Creio na existência de Papai Noel, mas não creio em Papai Noel. Meu Natal é aquele mesmo cristianizado, tem relação com Jesus. Mas não acreditar no Papai Noel é uma coisa e não perceber um dado na realidade é outra coisa.
Nossa realidade social é nitidamente marcada por ofertas tentadoras de consumo e cheia de mercadorias. Mercadoria é mercadoria, não pode ser confundida com qualquer coisa, objeto. Presente é uma coisa boa, gratificante. Existe presente em diversas culturas, e desde épocas remotas.
Nossa realidade social é nitidamente marcada por ofertas tentadoras de consumo e cheia de mercadorias. Mercadoria é mercadoria, não pode ser confundida com qualquer coisa, objeto. Presente é uma coisa boa, gratificante. Existe presente em diversas culturas, e desde épocas remotas.
Papai Noel é perfeito para a forma de presente mercadoria. Não quero também dizer que todos os presentes que serão recebidos e dados, em breve, são mercadorias. Porém... o Papai Noel vermelhinho é a forma mais perfeita para propagar e manter o presente na condição de mercadoria. Porque afirma a doação. Aí mora a grande construção desse negócio. Esse bom velhinho ganhou força quando a Coca-cola o tornou vermelho, velhinho e grudou nele sua mensagem de amor, fraternidade e faturamento através do seu líquido preto gasoso, vendido como essencial para satisfação da vida.Uma felicidade líquida,perfeita para o mercado.
Hoje Papai Noel reina feliz vermelhinho em qualquer comércio. Em que pese a camisa de força do capitalismo, há sempre a possibilidade de se estabelecer um novo sentido. Mesmo comprando algo (uma mercadoria) vários sentidos podem ser postos no ato seguinte, particularmente no que envolve o ato de dar e receber. E sentido é o que a existência nos exige todos os dias. Felizes sentidos... É Natal.
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