terça-feira, março 29, 2011

VIOLÊNCIA E DESUMANIZAÇÃO: CADA QUAL NO SEU QUADRADO

Ilustração: Francisco Araujo

As classes médias adotaram, diante da segurança, a mesma “saída”  que adotaram diante da educação, especialmente quando o ensino público começou a declinar. Isto é, buscaram garantir sua segurança de maneira individualizada, particular através da contratação de serviços privados. Engradaram suas casas e apartamentos, colocaram cercas elétricas, instalaram câmeras, alarmes e contrataram vigias para se protegerem... Tudo privado e exclusivo para sua segurança pessoal.  Assim como na Educação o custo é alto, o resultado é pequeno e qualidade duvidosa. O declínio da Educação (não só a formal) e da segurança mostram certa sincronia. O perigo maior é que esses dois problemas estão cada vez mais combinados. 

Pais estão sendo mortos pelos próprios filhos. Desde o caso Richthofen diversos outros casos já foram registrados no seio da classe média. Pode-se ver que o perigo não precisa pular a cerca, o muro. A educação e segurança privada não levaram as classes médias ao paraíso sonhado: o isoladamente de paz.

A saída parece passar por qualidade de vida não expressa só em abundância material. Precisamos de mais convívio social pacificado, priorizar valores humanistas de solidariedade, respeito, reciprocidade, caridade desinteressada e qualidade na educação pública e na segurança pública. Enjaular-se, enquanto o mundo frita lá fora, pode dar origem ao nascimento de um monstro dentro da própria jaula. Não sobrevive paraíso algum enquanto ilha, em um oceano de infernos!

Sem vida pública, espaços públicos de maior interação social e compartilhamento, não é possível a existência de uma cultura de solidariedade, tolerância e respeito à pluralidade.

Cada vez mais as feras de dentro e de fora das grades dos condomínios e dos espaços vips tendem a um encontro trágico (simbólico e físico). A vida e o mundo das existências não são reduzíveis ao belo espaço gourmet da casa cor.

A realidade chata e não-convidada pode aparecer servida sobre sua mesa de jantar. As ações contra a violência devem também ter dimensões públicas ou não vão ganhar efetividade!

Quanto mais e maiores forem os espaços de convivência das múltiplas sociabilidades e identidades maiores serão as chances da vida pacificada. 

domingo, março 27, 2011

ANACRÔNICOS AUTORITÁRIOS


Hugo Chávez  disse que o capitalismo destruiu a civilização em Marte. Nem Marx deu tamanho salto para fora da história. O capitalismo é cósmico e, negando Marx, não corresponde a um período específico da história.

Esse coronel já receitou, ao mundo, o livro de política do lingüista judeu-americano Noam Chomsky; pregou, em igreja americana, sua revolução – que só ele ver e compreende; agora defende o ditador assassino da Líbia: Gaddafi. Em 2009 chegou a condecorar Gaddafi com a maior honra da nação: Ordem do Libertador.

Jesus, Gaddafi, Fidel, Chomsky, Constituição e Decretos. Eis o ideário de Hugo Chávez, presidente da Venezuela. Nessa mescla sobram incoerências e confusões de ideias.

Em nome do Socialismo ele pretende morrer. Ele chama a Constituição Venezuelana de “uma maravilha”, mas quer governar por decreto... No fundo, quer amplos poderes. Já tentou isso recentemente tentando mudar 69 artigos da Constituição, a proposta era inconstitucional e feria o Art 342 da Constituição Venezuelana.

Lamentável como esse indivíduo exótico é a estrela de alguns socialistas e de parte da esquerda latino-americana. É herói supremo de uma parcela da esquerda  brasileira. Hugo Chávez é um coronel de formação ruim. Não serve nem como exemplo de militar.

Chávez tenta, sem sucesso, ocupar o papel de principal protagonista político da América Latina, a todo custo quer barganhar o espólio de Fidel Castro e continuar alimentando as militâncias fanfarronas espalhadas pelo mundo. Tipo de militância que acha maravilhosa  e aplaude situações políticas que não vivenciam, apoiam a partir do conforto das salas, sentados deitados nos sofás, com o notebook sobre a barriga e vendo televisão.

Chávez tentou dois Golpes. O segundo, assim como no primeiro, também fracassou! O que difere um do outro é que em 1992 a tentativa foi pelas armas, um golpe militar. Recentemente tentou usar a ágora, mas a ágora é um edifício de liberdade, onde a livre escolha e a vontade da maioria são princípios fundamentais.

