O SIM para Dirceu pode ser um duro Não para a reeleição de Dilma

Celso Mello votará pelo NÃO. Prefiro errar no palpite a perder de vez a esperança por esse país. Lendo editoriais e comentários em revistas e jornais, post de blogues etc. observei um certo comedimento de setores mais conservadores em relação ao voto de Celso de Mello, na verdade há uma certa torcida (silenciosa) pelo SIM. Que setores estão assumindo essa torcida? Não são os apaixonados petralhas e petistas comissionados, mas setores da oposição. O SIM pode ser muito bom para Dirceu, mas tudo indica que vai ser péssimo para Dilma, particularmente para sua reeleição. 

A aceitação dos infringentes vai alavancar a indignação contra a impunidade e isso vai cair na conta do PT e do Governo Dilma. Dilma poderá passar a eleição inteira tendo que se explicar sobre a corrupção e impunidade que assola o Brasil.  Ter que defender moralidade, transparência e respeito ao bem público tendo como aliados Dirceu e companhia impunes, não vai ser tarefa fácil. Esse SIM de Mello pode pesar muito para a reeleição de Dilma. Os interesses do Planalto deveriam trabalhar pelo NÃO.

Mini-Reforma Política e Colossal dano à Democracia e a República

Ontem o Senado pavimentou ainda mais a alameda do inferno com boas intenções. 

A Mini-Reforma política é uma vergonha, serve somente para tornar as eleições um jogo mais desigual, menos competitiva, pois quem está à frente do governo vai contar não só com a estrutura do próprio Estado em prol de sua campanha como também as empresas concessionária de serviços públicos. As eleições vão ficar ainda mais a mercê dos interesses empresariais e das corporações, perdendo mais seu valor público e comprometendo ainda mais a transparência em torno dos negócios públicos. 

Vejam. Os senadores não aprovaram o artigo que obrigava apresentar o nome dos doadores de campanha e o montante das doações antes da votação. Isso não tem valor para eles. Na verdade,  pesa sobre eles. 

Não satisfeitos com esse veto, fizeram um verdadeiro atentado contra as eleições, tornaram legal DOAÇÕES ELEITORAIS FEITAS POR EMPRESAS CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS. Pois é, as empresas de transporte urbano, telefonia etc. vão financiar a vontade. VERGONHA. Isso atrela ainda mais o poder público aos interesse dos empresários, perdendo de vez a capacidade fiscalizadora, já que o governante vai retribuir os favores aos seus financiadores, em total detrimento do interesses coletivos, públicos. O esquema ficou legal agora. Isto é, vale a pena persistir no crime. 

Quantos financiamentos de campanhas vão rolar? Tudo para as empresas se manterem com o direito às concessões. As empresas envolvidas nesses serviços vão lucrar mais, mesmo sem prestarem os devidos serviços à sociedade. Acorda Brasil!!!! Mais um golpe contra a República.  Uma Reforma Política tem que rever esse sistema bicameral e, no mínimo, acabar com a paridade legislativa do Senado. Tirando do Senado a capacidade legislativa igual a da Câmara e transformando em órgão meramente de consulta!