O Maranhão vive uma enfermidade pública, o que seria a res publica está em estado terminal. Não há um só culpado, um só grupo. Só falácias e a incapacidade de ver a realidade para além da ilusão da transparência que consegue não perceber um certo contínuo entre esses diversos grupos que competem pelo poder. Exceções existem, mas bem a baixo do centro da disputa. Não são forças efetivamente competitivas e de máxima influência na sociedade.
No Núcleo da classe política maranhense conforma-se uma certa homogeneidade e indistinção. Basta ver os que ocupam as 217 Câmaras Municipais, as 217 Prefeituras. O posição existe, mas aquela técnica: os que não estão no governo. Porém, a oposição Política ao modelo de exercício de poder vigente ainda não tem face, forma e mínima organização. Isso salta aos olhos nos períodos eleitorais, quando a rinha das vaidades e projetos estritamente pessoais são sobrepostos aos elementos de composição e consenso em torno de projeto Político, onde possa preponderar o interesse público. A carência de indivíduos na condição de pessoas públicas (homens públicos) é um dos componentes dessa enfermidade. O Estado encontra-se, em todos níveis de poder, pilhado e tomado pelo patrimonialismo, familismo e privatismo... Virou um entende depositário de todos os vícios e viciosos.
Hospital onde tem fumaça e fogo, tem o dinheiro público queimando. Nossos direitos de cidadãos ardem na fogueira da ausência de efetividade. O estado patológico dos ocupantes do poder também é de altíssima complexidade. A fagulha para acender esse fogo é um composto de vaidade, falta de humildade e descompromisso público. Como sempre o combustível para alimentar as chamas é o erário. A cidadania não pode ter outro assento a não ser as cinzas.
Acidentes ocorrem, tragédias e o acaso existe, mas a falta de equipamentos e um sistema básico contra incêndio não são obras do acaso, mas da irresponsabilidade administrativa. Por que o “gestor” não fez e/ou não tinha conhecimento? A ÁGUA QUE FALTOU PARA APAGAR O FOGO É A MESMA QUE FALTA PARA OS CIDADÃOS BEBEREM. O NASCEDOUROU DA TRAGÉDIA TEM OS MESMOS COMPONENTES. Caema e Saúde são reféns da mesma altíssima complexidade que nos assola. Torço para que a situação clínica dos pacientes que estavam no hospital Carlos Macieira, no momento do incêndio, não tenha se agravado. Que nenhum deles piore de saúde. Porém, como cidadão comum, penso também nos custos que isso produzirá para os cofres públicos, principalmente com uma provável "nova" reforma. Existe no meio político uma expressão que diz: fogo amigo.
Não podemos aceitar como normais Hidrantes sem água, falta de sensores e um alarme que possibilite a saída de dentro do prédio o mais rápido possível. A saúde está mal. Nos municípios do interior e na capital, onde os Socorrões viraram sinônimos de horror. A saúde na órbita do governo estadual é tão sólida quando a fumaça que subia do incêndio no Hospital Carlos Macieira. Hospital que bem antes do incêndio já estava encoberto de nuvens escuras, em uma total in- transparência sobre sua situação. Esse hospital faz ou não faz parte do patrimônio público? Por que deixou de ser o hospital dos servidores públicos? Se não é, como e em que circunstância passou ao patrimônio privado? Onde foram parar os milhões anunciados para reforma do hospital? Ninguém incluiu nessa reforma o sistema de segurança do prédio? Em um hospital de altíssima complexidade não ter detector de fogo e fumaça nos corredores e ambientes? É estranho, no mínimo.
Realmente é um hospital de altíssima complexidade.. ao ponto de não nos deixar transparecer o que ocorre ali verdadeiramente. Tão complexo que os bombeiros e voluntários encontraram inúmeras dificuldades para controlar o fogo e resgatar os pacientes.
Desse complexo nos resta a simplesmente e pura miséria. Isso é politicamente e moralmente vergonhoso. Não merecemos mais isso.
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