Mais um ano passou. Passou (assim)
desprovido de novidades. A inércia reforçada, da nossa “política”, nos coloca sempre em páginas de noticiários como
os últimos. Não só últimos, mas os últimos por sermos os mais miseráveis.
Por outro lado, as riquezas se avolumam, as ostentações
perdem o bom senso e a razoabilidade. Riquezas mágicas, dignas de contos de
fadas. Mágicas incríveis. Em um mar de baixos salários e pessoas situadas
abaixo da linha de pobreza emerge, como encanto, megaempresas maranhenses,
proliferam empreendimentos em setores de luxo e de padrão de consumo
financeiramente mais elevado. Negócios que esnobam pujança em um mercado
consumidor constituído de funcionários públicos que, na sua grande maioria, tem
salários baixos. Os empregados não-estatais, em larga maioria, estão no setor de
serviços e também são poucos os com rendimentos acima de 05 salários mínimos. Muitos
nem gozam de trabalho formalizado, são explorados sem carteira de trabalho assinada, sem qualquer outra garantia. Vide os bárbaros casos de trabalho escravo ainda existentes entre nós.
Para piorar, o inferno, diversos
arranjos produtivos locais estão sendo fragmentados ou destruídos, diminuindo
ainda mais a produção de riqueza internamente e aprofundando a dependência de
repasses, verbas e convênios da União. Será que é para ter orgulho de ter quase
900 mil famílias cadastras no programa Bolsa Família? Hoje nem o doce que se
vende na beira da estrada é produção local, nos festejos as barraquinhas só
ofertam produtos piratas do Paraguai e as burundangas chinesas. Cadê nosso
artesanato?
Como então explicar tanto vigor de
negócios que precisam exatamente de pessoas com níveis de rendimento acima do
salário mínimo? Aqui jabuti sobe em árvore, sabe ler e sabe escrever. Para quem
quer manter sua ingenuidade cúmplice e sua inocência proveitosa, tudo isso pode
ser explicado pelo sucesso e competência técnica proprietários. Para quem não
serve à cumplicidade e nem teme reclamar sua dor, a explicação segue outro
curso... Hoje, no Maranhão, a maioria das riquezas (No Maranhão qualquer classe
média arrota riqueza. Não é esse arroto) são constituídas e mantidas a partir
da pilhagem do Estado (sentido amplo e o aparelho nos diversos níveis), por
transferências recheadas de favorecimentos e truques “legais”. No mais... é
corrupção e a lavagem do dinheiro desviado do erário público. Graças ao aumento de recursos enviado diretamente para os cofres das
prefeituras, os viciosos, estão triplicando suas riquezas nesse estranho estado de miséria.
Como alguém pode achar prazer em arrotar
riqueza vivendo ilhado por essa imensa pobreza? Lucrando em cima da desgraça de crianças e mulheres indefesas? Qual a festa? Que natalidade é
essa? As luzes piscando? O conformismo diante tantos viciosos e a deterioração
da coisa pública? É a omissão e a liberdade negativa diante da destruição do
espaço público e da política?
O Natal só pode ser de esperança
se ultrapassar esse natal do velhinho do shopping, esse marqueteiro de vendas:
papai noel.
O Natal de esperança só encontrar justificativa
e forma de existência em referência que seja contrária a esses viciosos e seus
vícios. Por exemplo, JESUS.
Somente nos opondo às práticas, às riquezas de imoralidade e de perversidade desses indivíduos maus (apegados ao mal e desdenhadores do bem) que concretizamos o sentido real do Natal.
Somente nos opondo às práticas, às riquezas de imoralidade e de perversidade desses indivíduos maus (apegados ao mal e desdenhadores do bem) que concretizamos o sentido real do Natal.