quarta-feira, dezembro 28, 2016

Governo de Flávio Dino rumo ao último biênio



Tive uma educação libertária, isso já é suficiente para não adorar ídolos, heróis e nem acreditar na doutrina da "vanguarda revolucionária", o que entraria em conflito direto com as percepções e entendimentos que tenho sobre o que é História. Logo não tenho vocação a discípulo, a servo, a escravo e nem a puxa-saco ou lacaio. Minha torcida é cívica e republicana pelo governo, pela governabilidade e governança que, cumprindo os parâmetros de governo da lei, responda às necessidades do povo e aos negócios públicos com responsabilidade, competência e publicidade.

Em democracia a crítica e a contestação são direitos do cidadãos não é uma dádiva do governante. A contestação e o reclame não precisa de um aceite prévio ou concessão do ocupante do poder. Assim, a esfera da democracia guarda tensões e um certo nível de dissenso. A discordância não precisa estar fundamentada ela é. Isso difere de acusações em atos e procedimentos que configurem como crimes. A crítica, longe de ser uma difamação ou fofoca barata é uma necessidade para um governo democrático e governo de opinião, porque remete às vozes públicas, do sujeito público. Por isso, não torço eliminando meu direito à crítica, à sugestões e a reclames. Torço mas mantendo minha liberdade de opinião, expressão, de pensamento e política.

O que vi (do lugar de onde olho) do governo Flávio Dino até agora e o que considero importante destacar:

1- Não vi nenhuma alteração significativa do ponto de vista administrativo, o modelo de gestão não me parece que mudou. Falo da burocracia do Estado, da máquina administrativa. A questão é: Não foi preciso mudar ou faltou alternativa a tal modelo? Qual a atual situação da qualidade do atendimento e prestação dos serviços públicos estaduais?

2 Vejo uma forma muito assimétrica na forma de condução de algumas secretarias e órgãos. Em umas claro protagonismo do gestor com resultados visíveis, atividades constantes e em outras total apagão, ao ponto de nem se saber quem é o titular. Não só isso, não  é possível enxergar e não se tem conhecimento da agenda da pasta.

3- O que concretamente tem sido feito para diversificar a produção (todos os setores) no Maranhão? Qual a agenda do governo visando atrair investimentos e empreendimentos para o Maranhão? (crise não deve ser justificativa para paralisia)

4- O que já foi para alavancar a indústria da reciclagem, especialmente com papel, vidro e plástico?

5- As contas. Esse governo não pode deixar como legado um rombo nas contas públicas, nem atraso de salários e parcelamento. Parecia muito óbvio, pelo cenário, que a arrecadação ia cair. Quais as medidas que foram tomadas para manter a performance fiscal? O aumento do ICMS pela segunda vez seguida pareceu um correr atrás do prejuízo. O que vai ser efetivamente ser feito para manutenção do equilíbrio fiscal? O que tem sido feito para ampliar a base de tributação sem aumentar impostos para os que já estão pagando impostos altos? Houve erro de previsão?

6- Alguém pensou e tentou atrair produtores de alimentos, empreendedores de pequeno ou médio porte para o Maranhão para servirem como modelo e incentivo ao produtor local ?

7- Qual o projeto existente para impulsionar o turismo? A estrada lá em Paulo Ramos é importantíssima, medida acertada? Mais os pontos turísticos do Maranhão precisam ser requalificados, melhorados na infraestrutura, agregar valores aos atrativos e melhorar a política de atração. Cadê Alcântara? Cadê a Ilha dos Lençóis?

8- Ao contrário do que dizem, o Brasil possui bons gestores e em todas s suas regiões, mas a imprensa não foca sobre esses. Gestores que sem os cofres abarrotados de milhões equilibraram as contas públicas e ampliar a capacidade de investimento. Momentos de crises são também de oportunidades. Agora chegou a hora de mostrar o diferencial entre o passado e o presente. Estou na torcida!

9- Sinto falta do símbolos oficiais do poder público do nosso Estado. Cadê? O poder político do Governo não é despersonificado?  

Para finalizar cito o que publiquei neste blogue no dia 21 de outubro de 2014, texto que tratava das expectativas sobre o governo Flávio Dino, cuja campanha falava de combater os males da oligarquia:


"Cabe ressaltar algumas coisas que recairão como exigências sobre  o governo de Flávio, a saber: 

1- A campanha foi toda feita contra uma oligarquia.
Logo o povo vai querer uma prática de governo que seja diferenciada das práticas oligárquicas. Práticas oligárquicas podem existir em qualquer governo, mesmo dos que  dizem combater oligarquia. 
Vide o que foi plantado na Prefeitura de São Luís por aqueles que mais discursaram contra a oligarquia nos últimos 25 anos. 
Tem que existir algo significativamente diferente quanto as finalidades públicas e de interesse coletivo e as finalidades privadas de interesse de um pequeno grupo de privilegiados. 

2- Nepotismo, outro elemento muito citado e criticado. 
Não cabe mais ver na folha de pagamento do Estado o nome da vovó, da titia e dos sobrinhos dos secretários, dos assessores etc. Toda essa legião de parentes acomodada em cargos comissionados e sem trabalhar deve acabar. Essa é uma das mudanças que o povo quer ver.  

3- Eliminar o sistema de casta ou testamental existente. Existem diversos indivíduos no Maranhão que vivem a partir de um direito de privilégio por nascimento e linhagem. São pessoas que usufruem de um imenso conforto e boa vida por um bizarro "direito" de ganhar dinheiro público sem trabalhar, muitos nem vivem aqui. O corte tem que ser linear e geral. Sem exceções e complacência A, B, C... pois a primeira exceção gera uma série de exceções em cadeia. Esse direito de privilégio é da nobreza, vida ociosa, sem trabalho. No capitalismo a burguesia enricou foi com o trabalho (o seu próprio e com a exploração dos outros assalariados). 

4- Quebrar o privilégio de algumas empresas de não pagarem os impostos devidos. Cobrar os inadimplentes com a receita estadual. Aperfeiçoar a fiscalização da receita estadual no combate a sonegação. Só com isso o governo do estado já teria dinheiro para pagar os salários de mais 5 mil policiais. 

5- Reduzir esses gastos abusivos com propagandas. É ridículo o gasto de milhões e milhões com comerciais de governo sem utilidade pública, só para enaltecer as supostas grandiosas ações do governante. Esses milhões não gastos com propaganda garantem milhares de fossas sépticas biodigestoras nos povoados rurais. 

6- Mudar a estrutura administrativa e o modelo de gestão. Sem isso não vai conseguir governar e vai ser sistematicamente sabotado. Começa mudando as instâncias de comando/deliberação e os fluxos dos processos. Não precisa mexer com ninguém de carreira. Só precisa mudar algumas atribuições e competências.

7- Aluguéis de prédios. Hoje até escolas estão em prédios alugados. Esses aluguéis não atendem critérios republicanos e técnicos, mas para satisfazer interesses de aliados e apadrinhados. Muito com valores abusivos. É preciso tirar as repartições públicas do aluguel. Parte do Santa Eulália que já foi degradado desde o governo Cafeteira pode aplicar inúmeros prédios com finalidade administrativa. Inúmeras outras áreas podem abrigar prédios com tais finalidades. 

8- Aumento do nível de renda familiar per capita. A maioria dos chefes de família que possuem algum tipo de ocupação possuem renda baixíssima. Alguns arranjos produtivos locais possuem grande capacidade de absorver mão de obra, mas são de lucratividade baixa e de salários baixos. A questão é como aumentar os rendimentos, os salários, a produtividade, agregar valor a esses produtos, aperfeiçoar as técnicas etc. 

9- Atrair empresas. Sou a favor de todo e qualquer programa de apoio aos industriais locais, mas é preciso atrair mais empresas para cá, que introduzam novas tecnologias e assegurem mais empregos. É só oferecer vantagens e impedir a cobrança de ágio. 


10- A produção alimentar básica: arroz, milho, feijão, mandioca. É preciso desmitificar monocultura e agricultura familiar. Monocultura só é preocupante quando toda a economia local é pautada apenas em uma dada cultura. Grande ou pequeno produtor que cultive apenas uma planta é monocultor. A produção consorciada precisa ser incentivada e o foco tem que ser a produção alimentar. Um setor que está totalmente deficiente é a produção de hortaliças e frutas. Só garantir a terra não é suficiente, só distribuir sementes também não.. Além da assistência técnica tem que existir um incentivo à produção e ao aumento da produtividade. Mas isso precisa ser articulado com uma política de escoamento, processamento e preço. É importante estimular uma cultura de empreendedorismo rural junto aos pequenos produtores rurais.

11- Eliminar o esquema de grilagem de terra contra as comunidades tradicionais. E desarticular o esquema de liberação de licenças ambientais etc. 

12Saneamento. Se começar a despoluir um rio  já será alguma coisa. Implantar um sistema de tratamento de esgoto eficiente e moderno. Não basta só fazer a captação e o escoamento, o esgoto precisa ser tratado. É preciso renovar a CAEMA e eliminar o sangradouro lá instalado. 
Investir em segurança hídrica. Além de um política séria de preservação rios e reservas de água. No Maranhão qualquer indivíduo abre um poço a hora que quer e sem fiscalização alguma. 

