quarta-feira, agosto 26, 2009

O CARTÃO VERMELHO E EFEITO BORBOLETA





“Só agora a ficha caiu”, um flashback ou efeito ressaca... Ficou difícil definir a ação do senador Suplicy nos últimos dias, mas certamente é fruto do desgaste junto ao seu eleitorado em São Paulo. Essa é a questão, os senadores petistas mais conhecidos e com maior espaço dentro do Senado são Mercadante e Suplicy e seus eleitores são do estado que apresenta o maior índice de reprovação à permanência de José Sarney na presidência do Senado. O apoio do PT ao arquivamento dos processos já começou a render negativamente na base dos seus parlamentares, eles estão perdendo credibilidade nos seus estados. Para piorar a questão, a crise do Senado está assumindo o ranço regionalista, principalmente quando nordestinos e nortistas, repetidamente, colocam-se na defesa de José Sarney.
O senador Suplicy, entre tantas coisas, tem que se explicar quanto à censura ao jornal Estadão, um dos ícones paulista. O ethos bandeirante não suporta se sentir inferiorizado, principalmente em relação a outros estados da federação, ainda mais se esses estados são sustentados pela União, a exemplo do Amapá.
Ontem o senador Suplicy não deu um cartão vermelho, na verdade repassou o cartão vermelho que vem recebendo de sua base. A estratégia de ficar quase mudo nos momentos anteriores ao arquivamento das denúncias são surtiu efeito e o prejuízo está instalado.
Perguntinha besta: O senador Suplicy não foi um dos parlamentares que assinou um documento apoiando a Fundação Sarney para que a mesma continuasse dona de um prédio público... (?) Se fez... Por que não diz quem o pediu para assinar tal papel (?)
O SENADO HÁ MUITO SE FEZ DESNECESSÁRIO DIANTE DO PACTO FEDERATIVO QUE TEMOS.
A Tv Senado é hoje o maior canal de entretenimento: show de variedades, reality show, comédias e piadas.

segunda-feira, agosto 24, 2009

JACUS

*

Mais um ótimo reality show na TV senado. Durante um longo discurso sobre os 55 anos do suicídio de Getúlio Vargas e o centenário da morte de Euclides da Cunha, o senador José Sarney deu um aparte ao senador Eduardo Suplicy que, de uso da palavra, disse que os senadores estavam na condição de jacus, pois o arquivamento das denúncias não tinha resolvido a crise do Senado e disse ao senador Sarney que não se sentia esclarecido sobre as diversas denúncias. Lembrou que o arquivamento não é a resposta que a sociedade brasileira aguardava... Na verdade, o senador de São Paulo, Eduardo Suplicy, componente da base aliada, está sinalizando que nem tudo são flores na base do governo, muito menos no PT.
O senador Sarney rebateu dizendo que estava surpreso com a falta de educação do senador Suplicy e que o mesmo estava maculando a memória de Euclides da Cunha.
Algo não foi posto na chamada “pizza” ou no “jantar”!

* FOTO RETIRADA DO GOOGLE IMAGENS.







CRIATURA CONTRA A CRIADORA



A disputa sem pressupostos, ou melhor, sem um mínimo de limites está avançando no cenário partidário nacional. Vide a atual situação de Heloísa Helena no PSOL. O partido de Heloísa, pretendendo lançar candidatura própria à presidência da república, já montou um discurso de demolição e desqualificação contra Marina Silva, o que a desagradou. Heloísa não tem o mesmo entendimento e considera Marina um grande nome da esquerda brasileira. A própria Heloísa estaria sendo posta como uma militante não autêntica ou não puro-sangue. O que seria essa pura e autêntica esquerda? Será que uma sigla pode reivindicar tal exclusividade? Será isso propriedade de alguém? No mínimo, isso é fruto de concepções que não admitem pluralismo.
Mas essa onda de disputa sem limites, que engendra qualquer forma de recurso e ação para obter vantagem diante dos adversários, já está implantada em outras legendas, principalmente, as de direita, vide o emBate recente entre DEM, PMBD etc. no Senado.
Marina Silva tem sofrido ataques de alguns petistas que, ignorando sua militância e serviços no Partido dos Trabalhadores, tentam jogar a senadora em uma vala comum da indigência político-partidária brasileira. Esse vale-tudo é antes de tudo antidemocrático e perigoso, pois transforma o campo da disputa em um espaço da execração, eliminação, chantagem e perseguições. O espaço da política perde sua condição de espaço da civilidade e se enterra no âmbito da violência.
“SÓ NÃO MUDA DE IDÉIA QUEM NÃO TEM IDÉIA.”
“TRISTE NÃO É MUDAR DE IDÉIA, MAS NÃO TER IDÉIA”.

