quarta-feira, maio 28, 2014

Para onde rola a Rocha


Entre os políticos, de diversas filiações, o processo de negociação em torno de posições, apoios e recursos já está em ritmo acelerado. Cada um tentando garantir a melhor posição dentro da legenda partidária e do grupo político. Além disso, segue em todas as direções a busca por apoios e parcerias eleitorais. Não há mais tempo suficiente para  ver todos os detalhes. Mas nem todos estão no mesmo patamar de dificuldade ou de possibilidade em termos de eleição e articulação em torno do poder. Alguns estão em posições bem mais confortáveis do que outros, independente de vencer ou não a eleição.

Para alguns o maior dilema é o leque de opções e não a falta de opções e de recursos. Atualmente não parece muito clara a opção de alguns nomes conhecidos e com experiência eleitoral e legislativa. Os melhores exemplos são: Dutra, o guerreiro de Saco das Almas e Roberto Rocha. 

Até agora Dutra ainda não sinalizou bem se quer continuar na Câmara Federal ou se vai tentar a Assembleia Legislativa. Se optar pela esfera local, Assembleia Legislativa - (situação 1) fazendo parte da base do Governo (em caso de vitória da oposição) ou (situação 2) fazendo parte da bancada oposicionista (em caso de vitória do candidato da situação). Em qual esfera ele encontraria mais espaço e maior projeção para projetos futuros?

Outro nome que o desenho da opção demonstrar ainda alguns acertos é Roberto. Apesar disso algumas coisas parecem já estarem postas. Primeiro, não é ganho político permanecer como vice-prefeito de Holandinha. Segundo, a saída, por ele mesmo esboçada, é ir para o Legislativo. Vide sua pretensão ao Senado. Porém, o contexto foi  alterado e algumas outras negociações apareceram para retirar a facilidade da concretização dessa pretensão inicial. O último fato perturbador foi a aliança PC do B/PSDB, fazendo Castelo ressurgir como candidato e com força para candidato ao Senado. Inicialmente Castelo dizia que seria candidato a Deputado Federal. Esse fato novo gerou uma forte alteração no grupo político que Rocha compõe. 

A candidatura ao Senado deixou seu campo de conforto para Rocha. O tempo ficou curto para insistir e para redefinir posições e espaços. Para Rocha é mais do que urgente saber para que lado rolar. Manter-se na opção primeira de tentar o legislativo, no formato original de candidato ao Senado ou alterar. Alterar sem desistir do projeto inicial é possível. Desiste do Senado e opta por uma vaga na Câmara Federal ou na Assembleia Legislativa. A questão é saber qual das duas casas favorece mais seu projeto político de chegar ao Palácio dos Leões. No caso de Rocha não depende só da Casa Legislativa, vai precisar ter um grupo mais afinado com seu projeto ou conseguir um forte credenciamento no grupo atual, construindo apoios e adesões em torno do seu nome.

Mas, nada disso é fácil diante do tipo heterogeneidade esse grupo em torno da candidatura de Flávio ganhou. A vaga de Deputado Estadual visando presidência da Assembleia Legislativa não é tarefa fácil. Vai depender da conjunção de vários fatores: 1- Flávio ganhar; 2- o tamanho da bancada  conquistada pela atual oposição; 3- dependendo do tamanho da bancada, Flávio ou qualquer outro candidato eleito a Governador vai ter diante de si a equação das adesões. A alta ou baixa necessidade de buscar mais apoio na bancada originalmente adversária. Não necessitar buscar mais apoio e conquistar adesões é pouco provável. A conhecida migração parlamentar rumo a quem está no poder tem ocorrido sob acertos nada desinteressados e bem pouco republicanos. Por esse ângulo, a vaga na Câmara Federal parece mais fácil de operar, salvo o tropeço eleitoral. O futuro está como sempre: em aberto. Como Câmara Federal Rocha vai buscar solidificar a preferência pelo seu nome na sucessão ao Governo do Estado... é a questão. O contexto nacional até agora aponta para situações generosas para o PSB, ganhando ou perdendo a disputa presidencial. 

No mais, o plano pode ser duramente alterado no sentido de viabilizar a saída da condição de vice-prefeito, trata-se de assumir mais um posto de vice, Vice-Governador. Aí é uma incógnita danada. Institucionalmente vice não tem competência nenhuma a não ser sanar vacância, a chamada lacuna no comando do poder político. Vice é para ficar mesmo na reversa técnica. Sendo vice as coisas rumarem para ele ser uma espécie de macaxeira - ficar o período todo enterrado e só aparecer para ser descascado, cozido ou frito - ou, por um acerto político, contar com a benevolência do Governador de fazer uma distribuição de tarefas protocolares que lhe garanta alguma visibilidade e poder de negociação. Mas, mesmo com a benevolência, vai diante do vice, na prática do jogo do poder, o Chefe da Casa Civil, que certamente será o homem de maior confiança do Governador. 
Uma coisa é certa... Rocha se vira agora ou vira brita. O tempo praticamente acabou para esse tipo de acerto.

segunda-feira, maio 26, 2014

Sarney: o homem cordial como nostalgia

Já ia dormir ... mas encontrei a Coluna do Sarney com o seguinte título: O homem cordial. Fui ler. 

Logo de início o senador amapaense faz referência a Sérgio Buarque de Holanda, especificamente ao seu "homem cordial" e à obra Raízes do Brasil. Sarney lembra da paternidade do termo, que pertencente a Ribeiro Couto, cuja ideia de cordialidade é de um adocicamento pacificador. de caráter conciliador. 

