sexta-feira, janeiro 21, 2011

São Judas Iscariotes Segundo Padre Quevedo*

É bastante significativo o volume de trabalhos de Parapsicologia, em todo o mundo há produção nessa área.
Também tem importância alguns resultados obtidos nesse campo de investigação, pois  estão contribuindo para desmistificar e  sanar ignorâncias acerca de variadas séries de fenômenos, que vão de possessões demoníacas até desmaterializações.

Padre Quevedo é um polemizador, quase tudo lhe serve de alvo, em termos crítica e, não raro, de escárnio. Tem preferência pelos espíritas kardecistas e pelas  “seitas” evangélicas. Mas, também trava uma luta contra o catolicismo popular, em particular, no que tange as aparições de santos  e as imagens que choram.

Quevedo é um bom orador, apesar de uma dicção estranha e um forte sotaque estrangeiro. Fala para convencer e distrai o público com as coisas que vai definindo como “bobagens”, “quixotices” e “ignorâncias”. Articula e cria diversas linhas de exposição ao mesmo tempo. É sempre enfático, ataca sempre e é incapaz de reconhecer qualquer mérito aos que pensam contrário. É literalmente parcial-partidário de uma causa.

Ele encarna, em parte, o cienticifista do século XIX, de grande quilate. Religião é religião e ciência é ciência (positiva). Mas, o seu destaque intelectual está no seu conhecimento exegético e teológico. Qualquer desavisado pode acreditar que ele é um cético, um descrente. Pois gasta a maior parte do tempo contestando milagres e pouco exemplificando sobre o que considera milagres-verdadeiros.
Quevedo causa espanto quando bate de frente nas idéias de inferno,  demônios e reencarnação.  Duas coisas fazem valer a pena ouvi-lo. Primeira, seu conhecimento de exegese. Segundo, as polêmicas.

Para finalizar sua exposição, Quevedo ofereceu um prêmio para quem o enfeitiçasse e depois questionou o caráter demoníaco de Judas Iscariotes a quem chamou de Santo e pediu proteção.
Defendendo sua tese sobre Judas, fez a seguinte argumentação: “Quem escolheu Judas foi Jesus” e completou “toda vez que Jesus estava em perigo inchava o peito e dizia: ‘não é chegado minha hora’. Nada lhe acontecia”. Segue o argumento com as seguintes colocações:  “Jesus se entregou aos soldados romanos” e “Judas se enforcou, porque  amava muito Jesus”.
Para finalizar sua tese problematiza: “Quem disse que ele [Judas] foi parar no inferno? Alguém que foi para lá e voltou para dizer?” “Salve, São Judas Iscariotes!”

Enfim, não só das tragédias vive a Igreja católica.  
*(A versão original foi publicada em 27/05/2007. ethospolitico.zip.net)

(segunda parte) VOTO OBRIGATÓRIO E CIDADANIA PASSIVA


(originalmente publicado em 13/02/2007- ethospolitico.zip.net)

(1) Olhando para os lados, após desenterrar os olhos do umbigo, veremos que há coisas muito mais graves: o enriquecimento ilícito não é tipificado penalmente; o parlamentar tem supremacia sobre o partido, podendo passear por várias siglas em um só mandato; inexistem ações preventivas e concomitantes à disputa eleitoral por parte da Justiça Eleitoral; as condenações do Tribunal de Contas da União não têm impedido eficazmente os políticos criminosos de se candidatarem nas eleições seguintes. Além disso, a crescente judicialização da política não é sinal de uma saída, mas indicativo de que há muitos outros  problemas escondidos por aí. Talvez seja a adição de um problema a outros, e não solução deles.

 (2)Um aprofundamento da judicialização inevitavelmente provocará um esvaziamento maior da política. Deixar as questões políticas inteiramente a cargo de juízes apresenta dois problemas imediatos: primeiro, os homens de toga não passaram pela clivagem do sufrágio e são vitalícios (a legitimidade se faz ausente e impede a ação retrospectiva das eleições). Segundo, a política torna-se algo para especialistas (desmonta a participação ampliada e baseada na pluralidade). Onde ficaria a representação legitimada de forma reiterada pelo voto? A política por essa via cairá no extremo da especialização e isso, certamente, tenderá a negar a própria democracia, já que ela supõe a participação ampla dos cidadãos.

(3) É cabível fazer outras perguntas: quem financia organizações como “política-democracia “   (sediada em Recife)?  O voto não obrigatório fará a Justiça exercer melhor seu papel e não deixar na impunidade os que vivem da pilhagem do Estado? Ou isso só reforçará a omissão-cúmplice entre as diversas instituições e agentes estatais? Não seria melhor (ao invés de acabar com o voto obrigatório) criar mecanismos de participação direta do tipo recall (os eleitores interrompem o mandato de um parlamentar) e Abberufungsrecht (onde todos os parlamentares perdem o mandato)?

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