Isso é bem pequeno diante do conjunto das demandas existentes. Demandas críticas como Segurança, Saúde e Educação nem foram citadas, mas representam o grosso do Desafio, que não vai ser nada fácil para o próximo governo. "

Bem, nesse post que acabei de citar também  defini 20 meses como um tempo mínimo para que se pudesse começar avaliar o governo de Flávio Dino. Passado o prazo de vinte meses é hora de começar a fazer algumas considerações adicionais.  Quero também manifestar novamente minha torcida para que seja um governo que gere resultados para o povo. Continuo torcendo a favor!





quarta-feira, dezembro 21, 2016

As contas públicas, as riquezas e a miséria do Maranhão

A discussão sobre Gestão Fiscal Responsável foi substituída por um duelo de Sofisma e Retórica. Ninguém diz nada sobre LRF, PPA, LDO e LOA?


O Equilíbrio Fiscal, dizem os especialistas, requer gestão dos recursos públicos: ação planejada e transparência, previsão de risco e corrigir desvios.

A manutenção do desempenho fiscal reside só em aumentar impostos? Prevenção de riscos e correção de desvios são feitos só com aumento de impostos?

Com uma base tributável pequena é sensato recorrer a sucessivos aumentos de impostos (dois em menos de dois anos),logo em um momento de retração da economia, com alta de preços, redução de consumo, queda na produção, desemprego e aumento de inadimplência ?

O que de significativamente foi feito para ampliar a base de tributação e para atrair investimentos? Teve corte de gastos com aluguéis e despesas diversas do poder executivo?

Mais impostos sobre quem já está tendo dificuldade de  honrar compromissos com credores, pode resultar de imediato em sonegação (por incapacidade de honrar o compromisso), falência e desemprego. Mas quando esse aumento atinge diretamente o povo, o cidadão comum nas suas necessidades básicas (serviços essenciais e alimentação)o resultado imediato e decréscimo na qualidade de vida. O cidadão não tem como sonegar o imposto que recai sobre o preço da farinha, do café, da conta de energia etc. Com o poder aquisitivo já em declínio o aumento de imposto chega como um complicador no orçamento dos trabalhadores.

Em um estado com mais de 1 milhão de família inscritas no Bolsa Família o que deve ser priorizado no Orçamento? Quanto foi destinado ao Trabalho, à produção e geração de emprego e renda? Lembrando que, em cada 10 reais posto em circulação no Maranhão,7 reais são oriundos de repasses.

Por outro lado, o Maranhão possui uma classe política que figura entre as mais bem-sucedidas em termos de barganha de poder no plano nacional, sucesso financeiro e empresarial. É um corredor de alta velocidade para a ascensão social. O patrimônio dessa gente só cresce em intervalos de tempo cada vez menores.  

No entanto, a desigualdade social e a miséria ficam cada vez mais naturalizadas. Nos últimos dez anos o estado tem sofrido com uma escalada brutal da violência, que não ficando mais restrita às maiores cidades.   

O tal "o que fazer?" parece que vai continuar sendo substituído pelo o que dizer para justificar o sempre mesmo novamente.
Alguém esqueceu ou não leu bem aqueles manuais sobre ideologia. Mas lembro que faziam uma diferença entre mentira pura e simples e uma ideologia. Entre fé na mentira e convicções ideológicas existe um hiato.

O que vem por aí...(?)

PS.: uma das pragas do desequilíbrio fiscal no Brasil consiste na existência de eleições divididas: a cada dois anos (não existindo de forma geral). Em um ano são os governos estaduais elegendo prefeitos e na outra são prefeitos elegendo os governadores. Isso combinado à grande praga da reeleição no Executivo (prefeito, governador, presidente).

sábado, dezembro 10, 2016

Direitos Humanos

Os Direitos Humanos. É de muita importância a ideia força de termos preocupação com o que há de mais essencial no que diz respeito ao processo  civilizatório: a criação do Humano. Pois é por esse estatuto que nos declaramos reconhecer que somos bem mais do que um mero arranjo biológico, genético e com algumas disposições e condições geneticamente dadas. Pensar nossa capacidade de se reproduzir dentro de parâmetros que tenha foco na nossa proteção diante da violência, da brutalidade e de nos reconhecermos como iguais. Os Direitos Humanos diz TODOS. A questão é como cada grupo social pensa a sua humanidade, o que é o humano. Penso que a ideia força deva ser preservada, mas vejo que é plausível pensar em reformulações, atualizações dos direitos aos problemas trazidos pelo passar do tempo. Os Direitos Humanos requer antes de tudo que a condição de Humano seja um valor e isso é de importância crucial para a vida social pacificada.

domingo, dezembro 04, 2016

O Poema sujo de um poeta límpido: José Ribamar (Ferreira Gullar)

Gullar é o que José Ribamar criou como artífice, senhor da artesania poética. O poema Sujo de uma extrema poesia. Um extremo de poeta da vertigem, simGullar poeta:

"Ah, ser somente presente:
esta manhã, esta sala".

"Infringe o Código de Águas
Relincha
Como puta
Nova
Em frente ao Palácio da Alvorada.
E só depois
Reconsidera: beija
Nos Olhos os que ganham mal
E embala no colo
Os que têm sede de felicidade 
E de justiça."

"deixa que a dor se exerça agora 
sem mentiras
nem desculpas

que a vida só consome
o que a alimenta"

"mar azul
marco azul barco azul"

"azul
era o gato
azul
era o galo
azul
o cavalo
azul
teu cu"

"Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo."

"SOU uma coisa entre coisas"

"Rés do chão."

"a mão do sopro
contra o muro

escuro"

"O poema, senhores,
não fede
nem cheira"

"A poesia é o presente."




Será tchau ?




Tchau, Moro? Será? 

O outro lado do enterro. Cabe ressaltar que os comunistas seguiram a recomendação da Igreja Católica que, recentemente, reafirmou que preferível o enterro, mas aceita que cristão seja cremados. Porém, recomenda que as cinzas sejam enterradas e não espalhadas, jogadas ao vento, lançadas nas águas do mar etc. Foi um "conversão" no final da vida? Quem sabe? O mais certo é que enterrando há um local para vender a visitação aos turistas.  

sexta-feira, dezembro 02, 2016

A Chapecoense, tragédia e situação dos clubes de futebol


A tragédia que vitimou os atletas e equipe técnica da Chapecoense e demais passageiros comoveu todo mundo. Aquelas coisas do absurdo: faltar combustível perto do local de pouso. Lamentável. Mas há atrás dessa tragédia um monte de acontecimentos anteriores. Falhas antecedentes.   
Quanto às questões técnicas de voo só os peritos podem detalhar e concluir sobre as razões. Porém, pelo tipo de voo e empresa envolvida podemos problematizar sobre a opção do clube e as reais condições do futebol brasileiro. 
Quais as reais condições dos clubes de futebol brasileiro? Quando vamos ter um CBF e clubes mais transparentes? Quando vamos ter campeonatos menos predatórios e melhor para clubes e torcedores? 
As condições de muitos times são ruins do ponto de vista financeiro e ninguém sabe ao certo se por má gestão ou por coisas absurdas e ilicitudes. O certo é que parte desses arruinados financeiramente estão assim por força dos campeonatos e todo o esquema que envolve direitos de publicidade, direito de transmissão etc. Para muitos a conta não fecha nunca. Eu acredito que a situação tende a se agravar e boa parte dos nossos times mais tradicionais de futebol desapareçam por três motivos: o formato do campeonato, gestões desastrosas e interesses empresariais. 
O modelo de campeonato adotado para o Brasil é irracional e atenta contra a existência da maioria dos times, particularmente os que estão fora do eixo São Paulo - Rio. Isso não tem acontecido sem intencionalidade e sem interesses ocultos por trás disso. Esse modelo de ponto corrido com rebaixamento de 4 equipes todo ano é destrutivo e dente a impedir o crescimento dos clubes fora do eixo São Paulo-Rio. 
A organização do futebol brasileiro precisa levar em consideração as dimensões e características do Brasil. É um absurdo querer fazer um campeonato igualmente e com o mesmo número de clubes de países europeus menores em dimensões que o Maranhão , a Bahia, Pará etc., e igual ou menores em população do que São Paulo, Rio e Minas Gerais.. só para exemplificar. A população brasileira é mais da metade de toda a população da Europa ocidental (com 19 países), o que já é mais do que motivo para pensarmos as especifidades em que precisam ser contempladas na organização do nosso futebol. Bom lembrar as desigualdades existentes entre as regiões do Brasil.
Como praças como a Bahia, Ceará, Pará podem ficar sem representantes no Campeonato Brasileiro série A? A resposta começa assim: Nos anos de 2013 e 2014 quando o Cruzeiro foi bi-campeão brasileiro a imprensa esportiva (cheia de imbecis como comentaristas) toda basicamente sediada no Rio e São Paulo começaram exaustivamente a falar em reformulação do campeonato com pontos corridos, e todos defendendo a volta do mata-mata. Bem, 2015 Corinthians foi campeão e ninguém falou mais em reformular o campeonato e acabar com os pontos corridos e  a mesma coisa ocorreu esse ano com o Palmeiras campeão. É isso. Só serve se favorecer aos times grandes do Rio e São Paulo. O monopólio da transmissão faz de uma emissora ser torcedora e opte por fazer campanha em prol desses clubes. 
Lógico que isso tem todo um jogo de interesses que envolve patrocinadores e a prórpia CBF (entidade que precisa ganhar transparência). O ponto corrido é o modelo que faz justiça ao time mais regular no campeonato. O título fica justamente com o time que foi melhor durante todo o campeonato, Justo. Nada contra isso. Pode ser melhorado? Pode. O problema maior hoje é o sistema de rebaixamento que está efetivamente destruindo clubes com grande tradição no futebol brasileiro (a Portuguesa é um exemplo). O futebol no Brasil precisa equacionar melhor isso para que não só Rio, São Paulo, Minas e Rio Grande Sul possam ter grandes times. Rebaixamento todo ano é mortal contra 95% dos times que disputam a série A e B. Que retorno um time médio ou pequeno pode ter retorno do seu investimento passando só um ano em dessas séries? Não há como. Quem vai investir diante de tamanho risco? O mais justo, plausível e racional é adotarmos o que já é feito na Argentina, cujo rebaixamento é fruto de uma média do desempenho correspondente a três anos. Isso sim, privilegiaria realmente o melhor desempenho e puniria os piores desempenhos e tornam os investimentos menos arriscados. 
Outras medidas podem ser tomadas para manter a alta competitividade do campeonato mudando o sistema de pontuação. Empate zero ponto, derrota menos um ponto, vitória três pontos. E premiações para os cinco primeiros colocados, classificação para outros eventos até o ´decimo colocado. Essas possibilidades de ganhos diversos certamente aumentará o nível de empenho em todas as rodadas e possibilitará também que mais clubes brasileiros possam crescer e serem mais competitivos. 
Agora é preciso termos dirigentes mais honestos, responsáveis e competentes. É preciso exigir mais transparência na gestão dos clubes brasileiros. 
Só estranho os clubes do Nordeste, de parte do Sul, do Centro Oeste e do Norte não se mobilizarem contra o rebaixamento no formato anual. 
Meus pêsames aos familiares de todas as vítimas desse voo trágico em que estava o time Chapecoense. Minhas saudações à brava torcida da Chapa! Vamos ver o que a rica CBF vai fazer. 