O senador ressalta a divergência sobre a noção dada entre Buarque e Couto, mas sobre Buarque apenas diz: "Já Sérgio Buarque analisa de outro modo dizendo que nossa cordialidade não era essa de Ribeiro Couto e popular. Ela se vinculava mais à razão do core (coração), em latim."  Bem... a minha insistente tentativa de estudar sociologia, as leituras das obras dos pensadores brasileiros etc., não me deixaram ir dormir sem pensar sobre esse cordial homem e o homem cordial da literatura dominical de Sarney. 

O senador aborda a violência, a copa, o crack,a falta de transporte, a falta de ruas pavimentadas, a falta de transporte público e reclama de prefeituras mais preocupadas coma política do que com o bem coletivo. Pois é. Qualquer um sabe que o homem cordial em Buarque não é caracterizado pela tal fidalguia, mas por uma recusa ao formal e ao impessoal. Elementos necessários à dominação de tipo legal/racional. 

Porém, essa recusa bem serve ao patrimonialismo e ao mandonismo, que bem operam com a servidão voluntária e recurso do clientelismo. Questões só para ilustrar: como se universaliza direitos com pessoalidade e informalidade? Ou como fazer prevalecer  a meritocracia com pessoalidade e informalidade?

Ocultado o homem cordial de Buarque, emerge o homem cordial de Sarney formulado quanto nostalgia, diz Sarney: "O maranhense em particular, sempre um ser pacífico, logo adere à onda nacional e se torna um homem irracional, pronto a reagir por qualquer coisa e mesmo sem respeitar a vida, o maior bem de Deus ao homem, e mata e morre."  Pois é, logo agora. Né? Quem disse que a fúria não está latente em qualquer uma das versões de homem cordial?  

domingo, maio 25, 2014

Estética da irrelevante síntese

Programa habitacional do Lobo para erradicar os casebres 

Os gregos antigos - mais especificamente os ateniense do século V a.C - constituíram socialmente uma modalidade de poder e um modo de vida que expressavam uma estética de liberdade, cujo gozo consistia em ter sob as mãos capacidade exclusiva imposição sobre si. Ao lado disso, estabeleceram a condição de todos ocuparem o centro (locus desse poder soberano) por sua vez. Em um universo delimitado para homens livres, iguais perante a Lei e ao direito igualitário à palavra. 

Ora, esse sujeito cidadão tinha a incumbência de manter-se livre com a participação, que em si já concretizava a condição de liberdade. Isso estava pautado em uma dinâmica pedagógica de governar e ser governado. Acreditavam que o melhor para governar era o que soube obedecer. Os gregos não queriam correr o risco de abrir brechas para governantes tiranos, déspotas.  

Ao contrário do que muitos pensam, a Democracia não é algo cômodo diante da desigualdade social. A desigualdade já existia e por contra das lutas contra as desigualdades que a participação na condução dos interesses coletivos ultrapassou o círculo restrito da aristocracia guerreira. A Democracia foi o que possibilitou, em uma sociedade com desigualdades, o pobre ter voz e poder participar do governo das coisas públicas e da liberdade de participar da soberania da capacidade exclusiva de impor algo sobre si. 

Onde entra a estética da irrelevante síntese? Exatamente nas entranhas do ethos político instaurado e alimentado no Maranhão nesses últimos anos, especialmente no período pós Vitorino Freire. 

O velho Vitorino foi um tipo político de transição, entre os velhos coronéis do sistema coronelista e os novos mandões pós Revolução de 30. A Revolução de 30 estabeleceu uma outra dinâmica, totalizada  no espaço regulado, o que impôs outras regras de jogo no campo político. Onde passou ser imprescindível operar por dentro da institucionalidade para converter, a partir dos marcos da legalidade, o impessoal e público em privilégios de mando personificado e patrimonialista, para abastecer interesses privados. Tem início o surgimento de novos profissionais da política até o patamar de policymaker. 

O Maranhão teve uma ilustração desse processo de mudanças, encenando estar no passo rítmico do capitalismo e da modernidade implantada no centro-sul. No passo até estava, mas em uma posição pouco relevante dentro da dinâmica do passo. Não por falta de representantes políticos estaduais no centro do poder político nacional. Bem, o modelo de desenvolvimento adotado no país privilegiava uma região e deixava pauperizadas as demais regiões do Brasil com graus acentuados de concentração de renda, capitais, tecnologias e população. 

Esse modelo de desenvolvimento não conseguiu efetividade sem as marcas de um forte fechamento político e predomínio do autoritarismo. Como o comando do autoritarismo alegava, como justificativa da sua existência e permanência, ameças internas e externas às instituições democráticas, o regime se faz refém de sua lógica interna, ficando obrigado, durante 21 anos, a manter um mínimo de institucionalidade democrática, mesmo ela sendo mais aparente do que real. Tal arremedo de democracia produzia, ao mesmo tempo, a exigência de um grupo de políticos civis operando na institucionalidade a favor do governo autoritário, como base de apoio e fazia os militares sucumbirem aos caprichos dos interesses pessoais de liderança políticas em cada região e estado da federação em troca de apoio que atenuasse a falta de legitimidade. 

