A dinâmica da disputa eleitoral é furiosa ao ponto de arrastar qualquer destroço pelo caminho ao alto de uma colina.
Em 2008, o ex-governador João Castelo, depois de sucessivas derrotas, ganhou a eleição para prefeito de São Luís. Conquista que simbolizava retorno e absolvição, depois de decorridos 23 anos após a vitória de sua esposa Gardênia Gonçalves para o cargo de prefeita de São Luís, no retornou das eleições diretas nas capitais, em 1985. No início da retomada dos governos civis e da redemocratização, meados da década de 80.
Ganhar a eleição para prefeito de São Luís significou muito para Castelo pois foi uma espécie reabilitação, de perdão político da "Ilha Rebelde". Por que? Porque após a repressão da Greve de 1979 e o tumultuado mandato da senhora Gardênia, Castelo foi bastante hostilizado pela dita esquerda e pela oposição liderada por Jackson Lago, que o definiam como um repressor, herança da ditadura e cria do sarneísmo.
Essa desqualificação eleitoral foi explorada ao máximo sendo associada ao jargão mitológico da "Ilha Rebelde" e o discurso anti-sarneísta. Esses recursos foram intensamente utilizados pelos grupos de oposição, particularmente o grupo do Dr. Jackson Lago visando a manutenção do controle sobre a prefeitura de São Luís, iniciado em 1989, logo após o mandato de D. Gardênia.
Ganhar a eleição para prefeito de São Luís significou muito para Castelo pois foi uma espécie reabilitação, de perdão político da "Ilha Rebelde". Por que? Porque após a repressão da Greve de 1979 e o tumultuado mandato da senhora Gardênia, Castelo foi bastante hostilizado pela dita esquerda e pela oposição liderada por Jackson Lago, que o definiam como um repressor, herança da ditadura e cria do sarneísmo.
Essa desqualificação eleitoral foi explorada ao máximo sendo associada ao jargão mitológico da "Ilha Rebelde" e o discurso anti-sarneísta. Esses recursos foram intensamente utilizados pelos grupos de oposição, particularmente o grupo do Dr. Jackson Lago visando a manutenção do controle sobre a prefeitura de São Luís, iniciado em 1989, logo após o mandato de D. Gardênia.
Castelo carrega no seu currículo mega obras de engenharia. além da repressão à Greve pela Meia Passagem de 1979, o fracasso da gestão de sua esposa à frente da prefeitura de São Luís e sua origem política ligada ao sarneísmo.
Apesar tudo isso, ao longo dos anos, as votações de Castelo têm se conservado com uma margem considerável de votos. Conhecido como candidato de rodapé alto, graças a essa fidelidade dos seus eleitores ao longo de várias eleições. No entanto, isso não ocorreu sem a pertubação de uma rejeição significativa.
Assim, com esse desempenho eleitoral de boa votação e índice de rejeição considerável, as eleições proporcionais acabaram ficando fáceis para Castelo, mas as eleições majoritárias sempre apareceram como um complicador, por conta do tamanho da rejeição.
Com a própria exaustão do quadro pedetista e a chegada de Jackson ao governo do estado, Castelo viu diante de si a oportunidade de concorrer mais uma vez ao Executivo e enfrentar mais uma eleição majoritária de maioria absoluta, dessa vez ao posto de prefeito de São Luís. Novamente o fantasma da rejeição ameaçava sua eleição, principalmente no segundo turno, diante do crescimento da candidatura de Flávio Dino, que reivindicava o status de uma candidatura da renovação política, herdeira da tradição da "Ilha Rebelde" e ainda contava com o fato de ser uma novidade eleitoral.
Tudo caminhava para mais uma derrota eleitoral de Castelo. Porém, as equações pedetistas definiram que ainda não era a hora de Flávio, ele era novo e podia aguardar a vez dele em disputas futuras. A tal da promessa para o futuro.
Essa equação pedetista de montar uma sequência "sucessória" e neutralizar quem ameaçava o monopólio da oposição aos Sarney enterrou politicamente muitos jovens políticos promissores. Em uma contagem rápida, feita com o auxílio do jornalista Ed Wilson o total de óbito político alcança a marca de 12 . Igual número do PDT. Promessas e projetos de políticos foram anulados em sequência.
