Câmara Cascudo apresenta, em A história dos nossos gestos, uma definição para o gesto “no dedo”. Apesar de “no dedo” já ser algo fora de moda no linguajar corrente, a definição ilustra bem os arquétipos de práticas contumazes, particularmente nas relações sociais estabelecidas no interior dos órgãos e repartições do poder político brasileiro.
Isso tem significativa importância no Maranhão, uma típica “república” dos NO DEDO.
Isso tem significativa importância no Maranhão, uma típica “república” dos NO DEDO.
Vejamos o que Cascudo disse sobre “no dedo”:
“Diz-se dos astutos indolentes cuja inércia sorridente e servil levam-nos aos altos postos burocráticos sem credenciais de esforço e possibilidade de realização. Passam docilmente de dedo em dedo na marcha ascensional da preguiça concordante e proveitosa. Referindo-se às sucessivas promoções obtidas pelo misterioso mérito, explicam dobrando o indicador, gesto de pedir o pé aos psitáceas, aproveitadores da escravidão deleitosa.”Algumas similitudes com as notórias personagens do Maranhão?
Infelizmente nosso país e principalmente nosso Estado está no submundo do desenvolvimento, somos ao mesmo tempo protagonistas e reféns de uma situação que dificilmente será solucionada. E quando me refiro a desenvolvimento não me atenho a questões apenas de nível econômico, mas um conjunto de fatores interligados que melhoram a qualidade de vida da população.
ResponderExcluirNo caso específico do Maranhão, enquanto o governo e a mídia local tentam passar a imagem de uma capital que está a beira de um surto desenvolvimentista, bem aos moldes das teorias de desenvolvimento dos anos 70, com a vinda da refinaria Premuim, estamos cada vez mais submersos na corrupção e no atraso econômico e sóciopolítico. Nossa cultura é baseada nas relações patrimonialistas e coronelistas, o que gera o acúmulo de mazelas e problemas sociais do nosso Estado.
Não conseguimos sequer ter índices aceitáveis no que tange ao serviços mais básicos como saneamento, saúde e infraestrutura, sem contar no atraso significativo dos nossos órgãos públicos e na inoperância do sistema que conta com pessoas totalmente despreparadas e viciadas na empregabilidade fácil dos currais eleitorais do Estado.
"O dedo" é cara...
Algumas similitudes com as notórias personagens do Maranhão? Respondendo a pergunta, claro que sim qualquer comparação com nossa triste realidade não obra do acaso ou coincidência.
ResponderExcluirPorque uma vez oligarquia será sempre oligarquia que usa e abusa de métodos antigos e 'reencarnados' para se perpetuarem no poder e o resultado é mais que evidente, haja vista que por aqui só se perpetua a miséria e pobreza.