Na segunda tentativa atacou a Constituição Venezuela, que ele mesmo tinha dito ser perfeita e a mais democrática. Porém, o povo disse NÃO. Os cidadãos fizeram valer sua soberania. Não aceitaram ser súditos desse autoritário.

Com a vitória do NÃO contra as mudanças constitucionais, em plebiscito, Chávez e seus pares foram derrotados na tentativa de personificação do poder político, sentiram que a opinião do povo pode mudar e mudar simplesmente pelo prazer da liberdade de poder mudar.

A suposta onipotência de Chávez começou a declinar não só por ter fechado um importante canal de televisão; não devemos acreditar que a TV é a única coisa importante que o povo tem para preservar. Não é só isso. Os cidadãos começaram defender a liberdade e temer a falta de limites ao mandonismo de Chávez.

Chávez, após a derrota, aumentou seu ressentimento e começou a produzir ataques à Igreja, ameaçando os bispos católicos. Isso lhe tem sido caro, pois a Igreja atua exatamente onde Chávez parece ser mais forte: nas camadas sociais mais pobres.

Povo venezuelano, na sua grande maioria disse, laicamente, “Não, Senhor!” aos arroubos autoritários de Chávez. Mas foi um “não” amplamente apoiado pela Igreja. No final, passado o plebiscito, vendo em detalhes, o Não foi útil ao Chávez, pois ficou mais difícil dizer que na Venezuela a democracia morreu completamente!

Em qualquer revolução ou movimento de libertação contemporâneo os valores de humanismo,  liberdade, igualdade e a dignidade humana dão sinais de força em qualquer parte do mundo. Portanto, essas são as referências mais fortes para os simbolismos em constituição. Chávez não apresenta nada de novo na sua salada de achismo e atitudes esdrúxulas. Ele e Gaddafi não apresentam nenhuma congruência com as demandas atuais por liberdade, igualdade e vida digna. 

Toda a prática histórica sob o carimbo do socialismo descambou para a violência e para o anti-humanismo, de forma semelhante ao capitalismo.Não é mais possível defender o socialismo apenas com os argumentos que “houve desvio” e/ou “interpretação errada”. 

O horror de esquerda ou de direita, socialista ou capitalista vai ser sempre horror.

PARTICIPAÇÃO PEQUENA



Não tem atitude mais despolitizante do que a propaganda da justiça eleitoral. Ela direciona sua ação “conscientizadora” exclusivamente para o eleitor. A eleição aparece como se não fosse um processo  em que diversas partes estão envolvidas. A                                           eleitoral parece estar em um lugar sagrado e cheio de justeza, modelo pronto e acabado de eficácia.

Quem mais precisa ser conscientizado da importância e do valor do voto são os candidatos que, quando eleitos, em geral, não lembram mais dos compromissos assumidos, não justificam suas mudanças e tão pouco sentem qualquer dever ou compromisso com a representação confiada pelo voto.

Reduzir a participação ao ato de votar é estreitar a  participação. Em democracia o voto é só uma parcela da participação do cidadão, não é sua totalidade e única forma de expressão. Essa postura torna-se mais dramática quando tentam dizer que a única participação consistente é pelo voto válido. Esquece que o voto nulo pode ter, em certas circunstâncias, um teor muito mais politizado, principalmente quando o sistema já estiver todo corrompido. Onde tribunais existem para anular o anseio popular e garantir uma legalidade desvinculada da legitimidade.  

quarta-feira, março 23, 2011

OS PIORES GOVERNOS DAS NOSSAS VIDAS E O MELHOR GOVERNO DA VIDA DELA


Manifestação no terminal São Cristóvão
Todo dia, toda hora sempre o mesmo conto. Parece que caímos numa fixação e, há tempos, perdemos o olhar para outras coisas. Mas isso seria uma avaliação injusta e superficial. Na verdade, são eles que não deixam nossas vidas fluírem em outras direções. Quando se diz eles, é para sinalizar os que estão no controle do poder político, dos que estão ocupando os postos de governo. Esses poderosos estão esterilizando nosso viver.

