Tenho acompanhado
atentamente essa dita blogosfera “maranhense”, se é que tal coisa possa assim ser chamada, particularmente
aos quesitos índices de acesso e a forma de mercantilização dos blogues. Tem
sido um primado dessa blogosfera a mentira sobre os acessos. Isso tudo para viabilizar
os blogues comercialmente. Mercantilização selvagem.
Blogueiro é um termo
genérico para diversos tipos de autores e proprietários de blogues no mundo
inteiro. Os blogues surgiram como páginas pessoais, com marcas de um diário
eletrônico. No Maranhão, lugar dos incomuns, tem proliferado uma tentativa de
reduzir e oficializar blogueiro como um tipo de “jornalista”. Isso tem sido feito
de forma intencional.
Na base da atual “mercantilização
blogueira” atuam indivíduos empenhados em estabelecer uma concepção de blogue e
de web-informação que lhes proporcione uma reserva de mercado. Em geral,
deturpam o conceito de informação, de opinião e notícia, sem falar da agressão
ao direito de todos de pensar, expressarem-se verbalmente. Essa tentativa, em
si, é um claro surto do provincianismo, paroquialismo e esperteza do tipo aqui reinante, não só entre os
políticos, mas nos mais diversos segmentos e arranjos sociais. Essa tentativa é
uma nítida reprodução do conservadorismo e da forma mandonista de Poder, que vigora fortemente no Maranhão. Buscam assumir a condição de versão oficial, igualmente às existentes
nos tradicionais meios de comunicação de massa sob o controle desse mesmo tipo de exercício de poder.
Informação é um fenômeno com
inúmeros elementos e com diversos níveis de efetivação. A informação pode
aparecer em um vasto arco, da escova dental até o penteado dos cabelos da moça M'uíla na puberdade. Nem toda informação tem
caráter de notícia, nem é fruto do ofício jornalístico. Talvez falte para muitos a consciência do que é propriamente jornalismo. Para uns isso ajudaria a
não acharem que são aquilo não são (jornalistas) e, para outros, possibilitaria a compreensão que
aquilo que são (jornalistas) não é tudo aquilo que eles imaginam ser.
Quem é contra alguém viver
de atividades lícitas? Considero válidos e legítimos os esforços que tornam ofício
remunerado a atividade de blogueiro. Quem pode querer tirar o ganha-pão honesto
de alguém? A questão não é ser blogueiro visando rendimentos, mas a maneira de ganhar
(tirar ou arrancar, para não dizer extorquir) tais rendimentos.
Infelizmente alguns “profissionais”
enveredaram pelo caminho tortuoso de forjar audiência para obter lucro. Números
bizarros são apresentados, particularmente, quando são levadas em considerações
variáveis como: parcela da população maranhense que tem acesso à internet; os
que são usuários diários; a quantidade de tempo conectado e, por fim, os que
são leitores regulares de blogue.
Como estamos tratando de uma
rede mundial de computadores, é possível que esse estrondoso sucesso de acesso
seja fruto de leitores de outros estados do Brasil e/ou de outros países. No
entanto, alguns números apresentados, por conta do tamanho, qualificariam esses blogues para figurarem nas principais listas de ranqueamento e diversos níveis: regional, nacional e
internacional. Porém, não é isso que acontece. Por que será?
A chave mais segura de
aferir o sucesso de acesso usa o critério de “visitantes únicos” mensal. Isto
é, acessos de pontos diferenciados e não só quantidade de visitas, sem
distinguir a origem. A fraude comumente ocorre aí. Com duas ou mais máquinas um
blogueiro de “sucesso” fica produzindo visitas ao seu próprio blogue. Os IPs
são poucos, mas o número de visitas fica astronômico. Eis a fórmula “profissional” de sucesso nada
digna de admiração e credibilidade. É o marketing caça-níquel fraudulento. Qual
o grau de credibilidade das informações, notícias, “críticas” e “análises”
produzidas por esse tipo de blogueiro? Qual a sua qualidade profissional. No
entanto, existem aqueles que o problema é fruto do cego esforço caça-níquel,
mas a doença crônica da vaidade. O que temos muito aqui: “famosos mundialmente
conhecidos” no Beco do “Caga Osso”.
Diante do exposto, quero manifestar
minha indignação aos indivíduos que colocaram meu blogue em medidores de acesso
sem minha autorização. Isso é medíocre. Não sou nenhuma ameaça a vocês. Não sobrevivo
de blogue. Blogue para mim é sinônimo de custos: pessoais e financeiros. Minha única
recompensa é a satisfação de manter minha liberdade de pensamento.
Era só mandar uma mensagem pedindo
tais informações que receberiam prontamente.
Segue uma pequena lista de blogues com acesso
comprovado e que lideram o ranking de acesso (USA): huffingtonpost.com ; boingboing.net ; techcrunch.com ; kottke.org ; dooce.com ; perezhilton.com ; talkingpointsmemo.com ; icanhascheezburger.com ; beppegrillo.it ; gawker.com .
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