SEM PROPOSTAS - ELEIÇÃO PRESIDENCIAL 2022
O que tem movido os eleitores brasileiro diante das candidaturas à presidência da República este ano?
Qual a principal questão ou tema social predominante na pauta de debate político?
Bem, qualquer observador atento, de posse de um mínimo de conhecimento da realidade brasileira e de sua cultura política notará que, há tempos, a pauta transmutou de uma pauta de valores gerais para uma pauta de valores pessoais. A rivalidade facciosa, mais identificados por serem seguidores de lideranças, do que de um programa de governo e/ou projeto político, aniquila qualquer possibilidade de um diálogo racional capaz de desencadear um processo de seleção e agregação de propostas e objetivos viáveis. Nesse modelo de polarização despolitizada, o embate assume formas de interações violentas e de exclusão sistemática de qualquer ideia ou gesto do outro que, a priori, já está confinado a um eterno estado de imprestável e repugnante. O personalismo não permite pautas de vontade geral e bem comum, mas somente a vontade imperativa do ídolo, em geral, fundada em um apelo emotivo.
Esta eleição está refém do personalismo e de discussões que não versam sobre como enfrentar a inflação, gerar empregos, melhorar a qualidade de vida... Os que lideram as enquentes de intenção de voto não apresentaram programas de governo e todas as propostas são divagações sobre benefícios ao povo. Tudo o mais são justificações de atos desagradáveis e negações de acusações sobre supostos crimes.
O que vai mudar se a atual situação virar a principal oposição e se a principal oposição virar governo após essa eleição? Só os votos de Outubro vão resolver?
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