Câmara Cascudo apresenta, em A história dos nossos gestos, uma definição para o gesto “no dedo”. Apesar de “no dedo” já ser algo fora de moda no linguajar corrente, a definição ilustra bem os arquétipos de práticas contumazes, particularmente nas relações sociais estabelecidas no interior dos órgãos e repartições do poder político brasileiro.
Isso tem significativa importância no Maranhão, uma típica “república” dos NO DEDO.
Isso tem significativa importância no Maranhão, uma típica “república” dos NO DEDO.
Vejamos o que Cascudo disse sobre “no dedo”:
“Diz-se dos astutos indolentes cuja inércia sorridente e servil levam-nos aos altos postos burocráticos sem credenciais de esforço e possibilidade de realização. Passam docilmente de dedo em dedo na marcha ascensional da preguiça concordante e proveitosa. Referindo-se às sucessivas promoções obtidas pelo misterioso mérito, explicam dobrando o indicador, gesto de pedir o pé aos psitáceas, aproveitadores da escravidão deleitosa.”Algumas similitudes com as notórias personagens do Maranhão?