domingo, novembro 20, 2016

20 de Novembro e o dia da Consciência da Sociedade Brasileira

Mãe com um filho albino. 
O 20 de novembro é importante na medida que persiste no brasil uma resistência em enxergar as desigualdades e uma recusa em reparar um dano histórico contra o próprio sentido de Humanidade. A escravidão é uma violência total, absurda e injustificável.
No Brasil persiste uma ideologia escravocrata de não ver danos e consequências produzidas pela escravidão que durou até recentemente: 1888. Como se a condição de escravo e logo depois ex-escravos não tivesse consequência sociais (no seu mais amplo). Como se não Brasil não existisse uma continuada espiral de pobreza e de extrema desigual vivida e experimentada por um vasto segmento do nosso povo. É tão recente a Abolição que meu avó paterno nasceu antes da Abolição de 13 de maio de 1888. Eu não tenho mais de 50 anos. Historicamente o período é muito curto em termo de sucessão de gerações, o que deixa evidente que muitas famílias ricas e muitas riquezas existentes no Brasil ainda foram formadas no período da Escravidão.
O que é uma reparação história diante de tal fato? A tomada de consciência dos danos, que tivemos um passado com uma marca de violência e injustiça e que NÃO ACEITAMOS e NÃO QUEREMOS MAIS ISSO. Ter a igualdade jurídica, social, política de todo o povo como um projeto inadiável, um valor primeiro.
As medidas afirmativas devem ser ser de caráter transitório no meu entender, pois se permanente é já uma afirmação que as medidas não vão alterar significativamente nada. As defendo como uma forma de expressão de reconhecimento e de um simbolismo necessário. As cotas, as políticas públicas segmentadas sozinhas não superam preconceito, não reduz significativamente a discriminação, porque nenhuma medida em si é suficiente diante de algo tão enraizado e naturalizado nas práticas cotidianas.  Há verdadeiros obstáculos e é preciso avançar para superação deles. Isso quer dizer que toda a sociedade tem que ir no sentido de desconstruir esses obstáculos. Se é fato que as resistências diminuíram, mas os obstáculos que operam automaticamente para desprestigiar e barrar ainda não foi reduzido significativamente.
Não defendo direito de ser só diferente pelo diferente, isso não é igual a ser cidadão igualmente, de portador real do Direito e da Condição Humana. A ideia de um Direito Humano de forma universal na sociedade é, para mim, o maior avanço civilizatório. Pois particularidades e diferenciações sempre foram as coisas mais presentes em toda e qualquer cultura. Isso do incesto até a exclusividade de conduzir os rituais, sempre alguns com um status diferente. Lógico que nem toda diferenciação gera desigualdade social e tampouco escravidão. Mas é preciso perceber que o preconceito mora e reside na "marca". O preconceito racial só é superado quando você olha para a outra e percebe não uma marca (cor ou qualquer outra coisa), mas ver nela sua totalidade de humano, de gente.
Há os que consideram privilégio certas medidas e tentam desqualificar por casos extremos ou exceções. Nenhuma medida volta a combater injustiça social é um privilégio, pois não é um benefício que melhore só o grupo, não é isso. Quem ganha com qualquer medida de reparação é a sociedade como um todo que: primeiro, se mostra disposta a ser mais justa; segundo, ela melhora globalmente sendo mais justa, ela ganha em ser melhor.
As medida afirmativas trazem simbolicamente efeitos imediatos positivos,mesmo quando ainda acham resistência.
No entanto, não milito no campo dos que revindicam o preconceito invertido, a caça para sair de oprimido para opressor. A liberdade real é superar todas as opressões. As ideias de supremacias raciais são todas abomináveis e anti-humana. Nós somos fruto do plural e diverso, a a espécie se perpetuou porque foi capaz de múltiplos cruzamentos, de ser reprodutivo independente de fenótipos e particularidades culturais (isso nunca foi barreira para sexo). Então o que importa está acima de sexo, sexualidade, fenótipo, gênero: nosso direito de Humanidade nesse Planeta. Todos iguais, humanamente.
Da mesma forma não faço coro junto ao que confundem mérito e meritocracia com injustiça. Competição com injustiça ou sistema predatório. Não existe verdadeiramente competição quando não existe condições reais de cada um competir, sem equilíbrio de recurso para obter êxito. Isso tem outro nome: Injustiça e deslealdade. Meritocracia não é para enaltecer injustiça e deslealdade, mas quem justamente e igual condição aos demais teve melhor desempenho. Sociedade totalmente destituída de meritocracia ou é um sistema de castas fechado, ou um sistema vergonhoso de privilégios por fraudes e crimes.
Sou otimista e acredito que o Brasil vai tomar a consciência necessária de superar a injustiça ainda herdada da escravidão. Zumbi é a simbolização do humano contra o anti-humano (a escravidão). Ninguém pode negar o Direito e a condição Humana dos negros (negro é uma criação histórica e social de rotulação e distinção e com consequências reais para a vida social).
Agora, não podemos esquecer que a parte fundante dessa questão está do outro lado do Atlântico, mais especificamente na Península Ibérica.
Uma questão nunca posta no Brasil sobre esse tema é: Quem deu origem a isso e qual a responsabilidade deles? Eles sentem-se responsáveis por isso tudo? Não podem ser cobrados?  
Viva Zumbi, viva todos os verdadeiramente humanizados.


