Ao contrário do que dizem os desinformados e de má fé, os indícios históricos da existência de Cristo ganham cada vez mais elementos comprobatórios de origem arqueológica/documental. Não só isso, o que seria pouco, mas a grandeza de sua vida e de suas ações ganham mais importância diante das descobertas sobre o contexto em que viveu. Olhos que até recentemente faziam questão de ignorar seus feitos, agora reconhecem a amplitude e o vanguardismo de suas atitudes. Terry Eagleton, no livro Jesus Cristo: os evangelhos, lançado pela Jorge Zahar Editores, faz a apresentação, onde constrói uma singular avaliação sobre o fato se Jesus foi ou não um Revoluncionário. Trate-se de um tetxo muito interessante, mas não inquestionável ou sem imprecisões. É valioso pela sua fecundidade e pelas provocações que traz. Alguns trechos, porém, são nítidas reproduções de interpretações judaicas já conhecidas, onde as razões da morte de Cristo são relativizadas. Mas, no todo, a apresentação é um texto valioso. Dentre tantas questões e inovadoras interpretações feitas por Eagleton, destaco essa:
“À semelhança do socialismo para Marx, o domínio da justiça é, a um só tempo, imanente ao presente e uma meta a ser atingida. Mas não pode haver transição suave do velho para o novo, à maneira do socialismo evolucionário. Dada a urgência e a severidade de nossa condição – aquilo a que os Evangelhos se referem como ‘o pecado do mundo’ -, alcançar uma ordem social justa envolve passar pela morte, pelo nada, pela turbulência e o autodespojamento. Este é o significado da descida de Cristo ao inferno depois de sua crucificação. A humanidade só pode ser refeita por meio de um encontro com o Real da destituição. E isso, ao fim e ao cabo, dado nosso estado patológico de auto-ilusão, só é possível pela graça de Deus.”
Faço, aos navegantes de primeira viagem, as seguintes observações:
Os Evangelhos foram escritos em período bem anterior à existência de Karl Marx (riso, não custa nada lembrar); faltou Eagleton dizer que Marx de forma copiosa monta o itinerário e os pontos culminantes do Manifesto Comunista aos moldes da Histórica Salvívica Cristã; Jesus, o Cristo, ao contrário de Marx, não descartou ou diminuiu as potencialidades do "lupemproletariado", mas os anunciou como os que possuem maior potencialmente de serem aceitos no Reino dos Céus; Jesus mesmo anunciando o Reino dos Céus e mandando dar a César o que é de César, deu de comer aos famintos, curou os enfermos, consolou os aflitos e os amou; Jesus, contrariou toda a mentalidade de sua época ao se aproximar e conviver com os mais discriminados e desvalorizados socialmente: fez chegar até Ele as crianças, as mulheres, os enfermos, as prostitutas, os miseráveis, os perseguidos etc. As Crianças eram totalmente desprestigiadas na sua época, taxa de mortalidade entre elas era altíssima. Jesus deu voz às mulheres e tiveram destaque como protagonistas de sua história: no nascimento, no ministério, na morte e na ressureição as mulheres estão testemunhando sua Glória. Basta ver o diálogo que Jesus tem com a samaritana, é o mais longo diálogo Dele com alguém. Jesus abraçou os miseráveis e enfermos, os curou, comeu e dormiu entre eles. Proclamou a verdadeira, completa e perfeita perda de todos os grilhões: A vida Eterna! Não existem maiores radicalidades do que o convite a amar o irmão de forma incondicional e vencer a morte pela fé e pela esperança na Vida Eterna! Veja! O convite é para a Vida e não para morte! É um Deus de vivos e não de mortos!
Enfim, considero que o mais notável de tudo é a Santidade de Cristo. As comprovações da existência histórica de Jesus servem cada vez mais para revelar a sua Santidade. Que homem era esse capaz de tamanhas coisas?
LEITORES: FELIZ NATAL... PAZ, AMOR E LUZ!