quinta-feira, agosto 20, 2009

O INDIZÍVEL OBSCURO NORMAL




O conceito de normalidade é para lá de relativo.
Hoje o senador Sarney deu um de seus mais sinceros pareceres sobre o Senado: “Acho que vai normalizar a casa”. Concordo plenamente com isso, mesmo não sendo para mim um motivo de orgulho. A casa, exatamente isso (casa), vai voltar ao seu normal. Totalmente normal na sua falta de transparência e povoada de incomuns, que não estão sob as próprias ordens que elaboram.
Durante meses o Brasil assistiu pela TV algo que parecia novo, mas os tons dramáticos já revelavam o seu caráter novelesco. Hoje foi possível ver que era ficção, uma mescla de reality-show e tele-novela mexicana. No mesmo instante ficou claro que o senador-presidente-do-senado jamais foi um ser excepcional anacrônico e descompassado na política brasileira. Está evidente que é só mais um. A sinergia foi total entre as legendas e políticos de todo o Brasil.
Fica também a grande sentença do senador Duque (terceiro suplente): “não me importo com opinião pública”.

domingo, agosto 16, 2009

Comendas do comendador



E assim os dias passam... O nome crise já está ficando desgastado etc. Mas também muitos políticos estão desgastados, com suas imagens para lá de ridicularizadas na internet (blogs, e-mails, etc.), nos jornais e nas televisões. O resultado de algumas vitórias pessoais pode se revelar um peso negativo ao desempenho eleitoral da candidatura governista à Presidência da República.
A última pesquisa Datafolha mostra uma Dilma “estável” e um Serra que se mantém bem a ponta nos colégios eleitorais de maior volume. Em São Paulo a diferença serrana chega a 40 pontos em relação à Dilma. Se aumentar sua diferença no Rio e em Minas o tucano só vai precisar permanecer próximo aos índices atuais no norte, nordeste e centro-oeste que será o próximo presidente. Chances de crescer no Rio e em Minas existem. Em Minas isso vai correr quando Aécio se retirar enquanto candidato à Presidente e fecha apoio a sua legenda. No Rio a aliança com Gabeira tende a favorecer Serra.
O jogo ainda está muito aberto, mas sem Ciro o Serra cresce muito, se o PT não acordar que Ciro é o candidato que mais divide voto com Serra, as coisas vão ficar inviáveis para o PT. Até agora Lula tem apostado que em 2010 vai ser uma escolha entre os feitos do seu governo e os do PSDB, mas o eleitorado talvez não seja tão linear na sua leitura e passe a cobrar de Dilma aquilo que ela não tem, tão pouco é certo que os feitos do governo Lula possam ser traduzidos como Dilma. Até agora os números indicam que a ausência de Ciro na disputa presidencial é perigosa a existência de um segundo turno.
A novidade Marina pode crescer nos grandes centros, principalmente se assumir um discurso enxuto e “calmo” de oposição, numa alternativa de candidata feminina a Dilma e a Heloisa.
Heloisa Helena permanece na faixa de 12% das intenções de voto, principalmente levando em consideração que ela não tem tido espaço na mídia. Revela bem a faixa dos que não simpatizam com o governo Lula. H. Helena pode ser canalizadora do voto útil, caso haja um segundo turno, o que acabaria sendo mais benéfico ao candidato Serra do que à candidata Dilma. Se o PSOL buscar ampliar suas alianças pode obter um peso eleitoral maior e passar a ser uma grande referência nacional de oposição, seja em um governo petista ou tucano, potencial a candidata tem demonstrado para produzir esse efeito. Doze por cento, sem nenhuma exposição massiva na mídia, é algo muito bom.
A tabela agora é seguinte, segundo datafolha: Serra 37%, Dilma 16%, Ciro 15%, Heloisa 12%. Nesse cenário, tanto a saída de Ciro quanto a de Heloisa cria um situação melhor para Serra.
Vamos ver, depois do festejo do comendador, se a salvação do comando do Senado está combinada com o sucesso da sucessão PRESIDENCIAL. A casa vai bater durante toda a semana.