A militarização da política fez contaminar as casernas de políticos. A essa politização dos comandantes possibilitou o mais agudo processo de fazer o velho mandonismo encarnar nas leis. Tornando todo o aparato institucional submetido aos ritmos das querelas e demandas particulares de forças regionais. O apoio garantia um manto para as ações que convertem os bens e aparelhos públicos em meras agências do interesse privado, produzindo grupos de empresários e ricos senhores constituídos através de vantagens extraídas  a partir do controle dos aparelhos de poder do Estado. Trata-se de uma subsunção da instituições políticas à ordem mandonista e patrimonialista dotada de técnicas modernas de gestão e marketing político. 

A hegemonia autoritária ganhou uma proporção tão significativa que definiu, em linhas gerais. o tipo e o teor da transição política que, longe de ser um banimento político do regime autoritário e de seus seguidores, assumiu um tom conciliatório dando todas as condições de continuidade para o corpo de políticos aliados do regime autoritário. No final, a transição  não significou o fim dos representantes políticos do autoritarismo, mas suas emergências enquanto forças no centro daquilo que parecia os negar: a volta da democracia. Isso só foi possível porque o processo de redemocratização foi paralisado ou reduzido na sua amplitude. E em um paradoxo revelador, mesmo que estranho, essas forças conversadoras estão ocupando, desde 1985, postos estratégicos em todos os governos, destaque para os governos encabeçados pelos antigos opositores do Golpe de 1964 e ao regime autoritário instaurado por ele. Com essa fórmula atenuada de redemocratização,  os mandões (de todas as regiões do Brasil, as pobres e as ricas) e o empresariado alimentado com ganhos extraídos  diretamente do erário, na forma de contratos barganhados por privilégios e favorecimentos, assumiram uma posição de influência e de manobras dentro das instituições políticas jamais registradas em nossos diversos períodos políticos. 

A redemocratização foi estancada por dentro, pela própria via da institucionalidade democrática. Por uma lado, foram desenvolvidas ações continuadas visando conformar a grande massa da população com uma participação restrita ao processo de votação, hoje quase só ritual diante sérias questões que envolvem o voto eletrônico nos moldes atuais e, por outro lado, não permitindo o aumento de mecanismos decisórios sob controle direto dos cidadãos com finalidade específica de garantir liberdade, controle e transparência no cotidiano da vida republicana. Nada de mais político foi assegurado ao povo que sua participação, de duvidoso poder, nos períodos eleitorais de escolha dos representantes do legislativo e do executivo.  Por exemplo, a opinião pública não foi potencializada à condição de maior respeito e de maior capacidade dirigente. As grandes questões políticas e de ordem social não foram e não estão sendo submetidas até agora à vontade popular. Ao contrário disso, tem assumido assustadora proporção o processo de judicialização da política e o consequente esvaziamento da soberania popular. 

O Maranhão, com esses acontecimentos, conheceu uma das mais agudas versões desse mandonismo renovado: mando personificado, mas apurado em técnicas modernas de administração, fazendo uso de policymaker e buscando manter a aparência de legalidade em todos os atos de governo.  No momento inicial, os políticos assumiram o controle do estado do Maranhão adotaram o discurso da Modernidade sem nada de profundamente moderno concretizar em termos de vida cidadã. Com o passar do tempo formataram uma institucionalidade dirigida patrimonialmente, onde os direitos formalizados estão em uma sistemática não correspondência ao factual. Para um grande parcela da população os direitos reais são ignorados pela esfera institucional. Do ponto de vista econômico, ao invés de produzir uma sociedade com classes produtoras, empreendedoras, pautada em contratos formais e com uma estrutura e dinâmica viabilizadora de renda mínima para a sobrevivência digna e algum grau de mobilidade social, produziu uma altíssima concentração de renda nas mãos de pequenino segmento social, representado basicamente por alguns grupos familiares (e empresas familiares) que, em grande parte, possuem uma vida no formato de classe ociosa, com privilégios baseado na linhagem. Essa realidade é uma configuração com vários elementos do que Boaventura de Sousa Santos conceituou como fascismo social. Onde sobra segregação e insegurança para os que estão fora do pacto que não gozam do sistema de benefícios destinado aos ricos e poderosos, em zonas de privilegiadas. Aos despossuídos, esse modelo político/social reserva o confinamento em seus devidos "quadrados" (as zonas perigosas). 

Nesse sentido, "Lobo Edinho" é uma candidatura síntese desse ethos de distanciamento social, de forte hierarquia, de poder altamente verticalizado e de relações sociais pautadas no mando e na obediência, na base do "sim, senhor!". Onde milhões são privados de elementos mínimo para uma vida social digna. Sempre que o senhor "Lobo Edinho" faz um pronunciamento, sua fala assume tom de ordem, imperativo recheado de conotações hierárquicas. Discurso que faz ter relevo a grande distância social entre quem fala e quem deve ouvir. Não é só isso, os discursos desse senhor revela que inexiste nele a noção política de espaço público e tampouco a convicção do valor desse espaço público como fundamental para o diálogo com o diferente, com o contraditório e como uma condição possível de mais humanização.

"Lobo Edinho" aparece na TV e nas suas reuniões "políticas" como senhor de uma ordem tipicamente privada, pois deixa claro que dentro da sua propriedade (o seu quadrado), cabe aos subordinados somente acatar o mando de forma integral e prontamente. É como se ele  tivesse a capacidade e exclusividade de deter o saber sobre os rumos de todas as coisas e o futuro de todos. Ele transpira, respira e cheira onipotência. O karateca quer golpear tudo. Onde fica a participação do povo na gestão da coisa pública aos olhos desse senhor? 

