Dois Eitos é texto de autoria do Deputado Federal Domingos Dutra, publicado recententemente no blog Conversa de Feira (24/12/2011), nele o deputado expõe alguns ensinamentos retirados da sua experiência de vida para tratar da sucessão
municipal de São Luís.
O deputado petista Domingos Dutra, o caçador de Futi, começa Dois Eitos discorrendo sobre suas origens de lavrador e quilombola, depois faz emergir a sabedoria orgânica do quilombo de Saco das Almas, que é ilustrada na através das qualidades dos eitos. O ponto crucial da análise de Dutra, para resumir, é que Flávio tem que colher o que plantou em 2008/2010 sendo candidato em 2012 e preparar o terreno para 2014/2018. Isto é, o eito ruim deve ser tratado depois, quando este estiver em situação bem pior (finaliza assim o oráculo quilombola).
O deputado petista Domingos Dutra, o caçador de Futi, começa Dois Eitos discorrendo sobre suas origens de lavrador e quilombola, depois faz emergir a sabedoria orgânica do quilombo de Saco das Almas, que é ilustrada na através das qualidades dos eitos. O ponto crucial da análise de Dutra, para resumir, é que Flávio tem que colher o que plantou em 2008/2010 sendo candidato em 2012 e preparar o terreno para 2014/2018. Isto é, o eito ruim deve ser tratado depois, quando este estiver em situação bem pior (finaliza assim o oráculo quilombola).
Nas
confraternizações que participei, nas últimas semanas, ouvi algumas análises
sobre a possível não-candidatura de Flávio Dino a prefeito de São Luís, nas
eleições de 2012. Aqui resumo: “Não se guarda comida com fome, pois o gato vem
e come”. “Os acertos de agora não vão ter validade alguma em 2014. O contexto é
outro e novos nomes podem emergir”. “Ele vai criar brecha para ‘eles’ gerarem
uma cria novinha em folha”. (Ocultei os nomes propositalmente).
A
experiência de vida e de política do guerreiro de Saco das Almas e o ditado
popular do gato com fome são pertinentes.
O ano de 2014 tem uma vaga
de senador em disputa e, no mínimo, terá
04 fortes candidatos. As 18 vagas para deputados federais estarão em disputa. O
senador Sarney sabe, desde o início, o quanto é crucial ter a maioria da
bancada federal e deter o controle do governo estadual. Portanto, não vai haver
nenhuma facilidade em 2014.
Os defensores da tese que
Castelo é imbatível, porque esse senhor está com a “máquina municipal”, devem também
pensar em não disputar o governo do estado em 2014. Pois a “máquina estadual” é
bem mais ampla e o lastro de permissividade e cumplicidade a favor dos donos do
Maranhão é imenso.
Essa capa de anti-saneísmo, como álibi, para forçar a união de diversos setores da política eleitoral é conservadora e predatória. Muitos dos que se vestem de anti-sarney não oferecem nenhuma qualidade política
renovadora ou densidade moral diferenciada. Ao contrário, muitos que estão no
anti-sarneísmo são perfeitos exemplos de que podem ser bem piores do que o que dizem
combater.
Essa tal oposição ampliada é
uma mistura sem liga. Muitos estão lá por mera conveniência e podem mudar de
lado a qualquer momento (dependendo da oferta. Exemplos não faltam). Dentre
estes encontramos os grupos-partidários-de-barganha cujo projeto maior é
a obtenção de cargos e assessorias para viverem tranquilos nas sombras do
poder. Depois vem uma legião de pseudo-notáveis que, entre tantas deficiências,
não possui qualquer peso eleitoral (sem votos). Cabe refletir se vai valer a
pena chegar ao poder com todos esses pesos? Como acomodar todos esses egos e
fazer uma administração limpa e eficiente? Eito bom não quer dizer pronto. É preciso ceifar as ervas daninhas mais robustas.
Lembrem-se dos dois anos do
senhor Jackson sentado na cadeira dos Leões.
A empreitada é difícil,
longa, porém, um passo à frente tem que ser dado. A prefeitura de São Luís
precisa ser ocupada, desde logo, por quem tenha condições de representar uma
renovação política para o Maranhão.
O que justificaria apoiar a
continuidade de Castelo na prefeitura de São Luís em um contexto como esse? No
mínimo, oferecer mais condições de continuidade desse ethos político que vem nos enterrando na miséria e no atraso. Castelo
é um “fóssil antropológico” do mandonismo.
Quanto ao ex-deputado Flávio,
desconfio que a ala de velhacos dessa oposição
o quer engessado. Assim como antes, o querem como candidato, mas sempre para as
“próximas” eleições. Os velhacos querem que ele vire o eterno
candidato das “próximas”.
Todas as disputam envolvem riscos.
Em 2014 vai ser mais fácil? Por obra da sorte? Não devemos viver inteiramente à
custa da sorte. Mesmo que ela exista, nos cabe cuidar de, pelo menos, 50% dos
rumos das nossas vidas (alerta de Maquiavel).
Ninguém vai doar poder para
ninguém. Compromissos eleitorais são todos de risco, independentemente do prazo
(curto ou longo). Esperar 2014 é apostar no “certo” criado por duvidosos. O que
se tem de mais concreto agora é a Prefeitura de São Luís! Por que recusar o Poder agora? Por que deixar São Luís refém de tão sórdidas mãos? Temos que salvar a alma e a face de São Luís, mas isso tem que ser agora!
Obs.: A expressão “fóssil
antropológico” é de autoria do senador José Sarney (criador político de
Castelo), que a cunhou em um artigo sobre as tradições do Maranhão.