sexta-feira, novembro 18, 2016

A Galinha dos Ovos de Ouro


A galinha dos ovos de ouro é uma história conhecida e bem conhecida de todos nós (Trata-se uma fábula de La Fontaine). O indivíduo mata a galinha ambicionando ter mais ovos de ouro imediatamente, sem demora. A velha sedução do fácil produzida pela ganância. O tesouro pronto que se quer logo. Subjetivamente o "diabinho" que fala à consciência subjugando outros valores.  Na minha infância, quando conheci a história, fiquei chocado mesmo foi com a morte da galinha. Olhei a ilustração e achei a galinha tão bacana. Ela estava candidamente abaixada no seu ninho e rodeada de ovos dourados. A coitada eliminada por ter a beleza de produzir tesouro. Ouro não fazia o menor sentido para mim, algo totalmente estranho ao meu universo (carrinhos de lata, mangueiras e a areia do quintal). Lamentava mais pelo fato dela não ter chocado e produzido crias. Imaginei a ninhada. Na verdade até hoje não sei o porquê de tamanha valorização ao ouro (não vejo nada demais e a única vantagem é que não enferruja como o ferro e nem suja como a prata). O que apareceu em primeiro plano foi a maldade do homem de matar a galinha. A lição moral retirada (interpretação corrente) é a destruição de algo precioso pela ganância. A ganância que obstrui a prudência e a inteligência. O indivíduo perdeu tudo por querer ter tudo de uma só vez, em um só instante. Mantive ao longo dos anos a impressão  inicial de que há uma maldade que envolve o querer. 
Vejo essa história hoje como algo absurdamente complexo contido em uma simplicidade. Vejamos: a galinha é aparentemente extraordinária porque realiza o impossível: pôr ovos de ouro. Isto é, uma ave que produz metal nobre morre. Mas o interior vivo da galinha (dos órgãos) revela-se o mais extremo normal, comum e não extraordinário. O extraordinário acontece nela, mas não está nela contido como algo pronto. Sua fonte não é visível, é extraordinariamente oculto. A galinha só é extraordinária porque é uma galinha organicamente como qualquer galinha (sua existência física é naturalmente comum). Outra lição moral possível é que a Fortuna é móvel e extremamente efêmera para quem é destituído de qualquer Virtú. 
Historicamente a galinha é um tesouro para a humanidade, porque é o alimento de bilhões de pessoas por todo o Mundo. A galinha está presente em todas as sociedades e culturas. A galinha é um tesouro extraordinário ao ponto do pobre poder ter esse bem e o manter com tão pouco. 
Nos povoados rurais do Maranhão, castigados pela pobreza e por déficit tecnológico de produtividade, a galinha no terreiro é uma poupança, um tipo de socorro nos momentos difíceis da família e um prato especial na mesa em dias de celebração. 
A galinha é  o grande tesouro para os virtuosos e os ovos de ouro a tragédia para os gananciosos!  

quarta-feira, novembro 09, 2016

Trump é só o discurso exotérico?


Confesso que a vitória de Trump não me causou nenhuma surpresa. Isso particularmente após eu ver um esforço concentrado de jornais e revistas americanas para ajudar a candidatura de Hillary Clinton. Nunca tinha visto a Time, New York Post, The New York Times, Wall Stree Journal, Washington Post,  Newsweek fazerem tamanho esforço contra um candidato. Algo estava acontecendo. Se Trump fosse só um amalucado falando bobagens, certamente não despertaria tantas preocupações. A verdade é que ficou provado que o que Trump fala sobre os "outros" é o que verdadeiramente os americanos pensam, em sua maioria. Não eram loucuras as falas de Trump, mas sinceridade.
A política externa que apareceu nos discurso de Trump é bem simples: reforçar internamente a segurança e quem pariu Mateus que o embale (que sírios, afegãos e iraquianos resolvam seus seus problemas). Trump não quer soldados americanos morrendo em conflitos internos de outros países. Menor tolerância com o terrorismo. Prioridade nos negócios econômicos. Talvez seja por isso que Putin demonstrou mais simpatia e otimismo em relação a Trump, pois deve estar presumindo menor interferência americana na Ucrânia e Crimeia.
Uma coisa é a performance de campanha e outra coisa é o exercício do cargo. Acho que Trump tende a se focar mais na recuperação econômica e reduzir a presença americana em conflitos armados.  O Estado estadunidense, tudo indica, manterá o curso de sua doutrina sem grandes novidades e arroubos.  Além disso, os americanos tem um ethos Liberal que tende a conter qualquer impulso mais ao extremo. 

quinta-feira, novembro 03, 2016

É conspiração da direita ou a esquerda é que perdeu as eleições e o rumo?

Já tratei da Universal. Sou a favor da liberdade religiosa e não tratar da religião em si. Vários post foram produzidos para criticar ou explicar o aumento do descrédito eleitoral da "esquerda" nessas eleições, principalmente diante dos resultados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Para mim não são os conservadores e nem a direita, mas os neo-pentecostais a real força que cresce visando o poder no Brasil. A direitona já tem seus representantes no poder através do PMDB etc. Tudo o mais fora disso e autodenominada de direita está longe de uma organização e articulação que tenha que signifique uma força significativa rumo ao poder. Na verdade nem precisam desse esforço. Só não se pode esquecer que o PRB esteve nos governos de Lula e de Dilma. Não por acaso o Edir Macedo foi um dos convidados de honra para a cerimônia de posse de Dilma. Haddad também prestigiou a cerimônia de inauguração no templo temático Templo de Salomão da Universal. Além disso, foi nos governos do PT que as igrejas ganharam mais condições de atuarem junto ao Estado e ainda ficaram mais livres de de taxas e tributos de quais natureza.
Essa história tem um outro lado que é composto exatamente pela esquerda, que nunca consegue enxergar nada em si, mesmo de sucessivas rejeições nas urnas. Esquerda insiste em falar de um povo e de um proletariado sem face, um proletário universal que sofre, sem endereço certo. Essa mesma esquerda nunca apresenta nada de concreto para tal sofrimento, na verdade, ela nunca está cotidianamente no enfrentamento imediato desse sofrimento. O cotidiano real dos pobres reais, dos sofredores reais, não é confrontado na prática por essa esquerda à altura de seus discursos a favor dos pobres. A prática não tem o mesmo nível da abstração que carregam sobre a realidade dos menso favorecidos. Essa esquerda para além do discurso não aprece confrontando essa situação cruel ao pobres nem na forma de uma solidariedade imediata, mesmo que pequenina.
O que efetivamente está lá do lado desses sofredores são os senhores e irmãos dos templos. Quem socorre e promove qualquer ação de emergência na comunidade? Quem efetivamente é o último recurso na comunidade? Cada vez mais são os irmãos da congregação e não os camaradas do partido ou do sindicato. Em boa medida esses partidos só existem em período eleitoral , no restante do tempo nem se dão ao trabalho de promover audiências públicas, ouvir o povo para possuírem propostas realmente de surgidas na base. Esses partidos são na verdade cobradores e adoradores do dízimo dado pelo Estado, após tirar do povo, na forma de Fundo Partidário.
Portanto, não é tanto a direita, os conservadores que crescem, mas é a esquerda e os progressistas que deixaram de existir enquanto força atuante organicamente passando a ser cada vez mais apenas um discurso vazio. São robustas derrotas eleitorais, sem nunca serem vistos como quem realmente pregam ser por quem eles dizem defender: o povo mais pobre. As vitórias de Lula e Dilma com parceria com o PMDB criou a ilusão para os progressistas e os ditos de esquerda que eles realmente tinham tomado o poder. Bem, o impeachment provou que a coisa não era bem assim. Quem está efetivamente no controle do poder são os que já estavam lá à frente do poder e definindo a forma e o conteúdo do seu exercício. Essa esquerda só serviu para alimentar ainda mais esse mostro.
A tendência é de crescimento do projeto de poder dos neo-pentecostais, porque a esquerda não consegue mais ter uma compreensão histórica de si, pelo contrário, a esquerda possui uma visão religiosa si, que se traduze em uma postura de onisciência e infalibilidade. Sem os ditos progressistas e os ditos de esquerda perceberem seus "pecados" históricos, não vai ter "salvação" nessa arena política que tenha força arrebatadora no campo laico. Resta esse choro de culpar um suposto outro que conspira ou atacar os pobres como sendo incapazes de votar "correto".

segunda-feira, outubro 31, 2016

Holandinha: vitória, pero no mucho



A chegada de Braide no segundo turno e a existência do próprio segundo comprovam que há muito espaço para os opositores de Flávio crescerem competitivamente. 
Holandinha foifeito e permanece prefeito colado na imagem de Flávio e esse segundo turno mostrou que a rejeição a Holandinha é alta e muito firme. 

A vitória eleitoral de Holandinha é de pouca expressão do ponto de vista político. Não foi expressiva, ainda mais levando em conta que a sua candidatura contou com o apoio da força da máquina municipal sob seu próprio comando (ou do seu pai)  e mais o apoio do governador. A diferença de votos foi só de 31.651(nada mais que um bairro médio de São Luís) diante de um candidato que "corria por fora" e ainda muito desconhecido do eleitor da Capital. Outro fator que ajuda a sustentar essa afirmação sobre a dimensão política dessa vitória é o total de votos Nulos e Brancos que atingiu a marca de 24. 702 votos. Só um pouco menos da diferença que deu a vitória a Holandinha. 

Tem outro elemento importante nesse pleito: abstenção. As abstenções totalizaram um pouco mais 92 mil votos no primeiro e  um pouco mais de 103 mil votos no segundo turno. Esse aumento deixa mais em cheque a expressão política dessa vitória de Holandinha. Provavelmente muitos desses eleitores se sentiram menos atraídos a participarem, a legitimarem as opções que lhes foram postas. O nível de campanha foi péssimo. Faltou respeito ao eleitor e foram demasiadas as fugas acerca das questões fundamentais de interesse público, preenchendo o tempo com discussões difamatórias, mentiras e boatos. Isso tem muita importância ainda mais em uma Democracia, onde a legitimidade precisa ser ratificada continuamente nas urnas e para além das urnas. 
Cabe destacar que o governador não completou ainda dois anos de mandato e o seu pronunciamento a favor da reeleição de Holandinha não fez efeito sobre essa parcela do eleitorado, que preferiu se abster de votar. Certamente o crescimento global da abstenção é fruto da influências de múltiplos fatores, mas não é desprezível seu crescimento frente a tamanho apelo eleitoral.  

