quarta-feira, novembro 27, 2013

Eleições 2014 no Maranhão e o Candidato X

No Maranhão, depois que as coisas acontecem, aparece uma legião de pessoas dizendo que sabiam, que tiveram um sonho, que sentiram algo estranho e que já tinham dito aquilo... Isso é uma tradição entre nós, mas também pode ser considerada uma vaidade...

Antes que as eleições de 2014 ocorram, quero deixar registrado algumas constatações e outras tantas suspeitas sobre a disputa ao Governo do estado do Maranhão. Particularmente olhando para a candidatura de Flávio Dino. 

1- A maioria das pessoas que conheço, ligadas ao campo político, em 2012 afirmavam que o momento de Flávio era aquele. Tratava-se da eleição para prefeito de São Luís, em 2012. O próprio Flávio não mostrava interesse e em seguida veio um fato triste de ordem familiar.  
2- Essas mesmas pessoas temiam a traição, uma verdadeira peça mestra na nossa política, contra Flávio. .

Bem, o candidato a prefeito de São Luís foi Holanda Jr. e durante toda a campanha Flávio apareceu na propaganda eleitoral desse candidato. A partir daí começou uma hiper-exposição de Flávio em todos os meios de comunicação e nas nas redes sociais. A pergunta é: isso foi ideia de marqueteiro, dos estrategistas políticos ou de ambos? 
Em seguida, logo após as eleições municipais, teve início uma série de divulgações de "pesquisas", onde Flávio aparecia com números extraordinários, cheio de vantagens. Circulou na internet uma pesquisa que marcava 62% das intenções de voto para Flávio. Novamente perguntas: quem verdadeiramente quis tal divulgação?  Os aliados ou os adversários? "Pesquisa" sem candidatos concorrentes definidos, principalmente o candidato dos Leões, serve para quê? 

Recentemente saí indagando diversas pessoas que acompanham a disputa política sobre o contexto. A maioria dessas pessoas destacaram problemas na campanha de Flávio. Então o que motiva alguns aliados de Flávio se comportarem como  quem já venceu a disputa? As intenções de voto? Ou é puro descuido profissional?

Agora vamos a alguns detalhes. Depois de tanta exposição e discursos de Flávio, pergunte aos eleitores quais  as propostas de Flávio que eles lembram. Além disso, o discurso de Flávio não tem mudado, tornando-se repetitivo, bem antes do tempo. É só perguntar aos cidadãos o que acham dos pronunciamentos dele. 

Nas próximas eleições Flávio não vai mais ser novidade e pouco a pouco fica sem motes fortes. O discurso da mudança, do jeito novo de fazer política, sintetizado no "não roubar e não deixar roubar" (não duvido de sua integridade) fica atenuado com as últimas adesões a sua campanha, em parte, dissidentes ou traidores do grupo Sarney, que em nada lembram renovação e não podem servir de exemplo de moralidade no trato com a coisa pública. Flávio pode ter atraído mais voto com essas adesões, mas também pode ter atraído rejeição.  Isso pode enfraquecer o discurso de moralidade e renovação política. Por quê? Porque não importa só Flávio gozar de credibilidade, mas também a equipe que vai governar com ele. O próprio Flávio não pode ser secretário de todas as secretarias, nem todos os membros de seu partido.  Fazer contraste por essa via parece que não vai ser tão fácil. O que não falta são manchetes negativas sobre alguns de seus novos aliados. Na propaganda eleitoral vai aparecer de tudo. 

Em 2014 Flávio deve provar do que popularmente se chama de "apanhar". Nas suas disputas anteriores ele não sofreu ataques mais sistematizados. Recentemente teve só uma demonstração do que pode estar a caminho. Falo do caso do salário da UFMA. A equipe dele respondeu, mas pouco eficiente. Logo em seguida, acusando o golpe, diversos aliados começaram a atacar Sarney nas redes sociais. A pergunta é: Sarney é candidato? Não é. O único que ainda tira algum rendimento atacando Sarney com fúria é Dutra. 