Mas, o passar do tempo armou uma ironia histórica (ou um golpe da ironia do "destino"). A saber: a oposição constituída a partir do Dr. Jackson, que tanto explorou a Greve de 1979 e tal Ilha Rebelde, enterrou o seu próprio mote salva-vida ao preferir e construir a vitória de Castelo sobre Flávio Dino no segundo turno das eleições de 2008. Essa vitória de Castelo chegou ironicamente pelas mãos dos que mais exploraram sua rejeição.
Cane lembrar que existe um antecedente importante nesse auto-enterro do pedetismo "jacksista", efetivado na aproximação do Dr. Jackson com os Sarney, quando Roseana ensaiou ser candidata à Presidência da República. O jornalista Walter Rodrigues guardava no seu computador algumas fotos que ilustravam esse ato de aproximação, brindado com champanhe.
A gestão do senhor Jackson à frente do governo estadual, sob a constante ameaça de cassação serviu para pôr a lápide sobre o discurso de trabalho e honestidade tantas vezes proclamada pela oposição. A sequência desse período de governo é uma página inusitada e catastrófica: Dr. Jackson foi cassado com base em uma lei que hoje sabemos que nem estava mais em vigor e, para completar, os juízes empossaram Roseana.
Chegando as eleições de 2010, veio mais uma candidatura do Dr. Jackson, mas Castelo não apareceu de forma integral na campanha dele, muito menos na de Flávio. Roseana , na virada da noite, apareceu com 50,08% que garantiu a vitória em primeiro turno. Há quem diga que Castelo facilitou as coisas para Roseana escapar do segundo turno. Tudo que os Sarney não queriam era um segundo turno.
A gestão de Castelo em São Luís foi tão ruim, que fez ele ser derrotado por si mesmo, praticamente obrigou as pessoas a votarem em Holandinha, que não tinha absolutamente nada para apresentar como experiência administrativa e em termos de políticas públicas. Não tinha nenhuma proposta consistentes diante dos graves problemas da cidade. Depois da eleição aprofundou seu discurso "teológico", sem em nada lembra a laicidade necessária à Política e o conhecimento necessário sobre os graves problemas da cidade. Castelo nos impôs essa gestão de Holandinha (sobre essa gestão escrevo depois).
Apesar da derrota eleitoral, Castelo obteve, no segundo turno, nada menos que 43,94% dos votos. O que mostra a força da fidelidade dos seus eleitores, pois trata-se de um grande feito diante de um gestão tão ruim. Castelo saiu com a marca do caos. Agora, menos de dois anos da derrota eleitoral, Castelo não é mais só um dos nomes fortes para concorrer a uma das vagas de Deputado de Federal, é o nome mais credenciado a ficar com a única vaga ao Senado Federal.
Castelo, com esse eleitorado cativo em São Luís, só tende a crescer no restante do estado, onde existem milhares eleitores que carregam a gratidão de terem sido nomeados por ele para exercer um cargo na administração pública estadual. O montante de empregados por Castelo, no período que foi governador biônico, está estimado em 50 mil servidores.
Nenhum dos demais pretendentes à vaga única do Senado tem um rodapé tão alto e uma constante margem de votos igual ou próxima a de João Castelo. Resta saber se o PSDB tem ou não interesse em ter um Senador pelo Maranhão. Quando Castelo perdeu a eleição de Senador para Cafeteira teve três adversários fortes: a alta popularidade de Roseana (a ajudinha dos Sarney), o resto de popularidade do próprio Cafeteira e o seu descuido no horário de TV. Deu a impressão de que Castelo assumiu a postura do tal "já ganhou", onde o adversário acabou ficando solto, sem ataques, críticas etc. Acabou dando Cafeteira, mas João Castelo obteve 35,60% dos votos.