A vitória de Holandinha acaba sendo, inicialmente, um bom cenário para a oposição a Flávio. Primeiro, porque Holandinha, com esse nível de gestão, dificilmente vai reverter essa sua rejeição até o final de 2017 (2018 tem mais eleições). Segundo, continuando Holandinha com esse desempenho administrativo, a tendência é que a sua rejeição permaneça alta e vá aderindo cada vez mais em Flávio e isso pesa muito eleitoralmente, já que São Luís é um mega colégio eleitoral com mais de 600 mil votos. Isso tem especial importância em uma disputa eleitoral de alcance estadual porque mais de 30% do eleitorado maranhense estã concentrado em 9 cidades, sendo que São Luís é uma delas. Por outro lado,  os 40 municípios "ganhos" pelo governo estadual, em geral, são muito pequenos eleitoralmente (além disso, caso concorra a reeleição, o governador não vai  obter 100% dos votos em todos eles). 

Outros fatores provavelmente pesarão eleitoralmente para Flávio em 2018, mas o mais destacado deles é custo PDT (qual será o tamanho da exigência política desse apoio até lá?). O PDT há 27 anos está encravado na Prefeitura de São Luís, todos os rumos tomados pela cidade, para o bem ou para o mal tem a marca PDT. O que ocorreu nesse período urbanisticamente, administrativamente, infraestruturalmente e nos serviços é de responsabilidade desse grupo. O PDT à frente da Prefeitura se configura hoje como uma oligarquia pelo tempo e pelos fins. Porém, o discurso anti-Sarney, o recurso de atrair voto pelo terror, através da exploração do medo, do medo do "retorno" dos Sarney, deu claros sinais que está em plena falência. O exemplo disso é que Braide foi acusado de ser candidato dos Sarney e chegou onde chegou.  O PDT vai ficar sem discurso e é hoje a real oligarquia existente na cidade de São Luís. 

Nomes destacados nesse projeto eleitoral que deu a vitória a Holandinha, a exemplo de Weverton e Waldir,  talvez não sejam esquecidos na avaliação do eleitorado na hora de votar em 2018, principalmente em São Luís. Além disso, são nomes assim que, em 2018, vão estar pesando com a conta de suas reeleições (deputados estaduais e federais). Que discurso vai harmonizar tudo isso? Como isso vai significar mudança? 

Enfim, Flávio se quiser ter êxito em sua reeleição (caso não queira conquistar nenhuma das duas vagas para o Senado) vai ter que trabalhar muito dentro de São Luís. Só que o contexto macro econômico mudou, a configuração política favorável junto ao Governo Federal foi desfeita com o impeachment de Dilma e o fim do governo do PT (isso era mesmo uma vantagem?) e já dizem que o percentual de desaprovação em relação ao governo Flávio está acima de 30%, o que não é nada desprezível em menos de dois anos de mandato. Isto é, essa vitória de Holandinha tem tudo para ser uma festa para os opositores de Flávio. Vitória, pero no mucho!    

quarta-feira, outubro 26, 2016

O que podemos ser


Duas décadas depois

Um dia ouvi uma senhora dizer que " a meditação interrompe o fluxo dos pensamentos e você não é perturbado pelos pensamentos". Posso até ter escutado errado, mas isso foi o que captei de forma nítida e audível.   

Como interromper a invasão de pensamentos? Como não dar curso a esse rio de pensamentos que toma nossa mente a cada instante? Achei aquilo tão louco, tão incomum e sem sentido. Afinal para que serviria isso? "Limpara mente". "Entrar na mente de forma profunda". Mais complicado ainda. Então ali apareceu uma ideia de mente que se colocava como um universo mental cheio de possibilidades inclusive essa. Pois bem, eu não acreditei na possibilidade mesmo de tal coisa para mim (eu conseguir). 

Tempos depois pensei aquilo de uma forma diferente, não só foco na possibilidades da mente mas as possibilidades da mente como uma forma também de percepção do existir. Isto é, o que podemos ser em termos do compreendemos nós mesmos sobre o que somos, a sensação própria do existir, seu significado e a própria percepção de realidade que temos. Isso está relacionado intimamente o temos para construir representações e codificar sensações e emoções diante das múltiplas experiências de vida (contatos, relações, impactos, emoções, vivências etc.) e do uso da imaginação, imagens mentais. Com correlatos sentidos, significações, objetivações. O que você percebe de si e o mundo que existe para si.

Penso que nada disso não ocorre em vazio, sem interferências e pressões de um contexto envolvente: material-físico, social (em todos os seus desdobramentos: político, econômico, artístico, religioso, societal, psico-social etc.) Isso pode até ser resumido como o campo de dinâmica competitiva e conflituosa. Olhando assim vejo uma tensão, ou melhor, um desafio frente a possibilidade  ser - continuidade - situações ou estados diferentes. Se esse bloqueio dos pensamentos produz um resultado de instante ao indivíduo, como segue suas sensações posteriormente diante do ambiente que é diverso? Se consegue a continuação do resultado de tal estado da mente em meditação, como existe frente ao mundo diferenciado e conflitivo? Como isso não ser um benefício preso a individualidade? Todos indo na mesma direção e estado? 

Qualquer homogeneidade na história tem implicações sobre a diferenciação. Além disso, como aferir igualdade em uma sensação subjetiva que não se expressa na sua efetivação? Pelo resultado, observando as formas de relações posteriormente produzidas? Mas como dissipar qualquer dúvida de que o fator gerador foi o mesmo e em níveis próximos? Isso não é talvez a questão. Não é tanto a prova objetiva. Mas o saber do possível de uma forma de ser, o que podemos ser frente ao mundo, a determinados contextos. 

(depois continuo)  


Uma gestão que não conseguiu ser a primeira nem no Maranhão




Nem sou detalhar.... as imagens já sintetizam bem e cada um pode consultar diretamente no site. São fica em 9º lugar no ranking dos municípios (só Maranhão). 

sábado, outubro 22, 2016

Eleições em São Luís (2º Turno): piorando sempre

Segundo Turno das Eleições de 2016 em São Luís. Além de ser uma campanha de baixíssimo nível e ações deploráveis de blogueiros e cabos eleitorais, as "pesquisas" viram peças do realismo fantástico, uma verdadeiro malabarismo de números ao bel prazer dos senhores que se acham mais espertos que o povo e que se sentem capazes de criar "verdades" em passes de mágica. Desde o primeiro turno mentiras postas em números estão sendo divulgadas sem nenhuma interferência da justiça eleitoral. Nada foi feito. Agora no segundo turno continua igual.Entre as curiosidades das pesquisas está a queda acentuada nos votos nulos e brancos (7,41% no primeiro turno) que aparecem igual ou inferior a 4%. Será que há realmente um estímulo á diminuição dos votos Nulos e Brancos? Não creio, principalmente diante do nível de campanha. Os votos dados ao PSTU, ao PSOL e ao PPL não tentem ao voto nulo (mesmo que a soma dos votos dessas legendas totalize só 1,4%)?Vejo como um elemento significativo nessas eleições o índice de abstenção registrado no primeiro turno. As abstenções atingiram a marca de 14,07% (o número nada desprezível de 92.804 eleitores). Isso sim pode gerar um impacto significativo no resultado das eleições se o comportamento desses eleitores mudarem nessa reta final e irem na direção do voto válido. a questão é: essas campanhas estão estimulando o eleitor a não se abster?Minha "previsão" é que o resultado é do peixe.

quarta-feira, outubro 19, 2016

O lugar de sempre: o atraso


É preciso perceber o atraso não em relação a uma referência externa, a um tempo ou configuração que não está na mesma condição da atualidade considerada enquanto melhora e avanço, mas o atraso como uma impossibilidade de se fazer presente na atualidade com inovação e rupturas com o estabelecido, com o passado. Eis o forte atraso, o mais genuíno atraso vivido no Maranhão.

O atraso está intacto, só ganhou "nova" roupagem e "novos" líderes, mas é atraso. Esse novo sugerido é um recurso velho do próprio atraso, e é o atraso. 

As campanhas em São Luís, nesse momento, chegaram aos patamares mais baixos de operacionalização da desconstituição da política, de ir contra o interesse público. O nível de argumentação e questionamento e o que está sendo discutindo não revela só despreparado dos candidatos, mas a irresponsabilidade e decadência da classe política. 

Nada de fundamental em torno do interesse público é posto de forma clara e objetiva. Nada de significativamente novo está sendo apresentado em termos de gestão. O que há é só a continuação do atraso. 

Transformar uma entrevista em uma arena para uso da técnica de banditismo: a intimidação não poderia ter maior selo enquanto continuação do atraso. Deprimente e decadente! 

O atraso vai bem, merci! 


sábado, outubro 15, 2016

15 de outubro o dia demagogia e outras guloseimas


Uma dos fantasma brasileiros é a qualidade da Educação. A importância do professor no processo educacional ainda é significativa, mas nem por isso há um verdadeiro reconhecimento profissional. 