quinta-feira, agosto 13, 2009

A guerra dos mundos e a demarcação para uma cova



Os “vossa excelência” sabem fazer ajustes inimagináveis para qualquer mortal. Cada um desses senhores conhece o ponto para apontar o dedo. A gratuidade da fúria é totalmente proporcional ao preço da calmaria. Vice versa ou tanto faz! Todos tem a ganhar e a perder. Mas o prolongamento da “crise” no Senado já fez o preço subir mais para uns do que para outros. A defesa do presidente do senado, encabeçada pelo governo, já ultrapassou o limite, entrou no “chegue especial”.
Para a conta estão indo altos juros: o PT certamente terá sérias dificuldades para eleger dois senadores em São Paulo e nos demais estados da região sudeste. Por outro lado, a candidatura de Dilma, que não consegue espaço na mídia para divulgações positivas, começa a sofrer recuos de popularidade. O lulismo é só de Lula, não é transferível a ninguém. Enfim, Dilma não é Lula.
Serra, como se não quisesse nada, vai repetindo os malefícios do cigarro, falando de fumaça como se fosse a descoberta da pólvora, porém se mantendo no centro de um debate nacional que não oferece riscos. O contrário da situação de ter que defender nepotismo e relativizar transparência e impessoalidade.
No Brasil, o fazer da “política” tem acontecido através de várias mãos e uma pá muito eficiente. Quem pega na pá primeiro permanece para consolar a eterna viúva.

segunda-feira, agosto 10, 2009

Os relativamente calados, os absolutamente silenciosos e os berrantes



Causa estranheza ver que na frente do pelotão de defesa/ataque do senador José Sarney não tenha nenhum senador maranhense. Será que a manifestação dos atuais senadores maranhenses não soma a seu favor? Até agora não ouvi ninguém usar a tribuna nem para fazer algumas considerações favoráveis, destacar pontos omitidos pelos opositores etc. Não digo uma defesa apaixonada ou furiosa, mas uma minimamente de solidariedade e que exemplificasse que os demais senadores não são tão diferentes dele. Que silêncio é esse?
Esse silêncio também é percebido na Câmara onde também habitam tantos outros aliados maranhenses. Por que os deputados federais que sempre buscaram apoio junto à família Sarney não estão se pronunciando para dirimir dúvidas ou mostrar pontos controversos sobre as acusações que o senador vem recebendo? "Que é que é isso", companheiro?
Por outro lado, na Câmara, o deputado Domingos Dutra, em sintonia com a oposição a Sarney no senado, soltou sua voz, como sempre fez no período eleitoral, e o atacou sem recorrer a uma linguagem mais técnica, sem se preocupar em fundamentar seus argumentos, sistematicamente, em princípios de ordem republicana ou democrática, ou do ponto de vista legal... preferiu migrar para os fundamentos da biologia, melhor dizendo, para a fisiologia animal. Comparou o presidente do senado ao camaleão.
Mais uma vez a oposição maranhense ao senador Sarney demonstra não saber explorar as oportunidades em prol dos seus objetivos. Ao comparar o senador Sarney a um camaleão aumentou a mística sobre o mito de sua invencibilidade e de sua capacidade de sempre se safar.
Por que? Porque: “Na simbologia africana, o camaleão é um animal sagrado, visto como o criador dos primeiros homens. Nunca é morto, e quando é encontrado no caminho, tiram-no com precaução, por medo do trovão e do relâmpago.”
Entre os ioruba é contado que Olorum enviou o camaleão em seu lugar para participar de um desafio proposto por Olocum. O resultado foi um empate. O camaleão também aparece ligado ao mito da criação, um mensageiro (ligação entre o humano e sagrado) etc.
Infelizmente o deputado foi plantar seus pés numa historiografia que ignora as culturas africanas. Ruim para o deputado que é um afro-descendente, legítimo filho de uma comunidade quilombola.
Diante do status quo que busca garantir sua sobrevivência na passionalidade, na conveniência, o melhor é insurgir-se com base na racionalidade crítica e virtude cívica.
Enquanto isso... Serra, nos marcos dos bandeirantes, anima suas chances. Veja aqui:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/sergiomalbergier/ult10011u605791.shtml

