Rio Gangan, obra mostrada como concluída no horário eleitoral. Aí tem recursos federais. |
Em
qualquer país em que os aparelhos de
Estado gozem da mínima efetividade de institucionalidade pública o ex-prefeito
de São Luís estaria sob forte investigação. Não só isso, os ocupantes dos
postos do primeiro escalão também estaria
sob o mesma investigação.
Inconcebível
que no Brasil a prática de pilhagem e sucateamento de bens públicos não figure
como uma falta gravíssima e ainda conte com a omissão de instituições que
deveriam zelar pelo controle e
transparência do atos que envolve o patrimônio público.
A
forma com diversas secretarias e órgãos da administração pública municipal foram deixadas requer imediato
levantamento, apuração e responsabilização dos responsáveis. Inadmissível a
omissão-cúmplice de inúmeras autoridades (agentes estatais) , que deveriam
estar exercendo seu papel fiscalizador e regulador, mas nada fizeram até agora.
Como em uma República atos dessa natureza ainda são possíveis? Como ações de
tamanho dando público e que ferem a própria integridade institucional
republicana não configuram como de competência federal?
O
que o ocorreu na Prefeitura de São Luís é um absurdo atentado contra a coisa
pública, onde foram mesclados pilhagem,
incompetência e irresponsabilidade.
A
última gestão deixou um rastro de irresponsabilidade pública sob todos os
aspectos e promoveu uma diluição sistemática dos marcos regulatórios,
particularmente através de uma generalizada
complacência e permissividade, que tinha como objetivo a promoção de clientelismo
eleitoral.
Hoje
a cidade está emporcalhada de cartazes de toda a natureza nos muros, nos
postes, nas pilastras dos viadutos, nas fachadas dos casarões etc. Anúncios de
aluguel de pula-pula, desentupidor de pia, montagem de móveis, segurança,
cursos, atendimento espiritual, anúncios de aluguel de imóveis etc. Mas as
grandes vedetes dessa poluição e sujeira são os cartazes das bandas musicais de
outros estados. A poluição visual, sonora e luminosa tomou conta da cidade. Tudo foi permitido em nome de apoio e em prol
exclusivamente da sede pelo poder.
Calçadas
ocupadas e tomadas como estacionamento, licenciamento de obras irregulares, desrespeito
à lei de zoneamento e a não aplicação
das sanções devidas aos atos infracionais. Total incapacidade de exercer de
forma efetiva os serviços que são de competência do município. Hoje é comum
carros e motos circularem nas vias com placa sem selo, motos sem retrovisor
etc. Total e completa baderna.
Castelo
gastou mal, errado e de forma indevida.
Esperamos
que ao menos as obras e secretarias que receberam recursos federais sejam fiscalizadas
e investigas.
A
cidade de São Luís reflete hoje, nas suas ruas, avenidas e esquinas a face do
que há de pior, mais atrasado e anacrônico na política brasileira: o lixo
residual do autoritarismo, mandonismo e patrimonialismo.