A sinceridade involuntária do "Lobo Edinho" faz transparecer a exacerbação dessa estética de poder vigente no Maranhão: vindo pela "lei", não para a lei e nem sob  lei, mas para subjugar a lei, para que todos os excessos contrários à lei sejam tidos como rotineira legalidade. "Lobo Edinho" é o anti-homem político da polis grega: acha que pode  e sabe governar porque nunca foi governado. Na sua máxima reflexão sobre o mundo, afirma categoricamente: "cada um no seu quadrado." A sociedade, nessa visão, aparece estruturada a partir de castas. Inexiste o que é comum, vontade geral. Ele não enuncia só por enunciar, isso que ele faz é uma confissão de fé. Ele realmente acredita nisso. O mundo dele está bem demarcado com o auxílio de sua geografia umbilical. Não existe ninguém melhor do que ele para simbolizar o ocaso desse mando político que tem se prolongado no Maranhão por mais de 40 anos. 

As vozes que estão se multiplicando nas ruas trazem elementos novos para a pauta política do Brasil, pois são vozes que reivindicam para além do pão, buscando assumir a retomada da democratização. Nesse contexto que vai tomando forma com diversas insurgência  a partir de novas e renovadas reivindicações, mesmo no Maranhão, o exercício de poder de moldes mandonistas vai ficando enfraquecido, intolerável e pouco a pouco inviável. 

Hoje existe, nos segmentos pobres do povo, uma real vontade de romper com o continuísmo no controle político do Maranhão. Trata-se de legítimo ato de vontade popular. Por isso, é pouco provável, no futuro próximo, que algum grupo consiga reproduzir esse tipo de exercício de poder praticado até agora no Maranhão, principalmente se o contexto estiver marcado por novos impulsos de democratização da vida cotidiana. E o que restar ou sobreviver dos Sarney, na política local, não terá mais as mesmas condições e chances de exercer tamanha influência e articulação institucional e extra-institucional no mesmo formato do mandonismo atual. Objetivamente chegou o fim de um período de vigência desse modelo de mandonismo. "Lobo Edinho" com seus rompantes está servindo para ritualizar a "animação" desse final festa. É síntese desse ethos mandonista, mas já totalmente irrelevante... 
                                                                                                                                                        

sexta-feira, maio 23, 2014

o Ibope e a irônica "euforia" petista

Quem diria... mas aconteceu: petistas divulgando nas redes sociais o resultado da pesquisa Ibope. Não era só a euforia que manifestavam com a tal recuperação de Dilma, mas ante a convicção na precisão dos dados do Ibope. Irônico demais, pois durante décadas o PT se disse vítima da manipulação dos dados e das pesquisas viciadas do Ibope. Quem não lembra o Lula se vitimando de tais pesquisas? Agora parte do petismo e todo o petralhismo eufóricos com o Ibope. Detalhe: eles nem fizeram questão de ver a margem de erro  que é de 2% (para mais e para menos). 

O esboço de um empate técnico foi evidenciado.
Dilma 37% (abril) , este mês 40%. Esse tal crescimento está praticamente dentro da margem de erro ( 2%) que pode ser para mais e para menos. 

Aécio 14% (abril), este mês 20%. Está significativamente fora da margem de erro. 
Campos 6% (abril), este mês 11%. Está um pouco fora da margem de erro. 

Somando todos os candidatos o percentual é 37% contra 40% de Dilma. A imprensa e a Globo, em particular, deu ênfase na vitória de Dilma em primeiro turno. Na verdade o que fica bem visível com essa margem de erro é que o segundo turno já ficou mais que provável... Dilma parece que está estacionando. 

Surpreendente mesmo são os 3% do pastor Everaldo do PSC. Quem é ele? 

quinta-feira, maio 22, 2014

Obrigado Leitores

Caros leitores, 
a vocês que prestam atenção e acompanham meu blogue meu especial muito obrigado. Vocês pediram mais atualizações. É uma honra saber do interesse de vocês pelos textos que publico. 
Vontade total de atendê-los... mas o tempo ficou curto e as tarefas aumentaram muito. O cansaço também impossibilitou essa tarefa de atualização.  
Vou atualizar o blogue logo que recuperar as forças. 
Muito obrigado!   

terça-feira, maio 20, 2014

O ethos dos extremos boçais


Os dois semáforos em frente ao Shopping São Luís refletem bem o status dos extremos boçais. Existe um viaduto bem próximo a esse estabelecimento, menos de 300 metros, que possibilita contornar e seguir em direção ao Centro via ponte Bandeira Tribuzi. Só boçais  reivindicam e se sentem contemplados com essa estupidez. 


sábado, maio 17, 2014

Recife é o sinal?

Vendo as imagens sobre os saques e depredações ocorridas em Recife, lembrei-me de um post que fiz no meu blog, em 06/2013, onde disse: 

"O Congresso na sua omissão e silêncio só reforça o descrédito em partido e em parlamentares, é preciso surgir vozes lá de dentro sinalizando aos cidadãos que lá é casa do povo e em defesa do povo. Cabe às instituições políticas voltarem a se politizarem em prol do interesse público... o primeiro recado já foi dado, ignorar as reivindicações visando o bem comum e voltadas para o interesse público é irresponsável, pois essas  contestações e indignações são políticas e cívicas. Ignorar e desdenhar é pedir que elas ganhem formas despolitizadas de ódio. 
Sejamos responsáveis...  "  

A minha preocupação/temor, na época, era com a forma e teor das futuras manifestações. Temia que algumas tomassem forma de explosão de fúria e terror. 

