Há os que envelhecem e os que se tornam velhacos. Uns envelhecem, mas outros, mesmo em tenra idade, tornam-se decadentes.
No campo político o envelhecimento traz riscos de todas ordens e a decadência tem um plus de horror. A fórmula cantada por Lobão: Décadent avec élégance, não surte efeito nesse espaço.
Na política, deteriorar é uma invalidez, antes de qualquer coisa, moral. Existem inúmeros inválidos morais por opção. Uns como parlamentares, outros como militantes partidários, outros como eleitores, outros como professores, outros como comentaristas políticos, outros como jornalistas etc.
Um sinal notório da decadência e da deterioração, típica do inválido moral, é sua auto-nomeação como “melhor”, o “mais”, o “primeiro” e o "único".
Esse estado patológico torna-se mais agudo quando começa a manifestar a crença de possuir uma "inteligência superior", acha-se um ser onisciente. Tudo sabe ou só ele sabe exatamente como são as coisas, pois só ele tem as fontes confiáveis. Está cada vez mais comum entre os blogueiros dessa cidade incomum.
O estado terminal se configura quando, convencido de ter enganado a todos, começa a acreditar que é, verdadeiramente, o opositor de seu próprio criador, de seu patrão e tutor.
Muitos, em estado terminal, passam a ser o oráculo de sua própria decadência - em antevisão - onde a decadência e as humilhações, por eles sofridas, são projetadas nos outros, revelando o alto grau de alienação que estão sobre sua própria condição.
No final... são só mais uns trapos mendigando reconhecimentos. A rejeição e o descrédito público é a vala comum desses inválidos morais que, no momento, vagam sob uma frágil marquise, choramingando uma beirinha..