Enquanto Flávio, que nas pesquisas dos seus aliados está liderando com folga, ficava mais exposto, o seu principal concorrente é mantido distante, fora do debate, sem sofrer desgaste antecipado:  Luís Fernando. O candidato do governo aparece nas propagandas oficias de forma discreta, sem discursos longos. Está distanciado dos debates e confrontações. 

O que os estrategistas de Flávio estão pensando sobre isso? Na disputa até os adversários temos que saber escolher. Luís Fernando ou qualquer outro escalado pelos Leões para disputar as eleições em 2014 não é totalmente inofensivo. Como esses articuladores de Flávio deixam ele tão exposto, em processo de desgaste e aceitam o candidato da situação ser mantido distante, sob proteção? 

Quantos aliados de Flávio realmente são aliados? Para muitos, é notório que esse círculo de apoiadores de Flávio é muito poroso e com gente de trânsito fácil nos dois lados (situação e oposição). Existem outros aliados com trânsito para todos os lados, ficando onde for mais vantajoso.  

Dentro e fora dos aliados de Flávio existem pessoas inconformadas, porque acham que ele furou a fila na disputa do governo estadual. Fora do seu grupo de apoio o mais destacado inconformado é o trator (esse é inconformado com todos, na cabeça dele só existe uma pessoa merecedora de governar o Maranhão: ele mesmo). 

Até hoje não ficou claro se o pai do atual prefeito de São Luís é ou não oposição ao governo estadual. O Holandão é ou não é oposição ao grupo Sarney? 

Para os Holanda a derrota de Flávio em 2014 não é um desastre político. Primeiro, porque o caminho para Holandinha se projetar para governador fica aberto, pois ainda tem 03 anos para se recuperar diante do povo. Segundo, Flávio perdendo e já tendo sido apoiado, cessa a obrigação com o PC do B e os Holanda podem governar sozinhos. Isto é, sem interferência do PC do B. Essa interpretação dos fatos foi feita por um amigo (não quis o nome divulgado).  Achei muito pertinente, principalmente olhando a inércia do governo municipal, que paralisou tudo, até as ações tapa buraco. Aumentou a propaganda na Mirante e nada de significativo foi feito no trânsito, no calçamento, nos socorrões etc. O governante municipal mantém o discurso que a prefeitura não tem dinheiro etc. e com isso vai deixando de inciar diversas obras de urgência. Uma coisa é não ter dinheiro em caixa, outra coisa é ser incapaz de gerenciar as dívidas e ampliar a capacidade de endividamento. 

São Luís vai servir como mostruário dos opositores Flávio sobre qual mudança ele representa. Difícil convencer a população que ele não tem nada a ver com essa administração de Holandinha. Isso vai ser usado como termômetro pelos operadores eleitorais do interior do Maranhão. O certo é que Flávio está perdendo eleitoralmente com esse ritmo administrativo da prefeitura de São Luís. 

Caminhando pelos lados está o PDT ensaiando candidatura própria. O PDT já percebeu que lucra mais se mantendo na estrutura da Prefeitura em acerto direto com os Holanda do que seguir de forma subalterna ao projeto de Flávio. O PDT já demonstrou em duas oportunidades que Flávio não é sua grande preferência. Primeiro bancaram a campanha de Castelo que derrotou Flávio e logo depois mantiveram candidatura própria para governo do estado. O PDT desde o fim do mantado da Sra.  Gardênia Gonçalves está controlando ou participando do controle da Prefeitura de São Luís, tudo que não existe, tudo que faltou fazer nessa cidade tem como maior responsável o próprio PDT, mas ele conseguiu brilhantemente descolar essa responsabilidade de si. Soube explorar até a exaustão o discurso da "perseguição política", da "oligarquia" e do "demônio" Sarney que tudo pode. Verdadeira ideologia. Com isso, fez os incautos acreditarem que eles não devem prestar contas de nada e que todas as desgraças de São Luís é fruto da maldade do Sarney. A esse PDT é muito vantajoso preparar seus projetos no espaço que eles mais conhecem: a Prefeitura de São Luís.