Nunca tivemos um par governamental tão ruim como agora. Vejamos:
O Sr. Castelo é uma repetição piorada da administração de sua esposa (Gardênia). Político que nunca administrou nada no período democrático e isso revela que a sua “competência” administrativa só existe em regimes autoritários, não tem efetividade em tempos de república democrática.  Falta sinalização nas ruas, semáforos com todos os sinais luminosos funcionando, falta asfaltamento na maioria dos grandes bairros, falta meio-fio e calçada em vias de tráfego intenso, bueiro entupidos,  ruas e avenidas esburacadas, engarrafamento nas principais vias, falta de fiscalização e disciplinamento do trânsito; áreas verdes abandonadas e cheias de lixo, falta área de lazer e práticas  esportiva nos bairros,  postos de saúde lotados, agentes de saúde trabalhando de forma precária, grilagem das calhas dos rios e nas bacias, construções feitas sem nenhum respeito ao meio ambiente, dejetos lançados in natura nos rios e nas praias; o sistema de transporte coletivo é um dos mais precários e caros do Brasil. Ônibus sujos e velhos, superlotação, demora etc. Os terminais de integração são ruins, verdadeiras humilhações aos cidadãos e consomem enormes quantidades de recursos públicos para manutenção. Os terminais viraram centros comerciais da pirataria e produtos ilegais. Para uma pessoa trocar de linha, sem pagar outra passagem , não é preciso terminal. Tecnologia existe para fazer isso sem ter que ir para um terminal, em várias cidades essa integração é feita sem humilhar o cidadão.
Como se tudo isso fosse pouco, não bastasse, o centro histórico é puro abandono e descaso, diversos monumentos sem manutenção e tantos outros precisando serem restaurados. Castelo e sua esposa conseguiram fazer os piores governos que São Luís já teve em quatro séculos.

A Sra. Roseana está pela quarta vez governando o estado do Maranhão. O seu grupo há 46 anos impera absoluto no estado. Não há mais o que dizer que vão fazer. Em quase cinquenta anos eles já disseram que iam fazer tudo e nada fizeram de significativo por esse estado. O que serviu para o povo do Maranhão o líder supremo do grupo ter sido presidente da república, presidente do senado por quatro vezes?  Além de diversos ministros de sua cota pessoal.


Nas últimas eleições, no ato mais extremo de toda propagandagem (neologismo nosso), inventaram 72 hospitais entregues até o final do ano de 2010. Chegando ao hilário ponto de afirmar “como nunca foi feito” no Maranhão. Pois bem, tudo que falta no Maranhão é obra desse grupo. Eles vão superar eles mesmos? Se nunca foi feito é herança deles.  Para completar veio o dizer magnífico: “O melhor governo de minha vida”. Certo. Concordamos. Nenhum outro prestou. Esse governo (agora) não vai ser o melhor de nossas vidas, da vida pública republicana e democrática dos cidadãos, só vai ser da vida deles (ou só da dela. Saúde, Sra. Roseana!).  A maior obra desse quarto reinado, até agora, foi criminalizar o movimento dos professores (tem tudo para superar Jackson nesse particular). Não tinha algo melhor para fazer?
O Maranhão nunca foi tão maltratado assim. A única saída terrestre da capital do estado está estrangulada (BR 135 virou um caos); o maior sistema de abastecimento de água da capital (Italuis) está sucateado; professores em greve e policiais em greve; faltam hospitais e agentes de saúde na capital e no interior; saneamento é precário em todo o estado; crimes aumentam e retorno da pistolagem; a cidade de São Luís está toda esburacada; os "viadutos" incompletos feitos pela governadora são pontos de engarrafamentos; inexiste um centro administrativo e locais mais  apropriados de funcionamento de diversos órgãos da administração pública; delegacias superlotas, falta de vagas nos presídios, entidades do sistema penitenciário funcionando de improviso, péssimas condições de trabalho dos policias civis   etc.

Hoje (22/03/2011), em desespero, os usuários de transporte coletivo resolveram tocar fogo em pneus e fazer uma manifestação no terminal do São Cristóvão. Ninguém aguenta mais esse descaso e essa humilhação. Modelo falido e já totalmente ineficaz para São Luís. Vão aumentar a frota de ônibus com esse trânsito já caótico?
Não muito longe daqui... na vizinha Teresina (PI)...  já está em funcionamento um metrô. Não só isso, eles pretendem conseguir uma licença para chegar às cidades de Timon e Caxias. Isso é só um dos tantos sintomas da total incapacidade política desses grupos que estão à frente do governo de pensarem as necessidades do povo. Nós já perdemos todos os trens... dizer que da história seria uma redundância.

segunda-feira, março 21, 2011

OBAMA, BADULAQUES E OS SEM-NOÇÃO


A vitória eleitoral de Obama já o qualifica com personagem de um grande acontecimento histórico. A vitória na disputa pela  Casa Branca tem uma força que ultrapassa o ineditismo de um negro ter vencido.

