sexta-feira, outubro 30, 2009

NERVOS DE AÇO E SANGUE PURO BANDEIRANTE

Quando por aqui, no Maranhão, uma minúscula elite “letrada” lia Homero e empurravam alguns de seus filhos para os círculos intelectuais da Europa. Enquanto isso, os Bandeirantes avançavam mata adentro nos sertões, carregando à mão a espada e o bacamarte. Encontraram ouro, tornaram os aborígenes cativos ou os dizimaram, limparam o chão e deixaram abertos os caminhos por onde foram-se redes de comunicação e comércio. Tudo na base do sangue, suor e lucro. Muitos deles nem falavam português, só conheciam a língua geral (Nheengatu).
Nesse Maranhão, a filharada da elite se "polia" nos devaneios literários. Esse "empreendimento" só serviu, posteriormente, como discurso performativo para inflar o mito da Atenas Brasileira. No final das contas essa "empresa" não resultou em nenhuma conquista significativa para o povo maranhense, tão pouco para sua posteridade. Pois virou uma Jamaica brasileira, capital do reggae. Vide a discrepância atual entre São Paulo e o Maranhão. 
É certo que "diversos" fatores precisam ainda ser considerados nesse processo de produção do Maranhão miserável, mas a diferença de ethos é um componente importantíssimo para se pensar essa desigualdade existente. O ethos paulista, que chamo de sangue bandeirante, pode ser sintetizado nas palavras de Bartolomeu Bueno, o Anhanguera (diabo velho):
“ACHAREI O QUE PROCURO OU MORREREI NA EMPRESA”.
Nesse particular vejo o governador José Serra como um bandeirante puro sangue , sangue que combina muito bem com os seus nervos de aço. Serra espera, calculadamente, o que procura agora: a desistência de Aécio Neves à vaga de candidato do PSDB à presidência da república. Depois certamente vai querer achar o que procura no mais puro estilo... anhanguera!

segunda-feira, outubro 26, 2009

DIREITOS IGUAIS

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região determinou ao MEC que mude a data das provas do ENEM. Motivo: garantir que 22 alunos judeus possam fazer as provas. Alegação: as datas marcadas para aplicação das provas coincidem com dias sagrados para os judeus. Finalidade: garantir direitos iguais.
Na Constituição de 1988, da República Federativa do Brasil, o Estado é laico e que o ensino público também é laico. Ou essa determinação é copatível com laicidade, elemento sempre desejado em repúblicas?
O que mais intriga nessa questão é o silêncio dos fervorosos defensores da laicidade, que recentemente criticaram o Governo Lula pelo acodo  feito entre o Estado Brasileiro e Vaticano, visando promover o ensino religioso (que não é obrigado ser ensino católico).
Caso as atividades de Estado passarem a ser guiadas pelos calendários religiosos, pelos preceitos dos dogmas, fica mais que evidente o comprometimento religioso do Estado. O Estado e suas atividades devem ser laicos?
Vai ser assegurado o mesmo direito aos milhões de jovens Católicos de exigerem novas datas para que as provas não aconteçam nos Dias que consideram Santos? Igualdade, isonomia não pode ser privilégio, nem de maioria nem de minoria.

sexta-feira, outubro 16, 2009

CAEMA: A FONTE DE TODAS AS OLIGARQUIAS







A greve na CAEMA, segundo o Sr. Ricardo, acabou. Apesar de ser importante, não recebeu a devida atenção dos blogs “independentes”. Essa manifestação foi importante porque escancara a similitude das oligarquias maranhenses e a precária condição da cidadania no Maranhão. A grave situação do abastecimento de água da nossa capital é fruto de um descaso de muitas décadas. Como se já não bastasse o fornecimento irregular de água em dias normais de funcionamento da empresa, uma greve na CAEMA parece algo extravagante. Porém, a reivindicação dos funcionários pela implantação do plano de cargos e salários (PCS) é legítima. Hoje receberam a promessa que o PCS vai ser implantado em maio e um abono de 100 no “tiquete”.

A CAEMA tem um monte de consumidores inadimplentes, não tem como aumentar seu faturamento, porque não tem como oferecer em maior volume o seu produto mais valioso: água. Sem ter água para oferecer aos consumidores, o consumo permanece na mesma. Por outro lado o que arrecada já está em parte comprometido com a manutenção do que tem e com a folha de pagamento. Torna-se necessário baixar a inadimplência, oferecer atendimento de qualidade, regularizar o fornecimento de água. Sem isso não vai aumentar seu faturamento. Mas isso demanda por investimento na captação, tratamento e distribuição da água.

Hoje na CAEMA falta até engenheiros ou quem saiba sobre as bombas do Italuis.

A tubulação do sistema Italuis não tem recebido a devida manutenção e tem apresentado problemas em vários trechos, tudo fruto do descaso.

No entanto, a CAEMA é altamente eficiente enquanto fonte de manutenção dos esquemas oligárquicos, é por ela que se alimenta todo uma rede de apadrinhamento, clientelismo e repasse de verbas... No esquema de pingo em pingo, centenas de contratos (de pessoal) são estabelecidos e por aí são cheias as caixas (d’águas) dos partidos e das campanhas.