O discurso de anti-oligarquia já deu seu fruto: Jackson Lago. Mas o Sr. Jackson fez uma empreitada de mais de 30 anos para chegar à frente na disputa pelo governo estadual. Parecia ter muito mais aliados fiéis e gente preparada, mas seu governo foi tumultuado, confuso e cheio de pilhadores, saqueadores da pior espécie. O Sr. Jackson não teve gente hábil e fiel nem para cuidar da sua defesa e evitar sua cassação. Sem falar que politicamente não houve nenhum investimento visando criar uma motivação popular em defesa de sua permanência. Pelo contrário, deram curso a medidas desastrosas criando um tal de subsídio e tentando mudar as carreiras de professores e policiais. Com isso, a sua saída passou a ser desejada por amplos setores da sociedade. Perdeu apoio popular e a rejeição ao seu governo cresceu. Isso só reforçou os super poderes dos Sarney no imaginário popular, mas, por incrível que pareça, essa desgraça teve um lado positivo: ajudou a desmistificar que ser contra os Sarney é atestado de competência e honestidade. Para completar esse "estado da arte" da política maranhense, o lado do PT que não tinha apoiado Jackson, passou a apoiar os Sarney. Aí tudo ficou nivelado por baixo. Falar de oligarquia, constatar as desgraças do Maranhão não traz nada de novo e nada que o povo já não saiba. 

A história da mudança. Mudança, mudança. Mudar não quer dizer melhorar. Constatar os erros dos governantes por si só não convence as pessoas que você sabe e tem condições de fazer o certo. As pessoas quererem mudança é uma coisa, outra coisa é quem o povo identifica como o autêntico representante dessa mudança. O povo quer é resultado. Pesa eleitoralmente quem tem recursos para mostrar que pode gerar resultados. Flávio tem um discurso carregado de conceitos abstratos e que dificulta o cidadão associar às ações concretas que são úteis para sua vida cotidiana. Flávio vai ter que dizer o que vai fazer e como vai obter recursos para realizar tais coisas. Flávio não vincular suas realizações totalmente ao apoio do Governo Federal, pois o povo sabe muito bem que Dilma e Lula são com Sarney. Parte da população até acredita que Sarney manda em Lula e Dilma. 

Tudo indica que os Sarney vão tentar algo diferente, ao invés de ficarem evitando o confronto como nas outras vezes, devem apostar na confrontação direta, apostando no conhecimento técnico e na experiência administrativa de Luís Fernando. O candidato do governo não parece ter medo de confronto. Flávio não vai ter mais a sua frente Roseana, que nunca debateu. 

Agora as coisas estão diferentes, só um pouquinho, das vezes anteriores. O candidato da situação está atrás na intenção de voto, mas Flávio certamente vai ser cobrado quanto ao seu desempenho na Embratur. Questão provável nos debates. Por outro lado, ainda não apareceu nada de significativo para dissolver a fama de Luís Fernando ser tecnicamente preparado etc. Caso Luís Fernando resolva dizer (autorizado pela família Sarney, é lógico) que no governo dele quem vai mandar é ele, as coisas ficam mais favoráveis a sua candidatura, pois agrega à fama de gestor competente   à postura de ter vontade própria, de não ser mais um pau mandado. 

Por que os articuladores da campanha de Flávio (marqueteiros, estrategistas etc.) não forçam Luís Fernando a entrar no debate, se expor em confronto? É ou não é importante sondar os recursos que ele possui? 

A quem vai servir aquelas divulgações de pesquisas tão antecipadas? Quem fez isso e para quê? O candidato que aparecia liderando com ampla folga vai começar o período eleitoral com uma perda de, no mínimo,  10%. Por outro lado, o segundo colocado, que estava bem distante, que não decolava, pode começar o período eleitoral com um crescimento de 16% das intenções de voto, no mínimo. 