A vitória de Obama significa para a América e para o mundo avivamento da política, ferida nas últimas décadas pelo belicismo de Bush e pela falta de esperança, tão difundida pelos profetas do final da história e do conformismo.

Obama venceu com maioria dos votos diretos dos cidadãos, o que nem sempre ocorre no modelo eleitoral dos Estados Unidos da América. O povo participou e quis fazer sua vontade valer voluntariamente, impulsionados pelo civismo, pela esperança.

A postura de Obama é marco significativo, não só por seu discurso sedutor e bem articulado, mas porque acentua alguns elementos significativos do mundo ocidental e que estão passando por dificuldade de expressão: esperança e política.

As principais queixas e reclames produzidas contra Obama veio da fração da “esquerda” brasileira com sérios problemas de avaliação e coerência. É uma esquerda que diz defender democracia e direitos humanos, mas apoia o governo de Hugo Chávez (coronel autoritário) na Venezuela, o governo de Mahmoud Ahmadinejad (autoritário fundamentalista) no Irã, o regime cubano (com graves violações a direitos humanos e à liberdade de expressão), está defendendo a continuidade de Gaddafi (coronel sanguinário e genocida) no comando da Líbia e defendem, sem reservas, o asilo político dado ao italiano Battisti.

Não  são só posições incoerentes, mas também absurdas compõem a mentalidade dessa parcela da esquerda. Querem, por exemplo,  que Obama não seja um presidente americano, quando reclama que Obama “é um típico americano”. Pois bem, Obama é americano e é o presidente dos Estados Unidos pela vontade do povo americano. Era para ser o que? O absurdo dessa colocação: (essa esquerda) critica o imperialismo americano, mas trata o presidente americano como se fosse o presidente do Mundo.

Há uma grande força no discurso de Obama, principalmente por se tratar do presidente do país berço das medidas neoliberais, impostas ao mundo nas últimas duas décadas, via FMI, BIRD, BID etc.


Obama, desde o discurso de posse, firmou a expressão: de olho no mercado, que as traduções especializadas definiram como regular e fiscalizar o mercado financeiro.  Obama admitiu que o mercado não tem uma auto-regulação confiável e estável, que o capitalismo precisa ser conservado a partir do Estado. Isto é, a perpetuação do modelo capitalista passa também pelo ato político de intervenção estatal na economia.

Ora, essa esquerda vem dizendo, há décadas, que o mercado deve ser regulado pelo Estado. Pergunto: como não reconhecer a similitude do seu discurso com o de Obama? Essa esquerda quer ou não quer o fim da onipotência da doutrina neoliberal? A regulação estatal não vai abolir o capitalismo. Vide a China “comunista”.

As formulações anti-neoliberais propostas por essa esquerda estão se revelando de conteúdo conservador e tendente à manutenção da ordem capitalista, igualmente como quer Obama.

O neoliberalismo, historicamente, mostrou-se como uma força destrutiva do próprio capitalismo. Após evidenciadas as consequências das medidas de primeira geração impostas pelo FMI, Banco Mundial etc., os países mais ricos trataram de minimizar e rever as aplicações de orientação neoliberal.  Se todas aquelas medidas e postulados doutrinários fossem executado com rigor e inteireza o capitalismo entraria num processo de canibalismo desestabilizador, entrópico e provavelmente se esfacelaria como modelo hegemônico. Por que esse medo do neoliberalismo? Essa esquerda quer ou não acabar com o capitalismo? Ou só quer estatizar o capitalismo?

Aquela manifestação incendiária contra Obama lembrou a velha e reacionária Ku Klux Klan. O primeiro presidente negro dos USA é responsável por todos os crimes da história dos Estados Unidos da América? Só a Ku poderia pensar assim! Bush (reacionário sob todos os ângulos) visitou Lula duas vezes e essa turma não quis jogar fogo nele. Sabe o que o Lula disse do Bush? "Eu queria brigar com o Bush, mas ele virou meu amigo" (Lula). 

Seria bom essa esquerda verificar o que está formulado em  O Caminho da Servidão, de Friedrich August Von Hayek. Essa obra o autor dedicou aos socialistas... Certas ironias não podem ser ignoradas!
Inté...

domingo, março 20, 2011

NAS PROFUNDEZAS DA ESCURIDÃO


Foto não recente. Faltou retorar ao local nos últimos dias



No Maranhão, os recursos das estradas não são aplicados, mesmo quando são “feitas”.



As estradas do Maranhão possuem um padrão todo próprio de ser não-ser.



Quando as obras são “executadas”, em geral, o erário público foi duplamente saqueado.