A docência nunca fez parte das políticas de Estado e enquanto política pública é uma sucessão de improvisos e paliativos. O descaso é tamanho que não há uma política salarial e quase todo ano os professores precisam recorrer às greves para ter simplesmente reajuste, diante de perdas reais do seu poder aquisitivo. O descaso é tamanho que nunca os reajuste e revisão dos salários dos professores entram no planejamento e gestão dos recursos como algo prioritário e permanente. 

Eu comecei a lecionar no ano de 1995 como professor substituto da Universidade Federal do Maranhão - UFMA, apoós aprovação em um processo seletivo simplificado. Logo depois comecei a lecionar na Universidade Ceuma e, em 2003, através de Concurso Público adquirir a condição de professor efetivo do magistério superior na Universidade Estadual do Maranhão - UEMA. Não são poucos anos de exercício de ofício e isso é o que faz ter conteúdo para algumas considerações que farei sobre esse dia 15 de outubro de 2016.

Uma observação: sou sociólogo e nunca deixei de ser em aula alguma. Isso, obviamente, tem implicações sobre como vejo, analiso, critico e interpreto o processo educativo e o modelo educacional.  

A ortodoxia e conservadorismo são duas pragas terríveis sobre a Educação formal brasileira. Todas estão vinculadas a posturas ideológicas inflexíveis de direita ou dita de esquerda. Além disso, ambas são patrocinadoras da "obrigatoriedade" e muito avessas à autonomia do ensino, da escola e ao livre pensamento. 

O caso Paulo Freire. Não faço parte da turba que queimar tudo de Paulo Freire porque representa um pensamento de esquerda. Não suporto fascismo nenhum, seja de direita ou de esquerda. Freire tem sua contribuição assim como tantos outros, mas há uma problema: a mística e a doutrina criada em torno do seu pensamento. Virou dogma, algo a temporal e autoexplicativo. Isto é, perdeu o mínimo de face acadêmica e entrou no campo religioso do dogma. O que é de natureza acadêmica está passível a ser superado, tem sempre limitações e está sujeito a adequações diante do tempo que muda produzindo novas necessidades. Isso precisa ser superado urgentemente.  

Outra praga perigosa é a visual mistificado do professor que produz essa guloseima demagógica em torno da profissão escudada em uma ideologia perversão da vocação. No fundo só serve para neblinar a os direitos profissionais negados e a injustiça salarial quanto à categoria. É pura hipocrisia dos que não respeitam o valor do trabalho do professor. Sempre no dia 15 de outubro essa lai de descompromissados recorrem ao mesmo discurso de que tem que "ter vocação, devoção, é um sacerdócio". Isto é, ser capaz de qualquer sacrifício mesmo diante da ultrajante usurpação e negação de seus direitos de cidadão e trabalhador. Mais que isso, um imbecil útil capaz de renunciar sua dignidade em prol do ensino.  Professor tem que ser é útil, eficaz na formação e consciente que tem direito a um salário proporcional ao seu esforço e qualificação. Escola não é família, professor não é parente; escola é escola e professor é só professor. A tarefa da escola é o ensino formal, técnico e científico em primeiro plano. O professor é um professor que tem que ter técnicas, habilidades, competência e domínio do que deve ensinar. Precisa receber salários dignos e correspondente à complexidade do nível de ensino que pratica. 

A carreira de professor é hoje a que mais tem desistência, evasão de profissionais, uma com maiores índices de insatisfação com os salários e com as condições de trabalho. Índices preocupantes de doenças de ordem psicológica como a depressão, ansiedade etc. 
Hoje no Brasil não existe nenhuma carreira com maior exigência de produtividade e volume de títulos e com tal nível salarial. Basta comparar com os salários iniciais de várias outras carreiras (muitos já buscaram equiparação: ministério público, justiça, delegados, defensor público, advogado da união, procuradores etc). Não existe uma referência de equipação a um minimo de decência em termos salariais. Deveria existir uma equiparação no nível do Professor Adjunto válido nacionalmente, mesmo que service de teto, mas que existisse. Algo que sinalizasse uma remuneração equivalente à qualificação exigida. 

A qualidade do ensino passa pelo professor, mas ele não é milagreiro. Esse modelo foi construído para aumentar a lucratividade das editoras de livro didáticos, um esquema que articula agentes políticos e empresários da educação. Essa quantidade de aulas, esse número exorbitante de disciplinas é surrealismo puro. Temos que acabar com essa ideia que todas as disciplinas tem que estar como obrigatórias. 
O que tem que existir obrigatoriamente é uma matriz curricular nacional mínima mesmo. Com um conteúdo enxuto e focado no que é mais essencial. Fora isso é deixar as escolas terem autonomia e exigir que elas ofereçam múltiplas conteúdos e práticas que fique a critério da escolha dos alunos: música, esportes etc. 
Mudar essa forma de avaliação é uma necessidade.
É preciso tirar os professores desse sacrifício de dar cinco, seis disciplinas diferentes. É um absurdo o que fazem com os professores do ensino fundamental. Isso sim é desejar um feliz dia dos professores e não essa demagogia barata com essa ideologia para conformar os professores ao auto-desrespeito. 

Certamente existem outras questões muito pertinentes a serem. Existem sim. Eu também tenho algo para dizer além do já dito: Foda-se guloseima ideológica! Sou profissional e quero ter bom salário tal qual os políticos! 

sexta-feira, outubro 14, 2016

A Favor da Alternância e Contra a Reeleição

Sou contra reeleição no Executivo, ainda mais quando o pretendente à reeleição disputa no exercício e gozo do cargo. É um atentado contra a isonomia no que diz a necessária igualdade de condições na competição. 

Só isso já me faria não escolher Holandinha para mais um mandato. Mas, não é só a continuidade de Holandinha na prefeitura, mas também a continuidade do PDT que já soma mais de vinte anos encravado no poder municipal. Já está mais do que na hora de alternância.
No entanto, há algo que acho também crucial para não optar pela continuidade de Holandinha: a qualidade de sua gestão. Não vejo nenhuma avanço, nada de significativo diante dos graves problemas que São Luís sofre. 

Digo isso porque votei em Holandinha para  tirar Castelo que, na época, não fazia uma administração à altura do que a cidade necessitava. Pelos mesmos motivos penso que Holandinha precisa ser substituído. Quando a gestão não presta temos o dever de substituir o gestor.

Precisamos substituir sempre porque a alternância é a alma da Democracia.
Quando tiramos um político pela sua péssima qualidade de gestor já deixamos o recado para seu sucessor do que não queremos. 

quinta-feira, outubro 06, 2016

Quem jogou São Luís nesse inferno?

São Luís já desfrutou de uma mística de beleza. Ilha do Amor, Cidade dos Azulejos etc. Depois disso sua referência teve que ser importada de uma ilha lá do Caribe. 

Isso simboliza bem a morte da Ilha das Flores. Nem precisa dizer que as praças simplesmente foram devastadas, sem reposição de árvores, das plantas ornamentais, das flores. As praças foram quase que completamente impermeabilizadas, é cimento sobre cimento e, quando não é cimento, são os buracos e sujeira no cimento. As praças viraram verdadeiros territórios de sujeira, do comércio informal desordenado e do abandono. Além das intervenções sem-noção de mau gosto e na contramão da priorização do verde. Quem olhas fotos de décadas passadas tem a sensação que a cidade de São Luís foi saqueada, depredada totalmente... 

Décadas e décadas de "projetos" e restaurações de prédios sem que o Centro Histórico, principalmente a Praia Grande, tenha atingido um estado adequado de conservação e utilização racional, permanente e melhorado enquanto ponto de atração turística. A Praia Grande precisa ser convertido um espaço sustentável de negócios, de moradia, de serviços, educação etc. A manutenção de prédios antigos fica mais eficiente quando os imóveis estão sendo utilizados, tendo utilidade e incorporado à dinâmica da vida cultural e econômica da cidade. Até hoje nenhum projeto para evitar novos desabamento foi desenvolvido, implantado e mantido. Não há um efetiva política contra a proliferação de ruínas. 
Não há faz sentido o governo municipal ser totalmente omisso e inexpressivo quanto a essa questão do patrimônio histórico arquitetônico da cidade. Não há iniciativa legislativa visando criar leis que combatam o abandono (negociar com o Legislativo) por parte dos proprietários, que busque erradicar a construção de estacionamentos em ruínas ( se virar ruína transformar em área verde) dos prédios históricos. 
Uma medida que pode melhorar o fluxo de pessoas e garantir utilização permanente, do espaço que compreende a Praia Grande, é aumentar o número de faculdades no local e que funcionem cursos nos três turnos. Isso impulsiona o comércio no local e garante a manutenção permanente nos prédios. 
Restauração e recomposição de fachada... Predomina em São Luís uma um conservadorismo estranho, que consiste em deixar a ruína ficar cada vez mais ruína até desparecer.  Só aqui mesmo para se ter tal ideia. Essa ideia de não refazer a parte danificada, de não reconstruir o que desmoronou é um absurdo. Se isso fosse seguido no resto do mundo, boa parte dos monumentos da Europa não existiram mais, nem seriam acessíveis. Se foram visitar não foram capazes de enxergar as intervenções.. ou nunca foram ver coisa alguma. 