Luís Fernando que é do primeiro escalão do clã, vai ter total apoio dos Leões e dos outros animais escondidos lá pela praça Pedro II. Algo que não pode ser desconsiderado mesmo quando se tem ampla vantagem. E o palanque de Dilma vai ser o palanque da família Sarney, mais uma vez. 

Agora vejamos, quem é o adversário mais duro contra Flávio além do candidato dos Leões? Quem pode reduzir essa vantagem que ele tem agora? Até o momento é o Candidato X, que nada mais é do que o próprio Flávio, não ele sozinho, pessoa, mas alguns dos seus aliados e articuladores que andam atropelando o óbvio e ignorando que a disputa ainda não terminou. 
O Flávio candidato em 2014 precisa ser diferente do Flávio pré-candidato que foi até agora nas redes sociais e nas propagandas de TV. A campanha vai exigir inovação, Flávio vai precisar mostrar que sabe resolver os problemas que afligem os cidadãos. O problema de abastecimento de água vai ser feito o quê? As questões da empregabilidade e da renda familiar baixa vão ser tratadas de que maneira? Os problemas do acesso à terra e da produção agrícola vão enfrentados como? O problema da baixa qualificação da mão de obra vai resolvido de que maneira? O que Flávio vai fazer para atrair mais investimentos para o estado do Maranhão? Qual sua política de atração de investimentos? Qual a sua proposta para estruturar, especializar e ampliar a indústria do turismo no Maranhão? Qual a medida concreta que ele tem para apresentar em relação à melhoria do atendimento médico/hospitalar? Qual a proposta ou projeto ele tem de melhoria da mobilidade urbana a curto prazo? O qual a proposta concreta de Flávio sobre política de segurança pública?  

Esse modelo de campanha adotado por Flávio está muito linear e previsível. Ás vezes parece que o grupo de Flávio achou um atalho e que não trabalha com médio prazo ou longo prazo. O perigo do atalho é a inviabilidade da continuação da carreira política de Flávio e ele virar aquela eterna promessa política (como alguns casos já conhecidos). 
Além do que foi dito, a questão em torno do poder não está limitada a só ganhar a eleição, muito pelo contrário, basta tomar como exemplo o caso Jackson Lago. Um péssimo governo abre espaço para o fortalecimento e para uma renovação do sarneísmo sem igual. Algo que não pode ser deixado para depois é a questão da carência de quadros, na oposição, para ocupar as pastas administrativas. 

As previsões econômicas para 2014 não são muito boas e isso deve ser levado em conta. Quem assumir o governo do estado em 2015 não pode dizer que não sabia. Como alguém se candidata a algo sem tomar conhecimento da situação do que vai assumir? 

Para a oposição aos Sarney ter maioria na Assembleia é uma necessidade de primeira ordem, mas a bancada federal é a chave para conseguir apoio do Governo Federal e começar a desarticular mais efetivamente o grupo mandonista hegemônico. Sem um bom número de aliados eleitos para Câmara Federal os recursos podem não chegar para realizações de obras importantes. Idem equação para a vaga do Senado. 

Em que pese a forte adesão popular que Flávio vem recebendo no interior, nunca é pouco desconfiar do aparente. As manifestações de apoio nas ruas são sempre bem maiores que o número de votos que aparecem nas urnas. No Maranhão algo muito extraordinário acontece na noite anterior ao início da votação. O sono do eleitor é penetrado por um tipo de elemento desconhecido que muda sua intenção de voto. A intenção muda de lado nadando como uma Garoupa.

Caso Flávio não elimine o Candidato X, a sua melhor alternativa vai ser sair desse caminho do atalho e se lançar candidato a senador, fazer um enfrentamento direto com Roseana. Mesmo que perca vai permanecer como promessa ao governo do estado e principal figura da oposição. Perdendo essa agora para governador sai automaticamente da ponta da fila da disputa ao governo estadual e o futuro fica mais incerto. 