O capeamento segue sempre o padrão não-padrão, isto é, a espessura e a mistura combinam fraude e má aplicação dos recursos públicos. Onde está previsto mistura de brita e pinche aparece uma mistura com quantidades inferiores desses itens e uma superdose de terra.



Em seguida vem o restante da mágica: a espessura do asfalto. É comum a espessura ser abaixo de 2,5 cm. Com 03 cm de espessura é uma raridade e acima de 4 cm são casos de milagre.



Assim o dinheiro público viaja para as contas privadas. Nos últimos 20 anos e, particularmente, nos últimos 10 anos tem crescido a indústria tapa-buraco.



Administração municipal de São Luís é hoje um verdadeiro paradigma dessa indústria tapa buraco. Uma mesma faixa de rua é remendada mais de 7 vezes em um só semestre. Isso é menos eficaz e mais caro que asfaltar a rua todo de uma só vez. Esse procedimento não traz nenhum benefício sério para a população, mas produz altos lucros para alguns poucos.



O resultado de asfaltar por completo a rua é muito melhor em termos de durabilidade e qualidade. Com a durabilidade evita constantes despesas com asfalto, mas isso não renderia muito para o esquema tapa-buraco.



Estamos cercados dentro e fora da cidade (quando tentamos sair dela) por asfaltos remendados, costurados pelos desvios das verbas públicas.


2012 tem eleição. Para que tudo isso continue é só votar nos mesmos.

quinta-feira, março 17, 2011

USINA NUCLEAR e REVERTÉRIO : O BRASIL E SEU PRÓPRIO LOBO

Ilustração: francisco araujo

Até o momento o Brasil estava sendo apontado como um dos países líderes na produção de energia limpa, não poluente. Agregava também o título de 3º país com melhor projeto de redução de emissão de gases poluentes, cuja previsão estava em torno de 197 milhões de toneladas de dióxidos de carbono.

Esse esforço visava diminuir o aquecimento global ( o efeito estufa). O Brasil seguia assim o Protocolo de Quito, que prever Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MPL).
Ainda na era Lula, o senhor Lobão,o ministro de minas e energias, afirmou que a nossa alternativa para combater um suposto apagão no futuro é investir nas usinas termoelétricas, não é mais que um retrocesso e um golpe nas pesquisas que estão desenvolvendo tecnologias para a produção de energia limpa.
As termoelétricas são caras e altamente poluentes, era uma solução no passado, mas não no presente e menos ainda para o futuro. Todas as formas de combustíveis usados nessas usinas são altamente poluentes: gás, carvão, óleo etc. Além de produzir energia a um preço muito alto, as termoelétricas provocam sérios danos ao meio ambiente: como o efeito estufa e chuva ácida.

Porém, como se isso não bastasse, e para surpresa geral, o ministro Lobão pretende instalar 50 usinas nucleares no Brasil. Absurdo sem igual. O país com maior potencial de produzir energia limpa vai para a alternativa mais perigosa e cara de produção de energia: a nuclear. Não existe segurança para esse modelo de produção de energia. Por que optar por um modelo caríssimo e perigoso?
Anteriormente, em 07 de janeiro de 2011, o senhor Lobão já tinha manifestado o interesse para liberação imediata da construção de mais 04 USINAS NUCLEARES, sendo que duas destinadas ao Nordeste. Essas últimas, nas proximidades do rio São Francisco. Será que não tinha algo melhor para o Nordeste? O que há atrás desse interesse tecnológico tão caro e perigo?
Agora Lobão quer mais e FALA de 50 usinas nucleares.
Confira o pronunciamento do senhor Ministro:
Esse absurdo retrocesso minimiza e desqualifica os esforços de diversos pesquisadores que, já em estágio avançado, estão desenvolvendo outras formas de se produzir energia e com baixo impacto ambiental. São os casos da energia eólica, a energia solarpor ondas do mar (energia cinética transformada em elétrica)..

O nosso potencial de produção de energia, fazendo uso dessas tecnologias, é enorme. O litoral nordestino, por exemplo,com ventos constantes, com sol o ano todo e repleto de praias oferece condições mais que suficientes para a produção de energia limpa. Pode-se, nessa região, produzir energia limpa o suficiente para abastecer várias cidades.
A empresa Sunrgi conseguiu, recentemente, produzir lentes de concentração da luz do sol que aumenta 1.600 vezes a intensidade da luz solar normal. Essa tecnologia dá condições de produção de energia através do sol de forma comercialmente competitiva. O custo de produção de um kilowatt/hora, através dessa tecnologia, custa 0.05 cents (de dólar). Essa forma de produção de energia é muito mais barata.
A Itália desde 2006 vem se utilizando de energia produzida a partir das ondas do mar, Portugal começou utilizar essa fonte de energia em 2008. Tanto em Portugal como na Itália o processo consiste em transformar energia cinética em energia elétrica. Nessa produção são usados tubos de 120 metros de comprimento e 3,5 metros de diâmetro que ficam submersos no mar.