Pois, bem. Vejo nas imagens feitas em Recife, durante a greve dos policias, que ss manifestações como fúria e ódio chegaram. Isso porque os cretinaços (no poder) esvaziaram a política, negando a milhões de brasileiros participação com poder na composição e deliberação dos negócios públicos. 

Essa votação eletrônica massificada está servindo mais para os antidemocráticos mostrarem a democracia como desnecessária... do que  firmar a vontade e anseio popular. Tentar driblar ou ignorar a insatisfação popular é um crime, uma irresponsabilidade e uma violência que pode abrir as portar para o terror. 

Silêncio


quarta-feira, maio 14, 2014

Pedrinhas e o modelo penal brasileiro


Realmente o Brasil está vivendo uma situação complicada. O Programa Profissão Repórter (Rede Globo) ofereceu imagens que dão larga margem para questões, mas faço só essas aqui: por que essa massa de jovens na penitenciária não é posta para trabalhar e estudar em tempo integral? Quem lucra com esse modelo penal e essa legislação?
É bizarra a cena em que aparecem um grupo de jovens falando da prisão. Choca com a naturalização da própria condição carceraria. Vão sair com a mesma mentalidade ou pior, sem ampliar o nível de formação e capacitação profissional. Vão sair com qual perspectiva e para fazer mesmo o quê?  Se não tiverem logo a vida abreviada, quantos anos mais esses jovens servirão ao exercício do crime? 
Cada dia fica mais evidente que nós estamos presos com eles, porque temos mais e mais motivos para nos confinarmos em busca de proteção. 

terça-feira, maio 13, 2014

São Luís: por que não investir no verde?


Vegetação nativa...linda. O que falta para o governo preservar essa área...Podia fazer um parque. Ficaria lindo...maravilho uma área verde e de lazer bem aí entre o Renascença e o Calhau. 
Tentam tanto (inutilmente) fazer São Luís parecer Paris... Que tal tentar uma outra aparência? Que tal imaginar o Central Park?  


Treta de Bairro (Briga na Câmara)


SANGUE DE BAIRRO... Representantes do povo, parlamentares e legisladores. O interesse público fica para depois! Vide as obras irregulares em toda a cidade de São Luís, entulhamentos de bacias e córregos, descarte de lixo e entulho em áreas verdes, grilagem de áreas de preservação permanente, a falência do sistema de transporte público, os diversos problemas e mobilidade/trânsito, a privatização de espaços públicos, ineficiência do serviço municipal de saúde, problemas de drenagem e escoamento sanitário, as péssimas condições da pavimentação das vias públicas, a falta de espaços públicos de lazer, a inexistência do estatuto do meio ambiente, a reforma da lei de zoneamento, ausência de um projeto de despoluição e recuperação dos rios, o eterno problema de abastecimento de água potável, segurança hídrica etc...

domingo, maio 11, 2014

Mães, os dias e a nossa Mãe



Todas as Mães são grandiosas... mas a nossa, queremos sempre, que seja a maior. Mãe é uma criação social tanto quanto nossa humanidade. Algumas mulheres engravidam, parem, mas não conseguem incorporar e a crer nos valores que movem essa condição. Pecado, loucura, crime? Não.

Algumas mulheres não conseguem. Elas só não conseguiram se guiar para essa tarefa, visando assumir uma condição reconhecida socialmente em um dado tempo. E isso só as deixa diferente na perspectiva social e cultural, que sempre estabelece para si referências norteadoras. Nada mais. Só que a sociedade enquanto uma forma de partilhar certos elementos culturais hegemônicos, reage. Mas quem não consegue ser mãe continua prenhe de valor em tantos outros aspectos, no seu valor de mulher e pessoa. Tantas outras mulheres nunca engravidaram e não pariram, biologicamente, porém, são mães integrais, não de uma família, mas de uma comunidade inteira. Mães que são inomináveis em intensidade.

O ethos materno vai na direção de inúmeros significados e tem uma intensa carga simbólica. O seu espectro afetivo e moral é o mais denso dentro da nossa sociedade, porque acreditamos que ele seja síntese de todas as formas mais intensas e puras do que acreditamos ser Amor. 

Eu sempre tive Mãe. E isso foi um ganho de vida, ainda mais que só tive ela como amparo, proteção e orientação. Hoje minha Mãe reside no azul... onde nossa compreensão material ainda não chega, nem temos qualquer força de percepção e apreensão significativa, apesar de se tratar de uma realidade também física e viva. 

Mas quero deixar meus votos de força e carinho aos que nunca tiveram Mãe, em nenhuma das variáveis já vistas de expressão de maternidade. Meu abraço e meu pedido de perdão por ter tido algo tão especial que a vocês foi, desde sempre, negado. 

Feliz  Dia das Mães! 

As obras sem rumo onde o dinheiro público evapora,,,


Lembram do canal do Cohatrac, obra pronta na propaganda de Castelo, obra a todo vapor na propaganda de Holandinha? Pois é... 
Estão assim as ruas próximas e às  margens do bendito canal. 
Não solucionou nada. Ainda pouco....Passei sufoco.

sábado, maio 10, 2014

Alucinação, demência ou autobiografia?

