“- Ainda há tempo para buscar o apoio dessa parte da militância do PT. Há uma grande aceitação nas pesquisas de nossa candidatura e esse será um dos argumentos - disse Roseana.” (O Globo portal Globo dia 12/06/2010)
Será que a governadora desconhece a determinação dos que optaram a não lhe render obediência. Será?
Senhora Governadora, Existem pessoas que não são afetas à servidão voluntária, que prezam por liberdade democrática e acreditam na construção de um espaço social mais justo. Mesmo que a Senhora e o seu grupo político-familiar não queiram!
O que pode conter esse “será um dos argumentos” ? Se afirma que é UM dos argumentos, não há margem para não se pensar que existem outros “argumentos.” Quais? Qual a natureza deles? Serão ideológicos? Patrióticos? etc
REPETINDO
O PT real, que existe de facto atualmente, já se revelou um campo minado, em todos os sentidos. EM 21/02/2009 PUBLIQUEI O SEGUINTE NESTE BLOG:
“O IV Congresso Nacional serviu para selar a minimalização do basismo. O PT operará cada vez mais na lógica eleitoral de resultados; tática de tomada de poder concentrada e comando de cúpula. Decisões e direcionamentos centralizados na cúpula tomou forma explícita no 13º mandamento das diretrizes: “Compete ao Diretório Nacional conduzir a política de alianças nacional e atuar em conjunto com as Direções Estaduais na definição das alianças estaduais. Ao Diretório Nacional compete decidir, em última instância, as questões de tática e alianças necessárias à condução vitoriosa da campanha nacional.”
Portanto, o 13º mandamento conserta a redação que finaliza o 10º mandamento: “À medida do possível, devemos buscar palanques estaduais unitários, respeitando-se as particularidades de cada estado.” Do mesmo modo resolve também a redação final do 11º mandamento: “Onde isso se revelar politicamente impossível, devemos construir um acordo de procedimentos durante a campanha, que permita a existência de dois palanques para a candidatura presidencial.”
Essa redação do 13 º mandamento passou a ser de fundamental importância para a cúpula nacional do partido, que já tem posição definida quanto aos estados. Através de uma emenda, apresentada por José Genoíno, a direção quis definir logo seu “casamento” com o PMDB, mas a emenda foi rejeitada. Certamente algumas cabeças lembraram que além da necessidade do apoio de vários partidos para vencer a eleição presidencial, vai precisar também do auxílio de vários partidos para governar. Um texto minimizando os demais partidos, no atual estágio da disputa, seria um tanto quanto perigoso. Daí resultou colocar o 13º mandamento como uma espécie de chave-mestra.”
O documento aprovado deixava claro que o PT assumiria a forma de uma organização altamente hierarquizada, verticalizada e de decisões de cúpula. O Congresso do PT regularizou uma nova forma de organização para o partido: o absolutismo dos chefões.
A desobediência é um direito, mas só para quem não teme a punição!
SÓ NÃO VER QUEM NÃO QUER
Eis o que diz a minuta do Compromisso Partidário do Candidato, de 31/03/2010:
“Ao firmar este documento, as candidatas e os candidatos do PT reiteram seu compromisso com as deliberações partidárias e explicitam sua concordância com as regras específicas de relacionamento entre o partido e os militantes que disputam eleições, bem como os que serão eleitos.
Os(as) candidatos(as) deverão destinar obrigatoriamente espaço significativo nos materiais de propaganda aos candidatos majoritários, à legenda partidária e, quando houver, à coligação.
É proibido realizar atividades de campanha eleitoral ou peças publicitárias com candidatos(as) de outros partidos, ou as denominadas dobradinhas, salvo no caso de coligações eleitorais aprovadas em Convenção.”;
“Poderá ser expulso do Partido, nos termos previstos no Estatuto, o(a) candidato(a) que atuar contra as candidaturas partidárias, ou fizer campanha para candidato(a) de partidos não apoiados pelo Partido, ou que descumprir qualquer das cláusulas do presente “Compromisso Partidário do Candidato Petista”.
Quem não sabe ou quem tinha dúvidas sobre o alinhamento da Direção Nacional do Partido com a família Sarney. Lula há quase uma década está alinhadíssimo com os Sarney. Lula fez campanha aberta para Roseana. Não tem como dizer que "não se estava sabendo".