No Brasil, desenvolveu-se um outro processo de produção de energia elétrica a partir da força das ondas. Nosso modelo está pautado na utilização de flutuadores presos a braços mecânicos, que são movimentados belo balanço das ondas. O processo consiste, basicamente, em transformar energia mecânica em energia hidráulica e depois em energia elétrica. Essa tecnologia está sendo desenvolvida no Laboratório de Tecnologia Submarina, ligado à COPPE/UFRJ. Como o Brasil possui 8 mil km de litoral e com muitas ondas, fica evidente o nosso potencial de produzir energia limpa a partir do mar...
Só o instinto predador pode justificar tal retrocesso no curso para a solução da crise energética e ecológica...
Que Deus salve o Brasil dessa alcateia!!!! 

domingo, março 13, 2011

OS DE DIREITO

Nesse ambiente de farta riqueza fácil, trabalhar e viver exclusivamente do fruto do seu esforço é exceção. Onde impera o enriquecimento  repentino, sem capital produtivo, torna-se uma ilegalidade viver de forma honesta. 
Buscar dar um caráter de ilegalidade ao movimento dos professores demonstra uma inversão de valores, porque aprofunda a insignificância do valor trabalho, honestidade, do valor direito, do valor educação e do valor liberdade.


Os professores na ponta, dentre as categorias que vivem honestamente do seu trabalho. Na verdade são bons exemplos de sobrevivência. Pois, apesar da baixíssima remuneração, ainda demonstram dignidade dia pós dia. 


Tentar pôr no descrédito ou na ilegalidade ações legítimas de defesa de cidadania, de garantias profissionais e de liberdade de manifestação é uma atitude vergonhosa.


Esses governantes agem dizendo que estão defendendo a ordem, mas eles figuram em primeiro grau como inimigos da coisa pública, pois estão sob suspeitas de falta de honestidade, legitimidade e probidade.
Para esse tipo de governantes, o legal é agir e viver com fortunas conquistadas sem trabalho. O ato de viver do trabalho só poder ser uma ilegalidade para eles.


Professor trabalha e ganha pouco, quando reivindica é execrado, desqualificado e, não raro, posto na ilegalidade. Esse é o valor atribuído à educação e aos seus profissionais.


Em pleno século XXI ainda estamos mendigando estatutos e marcos legais para uma atividade essencial para promover desenvolvimento e melhoria na qualidade de vida. 
Valorizar a educação sem pão digno para quem trabalha?

sexta-feira, março 11, 2011

ENVELHECER É INEVITÁVEL, DETERIORAR É OPCIONAL



Há os que envelhecem e os que se tornam velhacos. Uns envelhecem, mas outros, mesmo em tenra idade, tornam-se decadentes.

No campo político o envelhecimento traz riscos de todas ordens e a decadência tem um plus de horror. A fórmula cantada por Lobão: Décadent avec élégance, não surte efeito nesse espaço.

Na política, deteriorar é uma invalidez, antes de qualquer coisa, moral. Existem inúmeros inválidos morais por opção. Uns como parlamentares, outros como militantes partidários, outros como eleitores, outros como professores, outros como comentaristas políticos, outros como jornalistas etc.

Um sinal notório da decadência e da deterioração, típica do inválido moral, é sua auto-nomeação como “melhor”, o “mais”, o “primeiro” e o "único".

Esse estado patológico torna-se mais agudo quando começa a manifestar a crença de possuir uma "inteligência superior", acha-se um ser onisciente. Tudo sabe ou só ele sabe exatamente como são as coisas, pois só ele tem as fontes confiáveis. Está cada vez mais comum entre os blogueiros dessa cidade incomum.

O estado terminal se configura quando, convencido de ter enganado a todos, começa a acreditar que é, verdadeiramente, o opositor de seu próprio criador, de seu patrão e tutor. 

Muitos, em estado terminal, passam a ser o oráculo de sua própria decadência - em  antevisão - onde a decadência e as humilhações, por eles sofridas, são projetadas nos outros, revelando o alto grau de alienação que estão sobre sua própria condição.