O verde. Uma cidade que tem um Instituto de paisagismo e fazer propaganda de ter plantado 100 árvores em uma avenida é algo que não se pode levar a sério. Não merece qualquer crédito. Podas e reposições não são feitas de forma adequada e nem na quantidade necessária. Não há nenhum investimento por parte do poder municipal em criar áreas verdes, bosques e parques para agregar aos atrativos da cidade.
Não existe nenhum esforço sério por parte do poder municipal em ampliar os espaços de lazer e atividades culturais. 
O esquema de trazer palmeiras exóticas, que não produzem sombra nenhuma e que morrem logo no segundo ano tem sido uma prática corrente nas gestões desse grupo que está ocupando administração municipal por mais de duas décadas. 
Com tantas árvores nativas (frutíferas e de floração exuberante), as gestões desperdiçam recursos públicos com meia dúzia de mudas de plantas caríssimas e que não adaptadas ao nosso clima. Isto é, esse instituto municipal está aquém do que é necessário para justificar sua existência e recursos públicos que consome. 
Detalhe, praças e parques estão entre os principais locais de atração e arrecadação na indústria do turismo. Parques atraem milhões e milhões pessoa por ano em todo o mundo (turístico). 
A cidade de São Luís precisa voltar a ser atrativa e capaz de captar mais dinheiro com o turismo. 
O que justifica essa situação do Aterro do Bacanga? O Aterro do Bacanga é hoje um insulto, um desrespeito à população e um atestado de irresponsabilidade dos "gestores" municipais. 
O aterro do Bacanga tem tudo para ser uma grande área verde, de lazer e ser mais um grande ponto de atração turística na nossa cidade. 

São Luís ainda é uma cidade sobre fezes e banhada por fezes. Como permitiram, em uma ilha, a poluição de dezenas de rios e riachos? Como aceitar tantos rios serem mortos por esgoto in natura? 
Depois dos problemas na área de saúde e segurança, o maior problema de São Luís é de saneamento. São Luís ainda mantém valas de esgoto a céu aberto, em um absurdo lançamento de esgoto doméstico in natura dentro do mar
A vala da Areinha é uma prova da incapacidade de sucessivos mandatos municipais de levar a sério o saneamento.
A cidade falta muitas coisas. Falta meio fio, canaleta, sarjeta, sistema de  escoamento da água pluvial, drenagem de grande, médio e pequeno porte. A quantidade de esgotos estourados e os sucessivos alagamentos provam a falta de planejamento, projetos e de investimento nessa área. Os poucos bueiros (bocas-de-lobo) existentes não recebem a manutenção devida. Isto é, não existe um efetivo serviço municipal de manutenção da infraestrutura e de melhoria do sistema de saneamento.
Na verdade não existem metas, objetivos a serem alcançados quanto ao saneamento básico. Tudo parece que está bem, sem nenhuma deficiência. Começa mandato e termina mandato de prefeito e nada muda de forma mais significativa nesse setor. Não é um problema fundamentalmente de falta de recursos, não é. O problema é de gestão dos recursos e definição das prioridades. Falta gestor com disposição e compromisso. 

A Acessibilidade. Não existem calçadas sem obstáculos, com sinalização, com o piso em bom estado de uso. São Luís  é única cidade do mundo especializada em pintar meio frio quebrado. Pintam o resto do meio fio mas não refazem o meio fio. Além disso, é a Capital onde o poder público se nega a fazer calçadões e melhorias nas calçadas. 
Quando vão colocar no piso textura para orientar os deficientes visuais? As calçadas vão ter rampas para os cadeirantes poderem trafegar? Quando vão adicionar aos semáforos junto às faixa de pedestre aviso sonoro para dar mais segurança às travessias dos deficientes visuais? 

Quando vão fazer uma requalificação na Litorânea e substituir aquela calçadinha meia boca por um verdadeiro calçadão? Nunca viram como é em João Pessoa, Aracaju etc? 

Quando o canteiro central da Avenida dos Franceses vai ser recuperado?

A sinalização de trânsito reflete bem o atraso que tem se perpetuado na Prefeitura de São Luís em sucessivos mandatos (mais de 20 anos os mesmos senhores). Semáforos que passam mais tempo fora de funcionamento do que em funcionamento, semáforos sem  sincronia e localizados em lugares inadequados. 
Barreiras eletrônicas postas apenas para gerar recursos com multas. Cada barreira com um limite de velocidade diferente. Ao invés de termos um limite padrão de velocidade (por exemplo 50 km. Vão ver Fortaleza). 
Outra monstruosidade são as faixas de pedestre sem qualquer sinalização. Faixas de pedestre precisam ser sinalizadas inclusive com sinais luminosos no alto e na pista. Essa secretaria de transporte é o maior engodo que temos.

sistema de transporte coletivo de São Luís é um dos fatores que contribui para baixar o nível de qualidade de vida na cidade. Ônibus altamente barulhentos, com alta emissão de fumaça, mal conservados, não higienizados, superlotados e sem horários. Representa um desprezo aos cidadãos. 
Ônibus apresentam que constantemente quebram durante o percurso e que não cumprem horário, fazem a mesma rota. O Sistema de paradas e os percursos das linhas não são nada racionais e nem visam o maior benefício da população. Trata-se de um esquema colossal e violento de manter a população sob o jugo de um único meio de transporte de massa. Para quem é bom isso? Para a população não é! 
Cada ano o subsídio dado pela Prefeitura às empresas de ônibus aumenta mais e mais. Isto é, mais dinheiro público transferido para os empresários oferecerem um péssimo serviço aos cidadãos. Cidades muito mais antigas e de ruas muito mais estreitas instalaram VLTs funcionando com energia elétrica e dividindo os espaços com ônibus, carros etc. Falta gestor com compromisso e que respeite o interesse público. 

Uma das piores coisas que existe em São Luís é essa quantidade postes de fiação elétrica no Centro Histórico. As cidades de maior turismo no Mundo, que sabem vender seu atrativos, fizeram fiação subterrânea onde tem o acervo arquitetônico (o conjunto arquitetônico histórico). Essa fiação  esses postes na Rua Grande, na Rua do Sol são péssimas e tiram a beleza. 
A Rua Grande merece uma atenção especial. Por que ninguém fala da Rua Grande? É para não desagradar os shoppings? Será que ela está uma maravilha? Não. Na verdade mais parece uma estratégia de destruir esse tradicional centro comercial. 
Há décadas uma interpretação de "conservação", não vista em prática em nenhuma das grandes cidades históricas turísticas do mundo, tem atrapalhado um novo arranjo urbanístico na pavimentação da rua Grande. Vejam as calçadas da Rua Grande. São péssimas. Essas calçadas várias vezes foram mexidas e cada intervenção as deixaram piores. Porém, a única coisa que não pode ser feita é uma intervenção que retire a brutal diferença de nível entre a calçada e a pavimentação da rua. Isto é, não se pode fazer um calçadão. A Rua Grande precisa ser revitalizada, colocar fiação subterrânea, receber uma iluminação especial que destaque as fachadas, recuperar as fachadas, construir um calçadão com boa drenagem, incentivar os lojistas a instalarem vitrines e melhorar a segurança. Manter a Rua Grande como um espaço comercial atrativo passa por uma política de melhoramento dos estabelecimentos comerciais. Isso é muito importante para não despovoar o Centro Histórico, para que ele não cai no abandono e não vire um território de horrores. 

Criar um calendário de eventos (visando o turismo de eventos) que contemple a gastronomia, as manifestações folclóricas, shows, festivais: de música, de dança, de teatro e de poesia, feiras e exposições. O calendário cultural da cidade deve existir cobrindo todos os meses do ano. Fazer um programa visitações direcionado para estudantes das escolas (públicas e privadas) da capital e dos demais municípios (em parcerias com as outras prefeituras), visando maior divulgação e melhor informação sobre o nosso patrimônio cultural e arquitetônico.

São Luís precisa oferecer mais serviços aos seus cidadãos. A prefeitura precisa cria uma programação de recreação e de exercícios físicos nos bairros, articulando lazer e cuidado com a saúde. 

O antigo cine Roxy, hoje de propriedade da prefeitura de São Luís, precisa ser melhor aproveitado. No mínimo manter uma programação semanal variada: exibição de filmes, música instrumental (parceria com a escola de música), teatro de bonecos, dança, cantores populares etc. 

O lixo. Hoje o lixo de São Luís viaja para Rosário. Não cabe um política de coleta seletiva, com equipes diferenciadas de coletas: vidros, latas e plásticos?  Cadê os box coletores próximos dos condomínios e nas quadras dos bairros (vejam os que existem em Belém)? Qual a dificuldade de fazer isso? É uma vergonha transformar toda uma área verde em lixões e pontos de coleta de entulho. Quem produz entulho tem que pagar o coletor de entulho. A prefeitura pode colocar esse serviço a disposição da comunidade mediante um pagamento simbólico (o gasto vai ser menor e a cidade fica mais limpa). Criar uma tabela de horário de coleta do lixo para que o morador possa acompanhar o serviço da empresa de limpeza (fiscalizar). Criar coleta específica para bares e restaurantes (garrafas de vidro e de plástico). 

