CAOS - 1. Confusão dos elementos antes da criação do universo; 2. [figurado] Confusão; 3. Desordem; 4. PERTURBAÇÃO.
TELO - 1. (grego telos, -eos, fim, conclusão). Exprime a noção de FIM.
Cidadãos de bem e militantes de esquerda e outras denominações anti-direita, anti-capitalista estão cometendo o erro de desconsiderar o contexto e estão tradando a política como tudo ou nada. Eis que muitos desencantados por partidos políticos e pela opções de candidatura tentam se manter na coerência com a prática do Voto Nulo. Isso, nesse momento, é mais uma justificação pessoal do que uma ação política transformadora. É um direito, faz parte da liberdade de poder optar livremente e manifestar sua opinião. No entanto, a disputa por poder ninguém consegue imunidade por força de excentricidades. O preço recai sobre a totalidade, que essas partes, indistintamente, compõe. Estão inseridos nesse mesmo mundinho em que incidirão os efeitos da vitória de uns ou de outros. Basta ver que não há nenhum indício e condições para romper com o modelo, nada em questão aparece como crise total do sistema. Logo... a indiferença não vai fazer o sistema deixar de ser reproduzido. A vasta maioria do componente social ainda o está legitimando e participando dele. Nem Dom Quixote teria tal visão da realidade.
Diante disso, é cabível fazer referência a um fato recente da história, particularmente às eleições para Presidente da França de 2002. Naquele momento 28% dos franceses praticaram a abstenção. No dia seguinte, os socialistas e os mais radicais de esquerda tomaram café com o seguinte resultado: Jacques Chirac 20% (Conservador de Direita), Le Pen 17% (Radical de Extrema Direita). Foram os dois mais votados do primeiro turno, credenciaram-se assim para disputar o segundo turno. Detalhe: Le Pen simplesmente é xenófobo, racista, homofóbico etc.
Os franceses logo viram o preço da indiferença. Porém, saíram às ruas e deram mais um exemplo ao mundo. Os socialistas e as diversas frações de esquerda juntaram-se no propósito de fazer o VOTO ÚTIL para derrotar Le Pen. Isso evidenciou bastante que nesse modelo de política não é tudo ou nada. Alguma coisa é sempre alguma coisa. A questão era evitar o pior. Assumiram a opção estratégica e responsável de evitar o que mais feria seus valores. Le Pen foi derrotado.
A quem interessa o VOTO NULO nesse contexto eleitoral de São Luís? Quem é o mais favorecido? A resposta tem um duplo, mas uno beneficiado. O duplo são os compadres José Sarney e João Castelo. O uno o poder político conservador, mandonista e residual da Ditadura.
Castelo não é a oposição a Sarney, trata-se do criador e da criatura, pertencem ao mesmo campo político, comungam a mesma mentalidade e agem igualzinho. Mesmo que estejam "brigados" são parceiros.
Castelo é o Plano A de Sarney, não é Washington, nem Tadeu. É assim que ele garantirá as condições favoráveis para sair com vantagem para 2014. Sarney já viu que Castelo ajudado pela maquina estadual, em segundo turno, vence. Vide o governo Jackson.
Os blogues sarneístas, sim, são partidários, começam a enaltecer a solidez de Castelo e, propositadamente, as pesquisas deles começam a mostrar queda na rejeição desse candidato. Aí está a trama para induzir o voto, produzir efeito mecânico. Produzir no imaginário popular o "vai ganhar mesmo".
Castelo não pode mais ir crescendo. Quem perderia mais voto para ele crescer? O número de indecisos já está indo para casa dos 10%. De onde tirar voto para ele crescer se depois do terceiro colocado o percentual declina consideravelmente? A chave foi apresentar queda na rejeição para preparar terreno para o segundo turno, a justificação para 50+1 (%) dos votos. Para Castelo subir nas próximas pesquisas de opinião vão ter que definhar alguém: Tadeu, Eliziane, Washington ou Edivaldo. Fica a pergunta: qual justificativa ou fato provocaria essa migração dos votos desses candidatos para Castelo?
Caso contrário, Castelo, nas próximas pesquisas, vai começar a cair, mas isso é mais difícil operar, tratando-se que é o candidato com o maior número de voto-fiéis. Além disso, só caberia, sem alarde, uma queda na margem 6%, no máximo. A não ser que aconteça algo muito, muito bombástico contra ele. Um fato novo e ruidoso. Isso poderia provocar efeito mecânico, direcionando o voto para outro candidato. O mais provável e o que parece já estar sendo feito é manter Castelo estagnado com esses percentuais, ir diminuindo a rejeição dele e esperar o segundo turno, onde por debaixo do pano a família Sarney irá dar o empurrão que ele precisa para vencer no segundo turno. Nada mais que uma retribuição ao favor feito por Castelo, por debaixo dos panos, à Roseana, visando claramente derrotar Flávio Dino. Quem pode atrapalhar os planos da família Sarney em 2014? Eis o plano A de armação.
O comandante Washington vai cumprindo sua penitência (para não usar outro termo), com as aparições constante de Roseana, vai atrair toda a ira anti-Sarney. Se não aparecer com uns pontinhos a mais nas próximas pesquisas, fica caracterizado que ele não está só cumprindo as funções de BARRAR BIRA e distrair a atenção para que Castelo possa pousar de anti-Sarney, mas que está sofrendo mais uma humilhação dos Sarney. Qual o outro objetivo de colocar o vice-Governador nessa situação? Provar sua impopularidade e o forçar a desistir de assumir governo quando Roseana sair para se candidatar a senadora. Caberia a ele a prebenda de uma cargo vitalício no Tribunal de Contas. Com todo respeito ao vice-Governador, mas é o que o contexto está mostrando. Cadê os caros de som de Washington? Quantos você já viu na rua? Cadê o núcleo da militância sarneísta? Onde estão os mais graduados articuladores do sarneísmo nessa campanha? Não estão! Blogues sarneístas estão minando o Vice dia a pós dia, nas entrelinhas e em linhas inteiras. É só ler atentamente.
Cabe aos que se consideram puros, ilibados, progressistas e de esquerda pensarem no caso francês, não vivem enaltecendo a fundação francesa (?), e praticar firmemente VOTO ÚTIL. Depois é só viabilizar candidaturas mais probas, mas agora é isso!!!
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