Educação não é um valor entre nós. Eis o primeiro problema da educação no Brasil. Saiu o IGC e o Ministro da Educação disse que houve melhora "generalizada". Ok. Quase ninguém ligou e tão pouco o assunto foi devidamente debatido.
A questão é o que melhorou. Não tenho dúvida que melhoras aconteceram, principalmente para as instituições de ensino que pouco investem ou não investem nada em pesquisa e em quadro de profissionais mais titulados. Melhorou. Sim, porque com as alterações feitas pelo ministro nos critérios de avaliação atendeu as reivindicações dos empresários e empresas do ensino.
Assim, diversas IES não tiveram suas notas rebaixadas ou não repetiram suas notas insuficientes e vão continuar funcionando normalmente. Além de poderem permanecer usufruindo de programas governamentais: Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), cuja exigência é nota 3 para a IES.
Para completar o saldo, de quebra reduziram em 5% o peso do número de doutores e só aumentaram em 2,5% o número de mestre. Moral: aumentaram em 2,5% a possibilidade de contratar especialistas e graduados para lecionarem. Aumenta a margem de lucro fácil. A McDonaldização do ensino agradece. Agora só não vai se sair bem nessa avaliação mercadantiana ou mercadológica quem não contratar um bom escritório de arquitetura.