Pavimentação. Eis o maior desperdício (desvio) de dinheiro público de São Luís, a famosa indústria tapa buracos. Tapar buracos leva a tapar cada vez mais buracos, questão física. Sem meio fio, sem drenagem pavimentação nenhuma não dura, principalmente a asfáltica. As vias romanas já possuíam drenagem. Além dessa deficiência básica o famoso "caimento" para ajudar o escoamento da água não existe em vários trecho das avenidas principais de São Luís. Infelizmente não são só esses problemas anteriores citados, tem  um elemento a mais nessa engenharia de desperdício dos recursos públicos: a espessura do asfalto (uma imoralidade de menos de 2  cm).  Mas ainda tem mais, a massa asfáltica é de péssima qualidade e a dosagem de terra em relação ao breu é muito alta, tão alta que o asfaltos dissolve e assim são desperdiçados (barganhado) milhões do erário. Quando isso vai parar? Não sei. Esse esquema tapa buraco já extrapolou todos os limites. Em alguns trechos de avenidas seria mais eficiente e duradouro pavimentar com concreto rolado, particularmente onde existe um alto de tráfego de ônibus etc. Mas parece que não é isso que os donos do poder querem. 

Saúde nos bairros. É preciso descentralizar o atendimento e investir mais na prevenção e atenção básica. Fazer um cadastro geral dos moradores de São Luís por bairro, criar uma referência de atendimento a partir da residência. Criar um serviço volante de monitoramento de diabetes, pressão etc. para idoso atendendo idosos em seus domicílios (idosos com dificuldades). Promover assistência social para público específicos: idosos com dificuldades locomotoras, doenças graves, idosos sozinhos. Além de equipe volante de ajuda a dependentes químicos, visando o encaminhar esses indivíduos para tratamento. Agora existe um problema grave a ser resolvido: o atendimento nos hospitais e postos de saúde. Como melhorar? Não sei. Mas sei que é preciso urgentemente diminuir o tempo entre a marcação da consulta e a consulta, é preciso melhorar as instalações e as condições de trabalho nos hospitais, é preciso oferecer mais leitos, mas também racionalizar melhor as internações (em alguns países internar não é logo o que se faz, a internação são situações graves). Agora.. promover e incentivar atividades físicas implantando as academias ao ar livre (como monitores nos primeiros meses para orientar na utilização) e mutirões de exames têm dado resultados positivos (qualidade de vida) em diversos lugares.  

Poluição. Além da poluição das águas temos outras poluições devastadoras em nossa cidade. Tais como a sonora, a visual e a de luminosidade. Há tempos a prefeitura deixou de atuar contra publicidade irregular não combatendo a fixação de cartazes em muros, pilastras etc. Qualquer promotor de show fixa quantos cartazes quer em qualquer lugar sem nenhuma restrição, sujando a cidade e a tornando visualmente desagradável sem punido e os cartazes removidos. Depois dessa poluição vem a poluição sonora. Diversos indivíduos tiram o sossego de bairros inteiro brincando de ser DJs, outros indivíduos saem circulando com carros com potentes equipamentos de som sem sofrerem nenhuma restrição (nenhum serviço de repressão existe contra esses senhores). Ainda temos a poluição luminosa, anúncios luminosos que já foram banidos nas demais capitais chegaram como novidade em São Luís. Luzes fortes que causam desconforto aos olhos e ainda são postos em rotatórias, diminuindo a segurança do condutor. Também a poluição luminosa é vista com instalações inadequada de refletores e holofotes em condomínios. Ficou comum um refletor forte em um estacionamento de condomínio que atinge todos os edifícios em volta. Tudo sem fiscalização e no cada a seu modo. Temos a poluição das ruas transformadas em depósitos por donos de oficinas de carros, por comerciantes etc.  Para terminar a lista de poluição destaco a poluição sonora promovida por donos de bares (a tal música ao vivo) , donos de "clubões", casas de shows e similares que funcionam sem isolamento acústico em áreas residenciais. Multa e suspensão de Alvará educam rapidinho. 

As palafitas, não fazem parte das preocupações municipais? Fazem. Qual a solução? Ninguém tem projeto? Ninguém enxerga as palafitas? 

É preciso implantar um programa de melhoria do atendimento nos estabelecimento comerciais. Sensibilizar os proprietários e empregados de estabelecimentos prestadores de serviços da importância de atender bem os clientes, prestar um serviço de qualidade. Além disso, promover melhor limpeza e higiene dos estabelecimentos. 

Feiras e estacionamento nas vias públicas. Duas situações vergonhas e comprobatórias da falta de prefeito que São Luís vive há décadas. A prefeitura aceita os cidadãos ficarem reféns de alguns senhores que resolveram privatizar as vias públicas e os estacionamentos públicos em proveito próprio. Ninguém faz nada, nenhuma medida é tomada. A prefeitura tem que assumir o controle desses espaços, fazer a instalação dos equipamentos necessários e contratar uma empresa para administrar  os estacionamentos. Mesmo que a empresa fique com 40% os 60% já somam na receita do Município e certamente vai ajudar a cobrir as despesas, por exemplo, os hospitais. Existem alguns espaços  que podem ser equipadas e adequadas para esse fim e gerar mais receita para o município.
As feiras são um verdadeiro insulto e uma irresponsabilidade total.  O Mercado Central deveria ser mais um ponto de atração turística, mas não é. O Mercado Central é uma aberração sob vários aspectos. Marcados em situações piores foram revitalizados, ampliados etc. Por que não fazem um concurso público para escolher um projeto para o Mercado Central? Atrair especialistas para pensar um solução para o local, agregar mais elementos ao espaço. Essa área é possível criar mais área de estacionamento, fazer dois pavimento, com o ambiente melhor iluminado (luz natural), com mais recursos de higienização, box e instalações mais adequadas e incorporar mais serviços aos estabelecimento. 

Quando o Parque do Bom Menino vai voltar a ser um Parque Verde? Aquelas construções que diminuíram a área verde precisam ser demolidas. O parque precisas voltar a ser um espaço verde sem aquelas construções estranhas, feitas para justificar a "aplicação" do dinheiro repassado pela Alumar. 

A praça Gonçalves Dias vai continuar só cimento, sem plantas e servindo de pista de skate? Outros espaços podem ser utilizados e/ou adaptados a tal prática.  

A prefeitura de São Luís precisa criar uma agência de parceria do setor público com o setor privado visando viabilizar alguns projetos de melhoria da cidade. E ser um núcleo articulador de atração de investimentos. Quantos investimentos foram atraídos para São Luís nos últimos anos? 

Custa embelezar a cidade? Por que não cuidar mais um pouco dos canteiros, fazer um serviço de jardinagem, colocar umas plantas ornamentais etc.? Por que não colocar umas fontes luminosas bem aí no rio Anil, próximas do palácio e da praça Maria Aragão?  Por que não melhorar o canteiro da BR 135 na entrada de São Luís ( Estreito dos Mosquitos /Aeroporto)? è falta de recursos ou é incompetência e irresponsabilidade? 

Cadê as creches? A falta de creches públicas é um problema sério para milhares de mães que precisam trabalhar e estudar. Falta construir prédios? Não é falta de construção de prédio, o que falta é vontade e compromisso de fazer funcionar esse serviço.  Creches podem ser instalados em diversos bairros utilizando prédios já existentes no local e adaptando e criando espaços nas próprias escolas existentes. 

Quem jogou São Luís nessa situação atual? Foi a falta de bons representantes no Executivo e no Legislativo. São vários mandatos de péssimos representantes municipais. No Executivo com sucessivos ocupantes incapazes, desprovidos de motivação em prol de causas públicas, sem projetos, despreparados e sem a menor vontade de fazer melhorias de interesse público. Verdadeiro seres nocivos à administração pública. Isso combinado com as sucessivas legislaturas cúmplices dos desmandos e da inoperância e do mau uso dos recursos públicos. 

Porém, São Luís tem potencial para ser uma cidade competitiva e voltar a ser atrativa e um dos grandes destinos turísticos do Brasil, só falta ter um prefeito minimamente responsável e capaz e um legislativo menos inútil (sem fiscalização, sem o devido trabalho parlamentar e legislativo o município não funciona bem). 

Bem, algumas obras não são estruturas arquitetônicas, feitos de engenharia civil, mas de gestão, implica em saber administrar a coisa pública. Além disso, não é preciso obras faraônicas para ser um grande realizador e obter o reconhecimento da população. O que importa é saber construir soluções para os problemas que mais afetam as pessoas, que torne a vida mais fácil de ser vivida. 

O básico para o momento é atrair investimentos (diante da crise tem que existir a insistência para atrair investimentos) e diminuir o peso do gasto com pessoal sobre o orçamento. O município tem que ter maior capacidade de investimento. É o desafio e é o que deve ser feito. É fácil? Não. Mas é o que precisa ser feito. 

Cortando uma boa parte desses cargos comissionados, que só servem para alimentar clientela eleitoral e abrigar correligionários, a capacidade do município de investimento já teria um acréscimo. Restaurar a faixa azul e garantir mais recursos com a cobrança de estacionamento é a forma mais rápida de ter mais dinheiro em caixa. 

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