No mais, provavelmente Eliziane saia mais fortalecida e credenciada à prefeitura de São Luís, em 2016 e ao governo do estado, em 2018, ela só vai precisar de uma boa agência de propaganda e um pouco mais de recursos para avolumar a campanha. Tem tudo para lucrar eleitoralmente em 2014. Aos demais sujeitos da oposição cabe buscar ampliar o espaço  para se constituírem  como uma alternativa eleitoral nova, tarefa difícil, mas não impossível. 

domingo, novembro 24, 2013

São Luís: MUDANÇA PROMETIDA.e a luminosidade de Holanda


No final do governo de Palácio houve modernização da iluminação da cidade, trocaram as hastes das luminárias, foi isso. No final do governo de Castelo também ocorreu modernização da iluminação pública (idêntica a de Palácio). Mas, Holandinha inovou e está fazendo a "melhoria" logo no início do seu governo (mas é também igualzinha as demais. A Citeluz opera sempre igual na mudança da iluminação). A Litorânea  é uma área prioritária e certamente a mais escura da cidade. Tudo por "apenas" 10 milhões. 

Enquanto você se distrai com prisões a inflação chega a 1,16%


Enquanto você se distrai com prisões a inflação chega a 1,16%. 
Por que Genoino e Dirceu estão espetaculizando suas prisões? Por que não fazem aquele recuo estratégico e somem um pouquinho de cena? Não. Eles precisam roubar a cena. Enquanto as principais emissoras de televisão gastam tempo com reportagens sobre o estado ou situação dos presos, os dados da INFLAÇÃO são omitidos. 
O período correspondente entre setembro-outubro, segundo a Fundação Getúlio Vargas, registrou inflação de 1,16% sobre alimentos e tem impacto significativo sobre os que tem renda até 2,5 salários mínimos.

segunda-feira, novembro 18, 2013

Ao PT o que é do PT

Fidel fazendo um julgamento

Muitos confundem e outros se aproveitam do caso mensalão. Vamos com responsabilidade ver o que é e o que não é devido ao PT. 

Defendi um desfecho para o caso pela via legal, jurídica pelos simples motivos: que esse tipo de julgamento e as aplicações das penas sejam igualmente utilizadas para demais casos similares, por exemplo, o mensalão Tucano, e que a mais alta corte não entre em total descrédito e fique totalmente vulnerável à perda de legitimidade perante a nação. Difícil existir um Estado de Direito onde os órgão da justiça carecem de legitimidade junto à fonte originária do Poder Político, particularmente onde se quer uma sociedade democrática. 

Não vejo inocência nas partes, tal como a militância-de-ofício (agarradas a cargos estatais) prega. Não vejo tribunal de exceção... tão pouco vejo consistência nos argumentos que colocam o caso como Estado de exceção e presos políticos. Esse discurso beira o devaneio e subestima a toda e qualquer forma de inteligência. Se existe algum indício de exceção é a ação penal condenou um número grande de pessoas politicamente influentes. Todos sabem que o Código Penal Brasileiro é prioritariamente destinados aos pobres, aos cidadãos comuns, mas não aos incomuns. Além disso, caberia perguntar se é plausível e cabível, em casos a sim, o argumento de relaxamento da condição de última instância pautada no fato-situação de ter sido instância única.  

Trata-se de oportunismo e casuísmo reduzir o Mensalão ao caso do PT. O PT não inventou mensalão, não é um único caso, nem essa prática está restrita à esfera Federal do poder político. Não. Será que não existem na maioria dos estados da federação? Será que não existe essa prática na maioria dos mais de 5 mil municípios? Dificilmente não. Mas isso não é motivo para se consolidar mais uma impunidade. Como não deve ficar na impunidade o mensalão tucano que dormita nas gavetas. No entanto, isso tem um peso a mais sobre o PT porque simbolicamente foi um partido que cresceu eleitoralmente defendendo ética na política, defendendo moralidade no trato com a coisa pública e combatendo os líderes políticos ligados à herança do autoritarismo, rotulados de direita. 

