segunda-feira, novembro 16, 2015

15 de novembro. A não-república a que custo?


A sociedade civil brasileira nunca atingiu um grau razoável de comunidade cívica. Segue uma sociedade de "povos" convivendo com uma minoria povo. O mínimo de vontade geral constituída por indivíduos imbuídos de realizar valores parece uma coisa estranha. Uma sociedade política republicana exige a busca de realização de um bem comum firmado e consagrado em lei, mas antes de tudo que isso seja verdadeiramente algo relevante para o auto-interesse dos indivíduos, não apartado e segregado em um ente totalmente diferenciado da sociedade. Esse valores de coisa pública precisar estar como parte da vida social, na interação cotidiana comunitariamente. 

Entre nós o desejo e a força do particular, do meu exclusivamente; da particularidade familiar consanguíneo e por afinidade o patrimonialismo como algo normal na política e pouca relevância dada aos crimes contra o patrimônio público são potencializados por uma forte cultura autoritária alimentada pela esquerda e pela direita. É tênue entre nós uma solidariedade cívica pautada em direitos iguais e de caráter laico. A recorrente reforço de hierarquizações extremamente verticais nas interações sociais, perpetuando a dinâmica mando e obediência de caráter similar à servidão, principalmente, quando essas interações ocorrem entre indivíduos socialmente diferenciados. Isso é uma barreira à existência de uma condição geral de cidadão para além das classes (plebeísmo).  Assim, a comunidade cívica não encontra elo entre sua partes, não comunga e não estabelece e vivem valores comuns capazes de estabelecer uma ideia de boa sociedade, isto é, de pactuar a dimensão moral da sociedade política, a sua forma. 

Onde andam nossos intelectuais em geral? Onde estão os intelectuais da Política? Por que tamanho silêncio e quase completo desinteresse pela República? O 15 de novembro não significa nada? A República não é para ser pensada em um momento tão difícil?  
Pactuo com o pensamento do pensador político italiano Maurizio Viroli: a Democracia sem República morre! 
É necessário defender um Governo de Lei (laicas). 

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