Parece alucinação...mas pode ser demência. 
Depois de um boa jornada de trabalho.... retornei para casa e, na esperança de aliviar a mente, liguei a TV. Eis que o senhor Edinhozão aparece falando de um Maranhão que muitos maranhenses deixaram sua terra, suas famílias em busca de oportunidades etc. Será que esse senhor sabe a causa desse fenômeno? Onde ele e seus familiares, enquanto políticos, estavam?, fizeram o quê contra esse Maranhão que não oferece oportunidades para seus cidadãos? Ou é um depoimento autobiográfico, revelando os tempos que ele saiu do Maranhão para ficar rico vendo pão em Serra Pelada? 
Será que minha TV não está bem sintonizada ou o candidato do governo não está vendo o Novo Maranhão que, até o final deste mandato, será de primeiro mundo? 

sexta-feira, maio 09, 2014

Advogados sem confiabilidade

Recentemente a entidade alemã GfK Verein fez um levantamento sobre confiabilidade das profissões. A pesquisa listou 32 profissões para verificar qual o grau de confiabilidade de acada uma delas, abrangendo 25 países. incluindo o Brasil. 

No rol das 32 profissões, a profissão de advogado aparece 28ª posição. Isto é, a confiança no advogado  está  muito baixa.  Hora da OAB ter mais foco na fiscalização e controle no exercício da profissão. 

Em primeira colocação estão os Bombeiros (92%). Os professores ocupam a segunda colocação (82%). Os últimos colocados são: Advogados (41%), Agentes de seguro (30%), Prefeitos (14%) e Políticos (6%). 

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho pega também...

quarta-feira, maio 07, 2014

São Luís: o continuísmo do descaso


Hoje foi mais um dia em que o descaso continuado na administração pública ficou boiando no meio da rua. É isso. água pluvial e esgoto doméstico cobriram o "asfalto" de diversas avenidas de São Luís, Em diversos trechos a água subiu de forma avassaladora. O problema não nasceu na atual gestão municipal, nem na passada, está tomando volume durante durante décadas. 

Depois da redemocratização, o período entre 1985 - 2012, intervalo de tempo entre as gestões dos Gonçalves: Gardênia Gonçalves e Castelo Gonçalves, a prefeitura municipal de São Luís ficou sobre o comando do PDT e parte da oposição anti-Sarney. Nas primeiras gestões do Dr. Jackson foram feitas algumas obras de macro-drenagem, mas incompletas, por exemplo: avenida São Luís de França (Turu), Cohatrac III. canal do Renascença (ao lado do Imparcial) etc. Nada de mais planejado e abrangente foi feito além disso. Essas obras citadas ficaram incompletas e em todo o restante da cidade ficou a espera de melhorias de drenagem. 

O tempo passou, e as áreas impermeabilizadas aumentaram significativamente com a proliferação dos condomínios. Proliferação ocorrida sem muito critério e sob o manto da omissão do poder público. Ora, com isso, onde existia uma drenagem capacitada para uma vazão X passou a ter uma carga X+10. A falta de fiscalização e a tal "vista grossa", permitiu empreendimentos imobiliários com áreas externas 100% impermeabilizadas,  que contribuem para impactar violentamente as ruas com um grande volume de água. Além disso, são inúmeros quintais totalmente impermeabilizados, jogando muita água para rua ou, pior, para dentro da rede doméstica de esgoto.  

Para piorar o escoamento, áreas verdes foram destruídas, bacias naturais foram ocupadas, entulhadas irregularmente ou griladas reduzindo as áreas de infiltração da água. As bocas de lobo e o diâmetro das manilhas existentes, na maior parte do sistema de drenagem, não suportam mais o volume de água acumulada nas ruas e avenidas. Em diversos pontos da cidade não existe qualquer sistema de drenagem. 

Para piorar esse acúmulo de descaso foi eleito um rapaz que não tem demonstrado disposição nem sagacidade suficiente para enfrentar esses e tantos outros problemas existentes na cidade de São Luís. Não é questão só de faltar experiência e capacitação, mas de não ter obstinação, determinação e força de vontade suficiente. O rapaz parece que paralisou diante da responsabilidade. 

Bastava fazer o mínimo, mas nem isso foi feito até agora. O mínimo já seria o máximo. Porém, não está acontecendo. 

Se não sabe o que fazer... não custa nada procurar quem sabe. Por que essa gestão não vai atrás de quem tem capacidade de produzir projetos  e estudos consistentes sobre os problemas que estão atormentando os cidadãos de São Luís? O Brasil está cheio de especialistas e experientes técnicos é só ir atrás. 

Esse mandato de Holanda Jr. formou um governo arquipélago, Esse arquipélago é  pior do que o arquipélago do governo da libertação. É bastante nítido o esforço e o empenho de alguns poucos secretários, mas acabam gerando uma espécie de secretarias ilhas. 

As decepções dos eleitores que votaram no atual prefeito de São Luís são várias. Boa parte do eleitorado esperava, no mínimo, melhorias no trânsito, na pavimentação, no transporte público, na saúde ... O começo do mínimo de mudança passa por esses pontos. Será que está faltando só recursos para essa administração fazer as devidas e necessárias mudanças? 

Quem votou em Holanda Jr. para ver a reprise da reprise desse modelo ineficiente e nada racional de sistema de trânsito aí existente? Quem quer ver só a reativação da sinalização caça-níquel? Até agora nada de significativamente melhor, inovador e útil foi feito para melhorar o trânsito de São Luís. Onde estão as mudanças para reduzir os gargalos e melhorar as condições de trafegabilidade? 

