR, PTN, PSDC, PP, PHS, PT. Pois é... O PT apoiou o senhor Zé Vieira, cuja trajetória política e biografia de vida não demonstram nenhuma afinidade com nenhuma das definições de esquerda existentes.



Em Santa Inês (9º maior colégio eleitoral com 51.837 eleitores) o candidato vencedor, Roberth Bringel (25), teve o apoio da seguinte coligação: PTB, PP, PMDB, PDT, PV, PRB, DEM, PSC. A segunda colocada, Dra. Luana (40) concorreu pela coligação composta por: PC do B, PSL, PT do B, PT, PSDC, PR, PSDB, PSB, PRTB, PPS. Nas eleições proporcionais essa coligação elegeu 03 vereadores: Deutz (13110 - PT), Otacília Rios (70000 – PT do B) e Creusa da Caixa (65000 – PC do B).



Somos isso... o resto é a verdade escondida na calda da serpente encantada que mora debaixo da ilha.

quarta-feira, junho 01, 2011

QUILOMBOLAS FRENTE A FRENTE COM OS LEÕES


Representantes de diversas comunidades quilombolas acamparam em frente ao prédio do Tribunal de Justiça do Maranhão. Pedem Justiça e o fim da escalada de violência contra as comunidades quilombolas. Diversos assassinatos foram registrados nesse primeiro semestre do ano. A pistolagem está operando livremente no Maranhão. 

Conceito e Vida. O que é um quilombo? Inúmeras definições foram construídas ao longo dos anos, mas bem poucas ultrapassaram a idéia de local onde viviam os escravos negros fugidos. Portanto, tratava-se de esconderijo. 

Os estudos desenvolvidos pós-Abolição foram gradativamente enriquecendo as definições voltadas para esse fenômeno. Esse avanço proporcionou uma visão mais ampliada e realista dos Quilombos, o que possibilitou entendê-los por outra ótica, para além da dimensão físico-geográfica e situação de fugidos.

Sugerir que todos os quilombos foram nos moldes de Palmares também é um equívoco, além de ser um reducionismo histórico. Os estudos recentes constataram, através de múltiplas interpretações e análises, que os quilombos, na sua maioria, deslocavam-se constantemente, a fim de  evitar que fossem atacados e dizimados pelos escravocratas. Sendo assim, fez-se necessário caracterizar os quilombos como espaços constituídos por sociabilidades fortemente articulas com identidades históricas, constituindo um patrimônio específico na composição da sociedade nacional.

Portanto, longe de ser mero esconderijo, os quilombos foram e tem sido a via real para efetivação de vida livre e humanizada para os negros descendentes dos povos africanos escravizados oficialmente no Brasil durante 300 anos. Os quilombos não são meros lugarejos ou pedaços de terras, como alguns reducionistas querem ilustrar, são situações complexas bem maiores, constituídas de referências simbólicas, afetivas, religiosas e de criação familiar.
Os quilombos, na prática, formavam os espaços onde a Diáspora Africana (forçada ) foi resignificada em prol da unidade. Tinha como fundamento a solidariedade, estabelecida pelo reconhecimento do sofrimento comum de todos os povos vindos da África: a escravidão.

Dessa forma, as diversas porções sociais trazidas da África, e etnicamente diferenciadas, começaram a forjar nos eitos e nas senzalas, suas unidades identitárias, cuja base comunicativa foi a língua portuguesa. Os quilombos eram comunidades que possibilitavam unidade e liberdade às diversas etnias africanas escravizadas. Laboratório da população negra como componente livre da sociedade brasileira.


O Direito que a Pistolagem e a Grilagem querem calar. Regulamentar  as terras remanescentes de quilombos é algo que precisa de cuidado e atenção, principalmente o de não confundir ou reduzir os quilombo a uma área ou propriedade rural qualquer. É um caso que merece políticas especiais, particularmente de proteção e segurança a esses brasileiros. Há uma dívida histórica a espera de uma reparação que seja sustentada no direito à vida digna, que garanta cidadania. 


Quilombolas (hoje) são os que compartilham essa herança identitária construída em contraposição à situação de escravidão. Quilombos são espaços relacionais/simbólicos. As terras de quilombo são domínios e territórios, Isto é, espaço onde existem as condições materiais de sobrevivência dessas comunidades e que servem de referência simbólica e de identidade (pertença). Quilombolas são todos os negros que estão em luta ao longo dos anos, disputando palmo a palmo sua liberdade diante de fazendeiros latifundiários, grileiros e pistoleiros. Enfim, são todos e todas que empenham suas vidas  para quebrar, mesmo que aos poucos, o estatuto escravocrata no Brasil. 

Em que pese os ganhos do fim formal da escravidão, o estatuto escravocrata ainda persiste na formas de assassinatos e extermínios de comunidades negras; na negação da regularização e titulação das suas terras e no descaso governamental diante da violência que cresce sobre esses cidadãos.

Vendo a luta incansável das comunidades quilombolas, que pautadas em estatutos legais buscam assegurar suas terras, os grileiros resolveram impedir esse acesso pela pistolagem, que significa, na prática, o extermínio de lideranças das comunidades quilombolas. O que deve, desde já, ser denunciado como prática genocida, merecendo ser denunciada junto aos organismos internacionais que prezam pelos direitos humanos.

O Art. 68 da Constituição Federal recebeu regulamentação através do Decreto nº 4.887 (20/11/2003), consta, no mesmo, que o INCRA é o órgão competente para a identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras de quilombo.

Essa competência gerou conflito intra-institucional o que fez a Controladoria Geral da União (CGU)  pedir a suspensão das titularizações dessas terras até que fossem feitos reparos na Instrução Normativa de nº   20, que acabou dando poder demais aos funcionários desse órgão. Porém, independente desse item, o INCRA em si, é a prova cabal de um órgão ineficiente e cheio de vícios quanto ao processo de resolução de conflitos agrários. Deixando a identificação a cargo do INCRA resultou na quase paralisia das titulações, pois essa entidade não tem profissionais suficientes para isso, nem recorre a tempo a outras entidades públicas para sanar a essa carência.

Dizia o Decreto: “Para os fins deste Decreto, o INCRA poderá estabelecer convênios, contratos, acordos e instrumentos similares com órgãos da administração pública federal, estadual, municipal, do Distrito Federal, organizações não-governamentais e entidades privadas, observada a legislação pertinente.” 

Quantos pesquisadores das universidades públicas estão envolvidos nessa tarefa? Quantos convites ou convocações o INCRA fez nesse sentindo? Como já dito: o INCRA tem sérios vícios.


Os tambores apontam para os Leões. Absurdo também é a falta de proteção por parte do Governo, que até agora assiste passivamente ao crescente número de assassinatos, e da Justiça que ainda não mostrou sua efetividade em defesa dos direitos desses brasileiros.   

 SEM PROPOSTAS - ELEIÇÃO PRESIDENCIAL 2022 O que tem movido os eleitores brasileiro diante das candidaturas à presidência da República este ...