sexta-feira, agosto 07, 2009

ESQUECIMENTO TEM PERNA LONGA



Quem nunca se esqueceu? Eu não me lembro do que fiz nos cinco milésimos depois que liguei o notebook. Não se pode exigir que um senhor idoso tenha que se lembrar de tudo. Os esquecimentos são também moldadores da memória, no que tange a seletividade.
O perigo é quando uma sociedade inteira passa a adotar o esquecimento como parâmetro de idoneidade. Eu mesmo não sei o que é isso!
Vou ver um saci andando de skate no jardim. Para esquecer!

quarta-feira, agosto 05, 2009

OS PROSÉLITOS NÃO DISFARSAM MAIS


No Maranhão, o campo da disputa eleitoral está assumindo uma nova configuração. Pela primeira vez a tradição do favoritismo eleitoral de quem está no governo do estado aparece seriamente abalada. Por outro lado, dessa vez não há nenhum clima para começar a campanha dizendo que vai vencer no primeiro turno. Truque gasto e perigoso!
Porém, os servos voluntários já começam a justificar a falta de visualização da rotação da lua e a manutenção do mandonismo através da queda de um asteróide em Vênus. Ou porque Jackson e José Reinaldo são iguais. Isto é, temos que aceitar porque esses senhores não são diferentes. Como se só essas duas pessoas existissem no campo político maranhense.
Essa tentativa de convencimento é igual à lógica do feirante que tenta convencer a dona de casa a levar o tomate podre porque é mais barato.
Isso tem derrubado algumas máscaras de independência e imparcialidade, deixando bem visíveis as faces desses prosélitos do atraso, do nepotismo e da amputação da liberdade. São críticos de mera conveniência e vaidade pessoal, tomados de egolatria. São indivíduos que não possuem nenhuma virtude cívica, postura democrática e compromisso público, mas muito oportunismo.
O que está por trás de alguns desses mascarados é a veneração servil aos poderosos.
Mas graças à liberdade dada pela internet, dezenas de blogues - de pessoas comuns e que não são a última palavra em tudo - estão combatendo a continuação da tradição mandonista.
Esses blogues são nitidamente diferentes daqueles textos anacrônicos, que são produzidos por pessoas que se arrogam detentoras da exclusividade da expressão. Essa gente é incomum mesmo, pois são dotadas de inteligência servil e produtividade reacionária. Não por menos, são apreciadores da embriaguês do vinho de migalhas dos poderosos.
Viva os apreciadores da liberdade!
Foto: filme jogos mortais



sábado, agosto 01, 2009

MEIA VOLTA: para o corner


Não existe infalível e super-homem na história política. O que existe são indivíduos com mais ou com menos acertos. A ação de poder está sempre aberta às flutuações, desagregações e novas combinações. As formas de relações e os resultados delas mudam, muda o contexto e a história assume uma outra configuração. Essas mudanças são ilustradas de uma forma bem simples por Maquiavel: "Disto depende ainda a variabilidade do sucesso porque, se alguém procede com cautela e paciência em tempos que exigem tais qualidades, então tudo se sai bem; mas se os tempos sofrem mudançam e os comportamentos permanecem inalterados, então é a ruína." Os grupos e as tradições paulistas já estão em outro patamar; a polarização da disputa política a partir de São Paulo imprime uma dinâmica com mais fôlego e recursos; as intimidações de bastidores, tantas vezes utilizadas não lograram êxitos com os atuais opositores.
O presidente do Senado vai renunciar após o fim do recesso. Porque é sua melhor saída para o momento. Pode fazer isso barganhando que o PMDB indique o vice-presidente na chapa de Dilma.
Agora só resta ir para o corner, esperar 2010 e contar com a repetida incompetência dos adversários maranhenses. Ano que estarão abertas 18 vagas de deputado federal, 02 de senador e o governo do estado.

(O crédito da foto não foi possível identificar, mas foi encontrada pelo google images)

 SEM PROPOSTAS - ELEIÇÃO PRESIDENCIAL 2022 O que tem movido os eleitores brasileiro diante das candidaturas à presidência da República este ...