Ao contrário disso, a Prefeitura colabora com uma tremenda bizarrice em frente ao shopping São Luís, que implantou semáforos para os clientes que saem de carro irem na direção do Centro. Tem coisa mais absurda? Ao lado do shopping existe um viaduto com alças de contorno, basta dirigir mais 200 metros contornar pelas alças do viaduto e ir na direção do Centro.

Enquanto isso .. congestionamentos e engarrafamentos se prolongam no trecho entre a casa do trabalhador e a ponte Bandeira Tribuzi. Começa com um sinal de pedestre antes do Fórum, depois surge uma barreira eletrônica, em seguida um contorno no meio da avenida, um pouco mais à frente estão postos os sinais do shopping e para completar mais dois semáforos antes da cabeceira da ponte Bandeira Tribuzi.  Podia ter inovação maior?

É! Muitas coisas ainda vão continuar boiando nessas enxurradas...   


sábado, maio 03, 2014

Toada de Edinho Lobão: Chegou, chegou! O senhorzinho chegou!


No começo da noite do dia 1º de maio liguei a televisão e logo surgiu na tela a imagem do senhor Edinho, agora rebatizado marqueiteiramente de Lobão Filho, fazendo um pronunciamento alusivo ao dia do Trabalho. 

Pois, é. Tendo como cenário um amplo quintal, que remeteu aos pomares das Casas Grandes, o senhor Edinho protagonizou um arregaçar de mangas, falando aos telespectadores de forma imperativa e com o dedo em riste, ordena: "Mãos à obra!"

Para nós, do lado de cá da tela, essa dedada na lente da câmera deixou a sensação de dedo na cara para avisar quem é que manda. 

Não é desnecessário lembrar que: quem manda mesmo é quem encontra obediência ou consegue impor sua vontade, não é só emitir uma ordem.  

Essa energia toda encenada, por esse senhor suplente de senador (do próprio pai), passou longe de parecer um convite ou uma oferta de compartilhar e comungar esforços com a grande massa de trabalhadores e trabalhadoras desse Maranhão. As mangas arregaçadas lembrou mais um lutador chamando para briga ou um senhor preparando-se para açoitar os cativos "preguiçosos". Quem viu nessas cenas uma pessoa que quer solidariamente participar, colaborar com os mais pobres na construção de condição de vida mais digna? 

Essa "homenagem" ao Dia do Trabalho ficou com cara, estilo e tom de senhor escravocrata ou capataz dando ordens aos "seus" cativos.  Mas, não podemos negar o mérito de Edinho: ele foi autêntico! 

Caro Senhor Edinho, faz muito tempo que nossas mãos estão na obra!   
Viva a insurreição dos povos do eito!!! 

quinta-feira, maio 01, 2014

Castelo: do caos à crista da onde


A dinâmica da disputa eleitoral é furiosa ao ponto de arrastar qualquer destroço pelo caminho ao alto de uma colina. 

Em 2008, o ex-governador João Castelo, depois de sucessivas derrotas, ganhou a eleição para prefeito de São Luís. Conquista que simbolizava retorno e absolvição, depois de decorridos 23 anos após a vitória de sua esposa Gardênia Gonçalves para o cargo de prefeita de São Luís, no retornou das eleições diretas nas capitais, em 1985. No início da retomada dos governos civis e da  redemocratização, meados da década de 80. 

Ganhar a eleição para prefeito de São Luís significou muito para Castelo pois foi uma espécie reabilitação, de perdão político da "Ilha Rebelde". Por que? Porque após  a repressão da Greve de 1979 e o tumultuado mandato da senhora Gardênia, Castelo foi bastante hostilizado pela dita esquerda e pela oposição liderada por Jackson Lago, que o definiam como um repressor, herança da ditadura e cria do sarneísmo. 

Essa desqualificação eleitoral foi explorada ao máximo sendo associada ao jargão mitológico da "Ilha Rebelde" e o discurso anti-sarneísta. Esses recursos foram intensamente utilizados pelos grupos de oposição, particularmente o grupo do Dr. Jackson Lago visando a manutenção do controle sobre a prefeitura de São Luís, iniciado em  1989, logo após o mandato de D. Gardênia.  

Castelo  carrega no seu currículo mega obras de engenharia. além da repressão à Greve pela Meia Passagem de 1979, o fracasso da gestão de sua esposa à frente da prefeitura de São Luís e sua origem política ligada ao sarneísmo. 

Apesar tudo isso, ao longo dos anos, as votações de Castelo têm se conservado com uma margem considerável de votos. Conhecido como candidato de rodapé alto, graças a essa fidelidade dos seus eleitores ao longo de várias eleições. No entanto, isso não ocorreu sem a pertubação de uma rejeição significativa. 

Assim, com esse desempenho eleitoral de boa votação e índice de rejeição considerável, as eleições proporcionais acabaram ficando fáceis para Castelo, mas as eleições majoritárias sempre apareceram como um complicador, por conta do tamanho da rejeição. 

Com a própria exaustão do quadro pedetista e a chegada de Jackson ao governo do estado, Castelo viu diante de si a oportunidade de concorrer mais uma vez ao Executivo e enfrentar mais uma eleição majoritária de maioria absoluta, dessa vez ao posto de prefeito de São Luís. Novamente o fantasma da rejeição ameaçava sua eleição, principalmente no segundo turno, diante do crescimento da candidatura de  Flávio Dino, que reivindicava o status de uma candidatura da renovação política, herdeira da tradição da "Ilha Rebelde" e ainda contava com o fato de ser uma novidade eleitoral. 

