Depois de inúmeras inaugurações e re-inaugurações de óticas... a antiga Ilha das Flores, posteriormente também Ilha dos Amores, tornou-se a Ilha dos Deficientes visuais (quase ou totalmente cegos). Só lembrando: óculos é um bem durável... não se troca todo dia, nem todo mês.
Bem... chegou o momento que não tinha mais onde enfiar ótica... Veio então a idéia das farmácias, nossa... Baita sacação do capo. Começou a florar farmácia em cada quarteirão de bairro, nos shoppings e às margens das avenidas.
A Ilha dos Cegos agregou mais o status de enfermos medicados. Parece que o povo trocou alimento por remédio. Mas também faltou lugar para tantas farmácias...
A próxima e bem aventurada idéia foi as revendedoras de automóveis. Esses não precisaram inaugurar tantas outras lojas, só necessitavam multiplicar extraordinariamente as vendas. Recordes e mais recordes de vendas. Nem as lojas de carro de São Paulo vendiam tanto carro como aqui... Tinha até um pop-star-car. Celebridade da venda de carro!
Os cegos alimentados por remédios estão todos com automóveis. A Ilha dos Cegos, medicados, motorizados não estava completamente acabada. Algo estava faltando para turbinar essa dinâmica...
Eis que numa bela manhã, sob uma árvore mágica, o capo viu cair uma folha com uma planta baixa gravada nela. Condomínios verticais e horizontais proliferaram em todos os cantos, dunas, alagados, aterros, bancos de areia. Apartamentos milionários; todos vendidos na planta. Sucesso imobiliário total. Apartamentos mais caros do que os construídos nas áreas nobres de São Paulo.
Os cegos, medicados e automobilizados contemplam o mundo do alto das sacadas de seus belos apartamentos.
Apesar de tanta perfeição, o capa, percebeu que algo mais poderia ser feito, principalmente com tantos carros circulando, não era suportável um número tão baixo de postos de combustíveis. A partir dessa iluminada percepção, no mínimo, dois postos de combustíveis foram inaugurados a cada mês.
Algo bem compatível. Se o povo já está saciado de remédio e óculos, nada melhor que fazer limpeza com gasolina. Como o abastecimento de água é precário, a multiplicação dos postos de combustíveis talvez seja uma medida extraordinária em prol da saúde pública. Esse afortunado povo vai poder lavar e banhar com gasolina.
Mas como a realidade não é perfeita, há sempre algo para fazer. Então o capo viu que era preciso ampliar a rede de hipermercados. Como num conto de fadas... surgiram seis no intervalo de três anos. Em nenhum ramo da atividade produtiva e empresarial houve registro de expansão tão rápida e volumosa. Tem de tudo nesses hiper-armazéns.
Diante de tantas coisas grandiosas e milionárias emergem, em contraste, os indicadores sociais e econômicos do Maranhão, registrados pelo o Ipea, IBGE, Unesco. É só ver para entender a mágica!!!
A fartura de óculos não deu jeito na “cegueira” das autoridades responsáveis pela fiscalização e repressão a tais mágicas. Em nenhum outro lugar se lava tão fácil e tão tranquilamente como aqui.
Salve, Francisco Araújo.
ResponderExcluirSou leitor assíduo de seus textos. Gosto do estilo e do teor de seus conteúdos.
Por isso mesmo, gostaria de que você incluísse em sua blogosfera o link do meu humilde blog, já que o seu blog faz parte da minha lista de favoritos desde que se tornou um dos que me seguem.
Assim, ampliaremos ainda mais a nossa teia comunicacional.
Abraços fraternos.
Hugo Freitas
Hugo,
ResponderExcluirobrigado...fico grato! vou incluir o link do seu blog na página inicial... Boas Festas!!!