segunda-feira, outubro 31, 2011

A LÓGICA DA DESTRUIÇÃO


É difícil imaginar que pessoas podem se sentirem tão irresponsáveis ou tão alheias ao mundo, ao planeta e às formas de vida. Mas elas existem e são muitas.

Por que ter uma lógica tão destrutiva? Será que sendo um pouco mais moderado e sensível com a vida inviabiliza por total o lucro?

As plantações de soja e de eucalipto avançam na direção do município de Itapecuru. Já estão instaladas em grande escala em Chapadinha e Brejo. 

O Cerrado é literalmente dizimado no atual processo de plantio da soja e do eucalipto. Será que precisa desmatar tudo, destruir de forma sistemática e total a vegetação nativa? Não.

Essa devastação é desnecessária. Não é preciso. A soja e o eucalipto podem ser plantados mantendo, pelo menos, algumas faixas de vegetação nativa, mini-reservas, bancos de vida. Essas faixam atuariam como estoque dessas espécies (fauna e flora) e quando houver declínio dessas atividades as áreas possam ser recuperadas, em parte.

Será que o lucro cairia tanto se em 10 ha duas faixas da vegetação nativa fossem preservadas? Não. Faixas pequenas de 50 m de largura e na extensão do terreno não impedirão o retorno do investimento. Não. Isso não inviabilizaria o empreendimento. E seria um risco menor, pois é bastante factível um declínio dessa atividade por força das oscilações do mercado externo. 

O eucalipto já provou sua utilidade em diversos setores da indústria e da produção, porém, é um absurdo completo destruir a rica biodiversidade do cerrado para plantar eucalipto. Quantas riquezas e recursos podem estar sendo desperdiçados e aniquilados para sempre? Podem ser várias. Eucalipto só devia ser plantado em áreas já degradadas por mais de uma década.

Do outro lado, os empresários do setor (soja ou eucalipto) dizem que o cerrado é lindo, mas que a maior parte dessas áreas eram totalmente improdutivas ou com atividades de baixa escala produtiva. 

É preciso mais que um código, precisamos de ações governamentais e continuadas visando ordenar e melhorar as cadeias produtivas, implantando um programa continuado de sustentabilidade com o suporte de pesquisas.

O que é visível é que desse jeito é uma forma egoísta e predatória de produzir. 

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