Há os que vivem para a política... e os que vivem da política. Na lógica dos que vivem da política... sua participação tem valor monetário. Portanto, seu representante-parlamentar acaba sendo caro para seu bolso e nefasto para o interesse geral.
A representação enquanto expressão de uma vontade coletiva e a representação da própria coletividade que a expressa, assume, cada vez mais a forma de um serviço, ato de venda de um serviço, pura ação mercadológico e comercial. Não traz mais marca de virtude cívica: servir à causa pública. Sua liberdade de expressão e participação gera um custo no do mercado eleitoral.
Além de aposentadorias diferenciadas e um regime de trabalho pra lá de ameno e flexível.... Os senhores do poder ainda gozam de um virtuoso salário. Agora bem maiores, com os expressivos aumentos que pretendem conceder a si mesmos. Os parlamentares vão votar, antes do recesso, um reajuste de 61,8% nos vencimentos de senadores e deputados federais. Ano novo, governo novo e salário gordo!
O elitista Richelieu não suportava a idéia dos pobres participarem do poder. Por isso, defendia a gratuidade do cargo público para evitar que os pobres ocupassem cargos públicos. O objetivo de Richelieu é antidemocrático, mas a idéia da gratuidade pode ser aproveitada, não para excluir pobres, mas para barrar os que querem viver da política, sugando-a.