Muitos falam de boatos, outros fingem que os fatos não existem. Estamos em um estado de terror. O terror opera exatamente, disparando a tensão e o pavor. O sofrimento difunde-se sobre uma massa de indivíduos apavorados. A morte real causa pânico, a morte suposta difundida como real também causa pânico, pavor. Esse estado psicológico alterado, tenso, nervoso, aflição que cada indivíduo carrega produz interações potencialmente perigosas e imprevisíveis.
A cidade está em risco pelo potencial destrutivo dos bandidos e pelo potencial destrutivo dos homens e mulheres de bem apavorados. Um pequeno estalo vira um grande trovão.
Existem sim boatos, mas existem sim crimes reais, como sequestros, assaltos e ataques a automóveis e prédios.
Quem vai controlar isso e até quando o cidadão vai precisar se esconder e ficar encurralado?
O aparelho de poder tem demostrado, clara e inequivocamente, incapacidade e ineficácia em reprimir e prevenir. Às custas das vítimas alguns querem simplesmente dizer que nada há ou que está sob controle. Se há controle não é de quem goza da legitimidade do uso da força. Estamos a depender da própria sorte.
Qual família teve um de seus filhos sequestrado hoje?
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