Hoje isso pesa mais sobre o PT pelo fato de não ter tido capacidade política de criar condições para minar, de forma popularmente legitimada, o esquema de pilhagem do Estado, de extorsão  e de chantagem instalados no Congresso Nacional através de bancadas compostas por aventureiros e escroques, em um verdadeiro ato de sitiar a a condição republicana e democrática.

O gosto e o apego à manutenção obsessiva do poder, afastou o PT de um itinerário político na direção de ampliação democrática. Ao contrário disso, foi ampliando uma aliança de apoio hiper-atrofiada junto ao setores mais reacionários,alimentando ainda mais a herança autoritária e a isso se apegando. O PT não soube estabelecer um sistema de negociações sem a diluição e promiscuidade, capitulou ainda mais ao reproduzir a racionalização do PSDB: governabilidade.

Esse sistema de troca-troca, supostamente em prol da governabilidade, está desmoralizando o Congresso e demais órgão do Poder Político. Essa prática não é fruto estritamente  de uma necessidade de governabilidade, mas da fome autoritária que não consegue ver direito de oposição e não aceita negociar, mas quer construir um atalho para uma situação considerada cômoda: da imposição de ordens sem resistência, sem contrariedades. Com isso, os dutos da corrupção foram ganhando diâmetros cada vez mais expressivos. 

O PT perdeu muito tempo na insistente performance comparativa entre seu governo e o governo do PSDB, um exercício de inutilidade, quando deveria estar criando condições para puxar uma ampla reforma política com apoio popular, principalmente no auge da popularidade de Lula. Apostou tudo em garantir voto em troca de políticas compensatórias, particularmente as inspiradas nas medidas de segunda geração idealizadas pelo Banco Mundial, FMI etc. O programa Bolsa Família vale como política compensatória? Vale. Vale com medida de segurança social? Vale. Mas é um tipo de política que tem que ser transitória, o sucesso só se completa se ela deixar de ser tão necessária. Como explicar o Maranhão, que em dois anos passou de 500 mil famílias para mais de 900 mil famílias cadastradas? Sendo que a taxa de pobreza extrema ainda é de 12% para uma população de 6 milhões. 

Agora o PT se defronta com suas próprias promessas esvaziadas e um discurso descolocadamente anacrônico. Isso não pode deixar de ser creditado ao senhor Dirceu que, misturando seu narcisismo à fórmulas stalinistas, implantou uma forma de pedantismo e arrogância no exercício de poder, mas não percebeu a cova que cava sob os próprios pés. Se tem algum julgamento foi ele que o fez sobre si mesmo. Por que diminuir a Política agora, como se fosse possível uma tal justiça imune ao ânimo do ato político? 





quinta-feira, novembro 14, 2013

MAIS UMA PÁGINA HEROICA: CRUZEIRO CAMPEÃO 2013


Campeão antecipado... venceu todos os adversário pelo menos uma vez.
"Cruzeiro, Cruzeiro querido! Tão combatido, jamais vencido!!!!
Vejam... todas as vitórias do Cruzeiro... O primeiro campeão a vencer todos os seus adversários pelo menos uma vez. Alguns ainda podem perder mais de uma vez...kkkk . 
26/05 – Cruzeiro 5 x 0 Goiás
05/06 – Cruzeiro 1 x 0 Corinthians
14/07 – Cruzeiro 3 x 0 Náutico
20/07 – São Paulo 0 x 3 Cruzeiro
28/07 – Cruzeiro 4 x 1 Atlético-MG
03/08 – Cruzeiro 1 x 0 Coritiba
07/08 – Criciúma 1 x 2 Cruzeiro
17/08 – Cruzeiro 5 x 1 Vitória
24/08 – Ponte Preta 0 x 2 Cruzeiro
01/09 – Cruzeiro 5 x 3 Vasco
04/09 – Bahia 1 x 3 Cruzeiro
08/09 – Cruzeiro 1 x 0 Flamengo
11/09 – Goiás 1 x 2 Cruzeiro
14/09 – Cruzeiro 1 x 0 Atlético-PR
18/09 – Cruzeiro 3 x 0 Botafogo
29/09 – Internacional 1 x 2 Cruzeiro
02/10 – Cruzeiro 4 x 0 Portuguesa
06/10 – Náutico 1 x 4 Cruzeiro
16/10 – Cruzeiro 1 x 0 Fluminense
26/10 – Cruzeiro 5 x 3 Criciúma
03/11 – Santos 0 x 1 Cruzeiro
10/11 – Cruzeiro 3 x 0 Grêmio 