Tudo caminhava para mais uma derrota eleitoral de Castelo. Porém, as equações pedetistas definiram que ainda não era a hora de Flávio, ele era novo e podia aguardar a vez dele em disputas futuras. A tal da promessa para o futuro. 

Essa equação pedetista de montar uma sequência "sucessória" e neutralizar quem ameaçava o monopólio da oposição aos Sarney enterrou politicamente muitos jovens políticos promissores. Em uma contagem rápida, feita com o auxílio do jornalista Ed Wilson o total de óbito político alcança a marca de 12 . Igual número do PDT. Promessas e projetos de políticos foram anulados em sequência. 

Mas, o passar do tempo armou uma ironia histórica (ou um golpe da ironia do "destino"). A saber: a oposição constituída a partir do Dr. Jackson, que tanto explorou a Greve de 1979 e tal Ilha Rebelde, enterrou o seu próprio mote salva-vida ao preferir e construir a vitória de Castelo sobre Flávio Dino no segundo turno das eleições de 2008. Essa vitória de Castelo chegou ironicamente pelas mãos dos que mais exploraram sua rejeição. 

Cane lembrar que existe um antecedente importante nesse auto-enterro do pedetismo "jacksista", efetivado na aproximação do Dr. Jackson com os Sarney, quando Roseana ensaiou ser candidata à Presidência da República. O jornalista Walter Rodrigues guardava no seu computador algumas fotos que ilustravam esse ato de aproximação, brindado com champanhe. 

A  gestão do senhor Jackson à frente do governo estadual, sob a constante ameaça de cassação serviu para pôr a lápide sobre o discurso de trabalho e honestidade tantas vezes proclamada pela oposição. A sequência desse período de governo é uma página inusitada e catastrófica: Dr. Jackson foi cassado com base em uma lei que hoje sabemos que nem estava mais em vigor e, para completar, os juízes empossaram Roseana.

Chegando as eleições de 2010, veio mais uma candidatura do Dr. Jackson, mas Castelo não apareceu de forma integral na campanha dele, muito menos na de Flávio. Roseana , na virada da noite, apareceu  com 50,08% que garantiu a vitória em primeiro turno. Há quem diga que Castelo facilitou as coisas para Roseana escapar do segundo turno. Tudo que os Sarney não queriam era um segundo turno.

A gestão de Castelo em São Luís foi tão ruim, que fez ele ser derrotado por si mesmo, praticamente obrigou as pessoas a votarem em Holandinha, que não tinha absolutamente nada para apresentar como experiência administrativa e em termos de políticas públicas. Não tinha nenhuma proposta consistentes diante dos graves problemas da cidade. Depois da eleição aprofundou seu discurso "teológico", sem em nada lembra a laicidade necessária à Política e o conhecimento necessário sobre os graves problemas da cidade. Castelo nos impôs essa gestão de Holandinha (sobre essa gestão escrevo depois). 

Apesar da derrota eleitoral, Castelo obteve, no segundo turno, nada menos que  43,94% dos votos. O que mostra a força da fidelidade dos seus eleitores, pois trata-se de um grande feito diante de um gestão tão ruim. Castelo saiu com a marca do caos. Agora, menos de dois anos da derrota eleitoral, Castelo não é mais só um dos nomes fortes para concorrer a uma das  vagas de Deputado de Federal, é o nome mais credenciado a ficar com a única vaga ao  Senado Federal. 

Castelo, com esse eleitorado cativo em São Luís, só tende a crescer no restante do estado, onde existem milhares eleitores que carregam a gratidão de terem sido nomeados por ele para exercer um cargo na administração pública estadual. O montante de empregados por Castelo, no período que foi governador biônico, está estimado em 50 mil servidores. 

Nenhum dos demais pretendentes à vaga única do Senado tem um rodapé tão alto e uma constante margem de votos igual ou próxima a de João Castelo. Resta saber se o PSDB tem ou não interesse em ter um Senador pelo Maranhão. Quando Castelo perdeu a eleição de Senador para Cafeteira teve três adversários fortes: a alta popularidade de Roseana (a ajudinha dos Sarney), o resto de popularidade do próprio Cafeteira e o seu descuido no horário de TV. Deu a impressão de que Castelo assumiu a postura do tal "já ganhou", onde o adversário acabou ficando solto, sem ataques, críticas etc. Acabou dando  Cafeteira, mas João Castelo obteve 35,60% dos votos. 

Observando o contexto... João Castelo conta agora com adversários sem a mesma envergadura eleitoral dele, além de estarem sob o desgaste do grupo ou sob seu próprio desgaste. Os possíveis candidatos governistas ao Senado estão debaixo do peso da alta rejeição  e do desgaste do grupo a que pertencem: Sarney. O candidato oficial da oposição, até agora, é o atual vice-prefeito de São Luís, cuja gestão atingiu 47% de desaprovação antes completar o primeiro ano de governo. Levantamentos mais recentes registram uma desaprovação maior que 60%, sendo qualificada como ruim/péssima. Somando esses fatores que pesam sobre as demais candidaturas a rejeição de Castelo fica atenuada em uma eleição majoritária de maioria simples. Castelo, o homem de rodapé alto e com problemas no teto, está literalmente na crista da onda e para surfar até o Senado só precisa combinar, principalmente, com seu partido, o PSDB. E, se possível, convencer a oposição que sua eleição não vai ser donosa à própria oposição.  

"Eta, painho! Danaaaaaado!" (assim deve estar pensando sua filha). 

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