No começo da noite do dia 1º de maio liguei a televisão e logo surgiu na tela a imagem do senhor Edinho, agora rebatizado marqueiteiramente de Lobão Filho, fazendo um pronunciamento alusivo ao dia do Trabalho.
Pois, é. Tendo como cenário um amplo quintal, que remeteu aos pomares das Casas Grandes, o senhor Edinho protagonizou um arregaçar de mangas, falando aos telespectadores de forma imperativa e com o dedo em riste, ordena: "Mãos à obra!"
Para nós, do lado de cá da tela, essa dedada na lente da câmera deixou a sensação de dedo na cara para avisar quem é que manda.
Não é desnecessário lembrar que: quem manda mesmo é quem encontra obediência ou consegue impor sua vontade, não é só emitir uma ordem.
Essa energia toda encenada, por esse senhor suplente de senador (do próprio pai), passou longe de parecer um convite ou uma oferta de compartilhar e comungar esforços com a grande massa de trabalhadores e trabalhadoras desse Maranhão. As mangas arregaçadas lembrou mais um lutador chamando para briga ou um senhor preparando-se para açoitar os cativos "preguiçosos". Quem viu nessas cenas uma pessoa que quer solidariamente participar, colaborar com os mais pobres na construção de condição de vida mais digna?
Essa "homenagem" ao Dia do Trabalho ficou com cara, estilo e tom de senhor escravocrata ou capataz dando ordens aos "seus" cativos. Mas, não podemos negar o mérito de Edinho: ele foi autêntico!
Caro Senhor Edinho, faz muito tempo que nossas mãos estão na obra!
Viva a insurreição dos povos do eito!!!