Nessa empresa a conciliação oligárquica se efetivou, sem alardes, durante todo o governo Lago. As empresas que atuavam na CAEMA antes do governo Lago permaneceram, não foram afetadas pelo Governo da Libertação. Quando Jackson foi cassado e assumiu a atual Governadora, elas só mudaram o nome de fantasia para "voltar ao trabalho". Agora atuam de maneira bem mais confortável, no melhor governo da vida delas, é certo, mas estavam "bombando" nas águas dos Lagos, mesmo sendo os seus proprietários membros da oligarquia-mor. Com isso, fica claro que o sistema de abastecimento de água só não tem eficiência para garantir água e esgoto aos cidadãos, mas é perfeita aos esquemas das oligarquias. Todos bebem nessa fonte... e em espécie. É o milagre oligárquico da transformação da água!!!!

quarta-feira, outubro 14, 2009

PROFESSOR: PERSONAGEM TRÁGICA DA PÓS-MODERNIDADE




Com muito pesar tenho que admitir que vejo o professor contemporâneo como personagem trágica da Pós-modernidade. Por quê? Porque é a profissão que mais é afeta pelos impulsos das transformações globais em curso! Tudo que pode haver em termos de deslocamento, fluidez, afrouxamento, descrença pública da Ciência e esvaziamento de sentido passam pela sala de aula. Não só isso: o próprio lugar e o status dessa profissão não encontram mais referências estáveis, tão pouco positivadas. É um personagem cujas responsabilidades e cobranças se multiplicam, sem que haja um correlato reconhecimento dos seus serviços, sem que haja uma justa remuneração ao que lhe é cobrado.
Para ser professor, atualmente, o pretendente há que acumular um número considerável de títulos que, trocando em miúdo, implica anos e anos de cursos de graduação e pós-graduação, isto é, muito tempo de vida só para se formar. São 10 anos, no mínimo, para obter o doutorado.
No exercício de sua docência cumpre obrigatoriamente pesquisar, participar de seminários, congressos, simpósios etc. Estudar, fazer extensão, exercer curso de formação continuada, produzir e publicar artigos e fazer todos os serviços de secretaria que lhe forem atribuídos, com a implantação dos "relatórios eletrônicos, a saber, digitar nota, digitar falta, digitar conteúdo, digitar planos de aula; digitar prova, produzir aula em powerpoint, digitar texto para transparência etc. Essa carga de tarefas traz um sofrimento e desgaste que não tem como retorno reconhecimento, respeito nem ganho financeiro condicente.
No seu ambiente de trabalho é cada vez mais reduzido e destinado a uma posição secundária. Nela as relações sociais (típicas) vão assumindo formas estranhas e desfiguradas, sem que ele possa incidir sobre o curso das ações como sujeito, como produto e produtor do processo. Acaba figurando apenas como “produto”.

Ele é tragicamente arrastado e lançado nas convulsões da incerteza, das perdas de referências, na fluidez dos valores. Diante de qualquer crise educacional ele é lançado como o devedor e, portanto, o que deve ser punido!
As mãos do poder político e as mãos do mercado o aprisionam em uma pedra para ser imolado no experimentalismo e na produtividade. Os alunos, os pais dos alunos e os pedagogos o acorrentam na pedra para ser imolado pelas exigências por respostas e soluções para além de sua competência docente. Pais e pedagogos querem que ele seja deus e que tudo possa fazer, que tudo possa saber e solucionar. O pedagogo acha que sempre dispõe de uma técnica, um recurso a ser aplicado e o que falta é o professor adquirir novas habilidades e competências; portanto, o que falta é ele ser mais educador. Os pais querem que o professor, além do seu ofício, assuma as responsabilidades da família ("isto sem mencionar o que exigem da escola") e que seus filhos passem a ser pessoas maravilhosas a partir das aulas. Como se as escolas fossem substitutas das famílias.
Em todos esses olhos o professor é nitidamente desumanizado ou como deus ou ser bestial. Quando não, é fantasiado enquanto mágico. Mas nunca é percebido em sua condição humana e de cidadão, que o seu exercício profissional passa por garantias profissionais: salários, condições de trabalho, recursos etc. 

