domingo, novembro 20, 2011

A MISÉRIA QUE CHOCA NÃO É NOVIDADE



Os maranhenses assistiram, nessa última semana, sua rotina brilhando na tela da televisão. A miséria apareceu como novidade e todos ficaram chocados com a exposição dada no telejornal.

Por que chocou? Tudo indica que foi por ter aparecido na televisão. O maranhense atualmente parece que só ver, fala  e ouve com órgãos e sentidos alheios. Não há novidade sobre essa situação. Na verdade, essa miséria é bem pior, mas é disfarçada, em grande medida, pela máscara do repasse direto de dinheiro, promovido pela Bolsa Família. Somado a outros repasse resulta que a cada R$ 10,0 em circulação no Maranhão R$ 6,0 é não foram gerados aqui, mas é fruto de transferência. Como explicar a existência de tantos milionários? Mágica! 


No primeiro semestre o IBGE já divulgado outros resultados sobre a condição socioeconômica das famílias, onde visivelmente aparecia um fosso alarmante entre a maioria das famílias maranhense e uma pequena casta de privilegiados. A grande maioria das famílias maranhenses, em média, aparecia com renda per capita de R$ 70,00. Houve até um seminário do Dieese para debater essa situação. Local: Sebrae.

Não tinha como ser diferente e tudo o governo estadual fez foi articular o aumento das inscrições no programa Bolsa Família: tentativa de minorar a situação. Também foi promovido um evento para discutir o programa e o acompanhamento, exigência e contrapartidas vinculadas à Bolsa Família. Técnicos do Ministério do Desenvolvimento estavam presentes. Local: Rio Poty Hotel. No Maranhão perto de 900 mil famílias estão cadastradas no programa Bolsa Família. Isso é mais que suficiente para dizer o tamanho da pobreza.

Ninguém fica chocado com as prioridades adotadas pelo Governo Roseana Sarney: Espigão costeiro (só em propaganda e divulgação já deve ter consumido o equivalente a 20% do valor anunciado da obra); Rodovia “Via Expressa” (primeira rodovia para interligar bairro e shoppings); O super-helicóptero (a utilidade e propósito todos já sabem).

Enquanto isso, no mundo dos mortais, a Caema, fonte de abastecimento dos tanques de ganância de todas as oligarquias, está agonizando, o sistema todo precisa de melhorias. Até hidrômetro falta nos escritórios municipais. Será que a Caema não tem jeito? A quem vai servir sua privatização?

Os 72 hospitais que seriam construídos em seis meses. Até agora umas poucas UPAs, recursos federais. Real mesmo são as tendas no Aterro do Bacanga!

No entanto, é preciso deixar registrada as verdades e sinceridades da governadora. A primeira verdade: uma moça aparece em um comercial para divulgar os feitos na saúde e começa sua fala afirmando: “Nunca antes se investiu tanto na saúde”. Verdade. Os 46 anos de mando eles nunca investiram na saúde do povo. Ela está sendo sincera: reconhece que não fez em todos os seus outros governos.

A outra grande verdade foi a recente afirmação da governadora: “Ninguém passa fome”. Realmente. Ela só esqueceu-se de dizer que esse ninguém compreende os seus pares, parentes e membros de sua Casta. A sinceridade é forte. Pois mostra que a governadora realmente não vive nessa realidade e a sua realidade está em Nova York, Paris, Lebron etc. 

Como ela pode ver e saber se tem gente do Maranhão passando fome? No mundo dela ninguém passa fome, os maranhenses caíram foi no azar de viverem em outro mundo, só isso. 

O que ela sabe sobre os maranhenses é qual a ilusão que eles precisam receber para continuarem no mesmo patamar de conformismo que estão. (refinaria, gás, 72 hospitais)

Porém, a manutenção desse mando personificado e patrimonialista tem se perpetuado pela solidariedade que recebe, ao menos, da metade da população do Maranhão. Somando-se a isso inércia, que colabora com a permanência no mesmo estado de coisas.

Só para ilustrar vou reproduzir uma pesquisa feita lá pelas bandas de Caxias pela Escutec e divulgada pelo site (Noca) http://www.noca.com.br/materia.asp?notcod=20052:
na questão sobre a satisfação do eleitor com o atual governo de Roseana, a pesquisa obteve o seguinte resultado: Ótimo = 6,8%; Bom = 38%. total de aprovação 44,8%. Ruim = 24,1%; 24,2%. Total da desaprovação 48,3%.

Detalhe: 1- a pesquisa não colocou a opção "Regular" (aprovação mínima); 2- a pesquisa foi encomendada por opositores da governadora; 3- se a margem de erro for menor que três, pode-se considerar um empate entre aprovação e desaprovação. 

Roseana sabe para qual povo está falando e o que fala para eles! É por isso que a Excelentíssima Governadora fica tranquila e não sente o menor constrangimento em dizer que "Ninguém passa fome!"

Ps.: A placa de sinalização de regulamentação de trânsito (R-3), em frente ao Palácio dos Leões, diz muito sobre a nossa realidade.

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