Por que se continuou no Partido? Foi uma tática de brigar por dentro e recuperar o partido? Foi para não entregar o partido para os que chegaram depois e atualmente se colocam como donos? Se a resposta é uma dessas opções ou todas e mais algumas, não há motivo para debandar agora. Por que entregar barato? Por que não se candidatar?
Quem quer resistir deve esquecer o medo da punição! Tem que ser desobediência sem dedos, para valer!
FICAR PARA...
Considero que só faz sentido permanecer com candidaturas ou para elevar o custo da imposição sofrida!
Permanecer no PT tem o mesmo ônus (da queimação) com ou sem candidatura. Melhor é manter as candidaturas e reafirmar o posicionamento diferenciado.
Sem candidatura e sem nenhum parlamentar aumenta a vulnerabilidade e possibilidade de outras IMPOSIÇÕES.
Certamente, nesse momento, está em curso a efetivação dos outros argumentos de convencimento da Governadora. Não tenho dúvida que os Sarney conhecem os petistas! Já mapearam e sabem que muitos “resistentes” podem ser convertidos no futuro próximo.
O número dos que “não se entregam e não se rendem” pode diminuir muito, infelizmente!
O QUE ELA NÃO SABE
Considero que a Governadora conhece mais os petistas do que a vontade popular. Caso contrário, não faria tal afirmação: “grande aceitação nas pesquisas de nossa candidatura”. Esse argumento talvez só seja útil para alguns petistas, aqueles que estão esperando um jeitinho mais “sutil” de se converter. O povo, com a atual rejeição da Governadora, parece não saber dessa grande aceitação!
Tornou-se evidente a crise do ofício político tradicional no Maranhão.
ResponderExcluirAlguns blogs reiteradamente vêm reforçando a necessidade de debate sobre o tema, e que gostaria de tecer alguns comentários.
Vejo que durante os últimos meses tem se acentuado o aparecimento de textos que revelam com vigor o tema da crise do ofício político tradicional no Maranhão, o qual o grupo Roseana no Estado e o grupo de João Castelo em São Luís são a perfeita representação deste fenômeno, pois ambos materializam o que alguns autores têm diferido entre conceitos para abordar os fenômenos das transformações da política, basta notar Richard Sennet e o seu declínio do homem público, a crise do ofício político mencionada por Daniel Inerarity, a transfiguração do político Michel Maffesoli para o trato da forma do político na atual contemporaneidade e a perspectiva espacial elaborado na monumental obra Império de autoria de Toni Negri e Michal Hardt no trato de repercussões internacionais mais amplas das transformações na política, além das revelações da crise da representação política mencionada por alguns autores brasileiros Marta Arretche e Marco Aurélio Nogueira quando dos escândalos do Senado que se alastraram pelo país e que vem de longa data.
Nesses termos, é certo que a turma constituída por José Sarney, João Castelo, Roseana entre outros são os sujeitos que melhor representam essa crise do ofício político no Maranhão, pois revelam a impossibilidade dos mesmos em saber lidar com novas e diferentes exigências da sociedade atual.
O prazo de validade dos modos de gestão do Estado que conduzem há tempos está fora do prazo de validade, ou melhor, vencidos.
Estes, não conseguem abordar numa nova linguagem condizente com a paisagem cultural contemporânea que se manifesta no Maranhão, continuam no limbo da inoperância, da farsa publicitária, pregando um “falso governo novo” que o avanço da comunicação não permite ludibriar com tanta facilidade. Afinal vivemos a era a informação, visto que as mídias livres (blogs) a socializaram.
Pior, tentam a todo custo impedir o movimento incontrolável de constituição de uma nova cultura política que em paralelo aos seus mandos e desmandos acabou sendo constituída ao longo dos últimos anos, que nesse momento emerge com vigor nunca antes visto, numa realidade incontrolável e irreversível.
Entretanto, esse fenômeno também deve se alastrar para os parlamentos, para que a crise de representação política também possa ser superada em longo prazo nessas casas.
Nesses termos, a candidatura Flávio Dino e de seu grupo podem lançar à frente essa empreitada e com isso, fazer com que as transformações da política se consolidem no nosso Estado, no sentido de fazer com que o ofício tradicional da política materializado pelas figuras de José Sarney, João Castelo, Roseana, Edison Lobão e outros, sejam gradativamente substituídos por um novo futuro.
Nós somos os senhores de nossos destinos.
Nós somos os capitães de nossas almas.
Nós somos os donos de nossos votos.
Flávio Dino Governador.
Ricardo André
Mestre em Gestão Desportiva pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto-Portugal