Falta a percepção de que o ensino-aprendizagem implica em relações sociais e disposições de poder, onde os sujeitos: professor, alunos etc., são portadores de vontades, interesses, limitações, projetos etc. Ninguém ensina nada a quem não quer aprender.
O exercício profissional minimamente digno implica proteger o profissional de humilhações, psicológicas, materiais e simbólicas. Essa proteção simplesmente não existe e cada vez mais professores são agredidos e executados por pais de alunos ou por alunos (a escalada da violência). Reconhecer que a educação integral não se realiza só com aulas na escola é reconhecer que vários são os responsáveis pela educação do ser humano e não só o professor. Ser professor é uma profissão e deve ser tratado igualmente como profissional em deveres e direitos, respeitando-se as especificidades decorrentes desse exercício profissional. 
O discurso que repetida vezes afirma que professor é pura devoção, doação... é hipócrita e demagógico. Quem vai sustentar e manter a família do professor? Como o professor vai ser competente sem ter como investir no seu aperfeiçoamento?
Arrumem outro culpado! Professor não é mágico!

terça-feira, outubro 06, 2009

DANÇA DOS LOBOS




RELAÇÃO DOS MÓVEIS: (DEPUTADOS ESTADUAIS) Afonso Manoel - Saiu do PSB ingressou no PMDB; Alberto Franco - Saiu do PSDB ingressou no PMDB; Antônio Bacelar - Saiu do PDT ingressou no PMDB; Arnaldo Melo - Saiu do PSDB ingressou no PMDB; Carlos Braide - Saiu do PDT ingressou no PMDB; Cleide Coutinho - Saiu do PSDB ingressou no PSB; Graciete Lisboa - Saiu do PSDB ingressou no PMDB; José Lima - Saiu do PSB ingressou no PMDB; Marcos Caldas - Saiu do PT do B ingressou no PRB; Paulo Neto - Saiu do PSB ingressou no PRB; Rigo Teles - Saiu do PSDB ingressou no PV; Rubens Pereira Júnior - Saiu do PRTB ingressou no PCdoB; Stênio Rezende - Saiu do PSDB ingressou no PMDB.

(DEPUTADOS FEDERAIS) Davi Alves Silva Júnior - Saiu do PDT ingressou no PR; Zé Vieira - Estava sem partido e se filiou ao PR.

NÃO É PROIBIDO MUDAE DE PARTIDO, MAS TEM QUE TER JUSTA CAUSA.


A legislação em vigor, Resolução - TSE 22.610/2007, com redação dada pela Resolução - TSE nº 22.733/2008. Prever que:
Art. 1º - O partido político interessado pode pedir, perante a Justiça Eleitoral,
a decretação da perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem
justa causa.
§ 1º - Considera-se justa causa:
I) incorporação ou fusão do partido;
II) criação de novo partido;
III) mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
IV) grave discriminação pessoal.
§ 2º - Quando o partido político não formular o pedido dentro de 30 (trinta)
dias da desfiliação, pode fazê-lo, em nome próprio, nos 30 (trinta) subseqüentes,
quem tenha interesse jurídico ou o Ministério Público eleitoral.

No maranhão definitivamente o “MURO SE MOVE”. E OS OPORTUNOS MESMOS MODOS VOLUNTÁRIOS OU INVOLUNTÁRIOS DAS CONVENIÊNCIAS PESSOAIS DANÇAM COM FURROR.
Diz-se que as coisas se renovam na história, mas que não surgem do nada. Quem acredita que esses que aí estão serão os germes da nossa mudança?

domingo, outubro 04, 2009

VAI PARA LÁ MACACA




Algumas suspeitas e resistências trago desde a minha infância. Nunca acreditei naquele esquema que mostra a evolução da espécie humana. Sempre me intrigou o fato do bichinho começar todo torno e preto e depois que fica ereto automaticamente fica com a pele branca. Não que desacredite nos esforços científicos e, particularmente, na contribuição de Darwin. A evolução das espécies tem grandes méritos e serviu como fonte de inúmeras interpretações e teorizações que posteriormente foram surgindo. Nem Freud, nem Marx escaparam do evolucionismo.
Entre os equívocos surgidos nessa posteridade foi o mito, revestido de cientificidade, da evolução linear do homem, que teria tido como antepassados supostos macacos ou algo parecido. Isso tudo é reforçado pela semelhança entre o homem e chipanzé, cujas semelhanças genéticas chegam a 98%.
Tanto Lucy como, recentemente, Ardi alimentam esse mito, pois os seus defensores esperam achar todas as peças de uma cadeia evolutiva para comprovar uma base comum. Isto é, a vida humana seria resultado de uma evolução, e somente isso. Adi quando foi achada no início da década de dos anos 90 do século XX, encheu de esperanças os crentes da evolução, pois poderia resolver o enigma do elo perdido. Encontrando-se o elo perdido, as diferenciações posteriores, representadas pelos diversos galhos da árvore filogenética, explicaria a tal semelhança de 98%.
Esse mito esconde o essencial: a grandeza dos 2%. Como esse pequeno grande percentual não é pensado? Como não refletir sobre o potencial diferenciador de 2%, que resulta numa brutal diferença de condição e supremacia frente à natureza e na cadeia interativa? São os 2% mais gigantes e com maior conseqüência que se tem registro.
Para tristeza da crença cega do evolucionismo Ardipithecus (Ardi) não pode ser considerada essa chave para garantir que descendemos de macacos. Ela é só um tipo de macaca. Diz muito mais sobre gorilas e chipanzés do que sobre nós.
Vai para lá macaca. Eu não sou seu parente!

 SEM PROPOSTAS - ELEIÇÃO PRESIDENCIAL 2022 O que tem movido os eleitores brasileiro diante das candidaturas à presidência da República este ...