O passo em falso de uma suposta racionalidade dos gastos e uma moralidade religiosa estranha e fora de lugar.
Como racionalidade administrativa a tentativa de desmonte do Carnaval é uma declaração de incompetência. Não pode ser visto estritamente como gasto, pois gera receita. Imaginem a quantidade de dinheiro deixado em outros municípios. O folião comeu, bebeu, comprou remédio, roupa, hospedagem etc... Clara visão sobre turismo de eventos e indústria do turismo. O Carnaval é uma manifestação popular e uma das mais significativas recriações culturais do Novo Mundo.
A moralidade religiosa posta dentro do que é Estado é um absurdo, principalmente porque nega o Estado em sua essência laica (orientações e princípios políticos civis). A laicidade implica em imparcialidade para garantir a pluralidade, atentar contra qualquer elemento do diverso é um crime contra a ordem pública de um Estado laico. O boicote, a sabotagem contra manifestações populares é um atentado simbólico, uma violência 'cultural". Esse fundamentalismo religioso precisa ser barrado no Estado. Esse tentativa de falir o Carnaval de São Luís também é um absurdo na perspectiva democrática, a começar pela tentativa de recusar o gosto da MAIORIA.
Será que só o Carnaval fere os olhos de Deus? Atos nada republicanos dentro do aparelho de Estado também agradam a Deus? Não sei. Mas é uma boa questão sobre a moralidade na administração pública quando religiosidade performática grila o Estado.
Viva o Carnaval e o Estado Laico!
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