Observando o contexto... João Castelo conta agora com adversários sem a mesma envergadura eleitoral dele, além de estarem sob o desgaste do grupo ou sob seu próprio desgaste. Os possíveis candidatos governistas ao Senado estão debaixo do peso da alta rejeição e do desgaste do grupo a que pertencem: Sarney. O candidato oficial da oposição, até agora, é o atual vice-prefeito de São Luís, cuja gestão atingiu 47% de desaprovação antes completar o primeiro ano de governo. Levantamentos mais recentes registram uma desaprovação maior que 60%, sendo qualificada como ruim/péssima. Somando esses fatores que pesam sobre as demais candidaturas a rejeição de Castelo fica atenuada em uma eleição majoritária de maioria simples. Castelo, o homem de rodapé alto e com problemas no teto, está literalmente na crista da onda e para surfar até o Senado só precisa combinar, principalmente, com seu partido, o PSDB. E, se possível, convencer a oposição que sua eleição não vai ser donosa à própria oposição.
"Eta, painho! Danaaaaaado!" (assim deve estar pensando sua filha).
A gestão de Castelo em São Luís foi tão ruim, que fez ele ser derrotado por si mesmo, praticamente obrigou as pessoas a votarem em Holandinha, que não tinha absolutamente nada para apresentar como experiência administrativa e em termos de políticas públicas. Não tinha nenhuma proposta consistentes diante dos graves problemas da cidade. Depois da eleição aprofundou seu discurso "teológico", sem em nada lembra a laicidade necessária à Política e o conhecimento necessário sobre os graves problemas da cidade. Castelo nos impôs essa gestão de Holandinha (sobre essa gestão escrevo depois).
Apesar da derrota eleitoral, Castelo obteve, no segundo turno, nada menos que 43,94% dos votos. O que mostra a força da fidelidade dos seus eleitores, pois trata-se de um grande feito diante de um gestão tão ruim. Castelo saiu com a marca do caos. Agora, menos de dois anos da derrota eleitoral, Castelo não é mais só um dos nomes fortes para concorrer a uma das vagas de Deputado de Federal, é o nome mais credenciado a ficar com a única vaga ao Senado Federal.
Castelo, com esse eleitorado cativo em São Luís, só tende a crescer no restante do estado, onde existem milhares eleitores que carregam a gratidão de terem sido nomeados por ele para exercer um cargo na administração pública estadual. O montante de empregados por Castelo, no período que foi governador biônico, está estimado em 50 mil servidores.
Nenhum dos demais pretendentes à vaga única do Senado tem um rodapé tão alto e uma constante margem de votos igual ou próxima a de João Castelo. Resta saber se o PSDB tem ou não interesse em ter um Senador pelo Maranhão. Quando Castelo perdeu a eleição de Senador para Cafeteira teve três adversários fortes: a alta popularidade de Roseana (a ajudinha dos Sarney), o resto de popularidade do próprio Cafeteira e o seu descuido no horário de TV. Deu a impressão de que Castelo assumiu a postura do tal "já ganhou", onde o adversário acabou ficando solto, sem ataques, críticas etc. Acabou dando Cafeteira, mas João Castelo obteve 35,60% dos votos.
Observando o contexto... João Castelo conta agora com adversários sem a mesma envergadura eleitoral dele, além de estarem sob o desgaste do grupo ou sob seu próprio desgaste. Os possíveis candidatos governistas ao Senado estão debaixo do peso da alta rejeição e do desgaste do grupo a que pertencem: Sarney. O candidato oficial da oposição, até agora, é o atual vice-prefeito de São Luís, cuja gestão atingiu 47% de desaprovação antes completar o primeiro ano de governo. Levantamentos mais recentes registram uma desaprovação maior que 60%, sendo qualificada como ruim/péssima. Somando esses fatores que pesam sobre as demais candidaturas a rejeição de Castelo fica atenuada em uma eleição majoritária de maioria simples. Castelo, o homem de rodapé alto e com problemas no teto, está literalmente na crista da onda e para surfar até o Senado só precisa combinar, principalmente, com seu partido, o PSDB. E, se possível, convencer a oposição que sua eleição não vai ser donosa à própria oposição.
"Eta, painho! Danaaaaaado!" (assim deve estar pensando sua filha).