sábado, novembro 09, 2013

Mar mágico: os donos do Mar e a despoluição das praias de São Luís


O mar mágico... Tempos atrás diversas placas foram colocadas nas praias de São Luís. As placas avisavam que a água do mar estava imprópria para banho.  As placas foram postas pelo Governo Estadual. As matérias e reportagens apresentavam dados sobre a quantidade de esgotos in natura e fezes derramadas nas águas das praias. Com tanta sujeira as águas ficaram impróprias para o banho. 

Logo em seguida a esse alvoroço, o senador Sarney, em sua coluna de domingo, no jornal O Estado do Maranhão, questionou essa quantidade enorme de poluição, afirmando que era improvável tendo em conta a força de nossas marés. O mar não estava sujo assim.

Não tardou muito e o secretário-parente Murad foi pessoalmente tomar banho de mar. As imagens do vovô-secretário e suas netinhas banhando nas águas despoluídas estamparam as páginas dos blogs etc. Pronto. As praias estavam despoluídas. As placas sumiram. 

Dia 26 de outubro, quando folheava o jornal O Estado do Maranhão, na barbearia... percebi esse destaque no alto da página: Praias de São Luís vão ser despoluídas. Como? Já sujou novamente? Quem verdadeiramente manda na pureza desse mar?

quarta-feira, novembro 06, 2013

São Luís: primeira regência no período republicano



São Luís é o primeiro caso de regência pós Proclamação da República.

Sobre os cidadãos incidem as pesadas questões: Quando vai acabar o período regencial em São Luís? O alcalde atingirá a maior idade quando? Quando o atual prefeito vai efetivamente começar a administrar a cidade (isto é, para além dos comerciais exibidos na TV Mirante)? 


sábado, novembro 02, 2013

Eike e nossos demônios demagógicos

Esse velhote... tem a seguinte e repetida opinião sobre os "negócios" do Eike: 
Jabuti não sobe em árvore. Eike não apareceu e nem brilhou sozinho nesse cenário, onde existe tudo menos bobos. 

Todos esses investidores estrangeiros sabiam que Eike era um vendedor de sonhos. Mas qual era então o atrativo ou garantia: o resgate. O resgate que, no final, seria feito pelo governo brasileiro através da bondade do BNDES. As senhas de garantia eram as sucessivas aparições de Lula ao lado do mega empresário Eike. As mesmas cenas foram  gravadas com Dilma. Qual o objetivo de um Presidente da república aparecer lardeando um e só esse empresário? 

Todos esses investidores sabiam onde esses negócios eikianos iam dar, mas estavam certos do socorro governamental. O que deu errado? Várias coisas começaram a desalinhar entre os próprios criadores e parceiros desse Eike pop-star da prosperidade Made in Brasil. E, para atrapalhar mais, veio as manifestações de junho. Certamente elas deram uma atrapalhadinha no resgate esperado e sonhado pelos investidores e parceiros. 

Eike é uma peça publicitária para vender aos gringos a ideia de um Brasil Rico e desenvolvido, conforme a utopia lulista, que ser cidadão é só poder consumir, mesmo 
 sem qualidade de vida, sem transporte, saúde, melhor educação, segurança e melhor valorização do trabalho. 

Porém, depois das eleições de 2014 tudo pode mudar e novos ventos poderão favorecer Eike. Botes tipo salva-vidas podem ser lançados em seu socorro! O X da questão Eike ainda precisa ser totalmente decifrado. 

 SEM PROPOSTAS - ELEIÇÃO PRESIDENCIAL 2022 O que tem movido os eleitores brasileiro diante das candidaturas à presidência da República este ...