Foto: UOL |
Nossa recorrente sexta-feira da paixão. Reincidente. Carreguemos nossas cruzes. Nelas morremos em diversos instante antes da última partida. Para quem carrega a Esperança é o início da vida nova.
Ainda ouço gente falando que essa escalada da violência é só uma questão de gestão dos órgãos públicos. A mídia, em geral, busca entrevistar os Secretários de Segurança ou as autoridades policiais. Essa falência dos mecanismos de controle que servem à pacificação social não decorre só da ineficiência do aparato de controle ligado diretamente ao Estado. O problema é bem mais complexo. A crise atinge o controle social como um todo e está para além da competência do Estado, da sua capacidade de ordenar a vida. É totalmente parcial e superficial a visão que se concentra no Estado para pensar o controle social, em particular a pacificação. Igualmente é assim a visão "crítica" que limita o controle social à condição política/social de dominação de classe, como mero mecanismo de manutenção de status quo.
Ainda ouço gente falando que essa escalada da violência é só uma questão de gestão dos órgãos públicos. A mídia, em geral, busca entrevistar os Secretários de Segurança ou as autoridades policiais. Essa falência dos mecanismos de controle que servem à pacificação social não decorre só da ineficiência do aparato de controle ligado diretamente ao Estado. O problema é bem mais complexo. A crise atinge o controle social como um todo e está para além da competência do Estado, da sua capacidade de ordenar a vida. É totalmente parcial e superficial a visão que se concentra no Estado para pensar o controle social, em particular a pacificação. Igualmente é assim a visão "crítica" que limita o controle social à condição política/social de dominação de classe, como mero mecanismo de manutenção de status quo.
Resumir essas expressões de violência e a proliferação de medidas privadas de castigo à ineficácia do controle estatal e especialmente ao seu aparelho repressivo, é ingênuo. Que sociedade constitui sua ordem tão somente a partir do controle estatal? Nem nas experiências totalitárias o Estado conseguiu estabelecer uma base de coesão e pacificação exclusivamente fundado no seu aparato normativo/repressivo. Não existe Controle Social de fato que não seja fruto de múltiplos processos e instituições gerais que criem consensos em tornos de alguns parâmetros de convivência, diferenciando e privilegiando padrões de comportamento e de interação social.
Pacificado não quer dizer sem conflito, nem consenso quer dizer acordo cego e concordância perfeita, tampouco as normas existentes são produtos exclusivos do exercício da dominação e do privilégio de uma dada classe social sobre as demais Muito além disso, existem adesões, cooperações etc. que possibilitam uma validação social de regularidades e padrões mais duradouros.
Em que pese a importância da crítica feita a partir da estratificação social e dominação de classe social, a questão do controle social vai mais além. O que sobraria de contrário às forças de dispersão social, à desregulação social crescente em todos os níveis? Quais mecanismos podem ser pró a existência de vida social em condições pacificada? Velho e lúcido Durkheim... ainda bastante fecundo.
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