No final... são só mais uns trapos mendigando reconhecimentos. A rejeição e o descrédito público é a vala comum desses inválidos morais que, no momento, vagam sob uma frágil marquise, choramingando uma beirinha.. 

quarta-feira, março 09, 2011

AÇÃO DIRETA E LEGÍTIMA DEFESA PACÍFICA

Angelim plantado por morador - o que a prefeitura não faz.



Green Politics must become the Politics of the Regions – all the Regions, from the celestial to the subterranean. Let the next Gathering of the Greens conduct all its business in poetry. This will foreshadow the day when America will be Green. Even better, the day when for a small fee we do an international name exchange and America becomes a large frozen island, while Green Land extends from sea to shining sea. The day when Green Politics rules. The day when the President pantomimes the Inaugural Address and sings the State of the Union in falsetto. The day when the Supreme Court sits naked in powdered wigs and hands down rulings in Pig Latin. The day when the Congress throws a multi-party and dances all the Laws out of existence.(Trecho do The Surre(gion)alist Manifesto , John P. Clark)

É preciso ultrapassar as formas mórbidas e dilacerantes da política atual. Não adianta só as contestações, enquanto persistir seus mecanismos genocidas e desumanizantes é necessário agir diretamente sobre elas.

As expressões contemporâneas de movimento são formas libertárias de ação, que rompem com a forma cristalizada, colonizadora e monolítica de ação, cujos sujeitos nada mais são que elementos fetichizados e sustentados por categorias estabelecidas por força de apriorismo.

A via unidimensional implantada pelo socialismo marxista ortodoxo não tem mais viabilidade de centralidade. Há tempos caducou. A centralidade está morta. As sublevações vivem e soam como vida nova, plural e em redes. 

É preciso efetivar a Legítima Defesa Pacífica diante das irresponsabilidades governamentais com áreas públicas. Estabelecendo uma nova cultura de governança, com maior equilíbrio das frações que compõe a sociedade, efetivando a responsabilidade, a transparência submetidos ao controle social. 

Garantir, para si e para terceiros, condições de sobrevivência digna, assegurando também a continuidade da pluralidade de vida no planeta é objetivo da Legítima Defesa Pacífica.

As Ações Diretas de Intervenção Ecológica possuem essa finalidade. Garantir a existência saudável do ambiente. Essa prática consiste, dentre outras, em plantar mudas de plantas nativas. Plantar mudas em espaços deteriorados, buscar  arborizar áreas públicas e impedir e devastação e destruição de ecossistemas.

Você pode fazer uma Ação Direta. Produza em casa ou compre uma muda e depois plante em uma área pública, visando melhorar visualmente e climaticamente sua cidade.

São Luís

Quem disse que na Av. Litorânea não se pode plantar árvores? 
Quem inventou de plantar palmeiras exóticas nos canteiros centrais das avenidas de São Luís? Por que  desconsideram a flora local? A que isso serve?

Angelim-rosa (Andira fraxinifolia.) é uma árvore nativa com copa exuberante e de bela floração. Porém, ignorada pelo órgão responsável pelo paisagismo de São Luís (IMPUR). O custo de produção de uma muda de Angelim é muito baixo, o custo da manutenção também é baixo. Por que essa importação de tantas palmeiras e plantas não-nativas? Existe um mistério nisso aí.

Essa foto é de um Angelim-rosa plantado por um morador (Cohab). Isso serve para ilustrar o que pode ser uma Ação Direta de Intervenção Ecológica. 

domingo, março 06, 2011

E agora é Carnaval... O Brasil em breve começa


Sob o compasso, profano de santos aversos,soam as pancadas dos bombos. Tremulam artefatos coloridos; corpos se multiplicam em saltos, remelexos, requebrados a suar toda a pele.
Vozes, faces, suores... Carnaval!

O Brasil nasceu na praia depois do carnaval, quando a cruz cristã ibérica tremulava no pau da bandeira:  formando o caldo tropical que daria vida ao Carnaval . 


Tabaco, cachaça, espada, pelourinho, sedução e estupro. O ventre cerrado, depilado da nativa se abriu ou foi aberto para lançar o mestiço, o novo mundo. 


Cunhãs pariram marias, joanas, pedros joões e josés. Foram tantos de ribamares e silvas.
Freiras, putas e pajés  na quermesse  do Largo da Matriz. Inventamos a nova fé. 

