Da Bolsa Família e boatos...
Nos últimos dias, alguns boatos envolvendo o Bolsa Família provocaram lotações em diversas casas lotéricas no interior do Maranhão. Em alguns municípios do antigo "Vale do Itapecuru" foi difundido que estava saindo um bônus do dia das mães. Foi o suficiente para instantaneamente surgirem multidões de beneficiados atrás do bônus. Mil e uma histórias foram produzidas sobre esses acontecimentos. Casos e casos envolvendo brigas etc.
Causa espanto a rapidez e a eficácia desse aparelho de propagação de tal notícia. Em uma das histórias um cidadão teria saído com vários cartões (dezenas) para sacar em São Luís. Como assim? Qual a real motivação desse indivíduo?
Defendi desde o início a tentativa de fazer distribuição direta de renda. Continuo defendo programas dessa natureza, porque sei que tem efeitos práticos: aumenta a probabilidade de uma alimentação mais regular, as crianças melhor alimentadas adoecem menos, reduz o fluxo migratório, mantendo o indivíduo residindo no seu local de origem, aumenta as possibilidades de melhoria das condições materiais de vida etc.
Porém, o momento exige uma revisão rigorosa do programa Bolsa Família, principalmente para combater as irregularidades e desvios de finalidade. Isto é, expurgar gente que indevidamente recebe o benefício, além de diversas práticas de uso do cartão.
Mais perigosos que os boateiros são os rumos que alguns indivíduos estão dando a esse programa... É preciso rever o processo de distribuição e estabelecer outros critérios de admissão, permanência e utilização do benefício.
Pelo visto essa ethos da dádiva, do padrinho e afilhados ainda vai longe. Incrível essa recusa de participar politicamente. Tudo fica no corporativo, no privado, particularíssimo interesse. Tudo isso embalado no incrível dualismo senhorial: longas períodos de servidão e insurgências restritas, momentâneas.
O dinheiro do contribuinte merece respeito, no mínimo!
Pelo visto essa ethos da dádiva, do padrinho e afilhados ainda vai longe. Incrível essa recusa de participar politicamente. Tudo fica no corporativo, no privado, particularíssimo interesse. Tudo isso embalado no incrível dualismo senhorial: longas períodos de servidão e insurgências restritas, momentâneas.
O dinheiro do contribuinte merece respeito, no mínimo!