Não tenho medo de admitir e reconhecer os méritos dos adversários. Em diversas oportunidades já fiz isso e não tenho arrependimento disso. Considero mais perigoso aquele que finge ser amigo, que finge ser aliado, pois pode me golpear sem que eu tenha chance de me defender.
Reconheço o mérito do sarneísmo assumido, que não fica escondido atrás de nenhuma capa, que vai para a luta, leva porrada, mas não deixa de prestar serviços aos Sarney. Exemplos: Chiquinho Escórcio, João Alberto. Temos que reconhecer que há uma sinceridade nisso. Mérito: são assumidos!!!
Atualmente tem proliferado um tipo diferente de sarneísmo, o sarneísmo envergonhado. Esse sarneísmo, grosso modo, está escondido debaixo da capa da sucessão presidencial. O maior interesse não é a eleição de Dilma, mas conseguir espaço junto ao atual governo estadual para barganhar cargos na administração estadual e federal. Detalhe: esses recém-seguidores não estão levando em consideração que, no seio da “família”, não se admite infiéis e quem entra na chuva é para se molhar. Chiquinho já avisou. Será que não entenderam? Lá não cabe brincar de TENDÊNCIA!
SÃO ANTI-DILMA PORQUE:
Gostaria de ver a pesquisa que mostre a intenção de voto em Dilma vinculada diretamente à governadora do estado. Se o importante é ter palanque, isso não é problema para Dilma no Maranhão. Tudo indica que ela vai ter quase todos os palanques. Nem mesmo Castelo, do PSDB, tem tido coragem de bater no Governo Lula. Castelo disse, durante a campanha para prefeito de São Luís, que era Lula. Agora, sem nenhum constrangimento, está com o programa Minha Casa Minha Vida, grudado novamente em Lula.
O povo sabe e não tem dúvida sobre o que foi “dado” pelo “papai Lula”. Quem precisa de quem?
Não duvido que tenha gente só olhando para o umbigo. Só que isso precisa ser explicitado. Muitos não estão olhando o contexto, as coisas que estão compondo o cenário político. Por exemplo, a adesão do PT ao PMDB, no Maranhão, beneficia um tucano autêntico e serrista: Roberto Rocha. Ele pode ganhar, de graça, o posto de chefe da oposição no Maranhão. Basta se candidatar e canalizar os votos da rejeição de Roseana e de Jackson. Essa é a visão ampliada do sarneísmo envergonhado!
Dizer que DILMA é o terceiro mandato de Lula, é, no mínimo, machista! Isso tem consequências devastadoras para a candidata do PT. Vejamos: Serve para reforçar o preconceito contra as mulheres na Política. Mulher não tem capacidade de governar? A candidata não tem atributos próprios?
É uma postura anti-democrática e anti-republicana. Só em configurações políticas autoritárias ou totalitárias é possível que o “eleito” não governe. Lula vai governar dos bastidores como uma eminência parda? NÃO. Lula é um democrata e não aceitará macular sua biografia com tal coisa. Lula tem defendido a alternância e acredita na capacidade de Dilma para governar.
Por outro lado, o governo Dilma não pode ser continuidade do governo Lula. Tem que ser um novo governo. O Governo Lula tem uma aprovação ímpar na nossa história, mas não foi perfeito e precisamos avançar ou deixar de nos omitir em diversos setores. O que deve permanecer é compromisso com os avanços e melhorias desencadeados pelas políticas públicas exitosas no Governo Lula. O que deve permanecer é o ideário e a consciência de responsabilidade social, justiça, liberdade democrática, humanismo etc. Não podemos nos furtar da inovação, da capacidade inventiva e de superar novos desafios. No campo político sempre proliferam novas necessidades e desafios. Enfim, o novo sempre vem.
A PARTE E O TODO.
O Brasil há tempos optou por um tipo federativo de Estado. Somos uma Federação, isso tem consequências práticas no que tange a distribuição de riquezas e equilíbrio de poder entre os entes federados. No Brasil, o federalismo já surgiu por imposição do interesse regional, particularmente dos paulistas, que puxaram e efetivaram esse projeto com a nomenclatura de “movimento republicano”. Só muita ingenuidade ou má fé para pensar o Nacional de forma estanque do Local. Ninguém faz isso. A parte não existe sem o Todo, mas o todo para existir precisa das Partes. Os demais estados da federação estão compondo politicamente articulando suas agendas de interesses locais. Se você não tem capacidade de perceber sua própria condição, como pode querer ter protagonismo político?
Ficar olhando só para o umbigo é um erro, mas decepá-lo é suicídio. Moral da história: olhe o mundo em volta, mas não esqueça seu umbigo! Você só tem um e ele é seu. Eu nasci e vivo no Maranhão. Não é o governo de Santa Catarina que vai pensar e resolver as minhas dificuldades de emprego, renda e atendimento médico. Que projeto político progressista é esse que quer perpetuar um mando político que, empiricamente, já deu provas que não é capaz ou não quer resolver os principais problemas que afligem o povo do Maranhão?
Antes de tudo, a unidade federativa deve ter capacidade de autogestão, não devemos ter como projeto uma dependência completa da União. Hoje vivemos à custa da União, com uma participação quase insignificante na composição do PIB nacional. Essa situação é fruto do mando político do grupo que se encontra no controle do estado.
O MARANHÃO NÃO É UMA CAUSA MENOR.
Tem-se compaixão, piedade e solidariedade para com o povo do Haiti. Ato Louvável. Por que não devemos ter a mesma atitude com o povo do nosso estado? A capital do Haiti possui 6 milhões de habitantes, não podemos ignorar a dor e a necessidades deles. Da mesma forma não poderemos ignorar a população do Maranhão (6 milhões de habitantes) da qual fazemos parte. MARANHÃO ACIMA DE TUDO! Há tempo para tudo... até para mudar. O tempo é agora!