As sobras se combinaram para ser a referência nacional: a feijoada.
A polifonia negra cunhou na flor do Lácio sua unidade de vida-nova-pós-diáspora. Tornou irreversível a invenção do Brasil. Nem só de acoite vivem os homens, o leito branco foi invadido pela sedução e pela força-da-mão da raiz africana-mãe.
A vida foi maior que a escravidão. A liberdade pela vida. O caboclo-nagô passou a rezar o Pai-Nosso para a sinhá branca segurando, na mão, um maço de ervas. Mais tambores!

Nunca fomos do mundo aristotélico, cartesiano, newtoniano. Já nascemos pós-modernos. Realizamos o improvável para o homem branco europeu. Somos o paradoxo em forma de nação. É isso! Somos a realização do improvável civilizatório. Somos pátria cujo civismo está no estádio de futebol. Na inconcebível forma torna do encanto do drible de Mané e na explosão genial do rei Pelé. Nossa aldeia central é puro concreto na forma de pássaro do comunista Niemeyer.

O batuque africano nos colocou em definitivo êxtase. Já nascemos em um estado alterado de sentido, qualquer droga é redundância. Pungadas de bambas atravessando a segunda-feira. Todo dia na esquina e no boteco é feriado nacional. Há sempre o que se comemorar no espaço laboral. A divisão social do trabalho fordista é uma ficção para nós, misturamos tudo como no cozidão e na panelada.

Fazemos rock produzindo carimbó e boi é dança. Jesus é bebida. Colocamos farinha em sopa; comemos ova de peixe e fazemos piada sobre caviar. É o Carnaval. Em qualquer época o Brasil é Carnaval, por isso é que o Brasil só começa depois do Carnaval.

A bunda não é retaguarda, é vanguarda e centro na catedral Sambódramo. Que Chopin seja apenas o pequeno chope tomado sem Bach, porque o boteco da esquina só toca Waldick.
Amém... Qualquer coisa “séria” só as cinzas explicam! 

sexta-feira, março 04, 2011

SURREALISMO E CARNAVAL

Festança carnavalesca armada, baile de gala etc. e tal. Toda a força glamorosa da corte imperial em tela. O cofre público paga!

Será que os duques, condes, viscondes, barões e os correlatos femininos vão passar por essa linda fonte? Pois é, a avenida dos Holandeses ganhou essa bela fonte no meio da pista.

Magicamente o jato de água fica emergindo do meio do asfalto. Nem Dali pensou algo tão surrealista assim. Não é um luxo essa eficiência da CAEMA? Haja contribuinte para manter essa enxurrada descaso com a coisa pública.
Rei da CAEMA, curta bastante essa folia... 

terça-feira, março 01, 2011

CAEMA , EMPREGUISMO DO SÉQUITO E INOPERÂNCIA MUNICIPAL

Todos as fotos são de hoje 01/03/2011. Foram feitas durante a chuva que caiu por volta das 15h00min.
  
Todas as coisas ruins no Maranhão não são obras do acaso. Isso é a mais pura maldade, consciente e racionalizada. Uma verdadeira instrumentalização da racionalidade em prol da perversidade. Desejo indiscutível de querer humilhar.
A CAEMA é um caso sério, sério de ATIVIDADES NÃO-REPUBLICANAS. Na verdade, um dos grandes bebedouros das oligarquias.

 Além desse descaso do governo estadual, particularmente da CAEMA, ainda temos a total inoperância do PREFEITO de São Luís e a inércia cúmplice da Câmara Municipal.

Estamos entregues aos rompantes do acaso. Sem a quem recorrer e sem onde reclamar. Tudo está irmanada no mesmo esquema. Cada dia fica mais perigoso reivindicar direitos de cidadania por aqui. O círculo está fechado.
Eis a drenagem existente entre o Cohatrac e a Cohab. Onde está o saneamento? Cadê a macro-drenagem?


Essa desgraça está se avolumando a cada dia. Ninguém ver esse flagelo. O acesso ao Cohatrac começou a ser PRECARIZADO NA GESTÃO DE PALÁCIO, quando bloqueou  a antiga entrada, Avenida que passa ao lado do terminal da Cohab, desviando o tráfego para as ruas laterais estreitas.

A saída foi sair pelo Itapiracó, mas lá também esse senhor Palácio fez outra grande engenharia de trânsito e tudo ficou pior. Com a inauguração do XOPI Rio Anil a tragédia ganhou formas infernais.

Porém, o Carnaval está “bombando” naquela área e o que não falta é vereador e assessor de vereador na folia. Inclui-se aí Excelentíssimo Presidente da Câmara Municipal.

A fórmula romana era pão e circo. Aqui basta circo. O povo vive de brisa!

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